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O canadense Shawn Barber, recordista do salto com vara e campeão mundial na modalidade, morreu na quarta-feira (17), aos 29 anos, nos Estados Unidos, após sofrer complicações médicas. A causa da morte não foi esclarecida, mas o atleta estava enfrentando problemas de saúde.

"Mais do que apenas um atleta incrível, Shawn era uma pessoa de bom coração que sempre colocava os outros à frente de si mesmo", disse Paul Doyle, agente de Shawn, na quinta-feira. "É trágico perder uma pessoa tão boa tão jovem."

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Barber foi destaque no salto com vara pela Universidade de Akron, onde conquistou campeonatos indoor consecutivos da NCAA em 2014 e 2015. Ele também ganhou a coroa outdoor da NCAA em 2015, antes de ganhar o ouro nos Jogos Pan-Americanos daquele ano.

Ainda em 2015, no Mundial de Pequim, na China, ele conquistou o ouro sobre o alemão Raphael Marcel Holzdeppe. Um ano depois, Barber chegou à final da prova na Olimpíada do Rio-2016 - a medalha de ouro ficou com o brasileiro Thiago Braz.

O melhor salto de Barber foi de 6 metros, em 15 de janeiro de 2016, em Reno, Nevada. Sua marca continua sendo o recorde canadense. Ele deixou sua mãe, Ann, seu pai, Jorge, e seu irmão, David.

O paulista Thiago Braz conquistou neste domingo (20) a medalha de prata do salto com vara no Campeonato Mundial indoor de Atletismo, disputado em Belgrado (Sérvia). Campeão olímpico no Rio de Janeiro e bronze nos Jogos de Tóquio (Japão), o brasileiro se tornou o primeiro homem do país a ir ao pódio nesta prova na história do evento.

Thiago saltou a 5,95 metros, estabelecendo o novo recorde sul-americano indoor, ficando atrás somente de Armand Duplantis. Ouro em Tóquio, o sueco quebrou o recorde mundial, que já era dele, ao superar o sarrafo a 6,20 metros. Ele é dono das quatro melhores marcas em todos os tempos no salto com vara. O norte-americano Christopher Nilsen, com 5,90 metros, completou o pódio em Belgrado, levando o bronze.

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A disputa por medalhas ficou concentrada em quatro atletas. O francês Valentin Lavillenie (irmão de Renaud Lavillenie, batido por Thiago na Olimpíada do Rio) acompanhou o ritmo do trio que foi ao pódio até os 5,85 metros, mas deixou a briga ao não superar o sarrafo a 5,90 metros. Nilsen ficou para trás quando Duplantis e o brasileiro passaram pelos 5,95 metros. O paulista tentou saltar a 6,05 metros, que poderia ser a melhor marca da carreira, mas não conseguiu. O caminho, então, ficou livre para o sueco assegurar o ouro e buscar a quebra do próprio recorde mundial. Também neste domingo, Thiago Moura, do salto em altura, estabeleceu em Belgrado o novo recorde brasileiro e sul-americano da prova em pista coberta, com 2,31 metros. A marca foi a mesma que rendeu as medalhas de prata ao suíço Loïc Gasch e de bronze ao neozelandês Hamish Kerr e ao italiano Gianmarco Tamberi. Nos critérios de desempate, eles ficaram à frente do paulista, que terminou em quinto.

O também paulista Fernando Ferreira (antigo detentor do recorde brasileiro, ao lado do mineiro Talles Frederico) não foi além de 2,24 metros e ficou em sétimo. Apesar disso foi a melhor marca dele na temporada. O ouro foi para o sul-coreano Sanghyeok Woo, que saltou 2,34 metros.

Há mais de 20 anos, desde 2000, um atleta brasileiro do atletismo não conseguia dois pódios consecutivos nos Jogos Olímpicos. Pois Thiago Braz quebrou essa marca nesta terça-feira ao ficar com o bronze em Tóquio-2020 no salto com vara depois do ouro no Rio-2016 cinco anos antes, repetindo André Domingos, prata nos 4x100 metros em Atlanta-1996 e Sydney-2000.

O curioso é que Thiago Braz diz ter sonhado dois dias antes com a medalha de bronze. Mas não gostou do sonho. "Sonhei que eu tinha voltado para o apartamento aqui e estava com a medalha de bronze. Eu achava que era ouro, mas era bronze. Fiquei bravo no sonho, mas desejei muito ganhar uma medalha", contou o atleta de 27 anos.

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Thiago Braz relembrou ainda as dificuldades que teve no último ciclo olímpico, quando não conseguiu manter uma regularidade nas competições. O atleta revelou, inclusive, que pensou em abandonar a carreira.

"Meus altos e baixos significaram mais conhecer a mim mesmo e mostrar que saltando bem ou mal era possível voltar a saltar, projetar novos sonhos e conquistas. Eu tinha no meu sonho voltar aos Jogos e ganhar outra medalha. Às vezes deu vontade de parar, desistir, mas tive suporte", disse.

Na briga por uma medalha em Tóquio, o brasileiro voltou a duelar com Renaud Lavillenie, campeão olímpico em Londres-2012 e prata no Rio-2016. O francês, no entanto, não conseguiu superar o salto de 5,87 metros de Thiago Braz e terminou na oitava posição.

"Tinha de acontecer desse jeito. No classificatório, tive um início de cãibra, a gente tratou, mas ainda senti. Aos poucos fui tentando, dando uma corrida para relaxar a musculatura. O meu desejo era ganhar uma medalha, eu queria ouro, mas primeiramente uma medalha. O motivo maior foi minha família, minha esposa, meu treinador e meu avô, que faleceu no ano passado, num momento de pandemia. E também o orgulho de ser brasileiro, de trazer orgulho para o Brasil", afirmou.

Thiago Braz narrou ainda como o aspecto emocional foi decisivo para a sua conquista. Durante a prova classificatória para a final, ele chegou a temer que poderia não avançar na competição. "Durante esse período dos Jogos aconteceram alguns sinais legais me incentivando a buscar de novo uma medalha, a acreditar. Em algum momento da vida, a gente se sente inseguro, exemplo disso foi a qualificação. Me fez lembrar um trauma que sofri, mas acabou dando certo. Isso traz uma felicidade no peito, nervosismo e raiva ao mesmo tempo", comentou.

Com o próximo ciclo olímpico mais curto, Thiago Braz terá 29 anos nos Jogos de Paris, em 2024. E já faz planos. "Eu queria tentar o bi. Ainda dá, tem a próxima".

O atleta brasileiro Thiago Braz, medalhista de ouro na Rio-2016, garantiu o bronze nesta terça-feira nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020.

Ele conquistou a medalha com a marca de 5m87.

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Thiago tentou ainda superar a marca de 5m92 três vezes, mas não conseguiu.

O sueco Armand Duplantis, recordista mundial, conquistou a medalha de ouro com 6m02.

O americano Cristopher Nilsen tentou passar por essa marca mas não conseguiu, ficando com a prata, depois de superar os 5m97.

A medalha de bronze representa uma volta por cima na hora certa para Thiago Braz, depois do ouro no Rio de Janeiro há cinco anos, quando bateu o recorde olímpico com a marca de 6,03m.

O paulista de 27 anos, enfrentou uma série de dificuldades desde então, com resultados negativos, troca de treinadores e a pandemia de covid-19.

O sueco Armand Duplantis bateu novamente neste sábado o recorde mundial do salto do vara. Em Glasgow, durante o Meeting Indoor de atletismo, ele saltou 6,18m e estabeleceu a nova marca justamente uma semana após ter saltado 6,17m e quebrado o recorde anterior, que era do francês Renaud Lavillenie.

"Em primeiro lugar quero enaltecer os meus pais, que estão aí desde meu início no quintal de casa. São anos de muito trabalho duro, mesmo que agora pareça que seja fácil conseguir esta marca. Estou me sentindo muito bem, rápido e forte", disse o atleta de 20 anos, que é treinado na parte técnica por seu pai e no físico por sua mãe.

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Mondo, como é conhecido, conseguiu passar o sarrafo com tanta tranquilidade, e na primeira tentativa, que especialistas até consideram que a nova marca não vai durar muito tempo. "A pista estava bem veloz, então foi um ótimo primeiro salto. Estava uma energia incrível na arena, o que me ajudou na hora. Definitivamente eu vou sempre me lembrar deste lugar", festejou.

Duplantis nasceu e cresceu em Lafayette, no Estado de Louisiana, nos Estados Unidos, mas representa a Suécia, de onde é sua mãe Helena, uma ex-atleta de heptatlo e jogadora de vôlei. Greg, seu pai, foi atleta de salto com vara. E foi no jardim de casa que ele começou a praticar a modalidade e logo mostrou muito talento.

Com 1,81 metro de altura, o garoto prodígio consegue imprimir uma boa velocidade na hora do salto, o que ajuda a 'voar' mais alto. Desde cedo coleciona ótimas marcas e com apenas 18 anos foi campeão europeu, quando saltou 6,05m em agosto de 2018, em Berlim. Seus irmãos Andreas e Antoine também praticaram a modalidade e sua irmã Johanna, de 17 anos, que já tem como marca pessoal 3,65m.

Em Glasgow, Mondo teve 5,50m como primeiro desafio, depois passou por 5,75m na segunda tentativa. Aí partiu para 5,84m, depois 6m e finalmente saltou 6,18m. O garoto prodígio tem tudo para ser uma das grandes estrelas da modalidade nos Jogos Olímpicos de Tóquio. "Estou emocionado porque temos a Olimpíada nesta temporada e espero fazer meu melhor salto lá. É um bom começo de ano, mas eu quero triunfar nos Jogos de Tóquio", avisou.

Augusto Dutra vive seu melhor momento na carreira no atletismo. Especialista no salto com vara, ele tem obtido bons resultados internacionais e até ofuscado o campeão olímpico Thiago Braz, seu conterrâneo de Marília, no interior de São Paulo, que não vem conseguindo voar alto como antes.

"Eu estou me vendo como ele antes da Olimpíada. Um ano antes dos Jogos do Rio ele começou a saltar bem, chegou lá e ganhou. Estou nessa crescente, trilhando os caminhos dele, e com certeza vou chegar muito bem na Olimpíada. Meu foco é conseguir saltar acima dos 6 metros", avisou.

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O pai de Augusto adora esporte e sempre foi fã de Serguei Bubka, campeão olímpico e recordista mundial do salto com vara por muitos anos. Chegou a saltar 6,15m e conquistou muitos títulos internacionais. Seu Juvenal sempre mostrou para o garoto as competições de Bubka e incentivou o filho no atletismo.

"Ele falou que tinha uma pista perto de casa, era só atravessar a rua. Não tinha vara, ainda não tem, a gente tinha de desenrolar um colchão para cair nele. Com o tempo fui ganhando competições e vi que tinha o dom. Era bom no salto em altura, no salto em distância, era mais rápido que os outros. Aí começou a engrenar", conta.

Depois de se destacar em Marília, ele foi para Bragança Paulista e fez parte da Rede Atletismo. Depois foi para São Bernardo e em seguida passou a fazer parte da equipe da BM&FBovespa, que não existe mais. "Fiquei seis anos lá, mas acabou. Agora estou no Clube Pinheiros e na minha melhor fase."

Os caminhos de Augusto Dutra e Thiago Braz se cruzaram diversas vezes. O atual campeão olímpico é quatro anos mais jovem, então quando Augusto já mostrava certo talento, Braz ainda era uma criança em Marília. "Eu lembro dele, mas ia de vez em quando. Ele era muito menino na época e chegava a pular o muro da escola para ir treinar. Sempre foi dedicado desde novo", revela.

Após deixar Marília e ir para Bragança, eles não perderam o contato. "Ele me ligava quando estava em Bragança, queria fazer um teste, então conversei com meu treinador, ele veio e começou a despontar. Depois Elson Miranda começou a treinar ele, treinou com o Vitaly Petrov e foi campeão olímpico."

Para Augusto, a façanha de Braz nos Jogos do Rio mostrou que o sonho era possível. "O menino que vi crescer foi campeão olímpico na minha frente, então percebi que não tem segredo, todo mundo pode conquistar", disse. Foi um marco na história. O primeiro brasileiro a saltar 6 metros, foi campeão olímpico e recordista. "Eu queria estar na minha melhor fase naquela época para que o Brasil pudesse ter dois medalhistas naquela prova. Só que tudo tem seu tempo, ele conseguiu fazer no tempo dele e eu vou fazer no meu."

Augusto Dutra passou por momentos ruins na carreira. Se agora está no auge, não pode dizer o mesmo de anos atrás. Ele vinha bem em 2013, mas aí seus resultados começaram a despencar. Em 2015 saltou 5,81m, na Diamond League, ficando em terceiro lugar, mas aquilo foi exceção. A fase não era boa.

"Em 2016 os resultados sumiram e fui voltar só agora em 2019. Meu técnico Henrique Camargo conseguiu me colocar de volta na corrida, que era onde eu estava me perdendo. Agora salto mais vezes no treino, de 15 a 20 saltos, e isso me colocou de volta no cenário internacional", contou.

Neste ano ele já saltou seis vezes acima dos 5,70m. Só para se ter uma ideia, o índice para o Mundial é 5,71m. Em treino ele tem conseguido passar 5,80m com tranquilidade e às vezes arrisca os 6m e já conseguiu passar. Isso tudo o deixa otimista. "Se faz no treino, dá para fazer em competição. Estou conseguindo ganhar altura e preciso apenas colocar essa tranquilidade no treino para a competição, que tem mais pressão envolvida", comentou.

A cada gota de suor ele percebe que está no caminho para deixar seu pai ainda mais orgulhoso. "Toda vez que ele fala sobre isso, ele se emociona e chora. É gratificante ouvir ele falar que deu certo. Muita gente que estudava comigo na escola está presa ou está drogada. Meu pai tem orgulho de eu ter dado certo e conseguido conquistar tudo que conquistei hoje."

Neste domingo, Augusto disputará em Bragança a prova do salto com vara no Troféu Brasil de Atletismo. Depois, terá pela frente o Mundial, em Doha, no Catar. "Quero treinar bem e chegar com tudo para conquistar uma medalha. Qualquer que seja a cor dela, será muito bem-vinda. Tenho trabalhado a parte emocional no dia a dia. Tenho experiência e sei bastante o que não fazer para executar um bom salto", diz.

A brasileira Nubia Aparecida Soares conquistou nesta quinta-feira o índice para o Mundial de Atletismo, que será realizado em Doha, na disputa do salto triplo ao atingir a marca de 14,28 metros no Meeting Ibero-Americano, realizado em Huelva, na Espanha.

O resultado é o melhor da saltadora mineira em 2019, mas a deixou fora do pódio, na quarta posição. Ela já liderava o ranking brasileiro no ano, com 14,15m, e foi convocada para disputar os Jogos Pan-Americanos em Lima.

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A disputa foi vencida pela venezuelana Yulimar Rojas, campeã mundial em 2017, que quebrou o recorde pessoal com 15,06m, que também é a melhor marca do salto triplo na temporada. A cubana Liadagmis Povea ficou com a medalha de prata, com 14,45m, seguida pela espanhola Ana Peleteiro, bronze, com 14,33m.

No lançamento do disco, Andressa de Morais foi a terceira colocada, com 63,90m, à frente da também brasileira Fernanda Borges, com 62,01m. Ambas ratificaram os índices atingidos para o Mundial de Doha e terminaram a disputa em Huelva atrás das cubanas Denia Caballero e Yaimé Pérez medalhistas de ouro e de prata, com 69,20m e 67,27m, respectivamente.

No salto em distância, Eberson Matucari conquistou o bronze, com 7,56m. O cubano Maykel Demetrio Masso levou o ouro, com 7,83m, seguido do chinês Zhang Yaoguang, com 7,78m.

OSTRAVA - Também nesta quinta-feira, no Meeting de Ostrava, o brasileiro Augusto Dutra ratificou os índices para o Pan de Lima e para o Mundial de Doha ao atingir 5,71m na disputa do salto com vara, o que lhe garantiu a terceira posição. Ele foi superado pelo norte-americano Sam Kendricks, campeão com 5,93m, e pelo polonês Piotr Lisek, medalhista de prata com 5,71m em menos tentativas do que o brasileiro.

Maior destaque da 35.ª edição do GP Brasil de Atletismo, realizado neste domingo, no estádio do Centro Nacional de Desenvolvimento do Atletismo, da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), em Bragança Paulista (SP), Thiago Braz, campeão olímpico nos Jogos do Rio-2016, decepcionou na prova do salto com vara. Ficou longe do pódio, bem distante da marca de 6,03 metros que o fez ganhar a medalha de ouro no estádio do Engenhão há quase três anos.

Em sua primeira prova desde voltou a treinar com o técnico Elson Miranda, o recordista olímpico começou saltando 5,45 metros de primeira, dispensou as tentativas para 5,55 metros e não conseguiu ultrapassar o sarrafo na marca de 5,60 metros em três saltos. "O resultado não reflete o meu treinamento. Estou me sentindo muito bem e confiante. Tenho certeza que vou acertar meus saltos nas próximas provas", comentou.

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O também brasileiro Augusto Dutra, único atleta da competição a saltar 5,75 metros - melhor resultado da temporada, repetindo índice do Pan e do Mundial -, foi o campeão, mesmo com vento forte que soprava neste domingo em Bragança Paulista. O argentino German Chiaraviglio e o norte-americano Audie Wyatt saltaram 5,60 metros e ficaram, respectivamente, em segundo e terceiro lugares. "A competição começou difícil, com muito vento lateral, mas consegui bons saltos. Ainda tentei 5,85 metros para melhorar minha posição no ranking mundial, mas não deu", lembrou.

Gabriel Constatino foi outro destaque entre os brasileiros, ganhando o ouro nos 110 metros com barreira com seu melhor tempo na temporada, 13s24, e a prata nos 200 metros com 20s21, atrás do colombiano Bernardo Baloyes, que correu em 20s08. Outro brasileiro que fez um ótimo tempo foi o jovem Alison dos Santos, que venceu os 400 metros com barreira com 48s84. Aos 19 anos, ele desponta como promessa para o atletismo brasileiro.

"Não esperava conseguir essa marca agora de jeito nenhum. Estou bem treinado, mas a projeção era de correr abaixo de 49s00 mais para a frente", comentou o atleta, que ratificou índices para os Jogos Pan-Americanos de Lima e para o Campeonato Pan-Americano Juvenil de San José, na Costa Rica, e atingiu a marca mínima para o Mundial de Doha, no Catar.

"Faço questão de correr as três competições e mais as que aparecerem. Estou muito feliz com meus resultados neste início de temporada", comentou o barreirista, que havia corrido 49s48, no dia 19 de abril, em Azusa, nos Estados Unidos, onde participou de um camping de treinamento e competição, promovido pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) e CBAt.

No arremesso de peso, o recordista sul-americano Darlan Romani, que no ano passado conquistou a marca de 22 metros, arremessou uma distância de 21,69 metros e acabou atrás do nigeriano Chukwuebuka Enekwechi, vencedor com 21,72 metros.

Entre as mulheres, Giovana dos Santos conseguiu o índice para o Sul-Americano ao marcar o seu melhor tempo nos 400 metros, com 53s38. Ela ficou em segundo lugar, atrás da atleta de Serra Leoa Maggie Barrie, que correu em 52s62.

Campeão olímpico na prova do salto com vara nos Jogos do Rio-2016, o brasileiro Thiago Braz está dando seu jeito para poder se preparar melhor para a temporada de 2018 no atletismo. Devido ao período de frio e chuva intensa que atinge Fórmia, na Itália, todo final de ano procura um lugar adequado para dar continuidade aos treinos sem afetar as técnicas para os saltos. E desta vez ele está em Doha, no Catar, desde o último dia 26.

Apesar de ter ótimas condições de treinamento em Fórmia, Thiago Braz explica que no Centro de Treinamento coberto do local não estava conseguindo encaixar a corrida inteira, dificultando assim a finalização dos saltos. "Todo ano é assim. A gente tem que sair de Fórmia para ir para um lugar onde a minha corrida encaixe", explicou.

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Em 2010, no mesmo estádio onde Thiago Braz está treinado em Doha aconteceu o Mundial de Atletismo em pista coberta. Essa foi a primeira vez que o Oriente Médio sediou um campeonato desta magnitude de atletismo.

Thiago Braz, que permanece em Doha até o próximo dia 22, já possui algumas competições confirmadas para 2018. Em janeiro, no dia 26, estará em Berlim, na Alemanha, e em fevereiro nos dias 3, 10 e 15 competirá em Karlsruhe (Alemanha), Rouen (França) e Torun (Polônia), respectivamente. No início de março, no dia 4, ele participará do Mundial Indoor, em Birmingham, na Inglaterra.

"Estou muito feliz pela sequência de treino que estamos fazendo. Estamos conseguindo um equilíbrio legal. Os equipamentos aqui são excepcionais, a pista é muito gostosa de correr, deixa a corrida bem veloz", concluiu Thiago Braz.

Após o ouro olímpico, Thiago Braz projeta saltos cada vez mais altos no atletismo e garante que é possível quebrar o recorde mundial. "Tudo é possível. Mas para isso preciso estar focado, treinando e respeitando meus adversários", disse, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, publicada nesta segunda-feira (7). "Quero saltar cada vez mais alto (risos)! Mas, brincadeiras à parte, aos poucos estou voltando aos treinos e o meu desejo é estar sempre muito bem preparado para cada competição."

Grande nome do Brasil nos Jogos do Rio, o garoto de Marília, de 22 anos, conta que sua vida mudou completamente após seu feito no salto com vara. "Todos os dias, por onde eu passo, recebo o carinho das pessoas e isso é sensacional. Quanto aos prêmios, recebi tudo direitinho, como qualquer outro atleta", lembra.

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Apesar de talentoso, ele surpreendeu no Engenhão durante a Olimpíada ao superar o favorito francês Renaud Lavillenie, que é recordista mundial com 6,16m. Na disputa com o rival, Thiago marcou 6,03m, cravando sua melhor marca na carreira e o recorde olímpico, enquanto o adversário não conseguiu superar o sarrafo nesta altura e ficou com a prata.

"Nossa relação é normal, a gente se respeita, nós não temos contato toda hora, mas quando nos encontramos ele é sempre educado. A rivalidade só acontece dentro das competições", revela. Na lembrança da torcida está a bronca do francês com o público, que vaiou o atleta e atrapalhou um pouco seu desempenho.

A medalha coroou uma trajetória de superação do rapaz. Quando tinha apenas 2 anos, foi abandonado pelos pais e criado por seus avós paternos, Maria do Carmo e Orlando, e por um tio, Fabiano. Mas ele lida com naturalidade com tudo isso e não fala de dificuldades ou dramas, pelo contrário.

"Eu não me sinto um coitado por isso, muito pelo contrário. A respeito do meu passado e à história da minha mãe, não haveria problema em uma aproximação com ela, afinal de contas, ela é minha mãe. Sei que tanto ela quanto meus avós têm participação fundamental na minha história, minha mãe me gerando e meus avós me criando", afirma.

Por causa dessa relação próxima com os parentes, ele dedicou o ouro olímpico para aqueles que participaram efetivamente em sua criação e fez questão de reencontrá-los após os Jogos do Rio. "Esse contato foi maravilhoso! Eu só tenho de agradecer ao apoio que os meus avós e o meu tio me deram. Sem eles, nada disso seria possível."

O ano de 2016 tem sido especial para Thiago. Além do ouro e do reconhecimento internacional, ele foi indicado pela Associação das Federações Internacionais de Atletismo (IAAF, na sigla em inglês) como atleta do ano ao lado de grandes nomes dos esporte, como Usain Bolt, Mo Farah, Ashton Eaton e David Rudisha, entre outros. "É uma honra estar ao lado de todos eles. Estou superfeliz", comenta.

Até o atacante Neymar pediu votos para o atleta, que é agenciado pela empresa de sua família. "Sou gerenciado pela NN Consultoria, assim como o jogador Neymar Jr. A empresa é dos pais dele e eles fazem um trabalho muito legal com todos os seus gerenciados. Ainda não encontrei com ele devido às nossas agendas. Eu estou no Brasil e ele na Espanha em pleno campeonato. Mas tenho certeza que teremos muitas oportunidade de nos encontrarmos."

O grande trunfo de Thiago é treinar com Vitaly Petrov, técnico que comandou nomes como Sergey Bubka e Yelena Isinbayeva. Os dois atletas foram os maiores nomes da modalidade e ele espera chegar ao status de ambos no esporte. "Era o meu grande sonho treinar com o Vitaly, ele é um cara espetacular e além de ser meu técnico se tornou um pai pra mim. Os meus maiores exemplos são o Sergey Bubka e a Yelena Isinbayeva, eles tiveram uma carreira brilhante e quem sabe um dia chego no mesmo nível", diz.

Por ser jovem, Thiago é um atleta que ainda tem muito a crescer. Ele vive em Fórmia e quer corresponder à altura nos próximos desafios para iniciar o próximo ano com o pé direito. Sempre saltando alto. "Minha rotina na Itália se resume em comer, treinar e descansar. Neste momento estou voltando gradativamente aos meus treinos e a minha primeira competição é em janeiro de 2017", conclui.

Campeão olímpico do salto com vara nos Jogos Olímpicos do Rio, o brasileiro Thiago Braz ficou com a medalha de prata no Meeting de Berlim de atletismo, neste sábado (3), no Estádio Olímpico da capital da Alemanha. Ele se garantiu no pódio da competição ao atingir a marca de 5,72m na sua terceira tentativa de salto.

A medalha de ouro escapou de Braz por conta apenas dos critérios de desempate, e o primeiro colocado, também com 5,72m, foi o grego Konstandinos Filippidis. A medalha de bronze ficou com o norte-americano Sam Kendricks, que também foi o terceiro colocado na Olimpíada. Desta vez ele voltou a assegurar um lugar no pódio ao saltar 5,62m

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Marcado pela medalha de prata no Rio e por ter criticado a atuação da torcida presente na final olímpica no estádio do Engenhão, o francês Renaud Lavillenie não participou da competição deste sábado em Berlim.

Na última quinta-feira, Thiago Braz já havia disputado a sua primeira competição após a triunfante participação na Olimpíada. E ele também subiu ao pódio ao ficar com o bronze na etapa de Zurique da Diamond League, na Suíça, no salto com vara.

E essa disputa novamente ficou entre o brasileiro, Sam Kendricks e Renaud Lavillenie. E tanto Lavillenie quanto Kendricks saltaram 5,90m na última quinta e dividiram a primeira colocação. Já Thiago conseguiu como sua melhor marca com o sarrafo a 5,84m de altura.

O campeão olímpico Thiago Braz e o francês Renaud Lavillenie, prata nos Jogos do Rio-2016, voltam a se encontrar em uma competição nesta quinta-feira, em Zurique, na Suíça, em mais uma etapa da Diamond League, o maior circuito de atletismo do mundo.

Ambos participarão da prova do salto com vara a partir das 13h45 (de Brasília), na reedição do duelo que gerou muita polêmica. O atleta francês demonstrou irritação e incômodo com a torcida brasileira durante a disputa no Rio, onde o saltador de Marília (SP) levou a melhor depois de saltar 6,03 metros, a melhor marca de sua carreira e ficar com a medalha de ouro e o recorde olímpico, desbancando o até então favorito.

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Lavillenie está invicto na etapa de Zurique desde que a competição começou a ser disputada em 2010. Venceu as seis edições do torneio. Thiago Braz diz estar tranquilo, principalmente após a inédita conquista, mesmo sendo, agora, o alvo dos holofotes. "Eu tive uma grande prova", afirmou o brasileiro, que tornou-se o homem a ser batido no salto com vara, depois do seu grande desempenho no Rio-2016.

Lavillenie prefere valorizar as suas conquistas na Diamond League, apesar de ainda demonstrar desconforto quando perguntado sobre a derrota no Rio. "Algumas vezes eu não consegui a melhor performance. Mas ganhar a Diamond League por tantas vezes significa que continuei no topo. A cada ano, fica mais difícil. Então, tento que me esforçar e dar o máximo que eu puder", afirmou o campeão olímpico dos Jogos de Londres-2012.

O cargo de campeão olímpico vai obrigar Thiago Braz, do salto com vara, a assumir novas responsabilidades. O atleta vai ter de cuidar bastante da barra de 1kg de ouro que ganhou nesta quinta-feira da BM&F Bovespa-SP, onde treinou por quatro anos, fora se preparar para um futuro confronto com a ira da torcida francesa. A possível pressão pela revanche com o rival Renaud Lavillenie já o preocupa.

Os dois disputaram a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos do Rio até os últimos saltos. A torcida no estádio Olímpico, o Engenhão, vaiou o francês, que errou a sua tentativa e, depois, reclamou do comportamento do público. "Acho que se eu precisar ir para a França, vou ter que entrar preparado para a vaia. Isso pode te prejudicar na concentração e psicologicamente", explicou o brasileiro.

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Thiago Braz tem mais três competições para disputar antes do fim do ano, nenhuma delas na França. Já o medalhista de prata voltou às provas nesta quinta-feira, pela Diamond League, e novamente ficou em segundo lugar na etapa de Lausanne, na Suíça. O título foi para o terceiro colocado no Rio, o norte-americano Sam Kendricks.

Apesar do temor com o ambiente na França, o campeão olímpico afirmou que com o adversário não há problemas. Thiago Braz contou ter falado com Renaud Lavillenie no Rio para amenizar a situação. Os dois combinaram de se falar quando estivesse na Europa, nas próximas semanas.

A conversa foi mediada pelo ucraniano Serguei Bubka, ícone da modalidade. O ex-campeão olímpico apostou, inclusive, que o brasileiro será o novo recordista do salto, posto ocupado atualmente pelo francês. "Sou jovem. Não posso me pressionar para querer ser logo o primeiro do mundo. Só porque ganhei a Olimpíada não quer dizer que vou ganhar tudo", disse Thiago Braz.

A bicampeã mundial do salto com vara, Fabiana Murer, confirmou nesta quinta-feira que vai se aposentar do esporte. A atleta de 35 anos contou em evento em São Paulo que tinha mais quatro competições para disputar até o fim da temporada, que já seria a da sua despedida, mas, por problemas físicos, decidiu antecipar o adeus. O último compromisso dela foram os Jogos do Rio.

"Eu não compito mais. A Olimpíada foi a minha última competição. Eu gostava muito de estar no esporte, fico feliz por fazer o Brasil se tornar conhecido na modalidade. Agora vou trabalhar para que o atletismo tenha mais reconhecimento e estrutura", afirmou Fabiana. A agora ex-atleta será a gerente institucional do clube Bovespa, e será responsável pelo relacionamento com as federações e confederações nacionais e internacionais.

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Uma hérnia cervical foi a responsável por fazer Fabiana antecipar o adeus. "As dores eram muito grandes, limitavam meus movimentos no lado esquerdo, me atrapalhavam em saltar", contou. A lesão já vinha a incomodando semanas antes dos Jogos do Rio. A atleta insistiu, chegou a iniciar a competição e não passou da fase classificatória. Fabiana não conseguiu completar nenhum salto na prova olímpica no Engenhão.

Fabiana afirmou que está ansiosa para começar na nova função, principalmente por poder contribuir com o surgimento de novos atletas. "Depois que comecei, vi muitas garotas iniciando no salto. Quero ajudar nesse desenvolvimento e viajar bastante para entrar em contato com quem está em outros países", comentou. A bicampeã mundial lamentou não poder fechar a temporada em competições, mas afirmou se aposentar realizada.

"Passei anos difíceis. Foi um caminho complicado, principalmente por não ter o material no Brasil, ter que viajar com as varas, cuidar da logística. Fico contente de ter saltado a minha melhor marca no meu último ano, apesar de não ter atingido os 5 metros, como eu queria", disse a saltadora.

Ouro no salto com vara nos Jogos Olímpicos do Rio, Thiago Braz disse nesta quinta-feira, durante evento em São Paulo, que não espera rivalidade e represálias do rival que foi seu grande adversário na disputa pela medalha, o francês Renaud Lavillenie, em futuros encontros nas competições. O medalhista de prata, que tinha sido campeão em Londres-2012, deixou o Brasil criticando o público pelas vaias enquanto se preparava para a disputa direta com o brasileiro.

Braz foi à sede da Bovespa, no centro da capital paulista, para receber 1 kg de barra de ouro por ter sido atleta do Clube BM&FBOVESPA entre 2010 e 2014, até se mudar para a Itália. O campeão olímpico afirmou ter procurado o francês logo após a competição para amenizar o clima ruim gerado pela pressão da torcida. "Ele estava super chateado, conversamos bastante. Falamos até de nos encontrar na Europa nas futuras competições. Eu falei que era fã dele", contou.

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O atleta brasileiro disse que não poderia comentar as mais recentes entrevistas de Lavillenie na França. O rival afirmou que a torcida no Engenhão só torceu pelo velocista jamaicano Usain Bolt por ele não ter concorrentes brasileiros na mesma prova. "A torcida vaiou, eu sei que isso é ruim para o atleta. Mas tem que entender que somos brasileiros, então torceram para mim", explicou.

Até o fim do ano o medalhista brasileiro vai disputar mais competições na Europa e contou ter desfrutado pouco do sucesso pela medalha. "No Facebook eu tinha 2 mil seguidores. Agora, tenho uns 83 mil. O reconhecimento na rua está grande. Fico feliz pelos brasileiros. Não foi só eu quem ganhou, foram todos os brasileiros", disse. Braz, de 22 anos, também evitou projetar as próximas temporadas ao dizer que pretende descansar e analisar a prova olímpica que lhe deu o ouro no Rio.

O atleta Thiago Braz, de 22 anos, confessou nesta terça-feira, ao retornar a Marília, que não esperava um desempenho como o que o levou à medalha de ouro no salto com vara nos Jogos Olímpicos.

"Nunca saltei mais de seis metros nem em treinos", disse, em concorrida entrevista coletiva em um hotel da cidade do interior paulista. "Eu saltava 5,80m numa boa, mas no final do treino eu tentava pular seis metros e não conseguia. No máximo, relava", contou. No Rio, ele estabeleceu novo recorde olímpico com 6,03m.

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Thiago falou durante 40 minutos com jornalistas e lembrou que foi em Marília, onde nasceu, que teve a iniciação no esporte. "Aqui começou tudo, devo isso aos meus amigos e à minha família", disse o atleta, que mora na Itália. Ele cobrou mais investimentos. "A gente tem vários atletas de Marília competindo lá fora. Aqui é mais difícil, o atletismo está se acabando. O pessoal de Marília precisa de mais apoio, de uma estrutura melhor para todos os esportes."

Thiago fez referência ao amigo Augusto Dutra, outro mariliense que disputou o salto

com vara nos Jogos, mas não se classificou para a final. "Quem é do interior, para se firmar tem de ir para um grande centro. Eu saí daqui com 14 ou 15 anos, mas o sonho é voltar um dia."

O medalhista desembarcou na cidade no fim da tarde de segunda-feira e driblou alguns políticos que o esperavam. Thiago Braz permanece em Marília apenas mais um dia. Na próxima semana, deve competir na Europa, onde é aguardado pelo técnico Vitaly Petrov.

Alvo vaias da torcida e talvez pivô da maior polêmica destas olimpíadas, o francês Renaud Lavillenie, medalha de prata no salto com vara, deu entrevista à TV Globo na tarde desta quarta-feira (17). Ao reporter Marcos Uchôa, o atleta reafirmou que não acha que os brasileiros são nazistas e que apesar de ter reprovado a atitude dos torcedores que o vaiaram na competição e depois do pódio, tem tido uma boa recepção nas ruas do Rio de Janeiro.

Na entrevista, feita ao vivo no canal aberto, Lavillenie reforçou que não gostou das vaias durante a competição. "Não faz parte do espírito olímpico. Nas competições de salto com vara é normal que os torcedores batam palmas para marcar a nossa corrida. É um competição que exige muita concentração. Thiago não precisava disso. Já tinha feito um grande salto", disse.

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Já com a medalha de prata no peito, apesar dos apelos de Thiago Braz para que o francês fosse aplaudido, Lavillenie foi vaiado e chegou a chorar no pódio. "Foi um momento muito triste, mas sei que aquele público não representa todos os brasileiros. Andando por aqui fui abordado por brasileiros querendo tirar fotos comigo, então acho que foi algo do momento daqueles que estavam ali", amenizou.

Entenda - O francês, detentor do recorde mundial (6,16 m), atraiu a ira do público brasileiro após suas observações críticas sobre a atitude dos espectadores durante a competição. Na segunda-feira, Lavillenie havia dito à emissora Canal+: "Acho que a última vez que vimos isso foi quando Jesse Owens correu em 1936 (alemães sob regime nazista vaiaram negro americano). É chato ter um público de baixa qualidade como esse dos Jogos Olímpicos".

Posteriormente, numa coletiva e imprensa, ele tentou se desculpar pelos comentários. "Eu cometi um grande erro. Eu provavelmente estava muito irritado. É claro que não se pode comparar estes dois públicos", indicou.

Na terça-feira, Lavillenie foi vaiado no momento de receber sua medalha de prata no Estádio Olímpico. Enquanto as vaias saíam das arquibancadas, o francês chorou no pódio.

Na noite dessa segunda-feira (15), o mundo assistiu à vitória do brasileiro Thiago Braz sob o francês Renaud Lavillenie, na competição de salto com vara, com um salto de 6,03m de altura - cinco centímetros a mais que o do segundo colocado. Após o resultado, o treinador do medalha de prata, Philippe d'Encausse, afirmou em entrevista que Braz teria sido ajudado por "forças do candomblé". A declaração chamou atenção e sacerdotes da religião de matriz africana se posicionaram quanto ao fato. 

Em entrevista ao jornal Le Monde, Philippe d'Encausse justificou a medalha de ouro do brasileiro como mérito de forças místicas: "Thiago conseguiu um salto de 6,03m. Ele pode ter contado com a ajuda de forças místicas, talvez as do candomblé". O treinador ainda completou: "(O Brasil) é um país bizarro". O atleta brasileiro chegou ao lugar mais alto do pódio, desbancando o francês Renaud Lavillenie e ainda conquistando a marca do recorde olímpico, além de ter feito história com o primeiro ouro masculino da modalidade. 

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Nesta terça-feira (16), o Portal LeiaJá conversou com alguns religiosos do candomblé sobre as declarações do treinador. Para Alexandre L’Omi L’Odò, historiador e mestrando em Ciências da Religião, além de sacerdote, Philippe d'Encausse reproduziu um senso comum que os estrangeiros costumam ter sobre o Brasil. "Eu compreendo que as pessoas de fora tenham essa visão mística do País, que é uma visão até bem correta", disse se referindo às religiões de matriz indígena e africana professadas aqui. Para L'omi, a colocação do francês faz bastante sentido: "Se ele achou que houve essa ajuda ele pode ter certeza que teve, porque nós temos orixás, vuduns, inquices, encantados da Jurema, um mundo espiritual muito forte e expressivo que não é respeitado, pois o nosso país é comandado por uma cultura que acredita que as religiões européias são dominantes", disse. 

Para o Babá Jefferson ty Osalá Lufãn, pai de santo da casa Centro Espírita Cigana Saray, localizado na Zona Norte do Recife, essa ajuda espiritual é perfeitamente possível nos esportes. "Pode ser que o próprio Thiago tenha procurado forças para vencer esta batalha. Quando os orixás são procurados para ajudar, eles ajudam com toda certeza", disse. O sacerdote afirma, inclusive, que é comum que atletas de diversos esportes procurem apoio nestas religiões: "Se procuram, basta ter fé e fazer tudo que for necessário que será vitorioso em sua trajetória".

Alexandre L'omi L'odò compartilha da mesma visão: "Além da competência do atleta (Thiago) que fez por merecer o título, não é simplesmente algo divino que o fez ganhar, mas naturalmente a confluência das boas energias e bons pensamentos do povo brasileiro. A partir do momento que você emana sua energia interna junto a energia de outras pessoas para o bem, com certeza voê chegará ao seu objetivo. É como a força de uma oração ou uma reza católica. Tudo é energia".  

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A brasileira Fabiana Murer não conseguiu se classificar para a final do salto com vara dos Jogos Olímpicos Rio-2016, ao falhar nas três tentativas de superar os 4,55 metros na fase de classificação, nesta terça-feira.

A campeã mundial em Daegu-2011 e vice em Pequim-2015 soma, assim, três participações frustrantes em Jogos Olímpicos.

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Nos Jogos de Londres-2012, surpreendeu ao ser eliminada nas classificatórias, com um salto de apenas 4,50 metros, quando sua melhor marca de então era 4,85. Naquele dia, o vento forte a atrapalhou muito, revelou depois.

Quatro anos antes, nos Jogos de Pequim-2008, ficou em décimo lugar na final, depois que uma de suas varas sumiu durante a competição.

Na manhã desta terça-feira, na fase de classificação, a brasileira de 35 anos optou por começar a saltar a partir de 4,55 metros, e não dos 4,15 m iniciais.

Murer falhou nas três tentativas e não conseguiu concretizar o sonho de conquistar uma medalha olímpica dentro de casa. Ela ficou inclusive atrás da outra brasileira da prova, Joana Costa, que saltou 4,15 metros, mas não conseguiu superar a marca de 4,30 m e também foi eliminada.

Durante a etapa de Mônaco da Liga Diamante, em julho passado, ela sentiu uma dor muito forte, e semanas depois foi diagnosticada com uma hérnia de disco cervical, mas disse que chegaria bem às Olimpíadas.

O resultado é ainda mais decepcionante porque a atleta chegou aos Jogos do Rio depois de ter conseguido sua melhor marca pessoal há um mês e meio, quando saltou 4,87 metros no Troféu Brasil de Atletismo.

Os 4,87 metros colocavam Murer como a atleta com a segunda melhor marca da temporada, superada apenas pela americana Sandi Morris (4,93 m). Com esse registro, ela ultrapassou em dois centímetros seu recorde sul-americano na especialidade, que havia alcançado em 2010.

E a expectativa sobre Fabiana era ainda maior depois do resultado histórico de Thiago Braz na segunda-feira à noite.

O jovem de 22 anos surpreendeu ao conquistar a medalha de ouro no salto com vara dos Jogos do Rio com a impressionante marca de 6,03 metros, novo recorde olímpico.

O ouro veio depois de uma disputa antológica com o grande favorito da prova, o francês Renaud Lavillenie, campeão olímpico de Londres-2012 e recordista mundial .

O brasileiro Thiago Braz da Silva, 22, conquitou a medalha de ouro e bateu o recorde olímpico no salto com vara masculino em uma emocionante disputa contra Renaud Laevilleni na final da prova. A prova atrasou em função da chuva no Estádio Olímpio Newton Santos e a final terminou às 23h55.

Thiago e Laevilleni empataram com 5,93 metros para chegarem à disputa do ouro. Na disputa do ouro, Laeville conseguiu 5,98 m e o brasileiro o superou com 6,03 m. O francês fez seu último salto tentando superar Thiago saltando para 6,08 em sua última tentativa, mas não conseguiu e ficou com a prata.

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