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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou estar otimista tanto em relação ao avanço das pautas econômicas no Congresso, quanto ao desempenho da economia brasileira neste primeiro ano de governo. "Se a política se arrumar, a economia vai andar", disse, ao comentar a melhora na perspectiva de rating da S&P Global para o Brasil.

Haddad vem mantendo intensa agenda de reuniões com parlamentares e disse estar otimista com o andamento do novo arcabouço fiscal e da reforma tributária. O ministro disse que, apesar de serem temas delicados, vê boa vontade dos parlamentares em dialogar, e que a mudança na perspectiva de rating colabora para esse processo.

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"Esses resultados estimulam o Congresso a participar das decisões, colocar a agenda para frente, o que vai criando um ambiente institucional favorável para o Brasil", afirmou. Ele também destacou a designação de um relator para o Projeto de Lei para a retomada do voto de qualidade do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), o deputado Beto Pereira (PSDB-MS), com quem já se reuniu para discutir um eventual substitutivo em linha com o acordo firmado com a OAB anteriormente.

Questionado sobre acreditar que o Brasil crescerá mais de 2% neste ano, Haddad afirmou que defende isso desde o início de 2023. "Desde janeiro eu dizia que o crescimento vai ficar em torno de 2% e inflação abaixo de 5,5%", disse.

O ministro também destacou que já há bancos projetando o IPCA inferior a 5,5% em 2023, mesmo com as reonerações promovidas pelo governo, como a retomada da cobrança das alíquotas de tributos federais que incidem sobre combustíveis. A meta de inflação para 2023 é de 3,25%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto porcentual para cima ou para baixo.

O crescimento de 1,0% no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no primeiro trimestre de 2022 ante o trimestre anterior e de 1,7% ante igual período de 2021, fez o País figurar na 9ª posição em ranking internacional de desempenho da atividade econômica, desta vez com 32 países, compilado pela agência de classificação de risco Austin Rating.

Os dados do PIB brasileiro foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que anunciou nesta quinta-feira (2) os resultados das Contas Nacionais Trimestrais.

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O Brasil ficou à frente de países como Reino Unido, que experimentou alta de 0,8% no PIB do primeiro trimestre de 2022 ante o quarto trimestre de 2021; Coreia do Sul (0,8%), Suíça (0,5%), Alemanha (0,2%), França (-0,1%) e Japão (-0,3%) e Estados Unidos (-1,4%).

Além desses últimos países, também integram a lista de dez países com resultados negativos na margem trimestral a Itália (-0,2%), Israel (-0,4%), Suécia (-0,4%), Chile (-0,8%) e Noruega (-0,9%).

A liderança do ranking foi ocupada pelo Peru, que cresceu 2,0% ante trimestre anterior e 3,8% na comparação interanual, ou seja, na comparação com o primeiro trimestre de 2021. Em seguida, surge Filipinas (1,9% e 8,3%), Canadá (1,6% e 3,3%) e Taiwan (1,6% e 3,1%).

Os Estados Unidos ficaram apenas em 28º lugar, com recuo de 1,4% no PIB do primeiro trimestre desse ano ante o quarto trimestre de 2021, mas alta de 3,6% na comparação interanual. A China ficou em 5º lugar com alta de 1,3% na margem trimestral e 4,8% interanual.

A Rússia é a última colocada, em 32º lugar, sem ter informado a variação do PIB no primeiro trimestre de 2022, mas com avanço de 3,5% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Também sem ter informado o comportamento do PIB nos primeiros três meses do ano estão Arábia Saudita e Índia, que antecedem a Rússia por terem avançado 9,6% e 4,1% respectivamente na comparação com igual trimestre de 2021.

A continuidade do avanço das reformas fiscais e o aumento do ritmo do crescimento econômico serão os dois principais fatores que poderão levar o Brasil a uma elevação da nota soberana em 2020 pelas agências internacionais de rating. Mas elas não enxergam vida fácil para o governo: o ano de eleições regionais e a ausência de uma base política coesa, além das recentes tensões em vizinhos latinos, prometem atrasar a tramitação de propostas e/ou diluí-las ao longo do caminho.

Ainda assim, as agências de rating apontam um cenário mais favorável para o crescimento do País em 2020 ante 2019: Moody's e S&P Global Ratings acreditam em uma expansão de 2%, enquanto a Fitch estima uma alta de 2,2% no ano que vem. As três instituições apontam um leve declínio do déficit nominal como proporção do PIB no próximo ano, com a ajuda da redução do patamar da Selic, que também vai colaborar para diminuir a velocidade de expansão das dívidas bruta e líquida, embora os patamares desses passivos oficiais ainda sejam altos para mercados emergentes na mesma categoria de nota soberana.

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"Mas o crescimento do País avançará de forma mais ampla, para além de 2,5% ao ano, depois de 2021, sobretudo com a colaboração de reformas fiscais como as propostas pelo governo recentemente, que têm boas chances de serem aceitas pelo Congresso no próximo ano, como a PEC Emergencial e a independência do Banco Central", comentou Livia Honsel, diretora associada da S&P Global Ratings.

O Brasil ganhou uma atenção especial das agências internacionais de rating por questões domésticas, em um contexto social complexo registrado por vários países da América Latina. A agenda econômica do governo, com a aprovação da reforma da Previdência e a apresentação de propostas de ajuste fiscal, privatizações, abertura comercial e de independência do BC, é um ponto de destaque em comparação a outros países grandes da região, como Argentina e México, cujo ímpeto reformista está em direção oposta.

Uma retomada de crescimento de 2% ao ano, embora seja pequena para reduzir o desemprego muito elevado e após a recessão recente, é bem melhor do que a retração média de 0,8% registrada entre 2014 e 2018.

A S&P elevou a perspectiva do Brasil de estável para positiva no dia 11 deste mês e manteve a nota soberana em BB-. Caso a agência eleve o rating do País no ano que vem, ele subirá para BB, mas ainda longe do grau de investimento. "A reforma administrativa é bem importante, mas não contamos com ela em nosso cenário para 2020, devido, inclusive, à posição do governo de esperar um pouco para avançá-la junto aos parlamentares, especialmente por temer o surgimento de manifestações públicas no País como ocorreram em nações vizinhas recentemente", ressaltou Livia.

As agências de rating também têm expectativas favoráveis para o avanço do debate no Congresso da reforma tributária no próximo ano, mas não acreditam que será aprovada pelos parlamentares em 2020.

"A reforma tributária é muito relevante para melhorar o ambiente de negócios e estimular os investimentos e o PIB no médio prazo", disse Samar Maziad, vice-presidente e principal analista para o Brasil da Moody's. "Porém, ela não é o único fator que pode viabilizar uma elevação da nota do País, mas sim um conjunto de elementos, como o progresso de reformas fiscais que permitam o cumprimento do teto de gastos e o aumento da flexibilidade do governo para administrar o Orçamento."

A Fitch destaca que a fragmentação política na Câmara e Senado e "difíceis questões de corrupção" são obstáculos para a aceleração das reformas no próximo ano. Embora aponte que o pacote "Mais Brasil" da administração federal seja positivo, inclusive para reduzir a rigidez fiscal e criar um novo arcabouço na gestão das contas públicas entre o governo, Estados e municípios, atrasos e diluições dessas propostas podem ocorrer. O fato de o Poder Executivo não ter uma base política "estável e confiável" no parlamento pode tornar mais longa do que o esperado a aprovação de mudanças estruturais pelos legisladores em 2020.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse na sexta-feira (12) que o rebaixamento da nota de crédito do Brasil pela S&P não deve ser transformado em uma "grande questão política". Para Meirelles, apontado como presidenciável, a decisão é técnica. "Não devemos transformar esse evento de uma mudança técnica em uma grande questão política para o Brasil. É uma questão pontual, não é um grande evento político no País."

A decisão da agência contrapôs ainda mais Meirelles e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Houve "jogo de empurra" entre Executivo e Legislativo para apontar "culpados". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O vice-líder do governo na Câmara, Beto Mansur (PRB-SP), admitiu nesta sexta-feira, 12, ao Broadcast Polític, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, que a base aliada do governo Michel Temer "não fez a lição de casa" em relação à votação da reforma da Previdência. Mansur procurou responsabilizar os próprios deputados, diante do rebaixamento da nota de crédito brasileira pela S&P, na quinta-feira.

"Rebaixamento prejudica o Brasil, não prejudica exatamente as candidaturas. Prejudica o País de uma maneira geral. Não diria para você que a culpa é do ministro da Fazenda Meirelles ou de quem quer que seja. A culpa é nossa, que não fizemos a nossa lição de casa", afirmou ao ser questionado se o resultado atrapalharia os planos eleitorais do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD) - os dois tentam viabilizar candidatura à Presidência da República.

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Mansur afirmou também que, até o momento, o governo continua não tendo votos suficientes para alterar as regras da aposentadoria. Mas disse que os parlamentares estão trabalhando para conseguir aprovar a proposta no próximo mês.

"Acho que o rebaixamento da nota é consequência de uma questão macro do Brasil, de não conseguir fazer a reforma da Previdência, de dirigentes partidários não fazerem conta. Até hoje a gente não tem número para fazer a reforma da Previdência", explicou antes de demonstrar otimismo. "Acho que tem chance de aprovar a reforma dia 19 de fevereiro."

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, ressaltou a estabilidade no mercado financeiro mesmo após o rebaixamento da nota de crédito brasileira pela S&P. Em entrevista coletiva, Meirelles disse que indicadores como dólar e juros de curto prazo e a bolsa tiveram pequenas quedas ou se mantiveram estáveis.

"Isso significa que o que a agência disse já estava nos preços e os agentes econômicos já tinham levado tudo isso em conta nos últimos meses. Não há nenhuma surpresa no assunto", afirmou o ministro.

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Meirelles convocou coletiva para comentar o rebaixamento da nota de crédito soberano do Brasil pela agência de classificação de risco S&P Global Ratings, anunciado na quinta, que passou de BB para BB-.

A nota está três degraus abaixo do patamar considerado grau de investimento.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse não esperar que haja mudanças na nota de rating do Brasil por causa da mudança de metas. "Temos explicado para as agências de rating os motivos da mudança e uma das agências mais importantes deve divulgar ainda nesta terça-feira, 15, uma nova avaliação. Mas nossa expectativa é que não haja mudança no rating", respondeu.

Logo depois, a agência S&P afirmou o rating do Brasil em BB e manteve em observação para possível rebaixamento. Em comunicado, a agência manteve tanto a nota como a perspectiva negativa anteriores à mudança e metas. A S&P informou ainda que a economia brasileira parece ter se estabilizado apesar das questões políticas, mas que a perspectiva negativa reflete justamente os desafios políticos do país.

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Meirelles repetiu que a alteração das metas fiscais para 2017 e 2018 não é resultado de aumento das despesas, como já foi muitas vezes, mas sim de uma queda na arrecadação decorrente de uma inflação menor. "Há um ano, nem o mercado nem o BC previam uma inflação abaixo da meta em 2017", afirmou. "E devido às restrições de ordem legal, não se podem cortar despesas obrigatórias", completou o ministro.

Questionado sobre como o Congresso receberá a proposta de mudança de meta, o ministro disse que as lideranças estão convencidas da necessidade de alteração. "Num primeiro momento, todos são contra mudança de metas, eu também. Mas todos somos responsáveis e realistas e consideramos que revisão decorre da mudança na inflação", alegou.

O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, confirmou ainda que, com a ampliação da meta de 2017 em R$ 20 bilhões, será possível realizar um descontingenciamento de R$ 8 bilhões no Orçamento deste ano.

A Fitch reafirmou hoje os ratings A+ de longo prazo da China, em moedas estrangeira e local, com perspectiva estável. Os ratings de bônus estrangeiros e locais da China, assim como o teto do país, também foram mantidos em A+. Os ratings de curto prazo, por sua vez, continuaram em F1+.

Em comunicado, a Fitch argumenta que as "robustas finanças externas" e "forte desempenho macroeconômico" sustentam os ratings do gigante asiático.

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Por outro lado, a agência de classificação de risco ressaltou que a trajetória de crescimento da China tem sido acompanhada por um aumento em "desequilíbrios e vulnerabilidades", que impõem riscos à economia e estabilidade financeira.

Já a contínua internacionalização do yuan, que em outubro passou a integrar a cesta de moedas de reserva do Fundo Monetário Internacional (FMI), é positiva do ponto de vista do rating chinês, uma vez que "amplia a flexibilidade externa", avaliou a Fitch.

A agência comentou ainda que o Produto Interno Bruto (PIB) da China teve expansão anual média de 7,3% entre 2012 e 2016, bem acima da mediana de países com rating A, de 2,9%, e também da mediana de nações com rating AA, de 2,4%. Para 2017, a Fitch prevê que a economia chinesa crescerá 6,4%, ante 6,7% projetados para este ano, devido ao impacto de recentes medidas tomadas com o objetivo de conter o aquecimento do mercado imobiliário.

O Palácio do Planalto recebeu, quase simultaneamente, duas notícias na tarde desta quarta-feira, 17: uma boa e uma ruim. De um lado a recondução de Leonardo Picciani para a liderança do PMDB da Câmara e de outro o rebaixamento do rating do Brasil pela agência de classificação de risco Standard & Poors. Interlocutores da presidente, entretanto, tentaram minimizar "a surpresa negativa" e exaltar o que consideraram "importante vitória do governo" sobre o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), que apoiava o deputado Hugo Motta (PMDB-PB).

A avaliação é que a recondução de Picciani é um importante passo para conseguir reverter as dificuldades da situação econômica e política, ressaltados pela S&P. "É importante mostrar que o governo continua trabalhando pelo ajuste e agora com a manutenção de Picciani vai conseguir se manter focado na busca da retomada do crescimento", afirmou uma fonte do Palácio. "Com a situação política mais calma, a economia vai melhorar", completou.

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Uma das queixas ouvidas foi que o rebaixamento veio apenas cinco meses após a mesma agência ter tirado o grau de investimento do Brasil, decisão que acabou sendo seguida por outras agências. Além disso, assessores palacianos lembram que, de lá pra cá, o governo não teve tempo hábil de colocar em prática as medidas econômicas desejadas, principalmente porque o Congresso esteve em recesso por 40 dias e não houve votações de medidas importantes da área econômica.

O Brasil deve continuar sendo afetado por escândalos políticos e uma recessão em 2016, afirma a agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P). A previsão é que no país e em outros da América Latina, como a Venezuela, o conturbado cenário político doméstico seja um fator que vai pesar este ano na avaliação do rating soberano.

"Há considerável incerteza política no Brasil e na Venezuela", afirma o diretor da S&P que faz parte da equipe que avalia a América Latina, Joydeep Mukherji, em um vídeo divulgado pela agência de classificação de risco junto com um relatório sobre perspectivas para a região em 2016.

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Mukherji ressalta no vídeo que a S&P vai avaliar o desdobramento da situação política no Brasil e na Venezuela e em outros, como na Argentina, que elegeu um presidente mais amigável ao mercado. "Vimos significativa mudança na Argentina", disse ele.

Para a América Latina como todo, o diretor diz que serão avaliados o impacto de dois fatores em 2016, o crescimento mais lento da economia mundial e a queda dos preços das commodities. Países como México, Chile e Colômbia têm sofrido com a queda das cotações, disse ele.

A S&P projeta que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve encolher "pelo menos" 2% em 2016, no segundo ano consecutivo de recessão. Para 2017, a previsão é de expansão de 1,2%. Ambos os números estão melhores que a média do mercado. Nesta semana, o Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou relatório com revisão para baixo nas projeções do Brasil. A nova estimativa é que o país deve encolher 3,5% este ano e ficar estagnado em 2017.

"O Brasil vai sofrer com escândalos políticos e uma crise econômica continuada", afirma a S&P no relatório. O documento alerta que a recessão brasileira pode afetar a redução na pobreza na América Latina. A taxa vinha caindo até 2012, depois ficou estagnada nos três anos seguintes e pode aumentar em 2016.

A desigualdade, que caiu no Brasil e em outros países da região, também pode voltar a crescer. A S&P ressalta que a combinação, sobretudo na economia brasileira, de fraca atividade econômica com pressões fiscais pode reverter os ganhos na redução da disparidade social. A necessidade de melhorar as contas públicas, destaca o relatório, pode afetar os gastos sociais e as provisões para os serviços públicos.

A S&P avalia 28 países na América Latina, dos quais 13 são considerados graus de investimento. A maioria dos países na região tem perspectiva estável, mas cinco, incluindo o Brasil, Venezuela e Barbados, têm perspectiva negativa, ou seja, a nota pode ser rebaixada em 2016. Apenas um país tem perspectiva positiva, o Paraguai. No ano passado, apenas três países tiveram a nota melhorada, Uruguai, República Dominicana e Jamaica.

Na América Latina, 15 países são classificados no grau especulativo, entre eles, o Brasil, que passou para a categoria em 2015 ao ser rebaixado em setembro, destaca Mukherji no vídeo. A Argentina tem a pior nota da região, na categoria default. O Chile tem a nota mais alta, "AA-".

A decisão da Fitch de rebaixar o Brasil para "grau especulativo" aciona uma regra de boa parte dos grandes fundos globais de investimento que pode tirar mais de US$ 8 bilhões do País. Isso acontece porque muitos fundos só podem investir em mercados que têm o selo de bom pagador de duas agências de classificação - condição perdida pelo Brasil.

A avaliação, porém, varia bastante, uma vez que a maioria dos gestores já se antecipou e há divergência sobre a posição restante em ativos brasileiros. Dados do JP Morgan indicavam, por exemplo, que os fundos passivos - aqueles onde as posições são desfeitas só depois de ratificada a segunda perda do grau de investimento, como ocorreu nesta quarta-feira, 16 - detinham US$ 1,5 bilhão em papéis do Brasil.

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O País perdeu o selo de bom pagador da segunda grande agência classificadora de risco. As estimativas variam bastante. Instituições como a gestora britânica Ashmore e o espanhol BBVA acreditam haver posição restante de US$ 8 bilhões em papéis brasileiros que poderiam ser vendidos imediatamente. O Deutsche Bank cita US$ 12 bilhões só para o segmento de bônus bancários e o Barclays estima saída de US$ 10,7 bilhões, sendo US$ 9,1 bilhões em dívida corporativa e US$ 1,6 bilhão em papéis soberanos.

Cálculo

Há divergência sobre os números por não ser simples calcular a posição restante dessas carteiras. Isso acontece porque gestores não precisam informar em tempo real a posição de cada fundo e, ao mesmo tempo, muitas das posições relacionadas ao Brasil foram sendo desmontadas ao longo dos últimos meses com a rápida deterioração da economia.

Em relatório divulgado em agosto, antes mesmo de a S&P tirar o grau de investimento do Brasil, o banco JP Morgan citava que a saída de recursos do País em caso de perda de grau de investimento por duas agências poderia chegar aos US$ 20 bilhões, sendo US$ 6,2 bilhões em bônus do governo e US$ 12,5 bilhões de papéis de empresas, além de US$ 1,5 bilhão nos fundos passivos - carteiras que prometem retorno igual ao do referencial. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O início recente de um processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff tem adicionado incerteza a um já difícil ambiente político, de acordo com a agência de classificação de risco Fitch, que retirou o grau de investimento do Brasil ao cortar o rating de BBB- para BB+, com perspectiva negativa.

A Fitch acredita que o processo de impeachment prejudicaria a execução e a eficácia dos ajustes fiscais corretivos. "O cenário político já tem sido contaminado pelo avanço das investigações da Petrobras, muitas vezes deixando tensas as relações do governo com os seus aliados no Congresso e reduzindo a popularidade da presidente. A taxa de desemprego mais elevada e uma crise econômica profunda poderiam levar a desafios políticos e de governabilidade adicionais no próximo ano", aponta a Fitch.

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A agência destaca que a crise econômica e a depreciação do real em relação ao dólar levaram a uma redução de 36% no déficit em conta corrente em termos nominais entre janeiro e outubro em relação ao mesmo período do ano passado. Maior redução do déficit em conta corrente é esperado durante o período de previsão, o que poderia reduzir os riscos relacionados com potenciais condições mais apertadas de financiamento externo. Por outro lado, a inflação permanece elevada em 10,5%, e as expectativas de inflação, depois de terem recuado, já mudaram de curso e começaram a aumentar em 2016 e 2017, mantendo-se acima da meta de inflação de 4,5%.

Segundo a Fitch, o rating BB+ do Brasil é apoiado pela sua diversidade econômica e as instituições civis consolidadas, com seus indicadores de renda per capita e de governança melhores do que a média dos países com rating BB. "A capacidade de absorção de choques do País é impulsionado pela sua taxa de câmbio flexível, as reservas internacionais robustas, uma posição soberana de credor externo forte, mercados de capitais de dívida do governo nacional profundo e desenvolvido, e um sistema bancário capitalizado adequadamente", ressaltou a agência.

A Fitch apontou ainda que a parcela da dívida em moeda estrangeira no total da dívida das administrações públicas continua a ser baixa e a gestão prudente reduziu os riscos de refinanciamento das taxas de juros. "Além disso, o governo mostrou alguma capacidade de resposta em condições difíceis através da implementação de ajustes de preços relativos, o aperto da política monetária em meio a uma profunda recessão e controle dos estímulos quase fiscais".

A agência de classificação de risco Fitch retirou nesta quarta-feira, 16, o grau de investimento do Brasil. A instituição rebaixou o rating do nível BBB- para BB+, com perspectiva negativa. Segundo a agência, o rebaixamento reflete a depressão mais profunda da economia que o antecipado e também acontecimentos fiscais adversos e crescente incerteza política.

A Fitch informou também que a perspectiva negativa reflete contínua incerteza e risco de piora econômica. Também envolve risco de piora fiscal e política. No comunicado, a agência ainda citou efeitos negativos das investigações de corrupção na Petrobras e a deterioração econômica contínua, diante de condições econômicas mais fracas.

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De acordo com a Fitch, o ambiente externo segue difícil, com queda das commodities e desaceleração na China.

A agência de classificação de risco destacou também que repetidas mudanças nas metas fiscais minaram a credibilidade da política fiscal e que o início do processo de impeachment contra a presidente da República, Dilma Rousseff, amplia incertezas políticas.

A Fitch prevê que o déficit fiscal pode chegar a ultrapassar 10% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015. Segundo a agência, o déficit fiscal deve permanecer elevado em 2016 e 2017, em média acima de 7% do PIB.

A decisão anunciada pela Moody’s de colocar o rating brasileiro em revisão não é uma grande surpresa para os analistas do Deutsche Bank. O momento do alerta sobre a nota brasileira, porém, indica que o Brasil pode perder o título de bom pagador antes do esperado pelos economistas do banco alemão. O Deutsche calcula que gestores e fundos de todo o mundo teriam de desmontar posições de US$ 12 bilhões em bônus de bancos brasileiros com o downgrade, mas boa parte desse movimento já teria sido antecipada.

"Muitas análises sugerem que não era uma grande surpresa dado que a Standard & Poor’s já tem o soberano do Brasil em BB+", dizem os analistas do banco em análise enviada ontem aos clientes. O Deutsche destaca que os ativos brasileiros reagiram pouco depois da notícia, o que reforça a avaliação de que a decisão já estava embutida no preço. Uma das poucas reações foi o bônus de 10 anos que teve aumento do retorno de cerca de 8 pontos-base após a notícia.

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O banco alemão nota, porém, que o momento da decisão deve indicar que o Brasil pode perder o título de bom pagador antes do previsto. "Nossos economistas de mercados emergentes destacaram que, nesse passo, parece que o Brasil vai perder o status de grau de investimento de pelo menos duas agências um pouco mais rápido que eles esperavam."

Diante do risco cada vez maior de o País perder o grau de investimento, os economistas do banco calculam que cerca de US$ 12 bilhões em bônus emitidos por bancos brasileiros estariam em risco, já que o rebaixamento da nota brasileira normalmente é acompanhado pela piora da nota dos bancos e empresas do País. Quando duas agências de classificação de risco colocam um emissor em "grau especulativo", a política de investimento dos fundos prevê que gestores são obrigados a vender tais ativos.

"Os economistas ressaltam, no entanto, que o potencial de perda do grau de investimento tem sido bem sinalizada no mercado. Então, o atual posicionamento provavelmente já reflete isso", cita o relatório. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O anúncio da agência internacional de classificação de risco Moody’s de colocar a nota do Brasil em revisão na direção da perda do grau de investimento é mais um golpe na economia provocado pela crise política que alimenta a recessão. É simbólico que o aviso tenha sido feito poucos dias depois da abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

A revisão indica que a agência vai ficar de olho e decidir em pouco tempo se põe o Brasil no grupo de países com nota de grau especulativo. Se isso ocorrer, será a segunda agência de rating a retirar o grau de investimento do Brasil, o selo de bom pagador que sinaliza aos investidores estrangeiros que o País é seguro para investimentos.

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O fato é que desde a visita de representantes da agência ao Brasil, em julho, houve piora na frente política e econômica. O governo espera uma nova decisão da agência em dois meses.

A perda do grau de investimento, contudo, é dada como praticamente certa no Executivo. "Demorou demais", resumiu um integrante da área econômica sem antes lamentar que o movimento para o rebaixamento tenha se acelerado.

É difícil encontrar no governo quem arrisque uma avaliação de que será possível reverter essa ameaça, porque não há perspectiva de melhora do cenário brasileiro no curto prazo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A agência de classificação de risco Moody’s colocou a nota do Brasil em revisão para rebaixamento. Hoje, a nota está no nível Baa3, último degrau do grau de investimento, considerado referência de bom pagador para o mercado. Em até três meses, a Moody’s decidirá se rebaixa o Brasil para o grau especulativo.

Segundo a agência, a revisão se deve à rápida deterioração da economia e das tendências das contas públicas, além da reduzida chance de reversão desses problemas nos próximos dois a três anos. Em comunicado, a Moody’s citou a paralisia política como um dos entraves à melhora da economia.

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Caso o rebaixamento seja confirmado, a Moody’s será a segunda das três grandes agências de classificação de risco a tirar do Brasil o grau de investimento - a Standard & Poor’s já havia rebaixado o País em setembro. Como muitos fundos de investimentos internacionais só fazem aplicações em países que tenham o aval de bom pagador de pelo menos duas agências, pode haver uma forte saída de dólares do País.

Piora dos indicadores

O vice-presidente da Moody’s, Mauro Leos, informou ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, que a revisão da nota brasileira será concluída em até três meses. Antes disso, os técnicos da agência deverão fazer nova visita ao País.

"Queremos ver se nossa avaliação não está pessimista ou otimista demais", disse Leos, acrescentando que desde agosto os indicadores econômicos apresentaram piora. "Não é só o desempenho de 2015 que está sendo afetado. A evolução a médio prazo também."

Entre os pontos mais preocupantes, estão a perspectiva de forte contração da economia por dois anos seguidos e a tendência de crescimento do tamanho da dívida em relação ao Produto Interno Bruto (PIB). Pelos cálculos da Moody’s, a economia deverá encolher 3,5% neste ano e 3,0% em 2016. Já a dívida deve ficar em 68,5% do PIB em 2015 e avançar para 71,2% em 2016.

A expectativa é de que o resultado primário (receitas do governo menos despesas, sem contar os gastos com juros) seja de um déficit de 1% do PIB em 2015 e também em 2016. O déficit total, incluindo os gastos com juros, deve ficar em 9,9% do PIB em 2015 e 9,4% em 2016.

Ainda é esperado que a inflação feche este ano em 10% e desacelere para 6,5% em 2016, com a taxa básica de juros (Selic) se mantendo no atual patamar de 14,25%.

Sem reformas nem confiança. A crise política, na avaliação de Leos, dificulta o acerto das contas públicas. "É difícil esperar que haja reformas estruturais nesse contexto", afirmou. "É preciso ter a capacidade de se estabelecer acordos políticos para recuperar a confiança e os investimentos."

Em relatório, a Moody’s informou que "o crescimento da economia e superávits fiscais de pelo menos 2% do PIB são necessários para estabilizar os índices de dívida e assegurar sustentabilidade fiscal nos próximos anos, ainda mais se a carga de juros sobre a dívida do governo aumentar".

Petrobras rebaixada

Ainda nesta quarta-feira, 9, a Moody’s cortou a nota da Petrobras de Ba2 para Ba3 e a colocou em revisão para possível novo rebaixamento. O perfil de risco da empresa foi reduzido de b2 para b3.

Em comunicado, a agência informou que o rebaixamento reflete o elevado risco de refinanciamento da Petrobras, dada a deterioração das condições do setor, que torna ainda mais difícil levantar caixa por meio da venda de ativos. O aperto nas condições de crédito a empresas no Brasil e para a indústria do petróleo e a magnitude das necessidades de financiamento da companhia também contribuem para esse cenário. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A agência de classificação de risco Fitch afirmou que a recessão econômica do Brasil provavelmente será mais profunda e mais longa do que as expectativas anteriores. A Fitch prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) do País terá contração de 3% neste ano e de 1% em 2016, antes de registrar crescimento modesto em 2017, com riscos inclinados para o lado negativo.

Segundo a Fitch, uma recessão mais profunda, a redução de empregos líquidos, a menor popularidade da presidente Dilma Rousseff, tensões entre o governo e o Congresso, a expansão do alcance das investigações da Petrobras e os riscos de impeachment da presidente estão tumultuando o ambiente político e criando desafios de governabilidade e incertezas políticas.

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"Os reduzidos níveis de confiança, o mal-estar do setor de construção e as contínuas incertezas políticas ampliaram as preocupações econômicas domésticas, enquanto a economia continua sentindo o peso dos obstáculos externos, como os preços baixos das commodities, o crescimento mais fraco em importantes parceiros comerciais e a maior volatilidade financeira internacional", observou a Fitch.

A agência também comentou que a desvalorização do real e o declínio da economia ajudou a reduzir o déficit em conta corrente em 29%, em dólar, durante o período de janeiro a agosto, comparado com o mesmo intervalo um ano antes. A queda do real, diz a Fitch, levou a uma deterioração nas métricas de dívida externa, que já estavam sendo impactadas pelos crescentes empréstimos externos do setor privado nos últimos anos. "No entanto, a posição sólida de reservas internacionais, os instrumentos estabelecidos pelo banco central para lidar com questões de liquidez cambial e o uso de hedge corporativo são fatores mitigantes", acrescentou.

Os comentários da Fitch foram feitos no comunicado sobre a decisão de rebaixar o rating do País de BBB para BBB- e manter a perspectiva negativa. A decisão mantém o rating como grau de investimento. O Brasil foi rebaixado para grau especulativo em 9 de setembro pela S&P. Já pela Moody's, a nota do País foi rebaixada em 11 de agosto, mas o grau de investimento também foi mantido.

A agência de classificação de risco Fitch rebaixou os ratings de notas relacionadas a operações de petróleo da Odebrecht e as manteve em observação para novo possível rebaixamento. Em relatório, a agência informa que o rating das notas sênior garantidas emitidas pela Odebrecht Offshore Drilling Finance passaram de B+ para B-, enquanto as emitidas pela Odebrecht Drilling Norbe VIII/IX Ltd foram de BB- para B.

A revisão, segundo a Fitch, se deve à rescisão dos contratos de charter e serviços da ODN Tay IV pela Petrobras e seu impacto sobre a qualidade de crédito da companhia, além do impacto das reduções nos investimentos da Petrobras sobre sua disponibilidade para honrar os contratos existentes diante da piora do desempenho ou de falência do operador.

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A Fitch ainda afirma que a observação negativa para a Odebrecht Offshore Drilling Finance reflete o potencial impacto de uma antecipação ou reestruturação de dívida como resultado do cancelamento dos contratos de charter e serviços e da incapacidade da companhia de realocar a embarcação ou substituir o ativo até 23 dezembro.

No caso da Odebrecht Drilling Norbe VIII/IX Ltd, a observação negativa se deve ao potencial impacto da rescisão dos contratos da ODN Tay IV, com possível antecipação das notas da Odebrecht Offshore Drilling Finance, sobre a qualidade do crédito da empresa, que poderia afetar sua capacidade de sustentar as operações Norbe VIII/IX se necessário. "Além disso, os contratos de charter e serviços têm cláusulas de rescisão que incluem falência do patrocinador; este risco pode ser elevado se a qualidade de crédito do patrocinador se deteriora", complementa a agência.

O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, disse nesta sexta-feira, 11, que o rebaixamento da nota da Petrobras pela Standard & Poor's para o grau especulativo BB foi uma consequência do downgrade da nota do Brasil pela mesma agência na última quarta-feira para BB+. "O rebaixamento da Petrobras foi uma consequência da situação do Orçamento para 2016 e reforça a necessidade do governo de cortar gastos e estudar novas fontes de receita", disse Braga.

Para o ministro, o rebaixamento da estatal é "uma situação passageira", porque os números e resultados da companhia estariam melhorando. "Estamos otimistas de que o pior para a Petrobras já passou e estamos num processo de recuperação e fortalecimento da companhia", completou.

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Ainda assim, Braga admitiu que o rebaixamento da nota de risco da empresa é um desafio a mais para a empresa, mas ponderou que a estatal não deve ter dificuldade em se financiar no período à frente. "Toda a demanda de contratos de financiamentos de médio e longo prazos da Petrobras está equacionada. Além disso, os projetos de desinvestimentos e de capitalização da empresa à frente continuam", concluiu.

O presidente do conselho de administração da Petrobras, Murilo Ferreira, que esteve hoje com Braga, não quis comentar o rebaixamento do rating da companhia. "O conselho da Petrobras ainda não se reuniu depois dessa notícia. Só vamos nos reunir no próximo dia 30. Então, eu não sei nada", limitou-se a responder, ao chegar ao Ministério de Minas e Energia.

A agência de classificação de risco Standard & Poor’s, que tirou o grau de investimento do Brasil na quarta-feira, 9, disse não trabalhar com a hipótese de que a presidente Dilma Rousseff não vai concluir o mandato, em dezembro de 2018. "De momento, não é nosso cenário-base", afirmou o diretor de qualificações para a América Latina da S&P, Roberto Sifón-Arévalo.

Ao decidir rebaixar a nota de crédito do Brasil de BBB- para BB+, com perspectiva negativa, a agência colocou o País no grupo de mercados "especulativos". Entre os argumentos para essa decisão estavam a deterioração fiscal e as dificuldades políticas vividas pelo governo Dilma neste segundo mandato.

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"Os desafios políticos que o Brasil enfrenta continuam a pesar na capacidade do governo e vontade de submeter ao Orçamento de 2016 ao Congresso consistente com a política de ajuste fiscal assinalada durante o segundo mandato da presidente Dilma Rousseff", afirmou a S&P na quarta-feira.

Instituições

Na quinta-feira, 10, durante teleconferência com jornalistas, os analistas da agência elogiaram a institucionalidade do Brasil. "Se acontecer (o impeachment), vamos olhar para o significado disso em termos de política, governabilidade e sobre a continuidade das ações", disse o diretor da S&P. Arévalo afirmou que o impeachment é um instrumento usado em vários países e com previsão legal. Portanto, a agência não avalia o ato em si, mas as consequências econômicas e políticas quando isso ocorre.

A diretora-gerente de ratings soberanos da S&P, Lisa Schineller, foi na mesma linha. Afirmou que, se eventual impedimento da presidente acontecer, a agência vai avaliar "como isso impacta nas políticas e na dinâmica das ações".

Para Lisa, a Operação Lava Jato, que apura corrupção na Petrobras, é prova do fortalecimento da institucionalidade do Brasil. Segundo ela, o País conta com instituições em nível superior ao observado em países com rating semelhante à atual nota de crédito brasileira, como Rússia e Turquia.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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