Tópicos | Residencial Eldorado

 

Um aura de tristeza no Residencial Eldorado, no bairro do Arruda, toma conta dos poucos moradores que ainda restam no local. Vários caminhões disponibilizados pela Prefeitura do Recife (PCR) estão auxiliando a retirada dos pertences das famílias nesta quinta-feira (13), penúltimo dia para desocupar os apartamentos.

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A dona de casa Vandeíusa de Moura ainda custa a acreditar no ocorrido. Para ela, que construiu parte da vida há 17 anos, desde que o residencial foi entregue, a tristeza é grande. "Ainda não caiu a ficha pra mim. Ver minha família ter que sair, ver os meus vizinhos que eu tanto me dava bem. É muito difícil lidar com essa tragédia, só quem sabe é quem passa", lamenta a senhora, que tira os poucos móveis que ainda restam no bloco C1.

Muita gente encontrou dificuldade para achar casas. A professora Ana Cristina Souza também reside no Eldorado há 17 anos e o problema foi achar um local com preço acessível. "O menor preço que achei foi R$ 750. Ainda assim, está muito caro para nós que não tínhamos essa despesa, né? Além do mais, não recebemos  auxílio moradia. Fica difícil arcar com tudo isso de uma hora pra outra", conta a moradora também do C1.

Elissandra da Silva, que reside no D2, disse que até esta sexta (14), ela vai conseguir tirar tudo do apartamento. "Graças a Deus achei uma casa. Cara, mas achei, em torno de R$ 800. Até amanhã, não virei mais aqui, deixando tudo pra trás. É uma sensação horrível", afirmou.

A Defesa Civil está no local para auxiliar os moradores. O órgão informou que até ontem (12), 133 famílias desocuparam o residencial. Hoje (13), mais 23 mudanças estão agendadas e amanhã (14), mais 23 famílias saem do local.

Ao todo, incluindo o bloco A1, A2 e com os agendamentos, 195 residentes terão saído até o último dia do prazo estabelecido pela Defesa Civil, que disse ainda que outras mudanças estão sendo realizadas por conta própria. A contagem de desocupação dos 224 moradores só poderá ser feita no fim desta sexta (14).



A Câmara do Recife criou, na tarde desta segunda-feira (3), a Comissão Especial para acompanhar a desocupação dos moradores do Residencial Eldorado, localizado no Bairro do Arruda. O habitacional, que tem 14 prédios e 224 apartamentos, foi interditado pela defesa civil por se encontrar em situação de risco, podendo desabar a qualquer momento.

A comissão também vai fiscalizar a situação dos 200 prédios 'caixão' nas cidades do Recife, Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Paulista e Camaragibe em situação de risco e poderão ser evacuados. O Ministério Público também deverá ajuizar ação pública contra a Caixa Econômica para que as respostas sobre a situação dos desses edifícios sejam agilizadas.

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O vereador líder do governo, Gilberto Alves (PTN), lembrou a visita que os parlamentares fizeram na última sexta-feira (31) ao residencial Eldorado. Na ocasião, ele destacou a ida do prefeito Geraldo Júlio (PSB) a Brasília para pedir providências à Caixa Econômica Federal sobre o auxílio-aluguel que será pago às famílias.

“A prefeitura tomou todas as providências necessárias, disponibilizou caminhões para mudanças, colocou equipes de psicológos e outros profissionais no local, além do empenho do prefeito. A Comissão Especial vai trazer outros atores para discutir o assunto, incluindo os outros prédios em situação de riscos, que são muitos”, comentou Gilberto Alves.

Já o vereador Amaro Cipriano Maguari (PSB) destacou ter visitado três conjuntos residenciais desocupados que foram financiados pela Caixa e os moradores desse lugares recebem valores diferentes para o auxílio-moradia, variando de R$ 400 a R$ 800. Ele sugeriu que o valor seja unificado.

Representantes do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), da Prefeitura do Recife e da Câmara dos Vereadores se reuniram com uma comissão de moradores do Conjunto Residencial Eldorado nesta segunda-feira (3). A audiência foi solicitada para que o prefeito Geraldo Julio entregasse ao procurador-geral de Justiça, Agnaldo Fenelon, um ofício relatando todo o ocorrido desde as primeiras rachaduras no bloco A1, no dia 24 de maio.

“Na última sexta-feira fui a Brasília pedir a Caixa Econômica que desempenhasse administrativamente o auxílio aluguel para essas famílias. Lá eu recebi a informação de que em outros casos isso só aconteceu com decisões judiciais. Por isso viemos pedir a atuação do MPPE nessa ação”, explicou o prefeito Geraldo Julio.

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Durante a reunião, o procurador-geral de Justiça adiantou que entrará com ação civil pública em favor dos moradores, num prazo de 48 horas. “Estamos aguardando documentos, como os contratos de financiamento, para cobrar da Caixa Econômica a responsabilidade dela dessa tragédia. Vamos pedir liminarmente, de imediato, pelo menos o auxílio aluguel”, afirmou.

Agnaldo Fenelon também revelou que ingressará uma ação contra as seguradoras. “Essa situação é grave e vergonhosa. Construtores que fazem esses prédios só pensando no lucro. Para essas pessoas, não tem outro caminho a não ser processá-las criminalmente para que elas respondam na cadeia”.

Todas as medidas tomadas pelo MPPE foram acompanhadas atentamente por representantes das 224 famílias do Conjunto Eldorado. Ainda atordoado, o técnico em enfermagem, Francis Herbert, chegou a dizer que não sabia se seria possível deixar o imóvel, que divide com a família, no prazo de 15 dias, estipulado pela Defesa Civil na última quinta-feira (30).

“São muitos fatores acontecendo ao mesmo tempo. Por conta dessa tragédia houve uma especulação imobiliária nos arredores do Arruda que elevaram os preço dos imóveis. Se não houver uma ajuda imediata de aluguel, eu e minha família não vamos sair para debaixo de uma ponte ou para um abrigo”.

A respeito da audiência, Francis afirmou esperar que todos os órgãos envolvidos se empenhem para solucionar o problema dos moradores do condomínio. “O MPPE como guardião das leis precisa convocar todos os responsáveis, porque até agora só os moradores estão sendo culpados”.

Os vereadores do Recife visitaram na manhã desta sexta-feira (30) o conjunto residencial Eldorado, localizado no Bairro do Arruda, na intenção de acompanhar os trabalhos da Prefeitura na desocupação dos apartamentos. O habitacional que tem 14 prédios e 224 apartamentos foi interditado pela defesa civil, pois se encontrava em situação de risco podendo desabar a qualquer momento.

Na ocasião, o vereador e líder do governo, Gilberto Alves (PTN) ressaltou a importância do parlamento recifense de estar perto dos moradores neste momento delicado para assegurar toda a assistência que será prestada pela poder público.

A prefeitura disponibilizou transporte, assistente social, psicólogos, engenheiros e arquitetos para a mudança das famílias, além de solicitar por meio de um ofício o apoio e a assistência necessária e de responsabilidade do Ministério Público e da Caixa Econômica Federal.  

Medo. Essa é a palavra que mais define os moradores do Residencial Eldorado, localizado no bairro do Arruda após a condenação do imóvel, por risco de desabamento, que tirou 16 famílias às pressas do bloco A1 e interditou o A2 na manhã da última sexta-feira (24). Na manhã desta segunda (27), técnicos da Defesa Civil visitaram outros blocos para verificar o estado dos apartamentos.

No bloco C2, onde Simone Melo mora desde 1996, quando foi inaugurado o residencial, várias rachaduras são encontradas na parte externa do apartamento dela. “Tá vendo isso aqui? Como é que os técnicos dizem que não tem problema? Essas fissuras todas que qualquer um vê, mas não percebe além disso. São vidas colocadas em risco, gente. É uma aflição todo santo dia”, lamentou a funcionária pública.

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“Estamos preocupados demais. Até a saída do laudo, que será daqui a 15 dias, vamos dormir mal todas as noites. A vistoria que eles fazem é a olho nu, só isso. Eu nunca fiz reforma nenhuma na minha casa pra que não tivesse um problema como esse do A1, que também não tinha nada aparentemente e acontece esse desastre”, afirmou a aposentada Elisabeth Santana, moradora do bloco D1 há 17 anos. 

A também residente do local pelo mesmo período, Evânia Sobral vai vender o apartamento caso não tenha nenhum problema no laudo. “Caso não dê problema, eu vendo mesmo. Se chove, a gente fica com medo, se tem barulho, também... Isso é vida?”, indagou.

A espera agora é pelo laudo que os técnicos irão divulgar nos próximos 15 dias, como disse a aposentada Elisabeth. Até lá, a aflição dos moradores vai persistir e eles esperam que alguma medida seja tomada. "Houve uma condenação em 2007 e cadê que nos avisaram? O nosso nunca teve estralo, mas vai precisar que alguém se acidente para ter algo rápido? É muito triste", relatou a comerciante Maria Inês.

 

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Depois do desespero dos moradores, a hora é retirar os pertences de dentro dos blocos do Residencial Eldorado, localizado no bairro do Arruda, na Zona Norte do Recife. Apenas as pessoas que moram no A2 estão podendo tirar as roupas e documentos do apartamento. O bloco A1 ameaça desabar depois de vários estrondos ocorridos na manhã desta sexta-feira (24) e está impossibilitado de receber a entrada dos moradores.

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Muita gente ainda lamentava a saída do local. “Estou aqui há 17 anos e pensei que tudo já estivesse caindo, porque o barulho foi muito grande. Mas graças a Deus eu, meu marido, três filhos e mãe conseguimos sair antes que acontecesse alguma coisa. Fico muito triste em ter que retirar tudo isso, depois de tantos anos morando aqui”, relatou a moradora Conceição Souza.

De acordo com o advogado que auxilia os moradores, André Gouveia, toda a documentação que comprova que o imóvel pertence a população do local está sendo organizada para que eles recebam a indenização. “Nós sabemos que, principalmente aqueles do blocos do A1, terão que ter um valor para pagar um aluguel, pois os apartamentos estão todos abalados. A SulAmérica através da Caixa vai pagar isso a eles. Isso já está garantido”, relata.

 Ainda segundo o advogado, terá que ser feita uma reestruturação nos outros blocos no valor R$ 50 mil por apartamento. "Eles serão sim ressarcidos de  todo o prejuízo", completa.

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