A nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o comando da Casa Civil tem agitado a política nacional nesta quarta-feira (16). Para aos aliados, a participação do petista no 1º escalão do governo Dilma Rousseff (PT) vai garantir uma reestruturação política, já sob a ótica da oposição a escolha da presidente é uma “manobra” para garantir foro privilegiado ao padrinho político diante das acusações de envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras, investigado pela Lava Jato.
Operação esta que, segundo o cientista político e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Adriano Oliveira, deve nortear a atuação do ex-presidente à frente da Casa Civil. Na análise do estudioso, o ingresso de Lula na equipe ministerial de Dilma deve ser observado por duas vertentes: uma positiva – como um remédio as crises política e econômica – e outra negativa – com a possível prisão de um ministro.
##RECOMENDA##“Ela [a Lava Jato] pode diminuir o ritmo e não mais incomodar o presidente Lula. Se assim for pode-se considerar estratégia de Dilma, porque ela terá um articulador político, com a bagagem do ex-presidente, para mudar a política econômica e galgar espaços internacionais, além de um novo cenário da economia”, observou Oliveira em conversa com o Portal LeiaJá.
No entanto, caso a operação mantenha o ritmo acelerado e constate as acusações contra o ex-presidente trará um problema para a gestão federal. “Dilma pode também ter trazido um problema para o seu governo. Caso a Lava Jato continue em ritmo acelerado e as acusações das delações sejam confirmadas o STF pode mandar prender um ministro. O que aceleraria também o processo de impeachment contra a presidente”, projetou o estudioso.
Segundo Adriano Oliveira, a ida de Lula para a Casa Civil também pode promover uma reforma ministerial.