Na última quinta-feira (17), um terreiro que fica localizado na rua do Curuzu, em bairro da periferia de Salvador, foi invadido por policiais da Polícia Militar (PM-BA). O templo Hunkpame Savalu Vodun Zo Kwe, que já possui 127 anos de história e atuação, foi tombado pela prefeitura em 2016. O pai de santo, Amilton Costa, informou que a invasão por parte dos policiais ocorreu pela manhã, quando eles quebraram a porta do terreiro e acessaram a parte sagrada da casa.
Amilton ressaltou que a parte invadida é onde ficam recolhidos os filhos de santo que estão em obrigação religiosa, e que dessa forma, não seria uma área de acesso. Segundo ele, os policiais adentraram o espaço sem permissão, alegando que estavam em operação. No entanto, o religioso afirma que o caso se trata de intolerância religiosa, uma vez que acredita que o tratamento foi feito de forma violenta apenas por se tratar de um terreiro de candomblé.
##RECOMENDA##O pai de santo contou, em denúncia para oficiais da PM na última sexta-feira (18), que os policiais apontaram a arma para ele e para outro que estava no momento, durante a ação. Contou também que profissionais da polícia civil já haviam pedido para revistar o imóvel e que ele havia dado autorização. Mas a ação dos outros policiais, no entanto, foi de forma brusca e violenta, pois eles adentraram pelo fundo da casa, e arrombaram o local.
Após denúncia, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que haveria apuração das informações, feita pela Corregedoria da Polícia Militar. Depois do ocorrido, o templo suspendeu as atividades.
ATUALIZAÇÃO
Com a investigação, o departamento de comunicação da Polícia Militar comunicou que já foram ouvidas as declarações dos envolvidos no caso, e que seriam tomadas medidas administrativas como punição. No entanto, o comando da PM não vê motivação para afastamento dos policiais de suas atividades profissionais. Edmilton Reis, comandante da 37ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM - Liberdade), informou que os envolvidos estavam em perseguição a dois criminosos, e pediu desculpas pela ação. Eles garantem ainda que a reperação no templo será feita.