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A agência de classificação de risco Standard & Poor's rebaixou nesta segunda-feira (24), o rating de longo prazo em moeda estrangeira do Brasil de BBB para BBB-. Agora, a perspectiva da nota é estável. Apesar do rebaixamento, o País ainda se manteve dentro do grau de investimento.

Uma equipe da S&P esteve no Brasil na semana do dia 10 de março, com o objetivo passar um pente-fino nas contas públicas e conversar com agentes do mercado, investidores e autoridades do governo. A missão, que começou por São Paulo, passou também por Brasília e Rio de Janeiro. Na ocasião, a força-tarefa da S&P participou de encontros com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e com a diretoria do Banco Central.

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A Standard & Poor's cortou a nota de crédito de longo prazo da Ucrânia para CCC, de CCC+, devido à piora "substancial" na situação política do país. "Nós acreditamos que isso eleva as incertezas de contínua provisão de apoio financeiro da Rússia ao longo de 2014 e coloca a capacidade do governo em cumprir o serviço da dívida a um risco mais elevado", destacou a agência de classificação de risco.

"Agora nós acreditamos ser possível que a Ucrânia dê calote na falta de mudanças significativamente favoráveis nas circunstâncias, o que nós não antecipamos", afirmou a S&P. A perspectiva negativa reflete a visão de que o governo ucraniano ainda deve assegurar um financiamento externo suficiente para evitar um calote seletivo.

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A nota de crédito da Ucrânia já havia sido rebaixada pela S&P em 28 de janeiro. Na época, a agência alertou que tomaria novas ações se a crise política deteriorasse a capacidade de pagamento do país. "Os confrontos entre manifestantes e forças de segurança que se iniciaram em 18 de fevereiro nos levou a concluir que um fim conciliatório para o impasse político agora está fora de alcance", declarou a S&P. O texto publicado pela agência revela a descrença de que a Rússia mantenha o compromisso de financiar a Ucrânia em US$ 15 bilhões, o que levaria o país a um calote nas obrigações em moeda estrangeira.

A expectativa inicial era de que o apoio russo, que corresponde a 8% do Produto Interno Bruto (PIB) da Ucrânia, estaria totalmente entregue até a segunda metade do ano. A agência lembrou que a Rússia começou a desembolsar os recursos, mas que em janeiro já suspendeu os US$ 2 bilhões que enviaria ao país, assim como em fevereiro.

A estimativa da S&P é de que o Banco Nacional da Ucrânia e a estatal Naftogaz possuem cerca de US$ 13 bilhões em serviço da dívida em moeda estrangeira e cumprir em 2014. As reservas internacionais da Ucrânia recuaram para US$ 17,8 bilhões em janeiro.

A alternativa, que seria uma ajuda financeira dos EUA, da União Europeia ou do Fundo Monetário Internacional (FMI), provavelmente estaria atada a condições associadas com o programa formal de empréstimos do FMI. Entre as condições provavelmente estariam a flexibilidade na taxa de câmbio, o fortalecimento do setor financeiro, consolidação fiscal e aumento nas tarifas de energia domésticas. "Em nossa visão, o governo ucraniano não está inclinado a endossar essa direção de políticas", afirmou a agência.

A agência de classificação de risco Standard & Poor's rebaixou o rating soberano da Venezuela de B para B-, com perspectiva negativa, citando a provável continuação das políticas econômicas "erráticas" do país. Segundo a agência, juntamente com pressões sobre a liquidez externa, essas políticas vão exacerbar a dependência do governo dos preços do petróleo e enfraquecer sua capacidade de gerenciar choques.

"Acreditamos que os resultados das eleições municipais de 8 de dezembro vão reforçar a recente tendência no sentido de uma intervenção maior do governo na economia, criando maior incerteza", avaliou a agência.

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O relatório da S&P afirmou ainda que a perspectiva negativa reflete a possibilidade de que a polarização política sustentável e as crescentes distorções econômicas possam materializar um aumento dos riscos para a dívida do governo nos próximos dois anos.

A agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P)rebaixou o rating da OGX para CCC-, de CCC. A perspectiva permanece negativa. O rebaixamento é baseado na expectativa de que as fontes de caixa da companhia (incluindo a disponibilidade de caixa de US$ 326 milhões no trimestre encerrado em 30 de junho) serão insuficientes para cumprir os compromissos nos próximos seis meses, entre eles o pagamento de juros avaliado em US$ 80 milhões para a OSX Brasil.

Neste contexto, a S&P avalia que uma reestruturação da dívida da OGX no curto prazo é provável, a menos que ocorra uma entrada de caixa significativa. Recentemente, a companhia anunciou que contratou o Blackstone Group como consultor, em outro passo que pode levar à reestruturação de sua dívida.

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"Os próximos pagamentos de juros dos títulos da OGX em circulação são esperados para outubro de 2013 e dezembro deste ano. Nas operações, devem ser desembolsados US$ 45 milhões e US$ 110 milhões, respectivamente. Acreditamos que a fonte de caixa da companhia não seja suficiente para cumprir esses compromissos", disse a analista de crédito da Standard & Poor's Renata Lotfi.

Segundo o relatório, a perspectiva negativa do rating reflete a vulnerabilidade maior da OGX à possível falta de pagamento das dívidas e a possibilidade de que a dívida tenha que ser reestruturada no curto prazo. Fonte: Dow Jones Newswires.

A agência de classificação de riscos Standard & Poor's manteve os ratings do crédito soberano da Alemanha de longo prazo e de curto prazo em AAA e A-1+, respectivamente. Segundo a S&P, a perspectiva do rating de longo prazo é estável.

"Os ratings da Alemanha refletem nossa visão de sua economia moderna, altamente diversificada e competitiva, e o histórico do governo de políticas fiscais prudentes e disciplina de gastos. Além disso, acreditamos que a economia alemã tem demonstrado a sua capacidade de absorver grande choques econômicos e financeiros", afirmou a S&P em um comunicado.

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A perspectiva estável do rating de longo prazo da Alemanha reflete, segundo a agência, a expectativa de que suas finanças públicas continuarão a suportar potenciais choques financeiros e econômicos. Além disso, a Standard & Poor's também espera que "o consenso a favor de políticas econômicas prudentes" permanecerá. "Esperamos que esses fatores contenham a proporção dívida líquida do governo geral e sustentem a posição de credora externa líquida da economia".

No entanto, a agência disse que poderá rebaixar o rating de crédito soberano de longo prazo não solicitado da Alemanha se, ao contrário das expectativas atuais da agência, a proporção da dívida líquida do governo geral aumentar significativamente a partir de seu nível atual de pouco menos de 80% do PIB.

"Isso poderia ocorrer, por exemplo, se déficits consistentemente maiores do que o esperado ultrapassarem significativamente o limite constitucional. Um aumento inesperado nos passivos contingentes, particularmente do setor bancário, também poderia criar pressão de queda sobre o rating. Atualmente, nós não esperamos estes

cenários se materializem no horizonte de perspectivas (de até 24 meses)".

A agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P) atribuiu à Latam Airlines, baseada no Chile, o rating BB com perspectiva positiva, frisando que pode elevar o rating nos próximos 12 a 18 meses, se os resultados da empresa se fortalecerem, principalmente no Brasil. A S&P também afirmou o rating BB da TAM Linhas Aéreas, com perspectiva positiva.

"A avaliação do perfil de risco da Latam reflete a forte posição de competitividade da empresa como a principal companhia aérea da América Latina, devido à sua liderança em diversos mercados domésticos da região, além da diversificação de suas rotas internacionais", disse a agência.

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A Latam foi criada após a fusão da brasileira TAM com a chilena LAN, em junho de 2012. A nova companhia aérea opera uma rede que atende a mais de 60 milhões de passageiros por ano, com mais de 130 destinos.

"Temos uma opinião favorável relacionada à consolidação dos segmentos empresariais da Latam e às perspectivas de melhora em seus resultados operacionais nos próximos anos, na medida em que a companhia se beneficia da maior capacidade de utilização e menores custos", afirmou a S&P.

A agência destacou ainda que o setor de transporte de carga da Latam impulsiona a diversificação de receita da empresa, representando cerca de 15% do total, e comentou sobre as perspectivas para o Brasil.

"Esperamos que as condições de mercado no Brasil melhorem gradualmente nos próximos trimestres, na medida em que as companhias aéreas ajustam sua capacidade ao menor crescimento da demanda e que a recente tendência de consolidação no setor alivie a competição no mercado doméstico."

A S&P lembrou no entanto, que há fatores de risco, como um mercado que se desenvolve menos que o esperado e a exposição da Latam a riscos inerentes às companhias aéreas, como a vulnerabilidade a ciclos econômicos.

Ações

Os papéis da Latam recuaram 4,2% na Bolsa do Chile neste pregão, antes de uma reunião de acionistas, prevista para terça-feira, 11, quando será votado um aumento de capital de US$ 1 bilhão.

A companhia pretende usar o dinheiro para financiar parte da expansão de sua frota e fortalecer sua posição de capital para elevar o rating. Um rating melhor ajuda as empresas a obter financiamentos mais baratos.

Fonte: Dow Jones Newswires.

O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, avaliou que a decisão da Standard & Poor's (S&P) de rebaixar a perspectiva do rating de longo prazo em moeda estrangeira BBB do Brasil será revista, em razão do cenário positivo de crescimento da economia. Em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o secretário destacou que a mudança não altera o rating do País, mas apenas a perspectiva da nota. "O nosso rating continua o mesmo". Segundo ele, é natural essas mudanças na perspectiva da nota em função dos ciclos da economia. "Aconteceu até com os Estados Unidos", afirmou. "É natural", insistiu.

Ele frisou dois pontos do relatório da S&P: crescimento e política fiscal. Segundo Holland, o Brasil tem tido um crescimento acima da média dos países mundiais no período pós-crise e também nos últimos três anos. Segundo ele, entre 2007 e 2012, a taxa média de crescimento do Brasil foi de 3,7%, enquanto a média dos outros países atingiu 3,3%.

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Em relação à política fiscal, o secretário disse que não houve mudança. "A política fiscal continua como sempre. Não há mudança nem na política fiscal e nem na política econômica." De acordo com secretário, os superávits primários das contas públicas têm garantido a redução da relação entre a dívida líquida do setor público e o Produto Interno Breuto (PIB). Ele destacou que a dívida líquida no ano passado caiu para 35,2% do PIB e deve fechar este ano abaixo de 35%. "Além disso, o ambiente de negócios segue forte no País", disse, salientando que a perspectiva de crescimento é reforçada pelas concessões. "Temos o maior programa de concessões do mundo."

Ele disse que o IPO (sigla em inglês para oferta pública inicial de ações) da BB Seguridade, a emissão externa do Tesouro com o menor spread da história, a 11ª rodada de petróleo e gás e a captação externa de R$ 11 bilhões da Petrobras mostram um cenário de confiança por parte dos investidores e do setor privado. Diante desse cenário de crescimento da economia, Holland avaliou que "logo mais" a S&P vai corrigir a perspectiva. "As perspectivas de crescimento com investimentos e com a boa política fiscal vão mostrar que estamos no caminho certo da economia."

A agência de classificação de risco Standard & Poor's elevou nesta sexta-feira, 26, o rating da petroleira colombiana Ecopetrol para BBB, de BBB-, com perspectiva estável.

A decisão ocorre após a nota soberana da Colômbia ter sido elevada, na quarta-feira. A Ecopetrol é a maior petroleira do país, respondendo por 60% da produção total. "A decisão reflete nossa análise sobre uma ajuda suficiente e no tempo adequado do principal acionista da empresa, o governo colombiano", caso seja necessário, diz a agência em comunicado. As informações são da Dow Jones.

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A Standard & Poor's revisou nesta quarta-feira a perspectiva para o Chipre de negativa para estável. Ao mesmo tempo, a agência de classificação de risco afirmou os ratings soberanos de curto e longo prazos do país em 'CCC/C'.

"A revisão da perspectiva reflete nossa expectativa de que o governo cipriota vai aceitar os termos de um programa de ajuda de até 10 bilhões de euros, oferecido pela União Europeia e Fundo Monetário Internacional, e o fato de que a primeira tranche do programa vai ser desembolsada em tempo de o governo honrar o pagamento de um bônus em euros que vence em 4 de junho", disse a S&P em comunicado. "Entendemos que o empréstimo terá uma baixa taxa de juros e vencimento longo."

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A S&P prevê que o Chipre permanecerá como membro da zona do euro e que os controles de capital introduzidos recentemente vão ser mantidos, em algum grau, para evitar uma fuga de recursos dos bancos cipriotas. A agência também projeta que a economia do Chipre vai apresentar contração em torno de 20% entre 2013 e 2016. As informações são da Dow Jones.

A agência de classificação de risco Standard & Poor's rebaixou o rating soberano de longo prazo do Chipre para CCC, de CCC+, com perspectiva negativa. O rating de curto prazo foi afirmado em C.

Segundo a S&P, o rebaixamento reflete os sérios problemas do setor bancário cipriota, que desde o início de 2012 vem sofrendo perdas. "Nossa expectativa é de que os dois maiores bancos do Chipre, juntos, precisarão de 10 bilhões de euros em injeção de capital", diz o relatório da agência. "Uma vez que os ativos do problemáticos setor bancário cipriota correspondem a mais de cinco vezes o PIB (Produto Interno Bruto) do país, consideramos que o rating de crédito do Chipre está completamente ligado ao seu sistema bancário."

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A agência criticou o fato de o Parlamento cipriota ter rejeitado a proposta de imposto sobre depósitos bancários para obter os 5,8 bilhões de euros necessários sob os termos do acordo de resgate com a troica - Banco Central Europeu, Fundo Monetário Internacional e Comissão Europeia. A S&P reforçou, no entanto, a crença de que o Eurogrupo está determinado a definir um acordo com as autoridades cipriotas.

O relatório alerta que, sob as atuais pressões econômicas e financeiras, os termos de qualquer pacote de resgate provavelmente serão impopulares e desafiadores. "Como consequência, acreditamos que os riscos de um default soberano estão aumentando", afirma. Outro risco citado pela S&P é a possibilidade de uma retirada em massa de depósitos aprofundar a recessão econômica e criar a imposição de controles de capital, além de aumentar a necessidade de apoio adicional aos bancos.

Esse cenário levou a agência a revisar para baixo sua perspectiva para o crescimento do PIB este ano, projetando contração de 6%, uma vez que o possível imposto sobre depósitos bancários deve enfraquecer a demanda interna no curto prazo.

A S&P alertou também que o rating do Chipre pode sofrer um novo rebaixamento se o governo não for capaz de alcançar um resgate em breve. "Mesmo que um acordo seja garantido, também poderemos rebaixar o rating no decorrer do ano se avaliarmos que o governo não será capaz de cumprir as condições do programa", afirmou. As informações são da Dow Jones.

Em teleconferência realizada hoje, analistas da agência de classificação de risco Standard & Poor's manifestaram preocupação com a suspensão das negociações das autoridades gregas com representantes dos credores privados do país. Após dois dias de conversas em Atenas, as negociações foram suspensas ontem. Fontes do governo do primeiro-ministro Lucas Papademos afirmaram que as conversas serão retomadas na próxima quarta-feira (18).

Para a S&P, a carga de endividamento do setor público da Grécia ainda precisa ser reduzida. "Ainda achamos que a recuperação da dívida grega poderá ser de 30% a 50%", afirmaram os analistas, em referência ao tamanho do desconto a ser aplicado nos títulos em poder dos credores no processo de reestruturação da dívida que está em negociação.

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A agência alertou que um default desorganizado da Grécia poderia afetar outros devedores soberanos. As informações são da Dow Jones.

A agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P) revisou hoje a avaliação de risco da indústria bancária do Brasil. O sistema bancário brasileiro passou do grupo 5 para o grupo 4, numa escala em que o grupo 1 é o de menor risco e o grupo 10 o de maior risco. Outros países no grupo 4 são México, Espanha, Taiwan, Peru e África do Sul.

A avaliação de risco econômico foi revisada para 5, de 6, enquanto o risco da indústria foi afirmado em 3. Segundo a S&P, a revisão da avaliação é resultado da mudança na metodologia adotada. A agência afirma que a avaliação de risco econômico 5 reflete a opinião de que o Brasil tem "risco alto" em termos de "resiliência econômica", "risco baixo" em termos de "desequilíbrios econômicos", e "risco alto" em termos de "risco de crédito na economia".

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"Melhoramentos econômicos e o consenso político em torno de políticas fiscais e monetárias cautelosas aumentaram a flexibilidade que as autoridades econômicas brasileiras têm para enfrentar choques externos, como demonstrado durante a recente crise mundial econômica e financeira. Entretanto, apesar dos avanços recentes, a rigidez estrutural do Brasil e a necessidade de aumentar investimentos devem resultar em pressões nos gastos, colocando em risco a performance fiscal e enfraquecendo a capacidade de mitigar o impacto de choques externos por meio de políticas anticíclicas", afirma o relatório.

A S&P acrescenta que a avaliação do financiamento no sistema bancário brasileiro é de "risco intermediário". A agência aponta que o setor baseia seus financiamentos nos depósitos de clientes locais (perto de 90% como um porcentual dos empréstimos totais), com uma baixa dependência de financiamentos do exterior (abaixo de 4%). O governo brasileiro é classificado como "apoiador" do sistema bancário, com um histórico de fornecer suporte em períodos de tensão excepcional.

Os principais índices do mercado de ações dos EUA fecharam em baixa nesta segunda-feira, reagindo à notícia de que a agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P) rebaixou o rating de crédito do país.

O Dow Jones caiu 634,76 pontos, ou 5,55%, para 10.809,85 pontos - a mínima da sessão. O Nasdaq também fechou na mínima, recuando 174,72 pontos, ou 6,90%, para 2.357,69 pontos, enquanto o S&P 500 teve declínio de 79,92 pontos, ou 6,66%, para 1.119,46 pontos - apenas 0,18 ponto acima do menor patamar do dia.

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"O movimento foi baseado no medo", disse o operador Stephen Leuer, da X-FA Trading, acrescentando que o mercado está sendo atingido por um efeito manada, com todos "correndo para a saída."

O declínio de hoje ocorreu logo após o Dow Jones ter fechado a sexta-feira com sua maior queda semanal desde a crise de 2008. Isso também contribuiu para a fraqueza das bolsas, pois obrigou muitos investidores a vender ativos para cumprir requerimentos de margem, segundo operadores. "Tivemos muita liquidação forçada", afirmou Lorenzo Di Mattia, gerente da Sibilla Global Fund.

Na sexta-feira à noite, após o fechamento das Bolsas norte-americanas, a S&P foi a primeira das três principais agências de risco a cortar o rating de crédito dos EUA, de AAA para AA+ com perspectiva negativa. As duas outras agências, Moody's e Fitch, ainda avaliam com nota máxima o crédito da dívida norte-americana.

Hoje, a S&P também cortou os ratings de outras instituições norte-americanas, como a Fannie Mae e a Freddie Mac, e diminuiu as perspectivas de crédito de algumas empresas, entre elas a Berkshire Hathaway, do megainvestidor Warren Buffet. A reação do mercado foi migrar de ativos arriscados, como as ações, para outros considerados seguros, como o ouro.

Os Treasuries (títulos do Tesouro americano) também foram mantidos na categoria dos ativos vistos como um refúgio contra as turbulências financeiras - mesmo depois do rebaixamento dos EUA - e tiveram alta nos preços, com consequente queda nos juros. "Todos estão procurando o que acham ser um ativo seguro, mesmo que isso seja completamente ilógico", disse David Kelly, estrategista-chefe de mercado do JPMorgan Funds. "As coisas estão bem deprimentes no momento."

No fechamento em Nova York, o juro projetado pelos T-Bonds de 30 anos estava em 3,665%, de 3,849% na sexta-feira; o juro das T-Notes de 10 anos estava em 2,343%, de 2,568%; o juro das T-Notes de 2 anos estava em 0,256%, de 0,279%.

À tarde, o presidente dos EUA, Barack Obama, disse durante um pronunciamento que o impasse político em Washington precisa acabar e que o rebaixamento no rating do país pela S&P deve trazer um novo senso de urgência sobre a necessidade de solucionar os problemas orçamentários norte-americanos. As declarações, no entanto, não conseguiram sufocar as preocupações do mercado.

Parte dos receios dos investidores também estava voltada para a possibilidade de uma desaceleração na economia mundial. "O mercado provavelmente está mais preocupado com o risco econômico do que com a decisão da S&P", disse Bernie McDevitt, vice-presidente de negócios institucionais da Cheevers & Co.

Entre os destaques da sessão de hoje, as ações do Bank of America - empresa que faz parte do índice Dow Jones - caíram 20,32% pressionadas pela fraqueza generalizada dos papéis do setor financeiro e pela notícia de que a seguradora American International Group (AIG) estaria processando o banco para recuperar perdas sofridas com hipotecas. As ações da AIG recuaram 9,96%.

A Verizon Communications teve declínio de 5,51% depois de aproximadamente 45 mil funcionários da companhia entrarem em greve. O McDonald's fechou em baixa de 3,49%, mesmo depois de divulgar um aumento de 5,1% nas vendas de julho em comparação a igual período do ano passado. As informações são da Dow Jones.

Atualizada às 14h47

A presidente Dilma Rousseff considerou precipitada a avaliação feita pela agência de classificação de risco Standard & Poor's, que, na última sexta-feira à noite, rebaixou a nota de risco dos Estados Unidos. "Podemos deixar claro que não compartilhamos com a avaliação precipitada e um tanto rápida, eu diria, não correta da agência que diminuiu o grau de valorização de crédito dos Estados Unidos", disse a presidente, durante declaração à imprensa por ocasião da assinatura de atos com o primeiro-ministro do Canadá, Stephen Harper, no Palácio do Planalto.

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A crise financeira que abala os mercados mundiais não ameaça o Brasil, disse hoje a presidente Dilma Rousseff à imprensa, após cerimônia no Palácio do Planalto. Dilma afirmou que o País vive "uma boa situação" e que observa com atenção e cautela os desdobramentos do cenário internacional.

"É a segunda vez que a crise afeta o mundo e pela segunda vez o Brasil não treme", disse Dilma, destacando o mercado consumidor interno e a situação dos bancos, tanto nacionais quanto privados, como pontos fortes no enfrentamento de instabilidades.

Questionada pela Agência Estado se não estaria preocupada, respondeu: "Eu só estou com aquela preocupação que me faz não ser uma pessoa alheia à realidade, eu não acredito que o Brasil esteja ameaçado, mas tomaria todas as medidas para fortalecê-lo cada vez mais."

A presidente disse considerar "graves" tanto o cenário nos Estados Unidos quanto na Europa. "O governo e os países dos Estados Unidos e da Europa têm de tomar providências, o que não está certo é que se percebe que não há política fiscal na Europa e nos Estados Unidos, não é possível o mundo achar, os países desenvolvidos acharem, que o mundo pode ficar contemplando de uma forma perplexa o que aconteceu na semana passada. A insensatez política não pode levar a que o mundo sofra as consequências", afirmou.

A Standard & Poor's rebaixou o rating de crédito soberano de longo prazo dos Estados Unidos da América de AAA para AA+. O rating da dívida de curto prazo dos EUA foi mantido inalterado em A-1+. Tanto o rating de curto prazo como o de longo prazo foram retirados do CreditWatch negativo, no qual haviam sido colocados em 14 de julho; a perspectiva do rating de longo prazo, porém, permanece negativa.

"O rebaixamento reflete nossa opinião de que o plano de consolidação fiscal com que o Congresso e o governo concordaram recentemente fica aquém do que, em nossa visão seria necessário para estabilizar a dinâmica de médio da dívida. Mais amplamente, o rebaixamento reflete nossa visão de que a eficácia, a estabilidade e a previsibilidade das instituições políticas e formuladoras de políticas dos EUA enfraqueceram, num momento de desafios ficais e econômicos, a um grau que prevíamos quando atribuímos uma perspectiva negativa para o rating, em 18 de abril de 2011", disse a S&P.

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"Desde então, mudamos nossa visão das dificuldades para a superação das divergências entre os partidos políticos quanto à política fiscal, o que nos torna pessimistas quanto à capacidade do Congresso e do governo de alavancarem seu acordo, esta semana, para um plano de consolidação fiscal que estabilize a dinâmica da dívida do governo em algum momento próximo", prossegue o relatório.

O texto também diz que "a perspectiva do rating de longo prazo é negativa. Nós poderemos rebaixar o rating para AA nos próximos dois anos, se virmos que uma redução de déficit menor do que aquela acordada, taxas de juro mais altas ou novas pressões fiscais durante esse período resulte em uma trajetória geral para a dívida mais alta do que assumimos atualmente".

A S&P manteve inalterada em AAA a classificação de transferência e conversibilidade, que avalia a probabilidade de interferência governamental na capacidade de emissores norte-americanos dos setores público e privado de assegurarem moeda estrangeira para honrar o serviço de suas dívidas.

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