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Tony Ramos falou sobre o atual momento da cultura no país, durante entrevista, e comentou sobre a passagem da colega Regina Duarte pela Secretaria Especial da Cultura do governo Bolsonaro. O ator disse acreditar que Regina “se iludiu" com o convite do presidente e lamentou por ela ter se envolvido em política. Ele também se mostrou decepcionado com a situação da cultura brasileira. 

O global tocou no assunto em entrevista para O Antagonista, Sobre Regina, Tony disse ter se “surpreendido” ao vê-la tomar posse como Secretária Especial da Cultura na gestão Bolsonaro. "Quando vi aquela notícia, como ela é uma produtora teatral, no passado produziu, interpretou e participou de peças importantes, eu falei: será que ela tem algum projeto? Depois, foi o que aconteceu, lamento por ela. Que é uma ótima pessoa, muito boa colega, etc. Me surpreendeu. Eu acho que ela se iludiu achando que dariam a ela condições de trabalhar."

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O ator também lamentou o atual momento do país para o segmento cultural. “É um fato que a cultura está jogada ao léu. Se me disserem: não, estamos preparando aquilo que achamos que tem que ser. Uma cultura não pode ser aquilo que alguém ache que tem que ser. A cultura é múltipla”. 

Gabriela Duarte relembrou o período em que sua mãe, a atriz Regina Duarte, juntou-se ao governo Bolsonaro para trabalhar como Secretária Especial da Cultura. Em entrevista a Pedro Bial, a atriz revelou ter sido esse um momento “bizarro” e que até se afastou da mãe temporariamente.

Gabriela foi a entrevistada do Conversa com Bial na última quarta (14), e falou, sem reservas, sobre o período em que sua mãe, Regina Duarte, trabalhou no governo Bolsonaro. A atriz revelou ter sido uma passagem “muito turbulenta” na vida das duas e que foi um alívio quando Regina deixou o cargo: "Foi um período que, de certa forma, nos afastou bastante. Não por uma questão ideológica, não é isso. Tem a ver com uma dinâmica muito complicada, de entrar ali, sair... Então, eu posso responder por mim, eu fiquei muito aliviada”.

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A herdeira da eterna namoradinha do Brasil disse, também, que evita conversar sobre política com a mãe. As duas divergem de opinião nesse sentido e, sendo assim, preferem falar apenas de interesses comuns quando estão juntas. “Realmente a gente escolhe coisas que a gente combina invariavelmente, séries, filmes, a profissão. A gente se encontra melhor. Pra que se encontrar num lugar que é espinhoso?”

A trajetória de Regina Duarte à frente da Secretaria Especial da Cultura do governo Jair Bolsonaro está sendo marcada por críticas, cobranças e descrédito. Desde que seu nome foi sondado para ocupar a cadeira, as dúvidas quanto sua capacidade para assumir o cargo preocuparam a classe artística. Agora, apenas dois meses após sua nomeação, a secretária não deixa de ser citada pelos artistas, classe a qual ela deveria representar, porém, de forma negativa. Depois da  última quinta (7), então, quando Regina, em uma entrevista,  minimizou a ditadura e ainda se recusou a ouvir um relato da atriz Maitê Proença, a imagem dela junto à categoria piorou ainda mais. 

Desde que assumiu o cargo, Regina tem sido convocada pelos artistas para trabalhar por eles, através do desenvolvimento de políticas culturais e, até mesmo, por uma postura mais sólida como representante da classe. A falta de ações consistentes a favor da categoria e até mesmo o silêncio da secretária em relação a algumas questões e perdas que o cenário cultural brasileiro vem sofrendo nos últimos meses, como as mortes de Moraes Moreira e Flávio Migliaccio, por exemplo, já renderam até protesto virtual no qual artistas de todo o país publicaram vídeos perguntando: “Regina, cadê você?”. 

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Mas a entrevista concedida por Regina, na última quinta (7), à CNN parece ter sido a gota d’água. Ao vivo, a secretaria minimizou a ditadura, as mortes pela pandemia do coronavírus e ainda protagonizou uma cena quando foi veiculado um vídeo com uma fala da atriz Maitê Proença, criticando sua postura. A secretária ficou revoltada, brigou com os jornalistas e encerrou a entrevista de forma grosseira.

O resultado, foram muitas críticas e uma lugar na lista dos assuntos mais comentados do Twitter. Artistas de todos os segmentos se revoltaram com Duarte, alguns até ex-colegas de cena. Confira alguns dos comentários. 

“Regina, você foi minha amiga e me ajudou muito no início da minha carreira. Fiquei chocado quando na entrevista você simplesmente achou ‘normal’ as mortes e chancelou a tortura. Dói mais e mais vê-la assim. O que aconteceu com você, Regina?”

Walcyr Carrasco 

“Não dá pra desculpar o seu deboche com torturados pelo Estado, sua naturalização da barbárie. (…) Não dá pra desculpar seu silêncio, sua falta de projetos, a forma como você trata os trabalhadores do audiovisual.”

Bruno Gagliasso

“Gostaria de dizer que a cultura no Brasil vai muito além do ballet clássico, das orquestras sinfônicas e dos livros de poesia (…). Governar apenas para os que te causam afeição não é governar para o povo.”

Anitta

“Eu fui assistir a entrevista da Regina Duarte, e eu já pensava comigo que ia ser péssimo. Meu Deus.. Ela conseguiu me surpreender. Foi muito pior do que eu pensava”.

Tonico Pereira

“Asqueroso. A cultura não tem a menor chance nesse cenário terrível”

Lobão

“Regina Duarte pegou o Bolsovirus. Atacar a imprensa, passar pano pra tortura e ser desvairada são sintomas muito claros”.

Hugo Moura

“Você não tem humanidade, Regina Duarte? Que vergonha! Que horror! Que triste…”

Deborah Bloch

“Viram quem é a namoradinha fascista do Brasil? De nada”.

José de Abreu

“Que laia de ser humano?! Podridão do ser”.

Dira Paes

A secretária especial da cultura, Regina Duarte, fez uma transmissão ao vivo, na última terça (14), para anunciar um ação que visa ajudar os trabalhadores da cultura durante a crise do coronavírus. O projeto, no entanto, não é nada mais que o auxílio emergencial já anunciado - e colocado em prática -, pelo Governo Federal, com o diferencial de estar sendo mencionado como uma ação voltada aos profissionais da arte. O anúncio não pegou bem entre a classe e foi duramente criticado. 

Após a transmissão, feita ao lado do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, a informação também foi publicada nas redes sociais da Secretaria Especial da Cultura. Na postagem, a ação vem descrita como “Ação Emergencial Cidadão da Cultura”, com a legenda: “A secretária especial da Cultura, Regina Duarte, anunciou detalhes sobre o pagamento do auxílio de até R$ 600,00 para trabalhadores informais, autônomos e microempreendedores do setor cultural”. A publicação também indica o site da Caixa Econômica Federal para quem tiver dúvidas.

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Tal  auxílio, destinado aos trabalhadores da cultura, no entanto, nada mais é do que o auxílio emergencial anunciado pelo Governo Federal e que, inclusive, começou a ser pago na última terça (14). As críticas ao posicionamento da Secretaria Especial da Cultura foram inevitáveis, uma vez que, até o momento, nenhuma ação específica para a classe artística foi idealizada durante esse período em que grande maioria desses profissionais está impossibilitada de trabalhar. 

Confira o que disseram alguns internautas:

“Isso não é novidade! Todos os empreendedores que cumpram as regras têm direito ao auxílio! Quero ver novidades”.

“Isso já foi apresentado, já tá sendo pago e é pra autônomos de qualquer área. E pro setor cultural, nenhuma medida específica? Vai trabalhar, mulher, e para de ficar postando fake news no insta”.

“O certo seria criar um auxílio específico para classe artística. Mas, nem isso”.

“Deveriam criar um programa específico para os segmentos da Cultura e não colocar todos numa só farofa”.

“Falta de respeito com o pessoal da cultura. Que vergonha!”

 

Quem demonstrou irritação com os grupos bolsonaristas, que agora se colocam contra Regina Duarte, foi a deputada estadual Janaína Paschoal (PSL-SP). Em uma série de tuítes a parlamentar saiu em defesa da nova secretária da Cultura e criticou veemente a postura dos apoiadores de Jair Bolsonaro. 

De acordo com a visão da deputada, a equipe de Bolsonaro não é formada por robôs que têm que concordar com ele em tudo. A referência foi à situação protagonizada por Regina Duarte, que apesar de agora fazer parte do governo, demitiu funcionários da pasta a qual ela chefia. O motivo, segundo conversas de bastidores, teria sido por “divergências ideológicas”. 

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“O Brasil é multifacetado! O Brasil é plural! O Governo, muito embora não precise ter a mesma pluralidade ideológica de um Parlamento, também precisa contemplar as nuances da sociedade”, declarou no Twitter. 

Desde o anúncio das demissões na manhã desta quarta-feira (4), justamente no dia da posse de Regina, a atriz vem sofrendo ataques que se intensificaram após as declarações de Olavo de Carvalho, que chegou a dizer que ter apoiado Regina Duarte para o cargo foi uma “cagada”. 

“Não conseguem ver que uma pessoa séria como Regina Duarte já está apanhando dos malucos da esquerda? Querem que ela aguente também os doidos da direita? Aliás, ela também apanha dos arrependidos de Bolsonaro. Não dá!”, manifestou-se Janaína Paschoal. 

A deputada ainda alertou que “os defensores de Bolsonaro” podem vir a derrubar o governo e pediu respeito a Regina Duarte. 

“Gente, desse jeito, quem vai derrubar o Presidente é a turma que diz que o apoia! A burrice é tanta, que parece má-fé! Respeitem Regina Duarte! Boa posse Regina! Só não vou a Brasília, por estarmos na votação da Previdência Paulista”, concluiu.

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A atriz Regina Duarte, que deve tomar posse da Secretaria Especial de Cultura em breve, publicou na noite dessa terça-feira (25), na sua rede social, uma convocação aos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para a manifestação pública que deve ser realizada no dia 15 de março. 

O post tem mais de 30 mil curtidas e cita o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, que, inclusive, foi quem propôs a ida dos bolsonaristas às ruas. 

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A polêmica realização do protesto a favor de Bolsonaro e contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF) surgiu depois que o presidente compartilhou o vídeo oficial do ato público via WhatsApp. A oposição passou a pedir o impeachment do chefe de Estado por ele estar indo contra os princípios da Constituição. 

As declarações de Jair Bolsonaro a respeito da produção audiovisual com temática LGBT continuam reverberando. Após a suspensão do edital que financiaria algumas obras, o secretário nacional da Cultura, Henrique Pires, pediu demissão do cargo alegando não concordar com “censura”. 

Henrique Pires estava à frente da secretaria, que é subordinada ao Ministério da Cidadania, desde o início do governo Bolsonaro. Nesta quinta (21), Pires disse, em entrevista ao G1, que estava sendo uma "voz dissonante" no governo e que a suspensão do edital, por parte do ministro Osmar Terra, seria uma "gota d'água". "Eu tenho o maior respeito pelo presidente da República, tenho o maior respeito pelo ministro, mas eu não vou chancelar a censura", disse. 

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Após Jair Bolsonaro declarar que vetaria produções audiovisuais que tratassem da temática LGBT durante pronunciamento ao vivo, o ministro da Cidadania, Osmar Terra, suspendeu o edital corrente que selecionaria algumas obras para receberem incentivo público. Segundo o ex-secretário Henrique Pires, a prática não condiz com seus princípios: "Eu não concordo com a colocação de filtros em qualquer tipo de atividade cultural. Não concordo como cidadão, não concordo como agente público, você tem que respeitar a Constituição", afirmou Pires. 

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