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O presidente Jair Bolsonaro disse nesta segunda-feira contar com a mesa diretora da Câmara dos Deputados, presidida pelo aliado do governo Arthur Lira (PP-AL), para aprovar o projeto de lei da regularização fundiária. No entanto, o texto já foi aprovado na Casa e está travado no Senado - justamente onde o governo tem maior dificuldade para emplacar suas pautas.

"Não conseguimos com a mesa diretora anterior. Com essa atual da Câmara, devemos conseguir a regularização fundiária", afirmou Bolsonaro a jornalistas após receber título honorário em Anguillara Veneta, cidade no interior da Itália.

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De acordo com o presidente, com o projeto, será possível saber o CPF do proprietário de áreas com incêndios ou desmatamento ilegal na Amazônia. "Se bem que grande parte dos focos de incêndio são os mesmos o ano todo, agricultura de subsistência por parte indígenas", repetiu Bolsonaro, sem citar estudos que comprovem sua tese.

Aprovado pela Câmara em agosto, o projeto de lei em discussão amplia a possibilidade de regularização fundiária de terras da União por autodeclaração - ou seja, sem vistoria presencial do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

A ideia seria dar oportunidade para pequenos e médios produtores regularizarem suas terras. No entanto, o projeto foi batizado por críticos de "PL da grilagem" porque permitiria, segundo críticos, a regularização de áreas da União ocupadas ilegalmente por grileiros e desmatadores.

No início do mês, o presidente da Frente Parlamentar de Agropecuária (FPA), deputado federal Sérgio Souza (MDB-PR), afirmou após evento com Bolsonaro e ministros que a regularização fundiária seria aprovada ainda em outubro.

A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira, 3, o texto-base de um projeto de lei que amplia a possibilidade de regularização fundiária de terras da União por autodeclaração, ou seja, sem vistoria presencial do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).

Para críticos, a proposta - uma das prioridades do governo - abre caminho à regularização de áreas da União ocupadas ilegalmente por grileiros e desmatadores, permitindo dar a criminosos ambientais o título das propriedades. Por isso, o projeto foi apelidado de "PL da Grilagem".

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Os deputados analisam agora os chamados destaques, sugestões de alteração no texto. Finalizada esta etapa, a proposta será encaminhada ao Senado. O presidente Jair Bolsonaro já havia editado uma medida provisória sobre o assunto em dezembro de 2019. Com validade de 120 dias, a matéria precisaria ser votada até 19 de maio de 2020 no Congresso, o que não foi feito. O projeto então substituiu seu conteúdo.

A proposta é de autoria do deputado Zé Silva (SD-MG), ligado à bancada ruralista na Câmara. O texto estabelece a ampliação de quatro para seis módulos fiscais no tamanho de imóveis que podem ser regularizados por meio de autodeclaração. O módulo fiscal é uma unidade em hectare definida pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para cada município do país, que varia de 5 a 110 hectares.

A regularização de terras por meio de autodeclaração é baseada em informações fornecidas pelos próprios ocupantes do imóvel rural, sem a necessidade de uma inspeção de campo ou vistoria de autoridades no local. Esse processo de declaração existe desde 2009, com a criação do programa Terra Legal, do antigo Ministério do Desenvolvimento Agrário.

Sem a vistoria presencial para propriedades maiores, bastará a análise de documentos e de declaração do ocupante de que segue a legislação ambiental. Ambientalistas afirmam que o projeto pode, em um segundo momento, revisar o marco temporal de 2008 e aumentar o tamanho das terras ocupadas passíveis de regularização.

Já para os defensores da proposta o texto dá oportunidade para pequenos e médios produtores regularizarem suas terras e gerarem renda com o aumento da produção. Com títulos das terras, agricultores teriam segurança jurídica e poderiam ter acesso a crédito, bem como comercializar produtos com notas fiscais. Os apoiadores da proposta também argumentam que a matéria vai combater o desmatamento porque dará um "CPF" à propriedade e permitirá a fiscalização.

"Dizem que o projeto defende a grilagem. Na verdade, vem combater. São agricultores que vivem o sonho da terra própria, mas não conseguem vender com nota fiscal sua própria produção quando conseguem produzir. Qualquer dono de imóvel que não tem o documento é invisível para o Estado brasileiro", disse o autor da proposta, Zé Silva (PSD-MG).

A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, pediu a aprovação rápida, pelos parlamentares, do projeto de lei do governo que estabelece critérios para a regularização fundiária de imóveis do governo federal, incluindo assentamentos da reforma agrária (PL 2633/20). Segundo a ministra, a aprovação vai facilitar, a entrega de títulos de propriedade de terra a agricultores, o que garante acesso a crédito rural e políticas públicas.

Ela participou de audiência pública na Comissão de Agricultura, Pecuária e Abastecimento da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (5), para discutir as metas, planos e prioridades do ministério para este ano. A audiência atendeu a pedido da presidente do colegiado, deputada Aline Sleutjes (PSL-PR).

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Segundo a ministra, em 2020, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) entregou 109 mil títulos definitivos e provisórios de terra a agricultores, e a meta deve ser superada neste ano. “Para o corrente ano, espera-se emitir 130 mil títulos em assentamentos e glebas públicas, sendo que, destes 80 mil apenas na Amazônia Legal. Para o ano de 2022, o objetivo é alcançar a marca de 170 mil títulos”, disse.

A ministra disse ainda que tem o objetivo de ver implementado em todo o País, em prazo de até dois anos, o Cadastro Ambiental Rural(CAR), instrumento que ajudará a definir se uma propriedade está aderente à legislação ambiental ou não. Ela anunciou o lançamento, ainda em maio, da plataforma Analisa CAR, que permitirá que estados acessem de maneira remota os registros do CAR.

Grilagem

O deputado Rodrigo Agostinho (PSB-SP) defende a regularização fundiária, mas explicou por que a proposta vem causando polêmica na Câmara. “A gente tem medo muito grande, e esse medo tem impedido e dificultado a votação da matéria, de como separar o que merece ser regularizado daquilo que é grilagem de terras.”

O parlamentar pediu que que ministério, ao regulamentar a matéria após aprovação da lei, separe o que merece se regularizado do que é grilagem. “Não vamos colocar grileiro para dentro. Temos que aprovar logo”, respondeu a ministra.

Incra

Já o deputado Valmir Assunção (PT-BA) acusou o Incra de enganar os assentados ao prometer a entrega do Contrato de Concessão de Uso (CCU) da terra, que deve ser recebido quando o agricultor é assentado e não é o título da terra de fato.

Além disso, o parlamentar acusou o Incra de descumprir a Constituição, ao não promover a reforma agrária. “Os artigos 184 e 185 dizem que todas as terras improdutivas devem ser destinadas para a reforma agrária, e até agora não vi em nenhum momento o Incra tentar cumprir esse artigo. E é preciso cumprir a Constituição independentemente se gosta ou não.”

O presidente do Incra, Geraldo Melo Filho, rebateu a acusação. “É verdade que este governo não fez ainda desapropriação de terras produtivas, mas a lei também diz que, quando o governo faz desapropriação de terras improdutivas tem que pagar por elas, e o governo não vinha pagando. Tanto que parte do que foi colocado no orçamento da União deste ano, mais de R$ 30 bilhões de precatórios, é para pagamento de desapropriações que nunca foram pagas por governos anteriores ”, disse.

Além disso, Melo Filho afirmou que o governo entrega o contrato de concessão da terra agora porque ele não foi emitido por governos anteriores, mas quer entregar também os títulos definitivos.

Plano Safra

No debate, a ministra pediu ainda apoio dos deputados para a rápida aprovação do projeto do governo que abre crédito suplementar de R$ 19,768 bilhões para o Orçamento (PLN 4/21), para viabilizar o terceiro Plano Safra, para o biênio 2021-2022, que começa em 1º de julho. A ideia é enviar a proposta de plano para o Conselho Monetário até o fim de maio.

“Precisamos do orçamento para saber sobre o tamanho do Plano Safra para este ano”, explicou. Conforme ela, como “o cobertor é curto”, a ideia é priorizar o atendimento de pequenos e médios produtores, como ocorreu nos planos anteriores.

Tereza Cristina ainda pediu empenho para a aprovação do Projeto de Lei 1293/21, do Poder Executivo, que trata dos programas de autocontrole dos agentes privados regulados pela defesa agropecuária.

O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, deputado Sérgio Souza (MDB-PR), manifestou apoio à proposta. “Essa proposta de reorganizar a parte de vigilância sanitária, dando condições para a empresa que produz fazer a própria fiscalização, e o ministério auditar isso, é um avanço muito importante”, avaliou.

Milho e leite

No debate, alguns deputados, como Dra. Soraya Manato (PSL-ES) e General Girão (PSL-RN),  reclamaram da falta de milho para atender aos produtores agropecuários de seus estados e alimentar bovinos, aves e suínos.

A ministra disse que a expectativa para a próxima safra é “muito boa”, de 108 milhões de toneladas, 17 milhões de toneladas a mais do que no ano passado. Segundo ela, o Brasil vem batendo recordes na produção de milho há dois anos, e o Ministério da Agricultura faz campanha para aumento da área do milho, cuja produção era desincentivada anteriormente.

Tereza Cristina anunciou ainda que deverá ser enviada em breve à Câmara medida provisória para criar mecanismos que permitam a compra de milho acima do preço mínimo de garantia, a fim de formar estoques para atender aos criadores de animais.

Outros deputados, como Jaqueline Cassol (PP-RO) e Domingos Sávio (PSDB-MG), pediram à ministra solução para a queda do preço do leite. A ministra disse que a solução está sendo estudada pelo ministério e prometeu dar retorno sobre o tema para os parlamentares até o fim do mês.

Cúpula da biodiversidade

A ministra da Agricultura destacou, por fim, a necessidade de os países da América do Sul pensarem em uma mensagem única da região para a Cúpula dos Sistemas Alimentares, que será promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU), em setembro deste ano. “É uma cúpula que muito nos preocupa, porque um dos temas que estão lá colocados é a diminuição na alimentação da proteína animal, de carne de boi”, ressaltou.

De acordo com Tereza Cristina, a produção pecuária é essencial para a economia brasileira e de outros países da América do Sul, como Argentina, Paraguai e Uruguai. “A Europa quer impor o seu sistema para o resto do mundo”, opinou.

*Da Agência Câmara de Notícias

 

Em transmissão ao vivo nas redes sociais nessa quinta-feira (10), o presidente Jair Bolsonaro prometeu que após as eleições das mesas diretoras do Senado e da Câmara irá reeditar a medida provisória sobre a regularização fundiária, que caducou neste ano. Um texto sobre o assunto foi enviado pelo governo no fim de 2019, mas sem acordo no Legislativo, perdeu a validade.

"Mudando a mesa, que vai ser em 1º de fevereiro do ano que vem, nós vamos reapresentar aquela medida provisória da regularização fundiária, onde, como na anterior que caducou, todos os proprietários poderão ser atingidos positivamente por essa medida", afirmou. Na Câmara, o governo apoia a candidatura de Arthur Lira (PP-AL), líder do Centrão.

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O secretário de Assuntos Fundiários, Nabhan Garcia, participou da live desta quinta-feira e afirmou que a MP foi "assassinada" no Congresso. Também participaram da transmissão ao vivo Geraldo Melo, presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e o recém-nomeado ministro do Turismo, Gilson Machado.

"A medida provisória foi infelizmente assassinada de uma forma cruel", disse o Nabhan. O texto foi alvo de críticas no parlamento e ficou conhecido como "MP da Grilagem". Em fevereiro, o governo chegou a editar uma portaria que definiu as normas e os procedimentos para a regularização fundiária urbana em áreas da União. Sem acordo, contudo, em maio a MP foi retirada de pauta e passou a tramitar como projeto de lei na Câmara.

A regularização foi defendida por Nabhan que também destacou o número "zero" de invasões de terra no governo Bolsonaro. "Esse governo não negocia com invasor de propriedade e o governo do presidente Bolsonaro não desapropria propriedade invadida", disse. O secretário comparou movimentos como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) a organizações criminosas. "Quem promove invasão de propriedade e o terrorismos no campo são fora da lei", acrescentou.

Na transmissão ao vivo, Bolsonaro citou ainda que governos anteriores fizeram repasses a entidades ligadas ao MST e que isso acabou em sua gestão. "O pessoal reclamou ah mas tem boas entidades. Lamento. É igual quando faz quimioterapia, tem célula boa que é atingida. Mas, para salvar o corpo tem que fazer quimioterapia. E nós fizemos quimioterapia aqui no Brasil na questão do MST, está lá embaixo o MST", declarou.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou na noite desta quinta-feira, 19, que vai buscar a regularização fundiária no País novamente por meio de Medida Provisória em 2021. De acordo com o líder do Planalto, essa seria uma maneira de combater o desmatamento ilegal.

O Planalto chegou a apresentar MP sobre o tema neste ano, mas ela não foi apreciada pelo Congresso e caducou.

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"Com a regularização, qualquer desmatamento você iria saber a qual CPF pertence a terra", afirmou Bolsonaro durante live nas suas redes sociais. Ele estava ao lado do ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça, e do delegado da Polícia Federal Alexandre Saraiva. "Se não houver regularização fundiária, estaremos sempre atrasados e sem conseguir responsabilizar os criminosos", completou Mendonça.

A estratégia de fazer a regularização fundiária por MP, segundo o presidente, seria a dificuldade de aprovar a pauta no Congresso Nacional por meio de projeto de lei. "É muito difícil aprovar nesse sentido. Tem muito interesse lá que fala mais alto, fui parlamentar por 28 anos, sei como é", completou Bolsonaro. "A quem está importando, também não interessa a regularização fundiária"

Acidentes de trabalho

O líder do Planalto ainda fez um comentário sobre acidentes de trabalho. "Acontecem quando há acomodação, quando você deixa de tomar todos os cuidados. Aí vai lá e perde um dedo", declarou Bolsonaro, movimentando um dedo mínimo da mão esquerda, em referência indireta ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Foi publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira (10) uma Portaria que declara o interesse do serviço público sobre dois imóveis do Recife para fins de regularização fundiária em favor de 192 famílias que vivem na Comunidade do Pilar, localizada na região central da capital pernambucana. 

Um dos imóveis, situado à Rua do Brum nº 46, tem no Bairro do Recife, tem  1.863,25m² e está situado em área de marinha. O outro está localizado na Rua Bernardo Vieira de Melo, Bairro do Recife, também em terreno de marinha, e ocupa uma área de 1.863,25m². 

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De acordo com a Portaria nº 18.133, a Superintendência do Patrimônio da União no Estado de Pernambuco dará conhecimento da decisão à Prefeitura Municipal do Recife acompanhado dos respectivos memoriais descritivos das áreas às quais ela se refere. A medida já está em vigor. 

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--> MP autoriza prorrogação de 27 contratos do Incra até 2023

Medida Provisória publicada na noite desta terça-feira (28) pelo governo federal autoriza a prorrogação de contratos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) até 2023. Em nota, a Secretaria-Geral da Presidência da República esclarece que a medida auxilia o processo de regularização fundiária em áreas rurais na Amazônia Legal.

Serão prorrogados 27 contratos até o dia 28 de julho de 2023. Essa extensão do prazo é aplicável aos contratos firmados a partir de 2 de julho de 2014, vigentes até hoje.

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"A prorrogação de 27 contratos vai garantir a continuidade das ações e esforços do Incra para mitigar o passivo de regularizações pendentes, razão pela qual se torna necessário o adiamento desses acordos, por tempo determinado, até 28 de julho de 2023. Estima-se com esse ato impacto orçamentário-financeiro de aproximadamente R$ 6,7 milhões para o período", diz a nota da Secretaria-Geral.

Ainda de acordo com a nota, "com mais de 60 mil ocupações rurais georreferenciadas na região, o Incra tem uma demanda de aproximadamente 26 mil interessados por regularização de terras, o que aumentou significativamente o volume de trabalho do Instituto".

Participantes de reunião técnica na Câmara, nesta segunda-feira (18), sobre o projeto de regularização fundiária (PL 2633/20) que está na pauta do Plenário desta quarta defenderam a ampliação dos limites de terras previstos no texto por considerar que os médios e grandes proprietários rurais estão sendo discriminados.

Os deputados que participaram do debate se dividiram entre os que apoiam a MP do governo e os que acreditam que o projeto é um avanço. Mas há os que não acham o assunto relevante durante este período de pandemia.

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O projeto foi apresentado pelo deputado Zé Silva (Solidariedade-MG), relator da Medida Provisória 910/19, que perde a validade nesta terça-feira (19) sem ter tido acordo para sua votação.

O secretário de Assuntos Fundiários do Ministério da Agricultura e Pecuária, Nabhan Garcia, disse que o apelido dado à medida provisória, de MP da Grilagem, faz parte de um discurso “bolivariano”.

Já o deputado Marcelo Ramos (PL-AM), relator da nova proposta, disse que estranhou a crítica do governo, que, segundo ele, mostrou-se favorável à substituição da MP na semana passada. Ramos afirmou que o projeto vai regularizar propriedades de até 6 módulos fiscais, o que corresponde a 92% do total.

Ele lembrou que a ideia é permitir que esses terrenos possam ser regularizados por autodeclaração e sensoriamento remoto. Terrenos maiores poderão ser regularizados, mas passarão por vistoria presencial, que é a regra antiga.

“Estes 92% significam 47% da área em processo de regularização; enquanto os 8% que sobram, acima de seis módulos fiscais, representam 53% da área. Sob a lógica do tamanho de área regularizada, talvez seja tímido, mas sob a ótica do ser humano, do trabalhador rural, daquele que precisa da titulação da terra para ter acesso ao crédito, para ter acesso à assistência técnica, para ter a quem cobrar pela recuperação das suas vicinais para retirar a produção, nós estaremos, com a aprovação do PL 2633, atendendo 92% dessas pessoas”, justificou.

Nabhan Garcia afirmou, porém, que as regras devem ser iguais para todos e que a Constituição permite a regularização de terras públicas até 2.500 hectares. Isso daria uma média de 50 módulos fiscais, segundo ele. O módulo fiscal varia de 5 a 110 hectares.

“Nós não estamos aqui para regularizar grileiro de terra, não. Grileiro está na mente dos bolivarianos, daqueles que perderam a eleição e não souberam perder. Daqueles que seguem o bolivarianismo da Venezuela. Falta de respeito, de consideração com famílias que perderam até entes queridos quando foram enfrentar o Norte do Brasil", rebateu o secretário.

Nabhan Garcia foi acompanhado em sua defesa pelo ex-deputado Aldo Rebelo e por Muni Lourenço, representante da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil. Ambos disseram que os agricultores estão injustamente sendo ligados à grilagem e ao desmatamento. Rebelo, que relatou na Câmara o novo Código Florestal, fez uma comparação, dizendo que ninguém faz regra para bancos tirando o Itaú e o Bradesco. Ele defendeu o aumento do limite do projeto para dez módulos fiscais na Amazônia Legal porque o Código Florestal só deixa utilizar 20% do terreno na região.

Incentivo a irregularidades

Raoni Rajão, professor da Universidade Federal de Minas Gerais, elogiou as mudanças do projeto e disse que a MP incentivou várias irregularidades como terras sendo vendidas na internet:

“É possível ver que existe uma tendência grande de definir grandes conjuntos de áreas, que têm características de serem do mesmo imóvel, parceladas em blocos de 15 módulos fiscais. Já talvez esperando uma facilitação. É comum também observar Cadastros Ambientais Rurais que indicam a existência de um imóvel com dois registros do Incra dentro deste mesmo imóvel, o que não seria possível.”

A opinião do professor da UFMG foi semelhante à de Elias D'Angelo Borges, representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag).

O texto do projeto também beneficia apenas os proprietários que estavam no imóvel até 2008 e não 2014, como prevê a MP.

*Da Agência Câmara de Notícias

 

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, voltou hoje a defender a Medida Provisória (MP) nº 910, da regularização fundiária. "Vai dar a modernização e segurança que queremos para esse assunto que é tão sensível e que mexe com a vida principalmente de pequenos produtores rurais no Brasil todo", disse ela em audiência pública da Comissão Mista do Congresso Nacional que analisa a MP, conforme nota distribuída pela pasta.

Segundo a ministra, a vistoria remota prevista na MP não significa que todos os pedidos de propriedade de terra serão aprovados. "Aqueles em que houver qualquer dúvida na documentação ou sobreposição de imagens, o processo será colocado de lado e vai precisar de uma análise mais apurada", afirmou.

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De acordo com o Ministério, a MP da Regularização Fundiária deve beneficiar cerca de 300 mil famílias instaladas em terras da União há pelo menos cinco anos. A área média dos terrenos a serem regularizados é de 80 hectares, considerados pequenas propriedades. Além de toda a documentação necessária para a regularização, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) utilizará ferramentas de georreferenciamento e sensoriamento remoto para concluir processos de titulação, garantindo eficiência na análise de documentos e rigor no cumprimento de normas fundiárias e ambientais.

A ministra disse que espera que os deputados e senadores possam melhorar a proposta apresentada pelo governo. "Se a MP tem algum defeito, essa é a função dos parlamentares, que conhecem seus estados, melhorar o texto."

A Prefeitura de Guarulhos iniciou o processo de regularização fundiária da ocupação Anita Garibaldi, localizada no bairro Ponte Alta. De acordo com a administração municipal, o primeiro passo será a ligação da rede de abastecimento de água e a instalação de iluminação nas ruas.

A ocupação surgiu em 2001 em uma área de 250 mil metros quadrados e hoje reúne 1.850 famílias. O projeto prevê, na primeira fase, a regularização documental de 1.339 famílias. Os demais moradores deverão ser beneficiados na segunda fase, mas a prefeitura não informou a data prevista.

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O governo municipal informou também que por considerar a regularização da ocupação uma das prioridades habitacionais de Guarulhos, inscreveu o projeto no Programa Estadual de Regularização de Núcleos Habitacionais Cidade Legal, cujo convênio com o governo do estado foi realizado em janeiro deste ano. O objetivo é viabilizar a ação por meio de cooperação técnica na área de documentos e infraestrutura.

O diretor de Assuntos Fundiários da Secretaria de Habitação, Paulo Kenkiti, afirmou que “com a participação do governo estadual teremos mais agilidade em nosso cronograma de obras”.

Com a voz falhando em alguns momentos, o presidente Michel Temer disse na tarde desta terça-feira, 11, que tem orgulho de presidir o Brasil e de "ter feito tanto pelo País como não se fez nos 20 anos passados".

Aplaudido por uma claque de moradores do Distrito Federal, onde o Programa Nacional de Regularização Fundiária lançado nesta tarde terá grande impacto, e que gritava "Fica, Temer!", o presidente agradeceu aos parlamentares que expressaram sua indignação contra as "injustiças" ditas ontem na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na Câmara.

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Nesta segunda-feira, 10, foi apresentado na CCJ parecer do relator Sergio Zveiter (PMDB-RJ) favorável à aceitação da denúncia de corrupção passiva contra Temer.

"Para não dizer que não falei de flores, quero agradecer enormemente àqueles que no dia de ontem usaram da sua palavra, da sua oratória, da sua emoção e mais particularmente da sua indignação contra o que ouviram ontem na comissão", afirmou. "Uma indignação contra uma 'injustiça contra o País'."

Temer acrescentou que estará "obediente" ao que a Câmara decidir. "Mas não vamos tolerar que paralisem o País", disse.

O panorama da regularização fundiária no país após aprovação da Medida Provisória 759, que trata das construções em áreas urbanas informais como favelas e condomínios irregulares , será tema de um debate, nesta segunda-feira (10), promovido pelo  Instituto Teotonio Vilela de Pernambuco, entidade de formação do PSDB. A discussão sobre a popular "PEC da laje" será às 18h30 na sede do partido, no Derby.

O consultor jurídico do ministério das Cidades, Rodrigo Numeriano, vai detalhar o assunto. O debate terá o líder do PSDB na Câmara do Recife, vereador André Régis, como mediador e deve contar também com participação de representantes da OAB-PE, do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura e do Sindicato da Construção Civil. 

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As mudanças da lei também valem para imóveis em áreas consideradas rurais, desde que o núcleo tenha destinação urbana. A novidade que traz a Medida Provisória é o direito de laje. Trata-se da permissão para construção de mais de uma unidade habitacional na mesma área. Pelo texto, o “direito de laje” envolve o espaço aéreo ou o subsolo de terrenos públicos ou privados tomados em projeção vertical com unidade imobiliária autônoma.

O Opinião Brasil desta semana traz um debate sobre a regularização fundiária no Recife e na Região Metropolitana. Participam do debate o apresentador do programa, Alvaro Duarte, a assessora especial da Secretaria de Controle Urbano e Desenvolvimento e Obras da Prefeitura do Recife, Paul Mendonça, além de Daniela Rodrigues, assistente social do Centro Dom Helder Câmara de Estudos e Ação Social (Cendhec).

De acordo com Paula Mendonça, 15% do território recifense é constituído por moradias ilegais, ou seja, que foram construídas sem a devida posse da terra. A maioria delas estão em zonas periféricas e em situações precárias, como áreas de risco. Na conversa, a assessora explica que a regularização fundiária na cidade acontece por meio de programas como o Minha Terra.

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Já Daniela Rodrigues fala sobre o déficit habitacional do Recife, que gera uma grande demanda pela legalização da posse da terra. “A população não tem conhecimento de que tem direito a moradia digna”, afirma. Hoje, cerca de 2,5 mil ações de usucapião estão em curso em sete comunidades da cidade e o Cendhec auxilia os moradores dando suporte e orientação para que a regularização aconteça.

O Opinião Brasil é produzido pela TV LeiaJá e exibido toda segunda-feira aqui, no portal LeiaJa.com.

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