Tópicos | Retinoblastoma

Nesta segunda-feira (18) é comemorado o Dia Nacional da Conscientização do Retinoblastoma. Essa doença é o tumor intraocular frequente na infância e o pediatra geral tem um papel fundamental no diagnóstico dos tumores oculares, pois pode reconhecer um problema que não tenha sido notado pelos pais por causa do “brilho” no olho da criança. De acordo com o Registro Hospitalar de Câncer Pediátrico da Instituição, o retinoblastoma representa 11,1% de todos os tumores pediátricos.  

O sinal mais avistado é a leucocoria (reflexo do olho de gato), seguido do estrabismo, com isso, ocorrem 75% dos casos nos três primeiros anos de vida. “Pela demora diagnóstica e pelo maior tempo de encaminhamento, encontramos um grande número de pacientes portadores de tumores extraoculares. A análise incluiu o cálculo de frequências absolutas e relativas, bem como o teste exato de Fisher, para a verificação da associação entre variáveis categorias”, disse a pediatra de São Paulo, Tatiana Coelho.  

##RECOMENDA##

O diagnóstico precoce é considerado o ponto ápice no tratamento de pacientes com retinoblastoma e os pediatras são capazes de detectar, em uma consulta simples de ambulatório, os sintomas desta doença, possibilitando o encaminhamento precoce a centros especializados. “Com o diagnóstico precoce do retinoblastoma, elevam-se as taxas de cura e se consegue preservar a visão em um grande número de pacientes, minimizando o tratamento e maximizando a qualidade de vida. Cabe a cada um de nós reintegrar esse paciente à sociedade de forma não discriminatória para que exerça sua cidadania de maneira plena como seus pares”, finaliza a pediatra. 

 

Hoje (23) é o Dia Nacional de Combate ao Câncer Infanto-Juvenil. Recentemente, um caso que ganhou as redes sociais foi o tipo de câncer diagnosticado em Lua, filha do jornalista Thiago Leifert – o retinoblastoma. Trata-se de um tipo de câncer ocular que, segundo o Ministério da Saúde, é um tumor ocular mais comum em crianças, representando cerca de 3% dos cânceres infantis, chegando a uma média de 400 casos por ano.  

Existem três tipos desse tumor: unilateral, bilateral e trilateral. A maioria dos casos, entre 60% e 75%, é unilateral, quando afeta um olho. Destes, 85% são esporádicos, e os demais são casos hereditários. Já o bilateral é quando os dois olhos são afetados, sendo quase sempre hereditário. Já o retinoblastoma trilateral é quando uma criança com tumor hereditário nos dois olhos também apresenta tumor associado às células nervosas primitivas do cérebro.

##RECOMENDA##

Os pais e responsáveis precisam ficar atentos aos principais sinais, como o “olho de gato”, em que a pupila pode aparecer uma área branca e opaca no contato com o reflexo da luz, sendo facilmente visível em fotos tiradas com flash; caso apareça vermelho, é porque está normal. A alteração na posição dos olhos é um outro alerta, como o desvio ocular (estrabismo) ou tremor nos olhos.  

Em todos esses casos, a criança precisa ser levada para o oftalmologista para fazer os exames completos. “Uma alternativa é o aplicativo CRADLE, que foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade Baylor, no Texas, Estados Unidos. Disponível gratuitamente, ele é capaz de detectar sinais precoces de alterações oculares, inclusive o retinoblastoma.

No entanto, o uso do aplicativo não descarta a necessidade de consultar um médico”, informou em uma entrevista a oftalmologista e pesquisadora do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), Andrea Zin. Vários exames confirmam ou descartam o diagnóstico, a começar pelo exame de fundo de olho, que é feito pelo oftalmologista. Logo após, é solicitada a ultrassonografia do globo ocular e ressonância magnética das órbitas oculares.  

O Teste do Reflexo Vermelho (TRV) visa rastrear alterações que causam perda da transparência dos meios oculares, tais como retinoblastoma, catarata, glaucoma, toxoplasmose e deslocamentos de retina tardios. Conforme as Diretrizes de Atenção à Saúde Ocular na Infância do Ministério da Saúde recomendam, o teste do reflexo vermelho ou teste do olhinho deve ser realizado em todos os recém-nascidos antes da alta da maternidade e, pelo menos, duas ou três vezes por ano nos três primeiros anos de vida. O objetivo do tratamento é curar a doença e, quando possível, preservar os olhos e a visão. Os principais tipos de tratamento são: cirurgia, radioterapia, terapia a laser e quimioterapia intra-arterial. O tipo de tratamento vai depender do tamanho e da localização do tumor.  

ATENÇÃO COM TERAPIAS ALTERNATIVAS

Em janeiro deste ano, o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) e a Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica (SBOP) emitiram um comunicado sobre o tema que reforça “supostos tratamentos, como self-healing ou prática de exercícios oculares não têm comprovação científica. Portanto, não servem para curar o retinoblastoma ou qualquer outra doença que afete a visão”.

Uma ONG em São Paulo que trata a retinoblastoma é a TUCCA, localizada no Hospital Santa Marcelina, em Itaquera, São Paulo. Ela é uma entidade sem fins lucrativos, referência nesta área e uma associação para crianças e adolescentes com câncer. Já no Rio de Janeiro, basta procurar o atendimento ambulatorial do Instituto Nacional do Câncer (INCA), localizado no centro do Rio de Janeiro.  

 

Daiana Garbin tranquilizou os seguidores, na última segunda (21), com notícias sobre a saúde de Lua, sua filha com o ex-apresentador Tiago Leifert. A pequena de apenas um ano foi diagnosticada com retinoblastoma, um câncer raro nos olhos, e está fazendo quimioterapia para tratar a doença. Segundo a mãe, a menina é “muito forte” e está reagindo bem.

Pelos stories, Daiana atualizou os seguidores quanto ao tratamento da filha. Muito sorridente, a escritora tranquilizou a todos e disse que a pequena está indo muito bem. “Ela está ótima! A gente fez mais uma sessão de quimioterapia no sábado (19) e a nossa menina é muito forte, ela é um tourinho!", comemorou.

##RECOMENDA##

A esposa de Tiago Leifert também agradeceu pelo apoio e carinho dos fãs e contou um pouquinho das ‘peraltices’ da filha Lua. “Ela está se recuperando superbem, já está correndo a casa inteira, dando risada. Então, muito obrigada pela preocupação, pelo carinho e pelas orações de vocês.”

Após o apresentador de TV Tiago Leifert e sua esposa, Daiana Garbin, comunicarem ao público que a filha Lua, de um ano de idade, está passando por um longo tratamento contra a retinoblastoma, o assunto passou a ganhar mais notoriedade. A doença é um tipo de câncer nos olhos e que é tratado com maiores chances de sucesso quando a rotina médica inclui checagem oftalmológica desde cedo. Quase um mês após o anúncio do casal, o assunto continua rendendo nas redes sociais e novos relatos de familiares da mesma situação têm surgido. Mas afinal, o que é essa doença? 

O retinoblastoma é um câncer de olho que começa na retina – o revestimento sensível no interior do olho. A doença afeta mais comumente crianças pequenas, mas raramente pode ocorrer em adultos. A retina é composta de tecido nervoso que detecta a luz quando ela passa pela frente do olho e é responsável por enviar sinais através do nervo óptico para o cérebro, onde esses sinais são interpretados como imagens. 

##RECOMENDA##

Considerados por muitos especialistas uma forma rara de câncer no olho, o retinoblastoma é a forma mais comum de câncer que afeta o olho em crianças. O retinoblastoma pode ocorrer em um ou ambos os olhos. Quem explica melhor essas características da doença é a doutora Ana Carolina Valença Collier, oftalmopediatra do Instituto de Olhos do Recife (IOR) e entrevistada do LeiaJá nesta publicação. 

“Não há uma incidência frequente, mas, dos tumores na criança, é um dos mais comuns; e dos tumores oculares na criança, é o com maior incidência. O público mais atingido é o de crianças com até cinco anos de idade, não descartando a possibilidade de acontecer mais tardiamente, mas esses são os mais comuns de serem acometidos”, explica a especialista. 

Como o retinoblastoma se desenvolve? 

Os olhos começam a se desenvolver bem antes do nascimento. Durante os estágios iniciais de desenvolvimento, os olhos têm células chamadas retinoblastos, que se multiplicam para produzir novas células que preenchem a retina. Em um certo ponto, essas células param de se multiplicar e se tornam células maduras da retina. Raramente, algo dá errado com este processo. Em vez de amadurecer, alguns retinoblastos continuam a crescer fora de controle, formando um câncer conhecido como retinoblastoma. 

A cadeia de eventos dentro das células que leva ao retinoblastoma é complexa, mas quase sempre começa com uma mudança (mutação) no gene RB1. O gene RB1 normal ajuda a evitar que as células cresçam fora de controle, mas uma mudança no gene impede que ele funcione como deveria. Dependendo de quando e onde ocorre a alteração no gene RB1, pode resultar em dois tipos diferentes de retinoblastoma. No entanto, a doença pode ser revertida. 

“O retinoblastoma não é uma doença irreversível. Como vários outros tipos de tumores, ele pode ser tratado, curado, ou ser só estabilizado. Quanto mais cedo a gente descobrir, melhor é o prognóstico. Se ele não tiver atingido o eixo da visão, você vai ter uma recuperação da sua visão e um prognóstico bem melhor. Agora, dependendo do estágio, caso avance, muitas vezes a criança pode perder a vida por conta do tumor. Então vai depender muito do diagnóstico precoce, pra gente pegar ele nos estágios iniciais e tratar corretamente, através de um tratamento menos invasivo. O tratamento pode ir desde a aplicação de laser e da quimioterapia localizada, até a retirada do globo ocular”, continua a oftalmopediatra Ana Valença. 

Especialista responde perguntas comuns sobre o retinoblastoma 

LJ: Quais os principais sinais da doença? 

Oftalmopediatra: Os principais são aquela mancha branca, que a gente chama leucocoria; o reflexo que entra no olho e a gente vê em fotografia, que o normal é ser avermelhado, mas ele aparece esbranquiçado. Outra característica que é muito comum são aqueles desvios oculares; geralmente o olho desvia quando ele tem uma baixa divisão. Dá pra fazer um teste em casa, tampar um olho e depois tampar o outro; é outro sinal se for visto que a criança tem mais dificuldade para enxergar com um dos olhos. 

LJ: O que é o "teste do olhinho"? Qual a forma correta de buscar ajuda e diagnosticar a criança com retinoblastoma? 

Oftalmopediatra: O teste do olhinho é um exame feito obrigatoriamente no momento que a criança nasce. Existe aquele teste do olhinho que é feito na maternidade pelo próprio pediatra e que ele faz o exame com um aparelho chamado oftalmoscópio direto, para ver se o reflexo vermelho está presente ou não. A gente também aconselha, além do teste do olhinho feito na maternidade pelo pediatra, que a criança faça nos primeiros meses de vida o teste do olhinho com o oftalmologista. 

Normalmente, a gente coloca um colírio e dilata a pupila da criança, faz uma oftalmoscopia binocular indireta e vê se a criança tem algum tipo de doença. Você não vai ver só o reflexo alterado, mas que tipo de doença essa criança tem. A gente aconselha fazer esse exame oftalmológico nos primeiros dois anos de vida, a cada seis meses, e se a criança não tiver nada, uma vez por ano. Se ele tiver alguma patologia, o oftalmopediatra vai determinar qual o prazo que ela tem que voltar para as consultas. 

LJ: É comum que pais e/ou responsáveis deixem para realizar os cuidados oftalmológicos mais tardiamente? 

Oftalmopediatra: O que a gente sempre aconselha é realmente fazer esse exame a cada seis meses. Muitas vezes os pais nem sabem disso. Agora, com a repercussão do caso de Tiago Leifert, as pessoas estão se preocupando mais. Infelizmente, no caso dos serviços públicos, muitas vezes as pessoas não têm acesso e nem facilidade de conseguir uma consulta a cada seis meses, mas o ideal é que seja feito isso. A lição que a gente tira é que, mesmo que a gente não perceba nada, o exame preventivo é essencial. 

Complicações 

As crianças tratadas para retinoblastoma correm o risco de o câncer retornar dentro e ao redor do olho tratado. Por esse motivo, o médico do seu filho agendará exames de acompanhamento para verificar se há retinoblastoma recorrente. O médico pode elaborar um cronograma de consultas de acompanhamento personalizado para o seu filho que inclua exames oftalmológicos frequentes. 

Além disso, crianças com a forma hereditária de retinoblastoma têm um risco aumentado de desenvolver outros tipos de câncer em qualquer parte do corpo nos anos após o tratamento, especialmente pineoblastoma, um tipo de tumor cerebral. Por esse motivo, crianças com retinoblastoma hereditário podem fazer exames regulares para rastrear outros tipos de câncer. 

 

Discreto em relação à vida pessoal, Tiago Leifert pegou os fãs de surpresa ao revelar, através das redes sociais, que a filha Lua, de apenas um ano, está enfrentando um câncer raro nos olhos. No entanto, o ex-apresentador da Globo afirmou que sua atitude era em prol da solidariedade, pois acreditava que falando sobre a doença poderia ajudar outras famílias. E a iniciativa já funcionou. Na última terça (1º), Leifert comemorou por ter ajudado uma seguidora a identificar a mesma doença em seu filho. 

No vídeo em que expõe o diagnóstico da pequena Lua, Tiago, acompanhado pela esposa Daiane Garbin, diz que o intuito do casal seria o de alertar outras famílias e ajudá-las na identificação precoce do câncer. “Estou fazendo esse vídeo não porque a gente está pedindo energia positiva, é claro que se vocês quiserem mandar, a gente agradece muito porque está precisando. Mas porque se a gente conseguir fazer com que um casal leve uma criança antes do que a gente conseguiu, missão cumprida, e a Lua vai ficar muito feliz também", disse na última semana, quando publicou o post.

##RECOMENDA##

[@#video#@]

A estratégia de Leifert e Daiana funcionou. Na última terça (1º), ele voltou às rede sociais para contar que uma seguidora identificou os sintomas por ele relatado e descobriu o retinoblastoma em seu filho. Tiago comemorou e disse que espera poder ajudar ainda mais. "Conseguimos o primeiro diagnóstico precoce de retinoblastoma graças ao vídeo da Lua. Uma mãe foi ao médico por causa do vídeo, reconheceu alguns sintomas, e a criança tem retinoblastoma em estágio inicial. Era esse o objetivo. Atingimos. Tem muito trabalho pela frente, e a gente pretende salvar muitas crianças ainda com a Luazinha, com a força da Lua. Deu certo, pegamos o primeiro", comemorou.


 

Este 18 de setembro é o Dia Nacional de Conscientização e Incentivo ao Diagnóstico Precoce do Retinoblastoma – câncer nos olhos - que tem como mote o diagnóstico precoce para aumentar as chances de cura que, tendo sido descoberta em estágio inicial, possui 90% de chances de cura. 

A doença é silenciosa e apresenta, geralmente, alterações de crescimento lento, não dolorosas, com pouco ou quase nenhum sintoma, no entanto, essa forma de manifestação da enfermidade pode levar ao diagnóstico tardio o que dificulta o início do tratamento no tempo ideal. 

##RECOMENDA##

De acordo com a especialista em oncologia oculpar do Hospital de Olhos de Pernambuco (HOPE), Virgínia Torres, o fator herditário – responsável por 10% dos casos -, raça e idades são alguns fatores determinantes para a tendência à doença. Além disso, as lesões que atingem as conjuntivas - fina camada que recobre a parte branca do olho - e as pálpebras facilitam o diagnóstico porque é uma forma aparente da manifestação da doença, já em casos silenciosos  são necessários exames detalhados. Além desses casos, alguns estudos afirmam que a desnutrição pode desencadear uma Retinoblastoma. 

A médica alerta sobre a necessidade de realizar a investigação sobre a possibilidade de possuir a doença o quanto antes, pois, variando o nível de incidência e gravidade, a doença pode acometer crianças desde um ano de vida até idosos em idade avançada. 

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando