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Os candidatos à Presidência e fizeram campanha neste domingo e entre as cidades que estavam na agenda estão Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Entre as atividades estiveram caminhadas, atos e gravações para a última semana do programa eleitoral gratuito antes do primeiro turno. 

Ciro Gomes

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O candidato à presidência pelo PDT Ciro Gomes participou da caminhada da Rosa Vermelha em Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro. “Eu conto com todos e com cada um dos brasileiros, quero o apoio dos humilhados, o apoio dos que estão constrangidos na dívida, o apoio daqueles que estão no pico da informalidade, mirando um futuro de velhice sem nenhuma proteção. Eu quero o apoio do Brasil para reconciliar a nossa nação ao redor de um projeto emancipador”, disse. 

O candidato também apresentou, em discurso, dados que mostram, ao longo dos últimos anos, o aumento do desemprego e a perda do poder de compra. “A tarefa é de construir um Brasil novo”. Em seguida, o candidato participou de caminhada na Rocinha, também na Zona Sul. Ciro subiu o morro a pé e seguiu até a sede de uma associação de moradores, no alto da comunidade, onde conversou com a população.

Lula 

O candidato a presidente pelo PT Luiz Inácio Lula da Silva participou hoje (25) de um ato na quadra da Portela, em Madureira, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Em discurso, Lula incentivou que as pessoas compareçam às urnas no próximo domingo (2): “É importante que as pessoas compareçam para votar, até para depois terem o direito de cobrar, exigir. Nesses últimos dias, vamos fazer uma campanha para convencer o maior número de pessoas a irem votar”.

O candidato também reforçou algumas das bandeiras sociais da campanha. “Eu só quero ser presidente porque eu quero cuidar do povo. E o povo não quer muito, quer ter sua casinha, um emprego, ganhar um salário justo. E para isso precisa de uma profissão. O maior sonho de uma mãe é ver seu filho ou filha com uma profissão. Se o filho tiver um diploma universitário, ela já vai para o céu de alegria”, disse.

Sofia Manzano 

A candidata à Presidência pelo PCB, Sofia Manzano fez campanha em Belo Horizonte. Ela fez panfletagem e uma caminhada com apoiadores no centro da cidade. Manzano ainda participou de uma plenária, seguida de um almoço, na sede do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Assessoramento, Pesquisas, Perícias e Informações do Estado de Minas Gerais (Sintappi).

Nas redes sociais, a candidata demostrou otimismo para a última semana de campanha eleitoral antes do primeiro turno. “Entramos na reta final da campanha e o interesse e engajamento na nossa campanha só aumenta”, disse.

Soraya Thronicke

A candidata a presidente pelo União Brasil Soraya Thronicke reuniu-se com a equipe de sua assessoria de comunicação no período da manhã. À tarde, realizou gravação de material para a propaganda eleitoral. No início da noite, a agenda da candidata previa uma live.

Em suas redes sociais, a candidata destacou o tema da fome. “Cada ida ao supermercado é motivo de tristeza para o povo brasileiro. Apesar do governo dizer que não existe fome em nosso país, ela tem batido na porta de milhões de pessoas. Vamos nos unir para mudar essa situação”, escreveu.

As Eleições 2022 registraram um recorde para a corrida presidencial: foram quatro candidaturas femininas formalizadas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). As presidenciáveis são novatas e veteranas, do centrão, esquerda e direita. A única vez que o pleito feminino obteve esse destaque foi em 2014, quando as candidatas eram Dilma Rousseff (PT), Luciana Genro (PSOL) e Marina Silva (Rede).  

As candidatas deste ano são as senadoras Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (União Brasil), além da cientista social e sindicalista Vera Lúcia (PSTU); e da professora e economista Sofia Manzano (PCB). Conheça o perfil de cada uma. 

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Simone Tebet (MDB) 

Com o desempenho mais bem avaliado no primeiro debate presidencial, ocorrido em 28 de agosto, na Band, a senadora Simone Tebet, do MDB-MS, é a candidata à Presidência da República que melhor tem pontuado nas pesquisas de simulação. Na pesquisa do Instituto FSB, contratada pelo Banco BTG Pactual e divulgada nessa segunda-feira (29), ela surge em quarto lugar com 4% das intenções de voto, atrás de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com 43%; Jair Bolsonaro (PL), com 36%; e de Ciro Gomes (PDT), com 9%. 

Tebet, que foi destaque em 2021 pelo seu trabalho na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, ao lado da senadora Eliziane Gama (Cidadania-AM), também foi a primeira líder da bancada feminina do Senado Federal. Da ala progressista, está mais alinhada ao Centrão do que à esquerda, mas teve o último mandato marcado por um intenso trabalho de oposição ao presidente Jair Bolsonaro. 

Com pontuação próxima a de Ciro Gomes, a candidata deve seguir com os discursos firmes, na tentativa de conquistar mais do eleitorado do Centrão, que também é parte do eleitorado do candidato do PDT; assim como deve tentar conquistar mais do eleitorado de esquerda, uma vez que tem investido na argumentação de “alternativas à polarização”.  

No histórico de Tebet, há o voto favorável ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que a parlamentar considerou ser “o resultado normal de uma democracia forte e consolidada”. Fazendeira e ruralista, também já votou a favor da PEC 71/2011, que prevê a indenização de ruralistas em terras indígenas, apesar de recentemente ter se posicionado a favor da demarcação. Ambos os posicionamentos podem atrapalhar a proximidade com o eleitorado que hoje é de Lula e de candidatos menores da esquerda. 

Simone Tebet tem 52 anos, é mãe, advogada, professora e senadora pelo estado do Mato Grosso do Sul.  Em 2002, elegeu-se deputada estadual pelo seu estado e em 2004 foi a primeira mulher eleita prefeita de Três Lagoas. Em 2008, finalizou a votação reeleita prefeita, com 76% dos votos válidos. Agora candidata à Presidência, já divulgou algumas das propostas no seu plano de governo. Sua vice é a senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP). 

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Vera Lúcia Salgado (PSTU) 

A pernambucana Vera Lúcia, candidata do PSTU, é a segunda mulher candidata à Presidência a pontuar nas pesquisas de intenção de voto. Na pesquisa FSB/BTG Pactual, ela surgiu com 1%. Em 2018, também foi candidata à presidência da República, obtendo 55.762 votos, ou 0,05% dos votos válidos. À época, sua chapa era completamente composta por pessoas negras. Este ano, sua vice será a indígena Kunã Yporã, de 39 anos. Yporã é da etnia Tremembé e vem do estado do Maranhão.   

Vera participou, como candidata, de 10 eleições gerais ou municipais desde 1998, quando foi candidata a vice-governadora de Sergipe. Ela já pleiteou os cargos de prefeita de Aracaju, governadora de Sergipe, deputada federal e, mais recentemente, presidente da República, em 2018. Apesar das tentativas, nunca conseguiu se eleger para um cargo público. 

Nascida no povoado de Cercadinho, em Inajá, Pernambuco, Vera foi datilógrafa, faxineira e garçonete. A pré-candidata também trabalhou em uma fábrica de calçados, onde se tornou sindicalista. A partir do sindicalismo, a militante filiou-se aon Partido dos Trabalhadores. Em 1992, porém, ela e seu grupo romperam com o partido. Depois, fundaram o PSTU. A candidata tem 54 anos e é cientista social. 

A candidata do PSTU promete apresentar “um programa socialista para o Brasil, sem conchavos com a burguesia”. Seu material de pré-campanha afirma que ela é uma “alternativa socialista e revolucionária” para o país. Apesar de socialista, defende o armamento da população, para “assegurar a autodefesa armada nos bairros, dos movimentos sociais, sindicatos, ativistas que lutam em defesa da natureza, indígenas e da juventude”. 

Soraya Thronicke (União Brasil) 

Com carreira política nascida em um dos ascendentes braços da direita brasileira, Soraya Thronicke tenta um assento no Palácio do Planalto pela primeira vez, como candidata do União Brasil (fusão do PSL com o DEM). A candidata tem sido chamada nas redes sociais de “Juma Marruá”, em alusão à personagem mística da novela Pantanal. 

O apelido pegou após suas declarações no debate presidencial na Band, quando disse que tem mulher “que vira onça” em seu estado, Mato Grosso do Sul. Suas falas também chamaram atenção pelo confronto direto com Jair Bolsonaro. 

Em 2018, porém, Soraya se elegeu senadora com apoio de Bolsonaro. Na verdade, seu slogan de campanha era “A senadora de Bolsonaro”, o que virou tema de discussão entre ela e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que entregou à ex-aliada a alcunha de “traidora”. Apesar da oposição, Thronicke defendeu, em sua última campanha, o porte de armas e a criminalização do aborto, e até o momento não fez declarações que confirmem a permanência do posicionamento para o novo pleito. 

Advogada e empresária, a senadora de 49 anos é dona de uma rede de motéis em seu estado e tem falas alinhadas ao interesse dos empresários, especialmente os do agronegócio. Seu patrimônio declarado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) este ano foi de R$ 783 mil. O vice de Soraya é o economista e ex-secretário da Receita Marcos Cintra. A candidata não tem pontuado nas pesquisas. 

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Sofia Manzano (PCB) 

A paulista Sofia Manzano é a candidata de retorno do Partido Comunista Brasileiro à Presidência em 2022, após o partido não ter tido candidatura presidencial no pleito de 2018. Nas eleições de 2014, Manzano também foi candidata a vice na chapa pura com Mauro Iasi (PCB). Atualmente titular da própria chapa, tem como vice o pecebista Antônio Alves. O PCB define o programa da pré-candidata como “anticapitalista” e “anti-imperialista”. 

Apesar de também não ter pontuado nas pesquisas recentes e ter ficado de fora do primeiro debate presidencial televisivo, ela deve somar, junto às demais candidatas, à oposição ao presidente Jair Bolsonaro. Em seu site, o PCB define o governo federal como “a expressão concentrada dos interesses dos banqueiros, dos grandes monopólios industriais, financeiros, comerciais e de serviços, do agronegócio e do imperialismo”. 

A carreira política da candidata começou durante o período de redemocratização do Brasil. Ela se filiou ao Partido Comunista em 1989, ainda aos 17 anos. Nos anos 1990, presidiu a União da Juventude Comunista (UJC), além de atuar no movimento estudantil na PUC-SP. 

Sofia tem 51 anos, é formada em Ciências Econômicas pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo, mestra em Desenvolvimento Econômico pelo Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e doutora em História Econômica pela Universidade de São Paulo (USP). 

 

O Partido Comunista Brasileiro (PCB) homologou hoje (30) como candidata à Presidência da República nas eleições de 2022 a professora e economista Sofia Manzano. A chapa terá, como vice-presidente, o sindicalista Antônio Alves. Para as eleições majoritárias, o partido optou por não fazer coligações com outras legendas. A cerimônia de homologação foi no bairro do Tatuapé, em São Paulo.

As propostas do PCB abrangem revogação de “contrarreformas e de toda a legislação neoliberal contrária aos interesses dos trabalhadores, da juventude e da população pobre”, o que inclui a Lei de Responsabilidade Fiscal e do teto dos gastos e a criação de uma Lei de Responsabilidade Social, que garanta recursos para investimento público no desenvolvimento do país e nas áreas sociais.

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A reforma tributária defendida pelo partido é “progressiva”, taxando lucros e dividendos, grandes fortunas, heranças e transações financeiras, além de isentar quem ganha até cinco salários mínimos da cobrança do Imposto de Renda. A política defendida pelo PCB é de “recomposição das perdas salariais e valorização do salário mínimo, aliada a uma reforma agrária sob o controle popular e ao combate permanente a todas formas de opressão.

Durante o discurso, Sofia Manzano falou sobre os 100 anos de história do “partidão nas ruas, denunciando as mazelas de um capitalismo que não deu certo por destruir seres humanos e meio ambiente”. Ela defendeu a redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais sem redução salarial. Abordou também algumas questões polêmicas como a descriminalização das drogas e do aborto.

“Somos a única candidatura que defende a descriminalização das drogas porque a política de guerra às drogas é na verdade uma política de matança e encarceramento da população negra e jovem. E somos a única candidatura que defende a legalização do aborto, porque o aborto em nosso país só é ilegal e criminalizado para a população pobre. Para mulheres ricas ele não é criminalizado, porque é tranquilamente praticado nas estruturas do mais alto luxo da saúde privada”.  Antônio Alves reiterou o compromisso de levar a palavra do PCB a favelas, comunidades, locais de trabalho e de estudo, moradias e aldeias indígenas. “Vamos estar onde o povo está”, disse.

Perfil

Sofia Manzano nasceu em 19 de maio de 1971 na cidade de São Paulo. Graduada em ciências econômicas pela PUC/SP, é mestra em desenvolvimento econômico pelo Instituto de Economia da Unicamp e doutora em história econômica pela USP. Foi aprovada em primeiro lugar em concurso público para professora do curso de Economia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), motivo pelo qual mudou-se para Vitória da Conquista em 2013.

Desenvolve pesquisas sobre mercado de trabalho e desigualdade social no capitalismo. A militância no PCB teve início durante a campanha presidencial de 1989. Foi também atuante no movimento sindical. Integrou alguns sindicatos de professores, chegando a ser eleita vice-presidente da Associação de Docentes da Universidade de São Paulo entre 2015 e 2016.

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