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O delegado Tacio Muzzi deve assumir a Superintendência da Polícia Federal do Rio de Janeiro após o atual chefe da corporação fluminense Carlos Henrique Oliveira ser convidado por Rolando Alexandre de Souza para a direção-executiva da PF. Atualmente Tacio Muzzi é Delegado Regional Executivo da PF do Rio e já atuou interinamente à frente da corporação fluminense durante a crise no ano passado. Além disso, coordenou trabalhos de repressão à criminalidade econômica e crime organizado e acumula passagem pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).

Muzzi chefiou a PF como interino em 2019 após crise envolvendo o antecessor de Oliveira no comando da corporação, o delegado Ricardo Saadi. Foi quando Bolsonaro tentou trocar o superintendente da corporação fluminense pela primeira vez e acabou gerando atrito com então ministro Sérgio Moro e o diretor-geral da corporação, Maurício Valeixo.

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Mineiro e doutor em Direito Empresarial pela Universidade Federal de Minas, Muzzi foi Diretor-Geral do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) e Diretor-adjunto do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI), órgãos ligados ao MJSP.

O delegado tem uma larga experiência e a fama entre seus pares de "competente e honesto".

Muzzi deverá assumirá a vaga deixada por Oliveira, que será o número dois do novo diretor geral, Rolando Alexandre de Souza.

Um dos primeiros atos do novo chefe da PF, após sua posse na segunda, 4, em cerimônia a portas fechadas e não divulgada que durou 20 minutos, foi trocar o comando da superintendência da corporação no Rio. A promoção de Oliveira foi vista por delegados como uma forma "estratégica" de mudar o comando da PF fluminense.

A troca da superintendência, área de interesse do presidente Jair Bolsonaro e seus filhos chegou até a entrar no radar dos investigadores que apuram suposta interferência do presidente da República na corporação. A decisão de Rolando é argumento em ação que pede a suspensão imediata de sua nomeação.

Ao anunciar sua saída do governo Jair Bolsonaro, Moro acusou o presidente de suposta interferência política na PF envolvendo trocas na Diretoria-Geral e em superintendências regionais da corporação. "O problema é que nas conversas com o presidente e isso ele me disse expressamente, que o problema não é só a troca do diretor-geral. Haveria intenção de trocar superintendentes, novamente o do Rio, outros provavelmente viriam em seguida, como o de Pernambuco, sem que fosse me apresentado uma razão para realizar esses tipos de substituições que fossem aceitáveis", disse Moro, ao pedir demissão do governo.

No último sábado, em longo depoimento que prestou na Polícia Federal em Curitiba, Moro disse que recebeu mensagem pelo aplicativo WhatsApp do Presidente da República, cobrando a substituição do Superintendente do Rio de Janeiro. O ex-ministro relatou que a mensagem tinha, mais ou menos o seguinte teor: "Moro você tem 27 Superintendências, eu quero apenas uma, a do Rio de Janeiro."

“Segundo Moro, Bolsonaro teria pedido uma das 27 superintendências da PF, justamente a do RJ. Nomeado novo diretor-geral da PF, amigo do amigo do clã, o superintendente da PF do RJ cai para cima e abre o caminho para Bolsonaro. Questionado, ele troca o 'e daí?' pelo 'cala a boca”, publicou Fernando Haddad (PT) em seu Twitter sobre a nomeação de Rolando Alexandre de Souza para o comando da Polícia Federal.

A publicação do ex-prefeito de São Paulo acontece no momento em que o ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, resolveu abrir a boca e revelar todas as mensagens que trocava com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Em depoimento à PF, Moro disse que, por meio do WhatsApp, Bolsonaro solicitou a substituição do Superintendente do Rio de Janeiro. "Moro, você tem 27 Superintendências, eu quero apenas uma, a do Rio de Janeiro", revela o ex-juiz sobre o pedido do ex-presidente.

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O depoimento de Sergio Moro foi feito a portas fechadas no último sábado (2). Na ocasião, o ex-ministro revelou que o chefe de Estado nunca lhe solicitou a produção de um relatório da inteligência da PF sobre um assunto em específico. No entanto, Moro afirmou que lhe causou estranheza que isso tenha sido usado como argumento por Bolsonaro para a demissão de Maurício Valeixo da direção-geral da Polícia Federal.

Nesta última segunda-feira (4), o presidente Jair Bolsonaro escolheu o delegado Rolando Alexandre de Souza, que atuava na Agência Brasileira de Inteligência (Abin), para comandar a PF. O delegado é considerado braço direito de Alexandre Ramagem, que teve a sua indicação suspensa pelo Supremo Tribunal Federal por conta da aproximação com a  família Bolsonaro. O novo indicado é apontado como braço direito de Ramagem.

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O presidente da República, Jair Bolsonaro, negou interferência na Polícia Federal (PF), mas não quis responder diretamente se pediu ou não a troca da superintendência da instituição no Rio de Janeiro. Ao ser indagado sobre o assunto por jornalistas, na manhã desta terça-feira, 5, Bolsonaro ficou visivelmente alterado e mandou os profissionais calarem e boca diversas vezes.

Na segunda-feira, 4, o novo diretor-geral da PF, Rolando Alexandre de Souza, trocou o comando da superintendência da corporação no Rio.

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A mudança foi uma das primeiras ações do novo chefe da PF após ser empossado na segunda, cerca de 20 minutos depois de ser nomeado ao cargo. O superintendente Carlos Henrique Oliveira foi convidado para assumir a direção-executiva da PF, o que o coloca como número dois do novo diretor.

"O atual superintendente do Rio de Janeiro, que o (ex-ministro Sergio) Moro disse que eu quero trocar por questões familiares... Não tem nenhum parente meu investigado pela PF, nem eu, nem meus filhos. Zero. É uma mentira que a imprensa replica o tempo todo, dizer que meus filhos querem trocar o superintendente", disse Bolsonaro.

"Para onde ele (Carlos Henrique Oliveira) está indo? Para ser diretor-executivo da PF, ele vai ser da superintendência, são 27 superintendências, para ser diretor-executivo. Eu estou trocando ele? Eu estou tendo influência sobre a PF? Isso é uma patifaria", afirmou o presidente.

Em seguida, questionado pela reportagem do jornal O Estado de S. Paulo e do Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) se pediu a troca na superintendência do Rio, Bolsonaro reagiu mandando a profissional calar a boca. "Cala a boca, não perguntei nada", gritou.

Diante da insistência de outro repórter, ele voltou a mandar os jornalistas calarem a boca.

"Não interferi em nada", continuou Bolsonaro. "Não tenho nada contra o superintendente do RJ e não interfiro na PF. Ele está sendo convidado para ser diretor-executivo, o zero dois. É a mesma coisa que eu chegasse, suposição, para o MD e dissesse eu quero que troque o Comandante do Comando Militar do Sul que eu não gosto dele e coloque dele como comandante do Exército. É a mesma coisa", declarou.

Desde o início, o presidente mostrou a capa da edição desta terça do jornal Folha de S.Paulo, cuja manchete faz uma relação entre a troca e o interesse dos filhos do presidente. "É uma manchete canalha e mentirosa e vocês da mídia, tenham vergonha cara. A grande parte publica patifaria."

Em uma estratégia para se blindar de uma eventual medida contrária do Supremo Tribunal Federal, o presidente Jair Bolsonaro deu posse na segunda-feira, 4, às pressas ao novo diretor-geral da Polícia Federal, Rolando Alexandre de Souza. No mesmo dia, em uma das primeiras medidas no cargo, Souza mudou o comando da Superintendência da corporação no Rio de Janeiro - área de interesse de Bolsonaro e seus filhos.

O novo diretor da PF é considerado o braço direito do diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem - que não participou da cerimônia de posse. Na semana passada, Ramagem chegou a ser nomeado por Bolsonaro, mas o ato foi barrado por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. O ministro entendeu que a nomeação não atendeu ao princípio da impessoalidade.

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Como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo no sábado, a nomeação de Rolando é vista como uma alternativa do presidente para manter a influência de Ramagem, que é próximo à família Bolsonaro, na corporação.

A posse do novo diretor da PF foi realizada em pequena cerimônia, que durou apenas 20 minutos, no gabinete de Bolsonaro no Palácio do Planalto, sem divulgação antecipada nem convidados. Ocorreu às 10h, cerca de meia hora depois de a nomeação ter sido publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU). Estiveram presentes sete ministros, entres eles André Luiz Mendonça, da Justiça e Segurança Pública.

Número dois

Ao exonerar o comando da PF no Rio, Souza convidou o superintendente Carlos Henrique Oliveira para assumir a direção executiva da PF, o que o coloca como "número dois" do novo diretor. A promoção foi vista por delegados como uma forma "estratégica" de trocar o comando da PF fluminense. O nome de quem vai assumir o posto não havia sido divulgado até a conclusão desta edição.

Oliveira poderá ser ouvido pela PF no inquérito que apura desvio de finalidade e tentativa de "interferência política" de Bolsonaro na corporação. Ontem, o procurador-geral da República, Augusto Aras, pediu ao Supremo que autorizasse o depoimento do novo diretor executivo da Polícia Federal.

Em agosto do ano passado, Oliveira estava no centro da crise entre Bolsonaro e o então ministro da Justiça, Sérgio Moro, pela troca de comando na PF. Além dele, deverão ser ouvidos no caso o ex-diretor-geral da PF Maurício Valeixo e o superintendente no Amazonas, Alexandre Saraiva - nome que chegou a ser indicado por Bolsonaro para Oliveira no comando da corporação no Rio.

Aras quer que os delegados prestem informações sobre "eventual patrocínio, direto ou indireto, de interesses privados do presidente da República perante o Departamento de Polícia Federal, visando ao provimento de cargos em comissão e a exoneração de seus ocupantes".

Ao anunciar demissão, Moro afirmou que Bolsonaro havia expressado o desejo de trocar a chefia da PF e superintendentes, como o do Rio de Janeiro. Fontes confirmaram ao jornal O Estado de S. Paulo que o ex-ministro citou essas declarações em depoimento à Polícia Federal no sábado.

Alagoas

Rolando de Souza estava na Superintendência da PF em Alagoas até setembro do ano passado, quando, a convite de Ramagem, assumiu a secretaria de Planejamento e Gestão da Abin - cargo que ocupava até tomar posse como diretor da PF. Até ser vetado no comando corporação, Ramagem montava sua equipe na cúpula da instituição e levaria Souza com ele.

Após tomar posse, o novo diretor da PF deixou o Palácio do Planalto por volta das 11h30 e não quis falar com a imprensa. Disse apenas que iria para a sede da PF. "Assinei o termo de posse. Estou indo lá para a PF", afirmou ao ser abordado por repórteres. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, visitou na tarde desta segunda-feira, 26, a superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro. O posto foi pivô da crise entre Bolsonaro e a corporação - o presidente pediu, há duas semanas, a saída do delegado Ricardo Saadi da chefia da PF no Estado. O motivo da visita não foi informado.

Pela manhã, o ministro foi ao Arquivo Nacional, no centro da cidade. Lá, ele frustrou as expectativas dos servidores que desde quinta-feira passada organizavam o evento. Com um "tour" previsto para durar de 9h30 até 16h, a agenda foi apressada sem nenhuma justificativa aos organizadores. O ministro deixou o prédio histórico do Arquivo por volta de 12h. Ele não falou com a imprensa em nenhum dos compromissos.

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Moro chegou cercado de forte aparato policial, composto por quatro carros e 12 policiais militares em motos, e foi recebido pela diretoria do Arquivo e jornalistas. Sorridente ao chegar, fechou a cara ao ser perguntado sobre as manifestações ocorridas no domingo em todo o País contra o projeto de lei que limita o abuso de autoridade, considerado pelos manifestantes uma resposta à Operação Lava Jato. Perguntado pela reportagem se falaria sobre as manifestações, Moro se limitou a dizer que não daria declarações à imprensa.

Ele vetou a presença dos jornalistas durante toda a visita, o que fez os servidores do Arquivo improvisarem um isolamento com faixas amarelas. Foi assim que conseguiu ter acesso, sem ser incomodado, às exposições do andar térreo. Também mandou isolar a área do segundo andar para visitar uma exposição especialmente montada para ele com documentos que não costumam ser exibidos por causa do risco de deterioração, como a carta da Lei Áurea e a Constituição de 1824.

Até mesmo o fotógrafo do Arquivo foi interrompido por Moro após tirar algumas fotos. Segundo pessoas que estavam próximas ao ministro, ele se mostrou irritado e pediu ao profissional que parasse. "Agora já chega", teria dito segundo um servidor que acompanhou a visita.

O ministro percorreu vários prédios do órgão onde está o acervo, o cofre com documentos digitalizados, a sala de consultas frequentada pelos pesquisadores e o Salão Nobre, onde foram expostos os documentos mais raros. Depois, almoçou com os anfitriões e saiu por uma pequena porta dos fundos a um passo de distância do carro que já o esperava com a porta aberta, fugindo mais uma vez dos cerca de vinte profissionais da imprensa que o aguardavam durante toda a manhã.

Ao chegar à superintendência da Polícia Federal, também no centro, voltou a se blindar. Passou cerca de 1 hora dentro da sede do órgão. Ao descer sorridente do prédio, cumprimentou agentes e entrou no carro que o aguardava no estacionamento. Saiu sem falar com a imprensa.

A ida de Moro ao Rio se deu num contexto de declarações de Bolsonaro que parecem "fritar" o ministro. No último fim de semana, por exemplo, o presidente respondeu a um comentário em sua página no Facebook dizendo que Moro, então juiz federal, não estava com ele durante a campanha do ano passado. O responsável pelo comentário pedia que Bolsonaro "cuidasse bem" do ministro.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, voltou a evitar a imprensa na tarde desta segunda-feira, 26, no Rio de Janeiro. Após a visita pela manhã ao Arquivo Nacional, Moro foi à Superintendência da Polícia Federal, pivô da crise entre o presidente Jair Bolsonaro e a corporação. Não foi informado o motivo da ida. Ele saiu de carro com forte esquema de segurança e não parou para falar com os jornalistas.

No último fim de semana, Bolsonaro fez mais um gesto que aponta para uma crise na relação com o ministro. Ao responder um comentário em sua página no Facebook que pedia para ele "cuidar bem" de Moro, o presidente disse que o então juiz federal não era um aliado durante a campanha.

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O primeiro dia do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na carceragem da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba amanheceu tranquilo. No início da manhã deste domingo (8), uma empresa terceirizada chegou ao local para fornecer o café da manhã dos presos. Segundo agentes da PF, a primeira refeição é café com leite e pão. Lula está em uma sala especial, transformada em sala de Estado-Maior devido à condição de ex-presidente. No local, há cadeira, mesa, cama e banheiro exclusivo. Há ainda uma janela que dá vista para a área interna do prédio.

Neste domingo, as ruas próximas ao local continuam fechadas. A Polícia Militar faz um bloqueio no local em um raio de 500 metros. Lá, cerca de 400 manifestantes favoráveis ao ex-presidente passaram a noite. O clima é de tranquilidade. Por volta das 9h, o grupo cantava e gritava palavras de ordem em defesa de Lula.

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Também próximo ao bloqueio, moradores da cidade e curiosos se aproximam para tirar fotos e ver de perto o local onde o ex-presidente começa a cumprir a pena de 12 anos e um mês de prisão imposta pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região.

Confrontos

No início da madrugada, após a chegada de Lula, houve tumulto entre manifestantes. Oito pessoas ficaram feridas. Três dos oito feridos são crianças, um é policial militar e os demais são manifestantes favoráveis ao ex-presidente.

A senadora e presidente do PT, Gleisi Hoffmann, conversou com a imprensa e disse que Lula estava tranquilo. Ela explicou que não viu o ex-presidente, mas que fontes da PF informaram que ele estava calmo. A parlamentar também criticou a ação policial durante a chegada do petista, quando foram lançadas bombas de gás lacrimogênio. Segundo ela, as forças policiais precisam se preparar melhor e se planejar para lidar com a situação já que a previsão do grupo é fazer uma vigília enquanto Lula estiver na Superintendência.

Após o ocorrido, a PM informou que as bombas foram lançadas pela PF. Informou também que usou balas de borracha contra o grupo a favor de Lula, porque, segundo a corporação, após a explosão das bombas manifestantes favoráveis começaram a correr em direção ao grupo com ideologia oposta. Mas os manifestantes negaram e criticaram a ação policial.

Um mau cheiro na sede da Superintendência da Polícia Federal, na Lapa, zona oeste de São Paulo, fez funcionários e pessoas que aguardavam atendimento deixarem o local às pressas na tarde desta quarta-feira, 27.

Segundo a Polícia Federal (PF), o odor foi causado pela entrada da fumaça emitida pelo gerador nos dutos de ar-condicionado. A PF informou ainda que o mau cheiro perdurou por cerca de 10 minutos e logo foi dissipado. Algumas pessoas relataram tosse e irritação nos olhos.

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O prédio ficou sem energia elétrica na manhã desta quarta-feira e o gerador, movido a diesel, foi acionado, informou a PF. Por volta das 14h30, a luz voltou e o ar-condicionado ligou-se automaticamente. Como os dutos do aparelho ficam próximos ao gerador, do lado de fora do edifício, a fumaça emitida por ele entrou nos canos e o cheiro de diesel queimado incomodou quem estava no térreo.

O susto foi maior porque o cheiro foi sentido ao mesmo tempo em que três presos foram levados da superintendência pela Polícia Federal durante a 22ª fase da Operação Lava Jato.

Caixões, roupas pretas e coroas de flores. Com estes aspectos fúnebres, profissionais da Polícia Federal (PF) prometem realizar, nesta terça-feira (8), em todo o Brasil, um novo protesto da categoria. Desta vez, o mote da manifestação é o “enterro” da segurança pública no país, uma crítica ao que a categoria chama de crise e sucateamento estrutural do órgão, resultado de um boicote do Governo Federal. 

No Recife, o “velório” da segurança pública vai ser realizado na Superintendência da Polícia Federal, a partir das 10h, na Avenida Cais do Apolo, no bairro do Recife. A categoria critica uma desvalorização da profissão, resultando em cortes de recursos e redução no número de servidores. Agentes, escrivães e papiloscopistas afirmar passar por um congelamento salarial de mais de cinco anos. 

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De acordo com o presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Jones Leal, várias unidades especializadas da PF possuem menos da metade do número ideal de investigadores. “Existem núcleos operacionais de delegacias especializadas com dois ou três agentes federais, e isso significa que uma investigação que deveria durar dois meses vai durar dois nos. É um absurdo, pois crimes são prescritos e os corruptos, e o crime organizado, comemoram o descaso do governo com a Polícia Federal”.

Ano de protestos – Desde o mês de fevereiro, a categoria dos policiais federais vem realizando um calendário de mobilizações, em diferentes formatos. No dia 7 de fevereiro, um “algemaço” foi realizado no Aeroporto Internacional dos Guararapes. Já em março, em tom mais irônico, os agentes entregaram pizzas e vestiram narizes de palhaço, em crítica ao modo como o Governo Federal vem tratando a categoria. 

Com informações da assessoria

A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) recomendou a condenação de três empresas por formação de cartel em licitação para compra de ambulâncias destinadas à prestação de serviços no Sistema Único de Saúde (SUS). O resultado do pregão, realizado em São Paulo, teria sido combinado por três empresas. O processo administrativo contra as empresas foi aberto em 2005, motivado por representação da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo. De acordo com nota divulgada nesta segunda-feira pelo Cade, o caso segue agora para julgamento pelo Tribunal do conselho.

Segundo parecer publicado nesta segunda-feira no "Diário Oficial" da União (DOU), o caso envolve as empresas General Motors do Brasil, HMD Distribuidora de Veículos, atual razão social da Dutra Distribuidora de Veículos, e Itororó Brás Veículos e Peças, por "prática anticompetitiva" em licitação realizada pela Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo.

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O processo administrativo foi instaurado pelo Cade a partir de documentos encaminhados pela Secretaria de Saúde do Estado, órgão responsável pela condução das licitações, afirma a nota. A denúncia dizia respeito a um pregão, realizado em 2005, para a compra de 200 ambulâncias de transportes que seriam destinadas a cidades do Estado.

A Superintendência do Cade verificou que as três empresas representadas no processo apresentaram propostas com formatação idêntica, até com os mesmos erros de ortografia e digitação, e intervalos regulares de preços. Também foi detectada a adoção de estratégias em pregões presenciais para assegurar que o vencedor da licitação fosse aquele combinado previamente pelo grupo.

O conselho alerta que tais comportamentos são reconhecidos internacionalmente como indicativos de cartel em licitações, conforme estudo realizado em 2009 pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Após análise do caso, a Superintendência-Geral concluiu pela existência de acordo para fraudar o caráter competitivo da licitação. Pela Lei 12.529/11, as empresas podem ser condenadas ao pagamento de 0,1% a do faturamento no ramo de atividade empresarial em que ocorreu a infração.

O atual delegado federal do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) em São Paulo, Wellington Monteiro Diniz, será o novo superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Estado. Ele vai substituir o atual ocupante do cargo, Alberto Paulo Vasques, nomeado interinamente após a saída do José Giácomo Baccarin, há dois meses, para concorrer à prefeitura de Jaboticabal. Diniz será o quinto nome no comando do Incra paulista em menos de um ano.

A rotatividade começou com a saída do ex-superintendente Raimundo Pires da Silva, em junho do ano passado, após a Operação Desfalque, da Polícia Federal, para apurar supostos desvios de recursos da reforma agrária. Na operação, que culminou com a prisão de dez pessoas, entre elas o líder sem-terra José Rainha Júnior, o então superintendente do Incra paulista foi conduzido coercitivamente à sede da Polícia Federal, na capital, para prestar depoimento.

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A nomeação de Diniz, confirmada nesta segunda pela assessoria de comunicação do Incra em Brasília, desagradou dirigentes paulistas do Movimento dos Sem-Terra (MST). As lideranças do movimento no Estado preferiam a permanência do atual superintendente que, segundo os dirigentes, tem perfil mais técnico do que político. Por trás das preferências estaria a disputa pelo controle dos assentamentos principalmente no oeste paulista entre o MST e os grupos liderados por José Rainha. O líder sem-terra, que deixou a prisão apenas em março deste ano, esteve em Brasília em reunião como os ministros Gilberto Carvalho, da Secretaria Geral da Presidência, e Pepe Vargas, do MDA, para defender a indicação de Diniz.

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