Tópicos | Raul Henry (MDB)

Os prefeitos que integram a Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe) se reuniram, nesta segunda-feira (13), com a bancada federal do Estado para debater temas de interesse dos municípios que dependem da tramitação do Congresso Nacional. A reforma da Previdência e a unificação das eleições foram os assuntos que mais pautaram os discursos dos gestores.

No tocante da Previdência, os prefeitos defendem que a proposta altera as regras da aposentadoria como um todo e não apenas da instância federal, passando para as Assembleias e Câmaras as questões estaduais e municipais, respectivamente.

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Já sobre a unificação dos pleitos eleitorais, os prefeitos e vereadores que estiveram no encontro se colocaram favoráveis a proposta de emenda à Constituição (PEC) 56/2019 e pediram que os deputados coloquem o assunto em pauta. A ideia amplia o mandato atual dos prefeitos e vereadores, transferindo a eleição de 2020 para 2022. A medida, justificam os prefeitos, reduziria custos.

Participaram do encontro os deputados federais Carlos Veras (PT), Danilo Cabral (PSB), Pastor Eurico (Patriota), Silvio Costa Filho (PRB), Augusto Coutinho (SD), Wolney Queiroz (PDT), João Campos (PSB), Tadeu Alencar (PSB), Ricardo Teobaldo (Podemos) e Raul Henry (MDB); além do senador Humberto Costa (PT).

Colocaram-se contra a reforma, Humberto,  Veras, Danilo, Tadeu, João e Wolney. Já reafirmaram posição favorável Henry, Coutinho e o Pastor Eurico. Também na lista dos que apoiam a reforma, o vice-presidente da comissão especial sobre o assunto na Câmara, Silvio Costa Filho, pediu que a AMupe se posicione oficialmente sobre o assunto e defendeu o tema.

“Sabem da relação que eu tenho de muito respeito com PT e PSB, diálogo com todo mundo, mas a gente sabe que independente do presidente da República, Haddad, Bolsonaro, Alckmin… Qualquer um que estivesse como presidente da República, teria que estar nesse momento fazendo a reforma da previdência. Para mim seria mais fácil fazer o discurso mais fácil. è contra o trabalhador, vai tirar de quem mais precisa, seria mais cômodo. Mas entre pensar nas próximas eleições e na próxima geração, nos filhos e netos do povo brasileiro, vou pensar na geração dos filhos e netos”, declarou.

Do outro lado, o senador Humberto Costa disse aos prefeitos que há outras prioridades que deveriam ter foco, como o desemprego, obras paralisadas e inflação, antes da reforma da Previdência.

“Entendo que essa não seria, jamais, a proposta prioritária para um governo que assume o país numa situação de crise e desemprego. Aí vem o discurso, como vai resolver o desemprego? Quando aprovar a reforma da Previdência. Já ouvimos isso na reforma trabalhista e, ao meu ver, e isso é conversa equivocada. Não vai acontecer. Se a gente ficar batendo na única tecla de reforma da Previdência o Brasil vai para o buraco”, argumentou o petista.

Já quanto a unificação das eleições, todos se colocaram a favor, mas ponderaram barreiras que o assunto pode encontrar no Tribunal Superior Eleitoral e no Supremo Tribunal Federal.

“Seria muito racional para o Brasil ter todas as eleições em um ano só, mesmo que não seja na mesma data. Vário países da europa já fazem isso. Seria racional para o país, de não paralisar ações administrativas. mas por uma questão de lealdade, devo dizer que não é uma discussão fácil, O Supremo acha que a regra do jogo não pode ser mudada no mandato. Ou seja, no momento que a pessoa esteja disputando, a pessoa saiba de quanto tempo é o mandato”, explicou o deputado Raul Henry.

Além das duas pautas, os prefeitos pediram apoio dos parlamentares para a celeridade na tramitação da PEC que garante o acréscimo de 1% do FPM e  da que trata da nova Lei de Licitações. O projeto de lei que dá mais prazo para as prefeituras regularizarem os lixões municipais e o pacto federativo também foram apontados como prioridade.

A participação do Congresso Nacional na mudança do cenário político-econômico do país e as perspectivas a partir da eleição deste ano foram motes de um debate realizado, neste sábado (9), pelo Movimento Ética e Democracia com os pré-candidatos ao cargo de deputado federal por Pernambuco, o vice-governador Raul Henry (MDB), o cientista político Felipe Oriá (PPS) e o deputado Betinho Gomes (PSDB) - que pleiteia a reeleição.

Durante o encontro, os três expuseram seus argumentos sobre as necessidades do país e convergiram quando o quesito foi a mudança do quadro que hoje integra a Câmara dos Deputados e o Senado. Ao serem provocados pelo grupo, composto por economistas, empresários, analistas políticos e professores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), sobre o assunto eles disseram que o pleito deste ano não modificará tão positivamente quanto se espera.

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“Não estou otimista com relação ao próximo Congresso Nacional. Nos últimos anos tem renovado para pior”, disse Raul Henry. “Mas não quero, claro, que esta falta de otimismo seja sinônimo de que perdi a esperança. Quem estiver lá vai precisar se articular para a agenda de fora, que é a da sociedade”, completou o vice-governador, contando que quando foi deputado federal enfrentou dificuldades para se estabelecer como defensor de uma pauta que beneficiaria o bem comum, não apenas de corporações. 

Seguindo o raciocínio, Betinho Gomes ponderou que “não podemos imaginar que vai ter um tipo de milagre no Congresso Nacional”, mas deixou claro que a condução do desenvolvimento do país também passará pela escolha de um bom candidato à Presidência da República. “É preciso saber qual escolha o país fará. O populismo me preocupa, ele nos levou às piores crises, mas seja quem for o presidente não pode imaginar que um discurso aventureiro vai ter fôlego”, ressaltou o tucano. 

Já Felipe Oriá salientou a necessidade de a mudança dos quadros políticos surgirem a partir das demandas impostas pela sociedade. Para ele, “é preciso se reapropriar, tomar o Congresso Nacional de volta” ao interesse público e não da elite brasileira. 

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Rearrumação das contas públicas 

A redução dos gastos públicos para a superação do déficit fiscal foi outra bandeira levantada pelos pré-candidatos a deputado. Na ótica de Raul Henry, o “Brasil precisa fazer o dever de casa para sair do buraco” e, para isso, é preciso implantar um plano que, segundo ele, precisa ser pautado por pontos como “a macroeconomia; as reformas estruturais, entre elas a da Previdência e a tributária; a criação de um inventário da infraestrutura brasileira; mudanças na educação, que vão além da reforma curricular e se guiam a partir do recrutamento e formação de professores; o combate a desigualdade regional e a dedicação a segurança pública, que hoje é uma tragédia nacional”.  

Neófito na disputa por cargos públicos, Felipe Oriá argumentou ainda que há soluções que trazem transparência ao setor público que não custam milhões e ajudariam na retomada do desenvolvimento do país e na implantação de pautas progressistas. “Não é só uma questão de enxugar as contas. É preciso criatividade. Tem coisas que podemos fazer amanhã que não custa R$1,00”, frisou.

Durante o debate ainda se levantou críticas sobre o que os pré-candidatos chamaram de corporativismo brasileiro, incluindo, neste quesito, o Judiciário e as grande empresas. Quanto a atuação do Poder Judiciário, houve críticas a defesa contundente dos magistrados contra o fim do auxílio-moradia e a atuação de alguns juízes diante de investigações. 

Este foi o primeiro debate, de uma série, sobre os "desafios futuros" do Brasil a partir da atuação do Congresso Nacional que o Movimento Ética e Democracia pretende fazer com pré-candidatos, segundo eles, “de cacife” para ocupar vagas na Câmara Federal até as eleições em outubro. 

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