O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e o Partido Comunista Brasileiro (PCB) realizarão nesta quinta-feira (5) uma coletiva de imprensa para apresentar sua chapa majoritária às eleições em Recife. A chapa será encabeçada por Roberto Numeriano (PCB) e terá como vice Albanise Pires (PSOL). A coletiva será na sede do PSOL, no bairro da Boa Vista, às 15h.
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De acordo com o PSOL, com a cassação da candidatura de Paulo Rubem a formação desta chapa buscará aglutinar os votos de esquerda na cidade. Segundo o presidente estadual do PSOL, Edilson Silva, a candidatura deverá ser registrada ainda na manhã desta quinta-feira 5 de julho, último dia para o registro de candidaturas e alianças partidárias. O nome da chapa ainda está sendo avaliado pelos partidos, a sugestão do PSOL é que ela seja “Frente de Esquerda do Recife”.
Na noite desta quarta-feira (4), o PSOL emitiu nota sobre a “cassação da candidatura de Paulo Rubem Santiago”. No texto, a direção municipal do partido afirma que o PDT decidiu acomodar-se à dinâmica “perversa” da “velha política”, “somando-se ao palanque antirrepublicano do governador Eduardo Campos, em torno do candidato Geraldo Julio”.
A nota esclarece também que, com a inviabilização da candidatura de Paulo Rubem, o PSOL, junto com o PCB, “chama para si a responsabilidade de apresentar uma alternativa de voto ao povo do Recife”.
Confira a nota na íntegra.
Nota da Direção Municipal do PSOL Recife sobre a cassação da candidatura de Paulo Rubem Santiago
O PSOL apostou neste processo pré-eleitoral no Recife na construção de uma alternativa que comportasse um espectro mais amplo e qualificado possível da esquerda em nossa cidade. Estivemos com o deputado Paulo Rubem até o fim da luta por sua candidatura. Emprestamos-lhe nossa solidariedade, nosso apoio, nossa certeza de que ele não sairia isolado nas eleições. Infelizmente, o partido do deputado Paulo Rubem, o PDT, obedecendo à lógica predominante neste partido, decidiu acomodar-se à dinâmica perversa da velha política, somando-se ao palanque anti-republicano (sic) do governador Eduardo Campos, em torno do candidato Geraldo Julio.
A cassação da candidatura do deputado Paulo Rubem simboliza, mais uma vez, o estado de putrefação em que se encontra a democracia representativa no Brasil. Caciques políticos, donos de partidos cartorizados, antecipam-se à soberania popular e se utilizam do monopólio dos partidos na apresentação de candidaturas para tirar da população seu direito de ter à sua disposição as melhores alternativas, ou no mínimo todas as alternativas de voto. Assim, mantém-se sob uma redoma controlada por elites o centro do poder político nos municípios, nos estados, no país.
O deputado Paulo Rubem foi corajoso e pedagógico neste embate. Corajoso por que se lançou contra uma burocracia oligárquica tão fossilizada quanto poderosa. Pedagógico por que expôs à sociedade os limites da luta institucional nos moldes atuais. O deputado foi uma vítima da falta de democracia e da predominância de interesses privados num ambiente em que o que deveria presidir as decisões seriam os interesses coletivos, públicos.
O PSOL orgulha-se, portanto, de ter caminhado com o deputado nestes dias. Reafirma, contudo, a importância de termos partidos desvinculados da velha política, da fria e corrupta matemática eleitoralista, a serviço de todo tipo de oportunismo. O PSOL foi fundado e se constituiu como um partido que se choca com tais práticas, dispondo-se a ser um abrigo aos lutadores sociais, aos combatentes do povo, aos cidadãos e cidadãs honestos que se dispõem a participar da “política” sem submeterem-se aos interesses mesquinhos predominantes na maioria dos partidos.
Com a inviabilização da candidatura de Paulo Rubem, o PSOL, junto com o PCB, chama para si a responsabilidade de apresentar uma alternativa de voto ao povo do Recife. Humildemente, queremos ser dignos de ser o leito, mínimo que seja, onde podem ser depositadas as homenagens que biografias tão nobres como as de Frei Caneca, Pelópidas da Silveira, Gregório Bezerra, Dom Helder e tantos outros merecem. Recife, com sua cultura, sua história, seus poetas, não pode reduzir-se a tão medíocre disputa eleitoral como a que pretendem protagonizar, por exemplo, os srs. Geraldo Julio, Humberto Costa, Mendonça Filho e similares. Recife, por tudo que representa, merece mais que isto.
Apresentaremos uma chapa de resistência popular nestas eleições. Roberto Numeriano (PCB) prefeito e Albanise Pires (PSOL) na vice. Vamos organizar o povo e a sociedade civil para participar da política e construir outro futuro, elegendo vereadores e mostrando à sociedade que vale a pena sonhar e que nem todos na política são vulneráveis aos poderosos de plantão.
Direção Municipal do PSOL Recife.