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*Com Guilherme Gusmão

A eminente reforma ministerial no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem gerado expectativas, articulações e reações de bastidores. Um dos partidos que deve passar a integrar a gestão petista é o Republicanos, que se divide entre a afeição a Lula – com a visibilidade de comandar um ministério - e a fidelidade ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Da ala mais petista, o nome do Republicanos já certo para ingressar no primeiro escalão é o do deputado federal pernambucano, Silvio Costa Filho.

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Divulgação/Assessoria de Imprensa

Silvinho, como é conhecido por ter o mesmo nome do pai e ex-deputado federal Silvio Costa – inclusive, um ferrenho defensor de Lula e da ex-presidente Dilma Rousseff, já foi até anunciado pelo ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, como futuro colega de governo, mas tem se mantido em silêncio ao ser questionado sobre as articulações para a concretização da aliança.

Uma fonte republicana ouvida pelo LeiaJá, porém, confirmou o andamento das conversas e ponderou que Lula e o deputado federal e presidente nacional do Republicanos, Marcos Pereira, vão alinhar os detalhes do acordo. Do lado do partido do Centrão, um dos planos de fundo para a discussão está a pretensão de Pereira de concorrer ao comando da Câmara dos Deputados.

No Republicanos, informações de bastidores dão conta de um consenso diante do nome de Silvinho e uma soma de cerca de 30 votos já favoráveis ao governo Lula, de uma bancada de 41 deputados federais. O desafio, porém, é “desenhar a engenharia”, como já chegou a declarar o líder do Governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA).

Essa engenharia diz respeito também a qual ministério será ocupado por Silvio Filho. Nas conversas internas no Republicanos, o que está “mais engatilhado” é o de Esportes, hoje comandado pela campeã olímpica Ana Moser. Também estão na lista as pastas de Ciência e Tecnologia, comandada pela pernambucana Luciana Santos (PCdoB), e dos Portos, de Márcio França (PSB).

Governabilidade

Segundo o cientista político Rodolfo Marques, a principal contribuição que a sigla pode trazer para o governo Lula é “uma base parlamentar nas votações do Congresso”, algo que já é mencionando nos bastidores políticos quando o assunto é governabilidade.

“Lembrando que o Centrão é a principal força. O grupo liderado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, tem que dar as cartas, principalmente na questão da formação de maioria. O governo não tem maioria, a partir dos partidos que estão lá no seu apoio. A oposição também não tem maioria, no caso, os partidos mais ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro”, afirma.

O especialista aponta que o partido “não vai fechar posição com o governo”, principalmente por ser um partido que tem vários integrantes ligados à oposição. No entanto, mesmo com as adversidades, esse cenário irá ampliar potencialmente a base parlamentar da atual gestão que terá um membro do Republicanos ocupando mais espaço nas Esplanada dos Ministérios.

“Eu acredito que o partido fica no meio do caminho, haverá parlamentares que ganharão com essa adesão ao Governo e outros que perderão espaço em seu discurso de oposição. Depende muito do prisma e da maneira como essas relações serão estabelecidas”, pontuou o cientista político Rodolfo Marques, ao considerar o Republicanos como um partido heterogêneo.

Ricardo Stuckert/PR

Resistências

O tensionamento maior é com a ala bolsonarista do partido e diante das pautas de costume, já que o Republicanos é uma legenda majoritariamente conservadora. Na semana passada, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, já se colocou contrário à aliança – apesar de tentar manter uma relação saudável com o governo Lula.

Freitas chegou a cogitar um desembarque do partido caso seja oficializado o ingresso na gestão petista e foi direto ao confirmar a contrariedade. “Sou contra. Não gostaria de ver o meu partido fazendo parte da base do governo", disparou durante evento em São Paulo, nessa quinta-feira (10).

Outra protagonista que pode ser um empecilho nesta articulação é a senadora Damares Alves, ex-ministra de Bolsonaro e amiga de Michelle. Contudo, a fonte ouvida pelo LeiaJá, apontou que a bolsonarista não tem demonstrado que criará dificuldades. Recentemente à coluna Painel, da Folha de São Paulo, a senadora disse que o “partido tem postura equilibrada e serena, não de gritar e berrar. Não mudaremos essa atitude mesmo se o Silvinho for para o governo”.

Marcos Corrêa/PR

Já diante da visão dos Bolsonaro, o Republicanos já tem ganho outro aspecto. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) disse considerar a legenda de esquerda.

"Eu avalio hoje que o Republicanos é um partido de esquerda", afirmou o filho 03 do ex-mandatário no fim da semana passada, pontuando que a sigla se alinha a um governo que coloca "adiante todo tipo de pauta que é contrária aos ensinamentos bíblicos".

"Não dá mais para dizer que o Republicanos é um partido que se atenta com relação a essas pautas que eu acredito ser o desejo dos cristãos", ponderou. O Republicanos é ligado à igreja Universal do Reino de Deus.

Mesmo com essas declarações feitas por esses parlamentares, o cientista político Rodolfo Marques acredita que o movimento contrário a adesão e a participação de bolsonaristas na sigla não atrapalharão os planos do Planalto “porque Lula tem conseguido conduzir o governo a partir dos seus interesses”, e a partir das suas perspectivas de gestão.

“Claro que fazem aquele enxame, fazem aquela brigalhada, muitas vezes voltada para as mídias e para as redes sociais, como o senador Marcos Duval que agora está afastado, o Nikolas Ferreira, que foi o deputado mais votado ali do PL de Minas Gerais. Então eles denotam um despreparo muito grande, mas considerando a participação do governo, no caso, aqueles parlamentares ligados ao Bolsonaro ou políticos ligados ao Bolsonaro que estão no governo, não acredito que vão atrapalhar o Planalto”, disse o especialista.

 

Dezenas de jovens de bairros periféricos da Região Metropolitana de Belém estarão reunidos no sábado (14), das 8 às 19 horas, na Fundação Curro Velho, durante o III Encontro das Juventudes Amazônidas. Promovido pelo Instituto Universidade Popular (Unipop), por meio do projeto Agência de Jovens Comunicadores da Amazônia, o evento vai debater, refletir e compartilhar vivências sobre as resistências juvenis na Amazônia. A inscrição para participar do evento, que é gratuito, pode ser feita no blog da Agência.

“Uma juventude diversa que esse ano vai trazer como debate principal a luta contra o sistema que tenta desmobilizar e silenciar as juventudes que são marcadas pelas suas diversidades e pluralidades, racializando, objetificando e criminalizando seus corpos”, conta Naiane Queiroz, educadora social e responsável pela Agência Jovens Comunicadores da Amazônia.

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Temas como feminicídio, LGBTIfobia, extermínio da juventude negra, as lutas dos guardiões da floresta, entre outros debates, serão abordados durante o encontro que vai encerrar com uma programação cultural diversificada. Uma representação de jovens indígenas da etnia Guajajara, que no último período tem sofrido com políticas genocidas, também participará do Encontro.

“Essa atividade é um evento de grande importância, por ser a culminância dos processos vividos durante o ano e também por agregar muitas juventudes da UNIPOP e de outros grupos e coletivos, que manifestam seus anseios, urgências, fazem suas denúncias e propõem ações que atendam às suas necessidades”, afirma Patrícia Cordeiro, coordenadora das ações com juventudes da UNIPOP.

A Agência Jovens Comunicadores da Amazônia surgiu a partir da execução do Projeto Jovens Comunicadores da Amazônia. Adolescentes e jovens da Região Metropolitana de Belém participaram do curso de comunicação popular, vivenciando processos de mobilização a partir de atividades de incidência política e produção de conteúdos para a internet, redes sociais, blogs, sites etc. É formada a partir de grupos de jovens que vivenciaram processos na Unipop e de entidades parceiras como o Coletivo Tela Firme, Jovens + Pará, Coletivo de Juventude do Centro de Estudos e Defesa do Negro no Pará (CEDENPA), estudantes de comunicação, jornalistas e educadores populares. Conta com a parceria e apoio do Fundo Brasil de Direitos Humanos e Ação Mundo Solidário (ASW).

Serviço

III Encontro das Juventudes Amazônidas.

Data: 14 de dezembro. Hora: Das 8 às 19 horas.

Local: Fundação Cultural Curro Velho – Rua Prof. Nelson Ribeiro, 287, Telégrafo.

Link para inscrição: https://bit.ly/38tT0nr

Evento gratuito

CONFIRA A PROGRAMAÇÃO COMPLETA:

08:00h- Credenciamento, Café da manhã e momento musical.

09:00h- Abertura: Boas vindas (Falas institucionais)

09:15h - Mesa 1: Juventudes e perspectivas de enfrentamentos na Amazônia

10:15h - Diálogo com juventudes.

11:15h - Apresentação dos vídeos sobre a Agência e enquete sobre feminicídio

11:45h - Mesa 2: Saúde mental (ansiedade, depressão, auto mutilação, suicídio)

12:10h (Diálogo)

12:45h - Almoço

14:00h- Volta do almoço

14:15h - Atividade de grupo: Rodas Temáticas

1- Comunicação Popular

2- Arte, cultura e diversidade.

3- Empregabilidade (Formal e informal)

4- Masculinidades e Feminilidades no contexto de violências (Empodera)

5- Ativismo

15:45h- Compartilhamento da vivência da roda temática

16:15h- Apresentação do vídeo da turma de comunicação e a certificação.

17:00h- Agradecimento e Informes

ATRAÇÕES CULTURAIS:

17:20h- Cultural

17:20h - Richard

17:30h - Jennie Marks

17:40h - Slam Dandaras

18:00h - Duas irmãs: Mazikeen e Athenas

18:20h - Well Rodrigues (Free Step)

18:30h - Grupo Ariru tupã PA

19:00h- Encerramento da Cultural

Por Vivianny Matos, da assessoria do evento.

Muito se diz que o futebol é o esporte mais popular do mundo devido à facilidade de praticá-lo. Basta pintar quatro linhas em uma praça, colocar duas barras em lados opostos e ceder uma bola para que a magia aconteça. Foi assim que um grupo de movimentos sociais atraiu mulheres, homens e crianças à Praça da Independência, no centro do Recife, na tarde deste sábado (16).

Intitulado Copa das Resistências, o evento promoveu uma “pelada” inclusiva e debate o funcionamento da Copa do Mundo da Fifa, tudo de frente à Ocupação Marielle Franco, administrada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). 

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“Além dos jogos, a gente está trazendo uma roda de diálogos a respeito do papel do futebol como instrumento político de transformação social e participação coletiva. Um dos tópicos é a Copa de 2014, que trouxe uma série de remoções de famílias para obras de infraestrutura que nem sequer foram executadas”, ressalta Felipe Cavalcante, membro do MTST. Apesar disso, segundo Felipe, a iniciativa não tem caráter contrário à realização da Copa do Mundo. “Não é anticopa. A gente chegou num momento em que muitas pessoas estão enxergando o futebol como instrumento de grupos conservadores, embora ele se trate de um espaço extremamente democrático, que deve ser disputado”, comenta.

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Responsáveis pelas oficinas de técnica futebolística, as Coralinas, torcedoras feministas do Santa Cruz, celebraram a participação de mulheres nos jogos, sempre mistos. “Não é toda mulher que tem acesso ao futebol desde cedo, como a maioria dos homens. Isso se reflete, por exemplo, em uma grande timidez delas durante os jogos. A tarde de hoje é importante no sentido de estimular a prática esportiva entre elas, além de integrá-las”, afirma Maiara Melo, uma das torcedoras envolvidas nas dinâmicas. 

Pierre de Lima Filho, da Democracia Santacruzense, defende que o movimento social que surge das arquibancadas e aqueles que partem de outras demandas sociais são uma coisa só. “O futebol, por muito tempo, foi tido como um espaço despolitizado. A gente quer atacar essa perspectiva dentro e fora do Santa Cruz, fazendo a disputa da sociedade, porque as políticas de segurança geralmente atingem um perfil social estigmatizado: o jovem negro de periferia que faz parte das torcidas organizadas. Muitas de nossas pautas fazem com que a gente esteja vinculado a outros movimentos sociais “, conclui.

O evento inclui ainda mais três etapas. As duas últimas serão realizadas na Ocupação Carolina de Jesus, no Barro, Zona Oeste do Recife, onde será realizado um mutirão para a construção do campo onde será disputada a final. 

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 Donativos

O MTST também recolheu donativos para as famílias da Ocupação Marielle Franco. O Movimento pede fralda, leite, material de higiene pessoal, material de limpeza, colchão, corda para pular, giz, sacos grandes de lixo e brinquedos para a creche da comunidade. 

Programação da Copa das Resistências: 

16/06 (1ª Etapa)

Ocupação Marielle Franco, Praça da Independência, Santo Antônio

14h

23/06 (2ª Etapa)

Comunidade do Bode, Boa Viagem

 10h

08/07 (Mutirão Campinho Carolina de Jesus)

Ocupação Carolina de Jesus, Barro

8h

14/07 (Grande Final e Inauguração do Campinho Carolina de Jesus)

Ocupação Carolina de Jesus, Barro

10h

As cúpulas de PT e PSDB enfrentam resistências em suas bancadas no Congresso quanto à orientação para as eleições das Mesas Diretoras da Câmara e do Senado. Essas divergências, em especial a dos deputados tucanos, são tidas como decisivas para as votações de amanhã.

A sinalização de parte dos tucanos em abandonar a candidatura ao comando da Câmara de Júlio Delgado (PSB-MG) levou o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), a entrar em campo para tentar diminuir a debandada de correligionários.

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Ontem, no encontro da bancada em Brasília, Aécio foi enfático na defesa do candidato do PSB. O gesto demonstra gratidão ao apoio da legenda no segundo turno da disputa presidencial.

Até a reunião de ontem, setores do PSDB, em especial o de São Paulo, sinalizavam o desejo de apoiar a candidatura de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a fim de negociar cargos como a vice-presidência e o comando das principais comissões, todos considerados estratégicos. O peemedebista conta com esses votos para tentar vencer a eleição em turno único.

"Isso não é o mais relevante. Não acho que é mais importante para o PSDB ter um espaço na Mesa, mas sim manter a coerência política", afirmou Aécio. "A pressão individual realizada por Eduardo Cunha diminui com a fala do Aécio", disse o deputado Carlos Sampaio (SP), futuro líder da bancada tucana.

Apesar disso, dificilmente os 54 deputados do PSDB - terceira maior bancada da Casa - votarão unidos em Delgado. "Acredito que se recuperou substancialmente os votos, mas nunca se terá todos eles", avaliou o deputado Bruno Araújo (PE), vice-presidente do partido.

Proximidade. A mobilização do PSDB em apoio a Delgado também indica o interesse dos tucanos em manter o PSB mais próximo da oposição do que de um eventual retorno à base do governo Dilma Rousseff. O partido rompeu com o PT em setembro de 2013, para lançar o então governador de Pernambuco e presidente da sigla, Eduardo Campos, candidato ao Planalto. Após a reeleição de Dilma, parte do PSB tenta retomar a aliança com o governo petista.

"A política requer coerência. Não é hora de fracionar as oposições", defendeu o futuro líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB). Nesta Casa, os tucanos tendem a marchar unidos com Luiz Henrique (PMDB-SC). Ele vai enfrentar o atual presidente, Renan Calheiros (PMDB-AL), o preferido de 15 dos 19 senadores do partido, em votação realizada ontem.

Renan tem aval do governo e espera ser apoiado pelos senadores petistas. Estes, no entanto, reuniram-se ontem antes de ser confirmada a candidatura do atual presidente e não chegaram a uma definição. Por isso, a bancada volta a se reunir hoje. Alguns parlamentares, como Jorge Viana (AC), manifestaram simpatia pela candidatura de Luiz Henrique, mas a maioria dos 13 senadores tende a ficar com Renan.

Nem na Câmara há certeza de que todos os 70 deputados eleitos pelo PT votem no correligionário Arlindo Chinaglia (SP), apoiado pelo governo. Para alguns parlamentares, sua vitória enfraqueceria ainda mais a corrente majoritária do partido, a Construindo um Novo Brasil (CNB), que perdeu espaço para grupos minoritários na divisão de poder do governo Dilma. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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