A participação do Congresso Nacional na mudança do cenário político-econômico do país e as perspectivas a partir da eleição deste ano foram motes de um debate realizado, neste sábado (9), pelo Movimento Ética e Democracia com os pré-candidatos ao cargo de deputado federal por Pernambuco, o vice-governador Raul Henry (MDB), o cientista político Felipe Oriá (PPS) e o deputado Betinho Gomes (PSDB) - que pleiteia a reeleição.
Durante o encontro, os três expuseram seus argumentos sobre as necessidades do país e convergiram quando o quesito foi a mudança do quadro que hoje integra a Câmara dos Deputados e o Senado. Ao serem provocados pelo grupo, composto por economistas, empresários, analistas políticos e professores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), sobre o assunto eles disseram que o pleito deste ano não modificará tão positivamente quanto se espera.
##RECOMENDA##“Não estou otimista com relação ao próximo Congresso Nacional. Nos últimos anos tem renovado para pior”, disse Raul Henry. “Mas não quero, claro, que esta falta de otimismo seja sinônimo de que perdi a esperança. Quem estiver lá vai precisar se articular para a agenda de fora, que é a da sociedade”, completou o vice-governador, contando que quando foi deputado federal enfrentou dificuldades para se estabelecer como defensor de uma pauta que beneficiaria o bem comum, não apenas de corporações.
Seguindo o raciocínio, Betinho Gomes ponderou que “não podemos imaginar que vai ter um tipo de milagre no Congresso Nacional”, mas deixou claro que a condução do desenvolvimento do país também passará pela escolha de um bom candidato à Presidência da República. “É preciso saber qual escolha o país fará. O populismo me preocupa, ele nos levou às piores crises, mas seja quem for o presidente não pode imaginar que um discurso aventureiro vai ter fôlego”, ressaltou o tucano.
Já Felipe Oriá salientou a necessidade de a mudança dos quadros políticos surgirem a partir das demandas impostas pela sociedade. Para ele, “é preciso se reapropriar, tomar o Congresso Nacional de volta” ao interesse público e não da elite brasileira.
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Rearrumação das contas públicas
A redução dos gastos públicos para a superação do déficit fiscal foi outra bandeira levantada pelos pré-candidatos a deputado. Na ótica de Raul Henry, o “Brasil precisa fazer o dever de casa para sair do buraco” e, para isso, é preciso implantar um plano que, segundo ele, precisa ser pautado por pontos como “a macroeconomia; as reformas estruturais, entre elas a da Previdência e a tributária; a criação de um inventário da infraestrutura brasileira; mudanças na educação, que vão além da reforma curricular e se guiam a partir do recrutamento e formação de professores; o combate a desigualdade regional e a dedicação a segurança pública, que hoje é uma tragédia nacional”.
Neófito na disputa por cargos públicos, Felipe Oriá argumentou ainda que há soluções que trazem transparência ao setor público que não custam milhões e ajudariam na retomada do desenvolvimento do país e na implantação de pautas progressistas. “Não é só uma questão de enxugar as contas. É preciso criatividade. Tem coisas que podemos fazer amanhã que não custa R$1,00”, frisou.
Durante o debate ainda se levantou críticas sobre o que os pré-candidatos chamaram de corporativismo brasileiro, incluindo, neste quesito, o Judiciário e as grande empresas. Quanto a atuação do Poder Judiciário, houve críticas a defesa contundente dos magistrados contra o fim do auxílio-moradia e a atuação de alguns juízes diante de investigações.
Este foi o primeiro debate, de uma série, sobre os "desafios futuros" do Brasil a partir da atuação do Congresso Nacional que o Movimento Ética e Democracia pretende fazer com pré-candidatos, segundo eles, “de cacife” para ocupar vagas na Câmara Federal até as eleições em outubro.