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A política do governo de garantir crédito barato para as empresas por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e social (BNDES) acarretará custo adicional de R$ 79,75 bilhões às contas públicas no período de 2012 a 2015.

O cálculo do custo fiscal dos subsídios diretos e indiretos embutidos na estratégia do BNDES de estímulo aos investimentos foi feito pelo próprio Ministério da Fazenda. Os dados foram encaminhados ao Congresso Nacional como informação complementar à proposta orçamentária de 2015.

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Despacho da presidente Dilma Rousseff, informando sobre o envio dos demonstrativos aos parlamentares, foi publicado em edição extra do Diário Oficial da União (DOU). Foi uma mensagem sucinta, citando apenas que os dados foram enviados em meio magnético.

No primeiro ano do próximo governo, o impacto dos empréstimos do Tesouro ao BNDES e dos subsídios bancados pela União no Programa de Sustentação do Investimento (PSI) atingirá o recorde de R$ 30,57 bilhões. É um terço de todos os benefícios financeiros e de crédito programados pelo governo Dilma Rousseff para 2015, projetados em R$ 90,6 bilhões.

Pelos dados enviados ao Congresso, o custo dos subsídios dos empréstimos ao BNDES ficará em R$ 24,33 bilhões em 2015 - o triplo de 2013, quando chegou a R$ 10,62 bilhões. O impacto nas contas públicas do custo do PSI será de R$ 6,24 bilhões no próximo ano - mais um fator de pressão para a política fiscal no ano que vem.

Na semana passada, o Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, revelou que o governo revisaria de R$ 15,6 bilhões para R$ 23 bilhões o custo dos empréstimos do BNDES em 2014. A projeção aumentou por causa do impacto da alta da taxa básica de juros (Selic). O aumento tem impacto direto, pois fica mais caro para o Tesouro se financiar no mercado. Já o BNDES pagará os empréstimos pela Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), hoje em 5% ao ano.

Críticas

Por exigência do Tribunal de Contas da União (TCU), os subsídios têm de ser obrigatoriamente calculados pelo governo, que resistiu por mais de dois anos à pressão do tribunal. Até então, os dados oficiais só mostravam o valor dos subsídios do PSI.

O Tesouro era contra a divulgação dos dados e resistia à publicação, principalmente neste momento de acirramento das críticas da oposição à política econômica. A ajuda do BNDES às empresas entrou na pauta eleitoral, e os críticos do governo apelidaram o apoio do banco de "bolsa empresário" ou "bolsa BNDES".

Em resposta às críticas, o ministro do Fazenda, Guido Mantega, chegou a trocar farpas com o presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Benjamin Steinbruch, na segunda-feira, 15, em evento em São Paulo. O empresário voltou a criticar a política econômica, desta vez na frente do ministro, falando sobre a angústia com "a perspectiva de recessão, desemprego e falta de investimento".

Mantega perguntou se ele estava pronto para ser "desmamado" do apoio do governo à indústria. Steinbruch disse também que tinha medo de um "desmonte" do BNDES.

O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, defendeu a política de subsídios do governo para os empréstimos do BNDES. Os benefícios, segundo ele, são imensamente superiores aos gastos do governo com esses subsídios por meio do aumento da arrecadação de impostos das cadeias produtivas, formalização do emprego, sustentação da produção, promoção dos investimentos, da inovação e desenvolvimento regional e apoio a micro e pequenas empresas.

Ele informou, por exemplo, que 90% dos investimentos em energia eólica e 32% do setor de etanol têm o apoio do banco. Além disso, 34% dos recursos do BNDES são destinados a 270 mil micro, pequenas e médias empresas em todo o País. Holland disse, ainda, tratar-se de uma distorção afirmar que os empréstimos do BNDES são uma "bolsa empresário". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Secretaria do Tesouro Nacional (STN) negou, por meio de nota, nesta sexta-feira (12) que o governo avalia ou estuda a redução da meta de superávit primário. Diante das dificuldades das contas públicas, o secretário Arno Augustin tem sido questionado repetidas vezes sobre o assunto.

Fontes no governo informaram em outras ocasiões ao Broadcast, serviço de informações em tempo real da Agência Estado, que, apesar do que diz o comunicado da secretaria, o debate acerca da redução da meta de superávit primário está vivo entre os integrantes da equipe econômica.

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A nota da instituição, no entanto, é enfática na negativa. A Secretaria do Tesouro aproveitou para informar que o relatório bimestral de despesas e receitas será divulgado no próximo dia 22.

O Tesouro Nacional vendeu US$ 1 bilhão de bônus da dívida externa no mercado internacional com vencimento em 2025. O Global 2025 foi vendido com uma taxa de retorno ao investidor de 3,888% ao ano, cupom de juros de 4,25% ao ano e spread de 147 pontos-base acima do título do Tesouro norte-americano com vencimento em 15 de agosto de 2024.

A emissão, liderada pelos bancos BTG Pactual, Citigroup e Morgan Stanley, foi colocada ao preço de 103,050% do seu valor de face. A liquidação financeira da operação ocorrerá no próximo dia 10. O Tesouro informou que a oferta do Global 2025 será estendida ao mercado asiático em até US$ 50 milhões. A taxa de retorno da operação de hoje foi a menor para o papel de 10 anos nos últimos 12 meses (no mercado secundário).

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O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) transferiu R$ 2,994 bilhões de dividendos para o Tesouro Nacional em agosto, conforme antecipou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, no dia 22 do mês passado. A confirmação do pagamento foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) de terça-feira (2), em portaria do Tesouro Nacional. A Caixa Econômica Federal também reforçou o caixa do governo, com o pagamento de R$ 2,144 bilhões. As duas receitas, que somadas chegam a R$ 5,138 bilhões, vão reforçar o caixa do governo em agosto.

O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, em sua última entrevista de divulgação das contas do governo central, havia informado que as receitas com dividendos no mês chegariam em torno de R$ 4 bilhões. Mesmo com essas receitas, o governo terá dificuldades para cumprir a meta quadrimestral de superávit primário das contas do governo central de R$ 39 bilhões.

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A divulgação do resultado ocorrerá poucos dias antes do primeiro turno das eleições. Além dos dividendos, o governo conta em agosto com pagamento da primeira parcela ou parcela única do Refis.

O Tesouro Nacional voltou novamente ao mercado internacional, com uma captação em dólares do Global 2025. A emissão será liderada pelos bancos Morgan Stanley, BTG Pactual e Citigroup. Essa é a terceira operação deste ano. A última foi realizada em 23 de julho, quando o governo brasileiro emitiu um bônus de longo prazo (30 anos), com vencimento em 2045. Na ocasião, foram emitidos US$ 3,550 bilhões.

Os títulos serão emitidos nos mercados norte-americano e europeu. O Tesouro Nacional conta com a prerrogativa de dar seguimento à emissão na Ásia, após a abertura daquele mercado. Haverá, portanto, uma divulgação de resultados ao final da emissão nos mercados norte-americano e europeu, e o resultado total atingido pela emissão será anunciado somente depois de concluída a eventual oferta no mercado asiático, explica o Tesouro.

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Os resultados ruins das contas públicas divulgados nesta sexta-feira, 29, pelo Tesouro e Banco Central demonstram que, em 2015, haverá a real necessidade de uma grande discussão fiscal. A opinião é do professor de Economia do Ibmec-MG, Reginaldo Nogueira.

"Está muito claro que o Brasil não conseguirá cortar impostos e as desonerações que foram feitas deverão ser revistas. E como resolver isso em 2015? Com mais cortes de gastos (o que não foi feito até agora) ou aumento de impostos? Aí está a necessidade de haver uma grande discussão fiscal em 2015", disse. Para ele, se o mercado tinha dúvidas se a meta de superávit primário fosse ou não cumprida, os números divulgados hoje ajudam na certeza de que não.

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Além disso, não atingir a meta, conforme o especialista, tem efeito negativo sobre a dívida líquida do setor público. "Podemos ver problemas de custos de financiamento do governo e uma pressão maior na conta de juros", falou.

O professor também comentou que os resultados fiscais apresentados hoje sofrem influência direta do resultado "horroroso" do Produto Interno Bruto (PIB), também divulgado nesta sexta-feira. "Nossa economia está em processo de recessão, o que gera um efeito negativo grande na arrecadação do governo. Isso só piora a confiança do mercado e do setor privado na economia, inibindo investimentos", ressaltou.

O Tesouro Nacional corrigiu a informação divulgada nesta sexta-feira, 29, de que o Banco do Brasil teria pago R$ 466,7 milhões de dividendos em julho. Segundo informou o órgão, o documento estava incorreto. O resultado geral, de R$ 5,2 milhões de dividendos no mês, está correto.

O governo dificilmente conseguirá cumprir a meta do segundo quadrimestre (até agosto) das contas do governo central de R$ 39 bilhões. Faltando apenas o resultado deste mês, as contas do governo central registram um saldo de apenas de R$ 15,230 bilhões pela metodologia de cálculo do Tesouro Nacional. Logo mais o BC, divulgará o resultado fiscal e ficará mais claro quanto de superávit que o governo precisará registrar em agosto para cumprir a meta. O resultado de agosto será divulgado às vésperas das eleições de outubro.

Os dados do governo do governo central até julho mostram uma forte deterioração do esforço fiscal, com queda de 60,3% do superávit em relação ao mesmo período do ano passado O esforço fiscal caiu de 1,4% do PIB para 0,52%. O déficit de julho foi o terceiro resultado negativo consecutivo.

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Concessões

Em julho, as contas do governo receberam um reforço extra de R$ 1,414 bilhão de concessões. No ano, as concessões somam R$ 2,658 bilhões, volume 56,5% menor do que os R$ 6,108 bilhões obtidos no mesmo período de 2013. As receitas com dividendos somaram apenas R$ 5,2 milhões em julho. Enquanto o Banco do Brasil pagou no mês R$ 466,7 milhões, o Tesouro devolveu R$ 461,5 milhões de dividendos para empresas que não foram citadas na nota. No ano, as receitas de dividendos somam R$ 10,495 bilhões, com alta de 35,2%.

CDE

As despesas do Tesouro Nacional com a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) somaram R$ 1,2 bilhão em julho. No ano até julho, o gasto chega a R$ 5,301 bilhões. O Tesouro Nacional transferiu mais verba para o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) em julho de 2014 do que em junho. O total de R$ 4,664 bilhões que o Tesouro gastou com o FAT no mês passado é 27,3% maior que os R$ 3,664 bilhões gastos em junho. De janeiro a julho deste ano, o Tesouro passou R$ 23,663 bilhões para o FAT, valor que é 5,6% inferior aos R$ 25,073 bilhões do mesmo período do ano passado.

O Tesouro Nacional praticamente dobrou, em agosto, o volume de ordens bancárias para o pagamento do abono salarial do PIS-Pasep e do seguro-desemprego. Esse desembolso é, segundo aponta levantamento feito pelos consultores José Fernando Cosentino Tavares e Márcia Rodrigues Moura, da Câmara dos Deputados, mais um indício de que o governo vem represando esses gastos.

Os dados levantados pelos consultores reforçam a hipótese desse tipo de manobra nos gastos porque detectam um movimento atípico, principalmente no pagamento do seguro-desemprego. Em agosto, até o dia 26, as ordens bancárias somaram R$ 4,635 bilhões, em comparação a R$ 2,071 bilhões em julho e R$ 1,519 bilhão em junho. A série dos últimos três anos mostra que, em nenhum mês, o volume foi tão grande quanto no dado parcial de agosto.

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Não há notícia de que o desemprego tenha dado um salto neste mês para justificar tal aumento. O lógico, dizem os analistas, é que os volumes variassem pouco de um mês para o outro. Mas não foi o que se viu. Por isso, a suspeita é que o Tesouro tenha, dessa forma, corrigido o atraso nos repasses. Somadas ao abono, as ordens chegaram R$ 8,581 bilhões no dado parcial de agosto, ante R$ 4,629 bilhões em julho e R$ 1,519 bilhão em junho.

Esses atrasos nos repasses, segundo especialistas, são manobras do Executivo para melhorar o resultado das contas públicas - conhecidas como "pedaladas". Esses atrasos atingem diretamente a Caixa Econômica Federal, responsável pelos pagamentos dos benefícios, que precisa usar seu próprio dinheiro enquanto os recursos do governo não são liberados. O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, no entanto, nega que essas manobras existam.

Frustração

"As ordens bancárias de agosto, emitidas até o dia 26, são excepcionalmente volumosas e dificultarão o cumprimento da meta quadrimestral", dizem os consultores. Isso, apesar de o governo acreditar que agosto será um mês muito bom para as contas públicas.

O governo espera, este mês, uma arrecadação forte em função do encerramento do prazo de adesão, pelas empresas, ao Refis da Copa. Para ter as dívidas parceladas, elas precisam fazer um pagamento à vista. São esperados ingressos de R$ 14,5 bilhões por causa do programa. Mas, para os consultores, a expectativa pode se frustrar. Primeiro, porque algumas empresas terão prazo extra de três meses para aderir ao programa. Segundo, porque elas poderão parcelar a entrada em cinco vezes.

O estudo serve de subsídio aos deputados para que eles avaliem e fiscalizem o andamento das contas públicas. E ele aponta uma série de inconsistências nos dados apresentados pelo governo, o que fará redobrar as atenções na avaliação da proposta orçamentária para 2015, entregue ontem ao Legislativo.

A distorção mais grave, para os analistas, diz respeito à Previdência. Eles estimam que o déficit do sistema previdenciário será R$ 16,8 bilhões maior que o previsto pelo governo, com receitas R$ 13,8 bilhões menores e despesas R$ 3 bilhões maiores. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O estoque da dívida pública federal (DPF) caiu 1,35% em julho (o equivalente a R$ 18,029 bilhões), atingindo R$ 2,173 trilhões. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (27), pelo Tesouro Nacional. Em junho, o estoque estava em R$ 2,202 trilhões.

A correção de juros no estoque da DPF foi de R$ 21,75 bilhões no mês passado. A DPF inclui a dívida interna e externa. A Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) caiu 1,39% e fechou o mês em R$ 2,081 trilhões. A Dívida Pública Federal externa (DPFe) ficou 0,56% menor, somando R$ 91,21 bilhões em julho.

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As parcelas de títulos atrelados à inflação e à Selic ficaram acima das bandas do Plano Anual de Financiamento (PAF) em julho, segundo dados do Tesouro Nacional. Os papéis atrelados à Selic aumentaram a fatia, de 19,13% em junho para 19,86% em julho. Dessa forma, ficaram acima da banda estabelecida, que vai de 14% a 19%. Os títulos remunerados pela inflação subiram de 36,12% do estoque da DPF para 37,01%, ficando acima da banda de 33% a 37%.

A parcela de títulos prefixados na Dívida Pública Federal (DPF) ficou abaixo da banda do PAF, que vai de 40% a 44%. A participação passou de 40,73% em junho para 39,03% em julho. Os papéis cambiais elevaram a participação na DPF de 4,01% para 4,10%, mantendo-se na banda que vai de 3% a 5%.

A parcela da DPF a vencer em 12 meses caiu de 28% em junho para 27,70% em julho, segundo o Tesouro Nacional. O prazo médio da dívida subiu de 4,32 anos em junho para 4,41 anos em julho. O custo médio acumulado em 12 meses da DPF passou de 11,05% ao ano em junho para 11,04% ao ano em julho.

Participação de estrangeiros na DPMfi

Os estrangeiros aumentaram a aquisição de títulos do Tesouro Nacional em julho. A participação dos investidores estrangeiros no estoque da DPMFi subiu de 18,17% em junho para 18,52% em julho, somando R$ 385,67 bilhões, segundo os dados do Tesouro Nacional. Em junho, o estoque estava em R$ 383,58 bilhões.

A categoria das instituições financeiras teve queda na participação do estoque da DPMFi de 29,64% em junho para 28,25% em julho. Os Fundos de Investimentos aumentaram a fatia de 20,75% para 21,17%. Na categoria Previdência, a participação subiu de 17,08% para 17,42%. Já as seguradoras tiveram crescimento na participação de 3,96% para 4,03%.

O Tesouro Nacional pediu ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) mais cerca de R$ 3 bilhões em dividendos, para engordar as receitas públicas ainda este mês, segundo fontes do governo. Com isso, os valores pagos pelo banco à União chegarão a R$ 7,8 bilhões desde janeiro.

Os dividendos dos lucros das estatais deverão adicionar R$ 27 bilhões às receitas do governo até o fim do ano, nos cálculos do economista Felipe Salto, da Tendências Consultoria. Serão peça fundamental para o superávit primário, o saldo positivo entre receitas e despesas públicas, sem contar juros.

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"Agosto vai vir mais forte em dividendos", disse ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, uma fonte próxima ao Tesouro. Segundo a fonte, que pediu anonimato, agosto é chave porque as contas públicas do quadrimestre serão fechadas e o superávit primário está "muito abaixo" da meta.

Procuradas no fim da tarde, as assessorias do BNDES e do Tesouro não comentaram o pedido de repasse de dividendos. O Estado apurou que o pagamento segue o estatuto do banco e é considerado normal. Os cerca de R$ 3 bilhões referem-se ao exercício deste ano. No primeiro semestre, o BNDES pagou outros R$ 3,8 bilhões, referentes a outros anos. Em junho, houve pagamento de quase R$ 1 bilhão, a título de juros sobre o capital próprio (JCP), outra forma de distribuir lucros. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governo federal está diante de uma decisão que pode ter grande impacto nas contas públicas. O Banco Central (BC) avalia incorporar às estatísticas das contas da União os créditos carregados pelos bancos públicos e privados em operações financiadas com recursos do Tesouro Nacional. Fontes do BC informaram que a decisão final depende de análises jurídicas em curso na Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, na procuradoria do Banco Central e na Advocacia-Geral da União (AGU).

Segundo essas fontes, a autoridade monetária está "avaliando a natureza econômica desses saldos, levando em conta os aspectos jurídicos da prestação de serviços contratada entre as instituições financeiras e o Tesouro, de forma a considerar esses montantes, se for o caso, na apuração fiscal".

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'Pedaladas'

É a falta de registro destas operações que tem permitido ao Tesouro Nacional fazer as chamadas "pedaladas de despesas", práticas de atrasos nos pagamentos aos bancos (públicos e privados) de recursos obrigatórios para bancar programas sociais, como o Bolsa Família e abono salarial, e gastos previdenciários, como aposentadorias e pensões.

Essas "pedaladas" têm ajudado o Tesouro a melhorar artificialmente, em determinados meses, o resultado das contas públicas, ao apresentar despesas menores do que aquelas efetivamente devidas. Uma decisão favorável à incorporação dos registros fiscais colocaria fim às "pedaladas".

Com a disseminação desses atrasos, a área de fiscalização do Banco Central passou a questionar os bancos, carregados de créditos com o Tesouro nos saldos dessas contas. Quer dizer, os bancos, notadamente a Caixa Econômica Federal, continuam fazendo os pagamentos em dia, mas o Tesouro tem atrasado o repasse de recursos de forma a melhorar seus balanços mensais, ao reduzir artificialmente suas despesas.

Os bancos, então, têm usado capital próprio para honrar os pagamentos, e somente têm recebido o dinheiro do Tesouro com dias de atraso. No caso das instituições públicas, o financiamento do Tesouro é vedado pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

Como informou o jornal O Estado de S. Paulo na semana passada, a AGU criou uma Câmara de Arbitragem, a pedido da Caixa, para arbitrar uma disputa entre Caixa, Tesouro e BC em torno dos atrasos.

Depois de ser questionada pela área de fiscalização do Banco Central por causa dos constantes saldos negativos nas contas sociais, a Caixa buscou uma solução inédita, e foi à AGU.

Hoje, se os repasses acontecem automaticamente, não há impacto fiscal do ponto de vista de patrimônio ou endividamento público, que é como o BC contabiliza o resultado fiscal do setor público.

Mas quando o Tesouro atrasa pagamentos às instituições financeiras ele precisa compensá-las com a taxa Selic, hoje em 11% ao ano. Ou seja: o Tesouro ganha no curto prazo, ao apresentar despesas menores, mas se endivida com os bancos. Portanto, se o BC considerar que isso representa uma operação de adiantamento, então será preciso colocar na conta fiscal. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A pedido da Caixa Econômica Federal, a Advocacia-Geral da União (AGU) criou uma câmara de conciliação para arbitrar um conflito interno no governo envolvendo atrasos nos repasses do Tesouro Nacional ao banco estatal para o pagamentos de despesas com programas sociais, como o Bolsa Família. Questionada pela área de fiscalização do Banco Central (BC) por causa de "descompassos" nos saldos dessas contas que bancam 15 diferentes programas sociais, a Caixa pediu o auxílio da AGU. "A Caixa fez um pedido para abrirmos na AGU uma câmara de conciliação, que serve para resolver conflitos entre órgãos da União", afirmou ao jornal "O Estado de S. Paulo" o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams. A câmara envolve a Caixa, o Banco Central e o Tesouro Nacional. "Os trabalhos da câmara podem evoluir para um parecer técnico", afirmou Adams.

A Caixa é a responsável pelos pagamentos dos benefícios sociais, mas a maior parte deles é financiada com dinheiro do Tesouro Nacional e uma minoria com recursos de Estados e municípios. Os atrasos nos repasses do Tesouro para a Caixa, que tem mantido os pagamentos em dia, poderiam ser a razão da "discrepância" apontada pelo Banco Central no balanço da Caixa Econômica Federal.

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No ano passado, a Caixa recebeu R$ 71 bilhões para o pagamento de 249 milhões de benefícios dos diversos programas sociais. A maior parte dessa receita é de desembolsos do Tesouro. No primeiro semestre deste ano, o banco estatal recebeu R$ 45 bilhões de repasses.

O atraso nos repasses melhora as contas públicas ao reduzir as despesas do Tesouro e elevar o desempenho da economia que o governo faz para pagar os juros da dívida pública, o chamado superávit primário.

No momento, segundo a Caixa, o saldo da conta de repasses é "regular", isto é, está positivo. A movimentação para o pagamento do Bolsa Família, por exemplo, fechou julho no azul em R$ 502 milhões. Esta, também, foi a resposta do Tesouro Nacional.

"Os repasses da Secretaria do Tesouro Nacional para pagamento de benefícios sociais, entre eles o Bolsa Família, seguem a programação financeira e não há qualquer anormalidade no processo de transferência. O saldo nas contas dos programas sociais está atualmente positivo", disse o Tesouro, por meio de assessoria de imprensa.

De acordo com os contratos firmados entre os ministérios e a Caixa, onde o banco estatal funciona como gestor dos programas, são previstos atrasos nos repasses financeiros do Tesouro para a Caixa. Quando esses atrasos acontecem, o banco é obrigado a continuar os pagamentos normalmente sem que haja problemas na ponta final.

Atrasos

Nos contratos, o processo de repasses garante recursos para pagamentos dos benefícios dos programas sociais e prevê ainda a compensação dos custos financeiros decorrentes da diferença entre os saldos positivos e negativos, informou a Caixa. São esses saldos que o Banco Central fiscaliza.

Mesmo estando previsto nos contratos, esse tipo de operação ligou a luz amarela no Banco Central, que pediu explicações à Caixa de descompassos entre as receitas e as despesas na conta dos repasses governamentais. Ou seja, o déficit recorrente preocupou o órgão regulador do sistema financeiro nacional. Se o saldo for positivo, o banco repassa o valor estabelecido aos ministérios. Se negativo, os ministérios devem ressarcir a Caixa.

"Referida rotina decorre do fato de que os valores de pagamento diário dos programas sociais são baseados em estimativas, que podem se confirmar ou não em razão do comportamento do saque dos benefícios", afirmou, em nota, a Caixa Econômica Federal.

Procurado pela reportagem, o Banco Central afirmou, por meio da assessoria de imprensa da instituição, que não faz comentários específicos sobre suas atividades de fiscalização. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os dividendos responderam por 61% do resultado primário do governo central no primeiro semestre do ano, bem acima da participação de 22,3% registrada no mesmo período do ano passado, afirmou ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, Felipe Salto, economista da consultoria Tendências. Entre janeiro e junho de 2014, o repasse de dividendos ao caixa da União foi responsável por R$ 10,5 bilhões dos R$ 17,2 bilhões de superávit apurado pelo conjunto formado pelo Tesouro, Previdência Social e Banco Central. Para os mesmos seis meses de 2013, os dividendos alcançaram R$ 7,7 bilhões, de um saldo positivo total das receitas sobre as despesas de R$ 34,6 bilhões.

"Isso indica um sinal vermelho nas contas públicas, pois está a todo vapor o uso da contabilidade criativa pelo governo", ponderou Salto. Para ele, o resultado do primeiro semestre do governo central lhe dá a certeza de que o setor público consolidado não cumprirá a meta de 1,9% do PIB de superávit primário para este ano.

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"Há três fatores que podem explicar esse desempenho abaixo do esperado. Um deles é que a arrecadação federal está muito baixa, motivada basicamente pelo PIB fraco", comentou. "Outros dois elementos são as desonerações tributárias adotadas pelo governo, como uma aposta para estimular o nível de atividade, mas que não deu resultados, e o descompasso entre o ritmo das despesas e o das receitas", comentou.

Salto estima que o superávit primário do setor público consolidado será de 1,5% do PIB neste ano. Caso fossem descontados receitas extraordinárias e dividendos, esse resultado cairia quase pela metade e atingiria 0,8% do PIB. "Estes números estão bem abaixo do patamar de 2,31% do PIB do superávit primário necessário para estabilizar a dívida pública como proporção do Produto Interno Bruto", destacou.

Segundo Salto, a receita líquida do governo central caiu 0,4% em termos reais entre janeiro e junho deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, enquanto as despesas totais subiram 3,9%, já descontada a inflação. No primeiro semestre de 2013 ante os mesmos seis meses de 2012, a receita subiu 1,5% e as despesas totais avançaram 5,8%, também em termos reais. No caso das desonerações tributárias, com base em dados fornecidos pela Receita Federal, Salto destaca que elas atingiram R$ 50,7 bilhões no primeiro semestre deste ano, número superior aos R$ 35,5 bilhões atingidos no mesmo período de 2013.

Para julho, o economista da Tendências estima que o resultado do governo central e do setor público consolidado deve crescer devido a fatores de melhora de arrecadação de alguns tributos, como Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Neste contexto, ele estima que o setor público consolidado deve apresentar em julho um superávit próximo a R$ 1 bilhão, sendo que a União deverá registrar um saldo positivo de R$ 500 milhões, número mais favorável do que o déficit de R$ 1,946 bilhão exibido em junho.

O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, afirmou nesta quarta-feira (30) que a inflação está tendo trajetória positiva. "Ela tem perdido bastante dinamismo", afirmou. Ele lembrou que o Banco Central flexibilizou a liberação dos depósitos compulsórios por conta da situação econômica atual. "O BC, na última sexta, fez uma operação visando a melhoria na distribuição da liquidez para que ela pudesse não empossar. Esse é o fato econômico do momento. É preciso ter correta avaliação dos fatos econômicos para poder agir de uma forma correta", argumentou.

O secretário disse que o quadro fiscal no primeiro semestre foi menos dinâmico como resultado também da atividade econômica mais fraca. "A temperatura da economia ficou menor. Isso significa menos inflação", disse. "Esperamos que a economia possa se recuperar. O próprio número de feriados no primeiro semestre foi relevante para atividade econômica", completou.

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Augustin reconheceu que o resultado fiscal do primeiro semestre não foi bom. "Junho não é um mês totalmente diferente dos outros. Não foi um bom resultado em junho. É um mês em que a receita não é tão boa", disse. "Esperamos que possa melhorar a atividade econômica", completou.

Subsídios

Ele afirmou também que a previsão de subsídios para 2014 é semelhante à do ano passado e que não há mudança nisso. "Eventualmente tem mês maior ou maior", afirmou. Questionado sobre dívidas com o BNDES, Augustin disse que "dívida é o que já venceu". "Todas as equalizações têm prazo de pagamento e dentro desse prazo elas estão absolutamente normalizadas; tem portarias que definem quando é devido um subsídio", disse. "São operações de longo prazo. Pagamentos são devidos ao longo do tempo. Na contabilidade, você traz a valor presente. Não tem dívida, tem um ativo e um passivo."

Sobre os resultados da Previdência, Augustin lembrou que o próximo semestre inclui o mês de dezembro, em que a previdência tem superávit por efeito calendário. "Nós mantemos a programação. É normal que isso possa ser um pouco maior ou um pouco menor, em função de vários fatores."

Augustin disse ainda que as contas da previdência têm melhorado ano a ano, porque há crescente formalização no Brasil. O secretário afirmou, ainda, que não há alterações na previsão dos dividendos neste ano.

O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, reconheceu na tarde desta quarta-feira (30) que o mês de junho contou com uma receita "que não teve o mesmo dinamismo de outros momentos", depois de lembrar que se trata, tradicionalmente, de um mês com altas receitas. Augustin lembrou, ainda, que o déficit do mês passado divulgado nesta quarta ocorreu após um saldo negativo também recorde no mês de maio.

Logo no início da entrevista, Augustin destacou que o governo já considerou os dados do mês de junho para elaborar o último relatório de receitas e despesas, divulgado no último dia 22. "Nesse relatório, como vocês sabem, nós aumentamos a previsão de Refis em R$ 6 bilhões, que será verificado no mês de agosto", disse.

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Segundo o secretário, no mês que vem será possível ter "noção do tamanho" da receita com Refis. "Este movimento vai se confirmar em agosto, quando teremos uma noção mais precisa. É uma parte importante da receita real que acontecerá", disse.

Augustin declarou, ainda, que o governo espera que a atividade econômica seja melhor no segundo semestre de 2014, na comparação com os primeiros seis meses do ano. "Junho foi mês de muitos feriados e claro que isso diminui atividade econômica e arrecadação", disse. Esses fatores, segundo ele, levarão a um melhor desempenho da receita no próximo período.

O governo central terá que fazer um superávit de R$ 21,763 bilhões em julho e agosto para conseguir atingir a meta do segundo quadrimestre, que é de saldo positivo de R$ 39 bilhões. O esforço terá que ser maior que todo o acumulado de janeiro a junho, quando o governo central obteve um superávit de apenas R$ 17,237 bilhões. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (30), pelo Tesouro Nacional.

A meta para todo o ano é de um superávit de R$ 80,774 bilhões para o governo central. Com a arrecadação subindo menos que o previsto, o governo terá que contar com receitas extraordinárias do Refis para atingir a meta no segundo quadrimestre.

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O mercado já coloca em dúvida a capacidade do governo de entregar a meta prometida para este ano. Incluindo Estados e municípios, a meta do setor público consolidado em 2014 é de R$ 99 bilhões, ou 1,9% do PIB.

Receita com dividendos

As contas do governo receberam em junho um reforço extra de R$ 1,479 bilhão de dividendos. Desse total, R$ 931,5 milhões foram pagos pelo BNDES, R$ 466,7 milhões pelo Banco do Brasil e outros R$ 81,2 milhões por outros. No ano, os dividendos recebidos somam R$ 10,490 bilhões, volume 36,3% maior do que os R$ 7,695 bilhões obtidos no mesmo período do ano passado.

As concessões garantiram no mês de junho receitas de R$ 14,4 milhões. No ano, as concessões somam R$ 1,244 bilhão.

Despesa com CDE

As despesas do Tesouro Nacional com a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) somaram R$ 800 milhões em junho, segundo os dados divulgados hoje. No primeiro semestre de 2014, o gasto chegou a R$ 4,101 bilhões.

Para o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), o Tesouro transferiu R$ 3,664 bilhões em junho. O valor é 78,1% maior que os R$ 2,057 bilhões pagos em maio de 2014. De janeiro a junho deste ano, o Tesouro passou R$ 18,998 bilhões para o FAT, valor que é 9,6% superior aos R$ 17,333 bilhões do mesmo período do ano passado.

Investimentos

Os investimentos totais do governo federal registraram uma alta de 21,7% de janeiro a junho deste ano, informou o Tesouro Nacional. No período, os investimentos somaram R$ 40,4 bilhões.

Os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que podem ser abatidos da meta fiscal, alcançaram até junho R$ 28,8 bilhões, com alta de 26,9%.

As contas do governo central encerraram junho com o pior resultado da história para o mês, ao registrar um déficit de R$ 1,946 bilhão, informou nesta quarta-feira (30), o Tesouro Nacional. O resultado engloba o desempenho das contas do Tesouro, INSS e Banco Central. A série histórica do governo começa em 1997. Em meses de junho, apenas em 2009 e 1998 o governo central havia registrado saldos negativos. O pior resultado, até agora, havia sido em 1998, com um déficit de R$ 1,842 bilhão. O Tesouro registrou em junho um superávit de R$ 2,378 bilhões e a Previdência, um déficit de R$ 4,508 bilhões. Já as contas do BC tiveram um superávit primário de R$ 183,7 milhões.

O resultado ficou dentro do intervalo das expectativas do mercado. O levantamento do AE Projeções apontava para um déficit de R$ 5,100 bilhões a superávit de R$ 3,500 bilhões. O resultado em junho foi um pouco melhor que a mediana negativa de R$ 2,000 bilhões.

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No acumulado do primeiro semestre de 2014, o superávit soma R$ 17,237 bilhões, o equivalente a 0,69% do PIB. O valor também é o pior para primeiros semestres desde o ano 2000, quando o superávit de janeiro a junho foi de R$ 15,431 bilhões. A queda é de 50,1% em relação ao mesmo período do ano passado, quando o superávit acumulava R$ 34,555 bilhões. Segundo os dados, o Tesouro apresenta um superávit de R$ 40,217 bilhões no acumulado do ano. Já as contas da Previdência registram um déficit de R$ 23,164 bilhões e o BC acumula um saldo positivo de R$ 185,6 milhões. De janeiro a junho, enquanto as despesas registraram alta de 10,6%, as receitas avançaram 7,2%.

Em 12 meses até junho, o superávit do governo central está em R$ 59,7 bilhões, o equivalente a 1,2% do PIB. A meta do governo central para 2014 é de R$ 80,774 bilhões.

O coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Fernando Garrido, comentou nesta quinta-feira (24) que o volume de emissões de títulos em junho foi o maior do ano e o de resgates, o menor do ano. No mês passado, as emissões da Dívida Pública Federal (DPF) somaram R$ 66,73 bilhões, enquanto os resgates foram de apenas R$ 2,48 bilhões. "Desta forma, a emissão líquida de junho, de R$ 64,25 bilhões, foi a maior do ano", completou.

Garrido ponderou que R$ 30 bilhões em emissões foram direto para o BNDES. "Mas os R$ 36 bilhões emitidos restantes ainda são bastante expressivos. A conclusão é de que ainda continua forte a demanda por títulos, de uma forma geral", afirmou. "Neste momento, a conjuntura continua favorável para a compra de títulos", completou.

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De acordo com ele, havia certa percepção de mercado de que existia espaço para a queda de juros, mas, após a divulgação, hoje, da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o mercado passou a ter a percepção de que os juros devem continuar estáveis até o fim do ano. "Com a expectativa de manutenção da Selic pelo mercado, os prefixados continuam atraentes", explicou.

Tesouro Direto

Garrido comentou que há um aumento na compra de Letras Financeiras do Tesouro (LFTs) no programa Tesouro Direto. Segundo ele, isso se explica porque esses papéis têm uma rentabilidade superior à alcançada pelos Fundos DI, entre outros fatores, devido às taxas de administração desses fundos.

Primeiro semestre

No acumulado do primeiro semestre de 2014, a DPF subiu em relação ao estoque da DPF no fim de 2013. O estoque registra no período uma alta de 3,78%, ou R$ 80,1 bilhões. Até abril, o estoque da dívida vinha em trajetória de queda com o resgate líquidos de papéis. Segundo os dados do Tesouro Nacional, de janeiro a junho houve um resgate líquido de R$ 28,484 bilhões e uma apropriação de juros de R$ 109,468 bilhões. Dessa forma, o estoque da DPF, que ao final de dezembro de 2013 era de R$ 2,122 trilhões, subiu a R$ 2,202 trilhões no mês passado. Em junho, o Tesouro Nacional fez uma emissão líquida de R$ 64,246 bilhões.

A Dívida Pública Federal (DPF) apresentou elevação de R$ 80 bilhões (3,77%) em junho ante maio e atingiu R$ 2,202 trilhões, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (24) pelo Tesouro Nacional. O estoque da DPF em maio era de R$ 2,122 trilhões.

A correção de juros no estoque da DPF foi de R$ 15,796 bilhões no mês passado. A DPF inclui a dívida interna e externa. A Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) subiu 4,02% e fechou o mês em R$ 2,111 trilhões. A Dívida Pública Federal externa (DPFe) ficou 1,61% menor, somando R$ 91,72 bilhões em junho.

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O custo médio da DPF nos últimos 12 meses caiu de 11,29% ao ano, em maio, para 11,05%, encerrados em junho. O custo médio da DPMFi em 12 meses caiu no mesmo período de 11,18% ao ano para 11,17% ao ano.

O prazo médio da DPF caiu de 4,33 anos em maio para 4,23 anos em junho. A parcela da DPF a vencer em 12 meses - que mede a dívida de curto prazo - caiu de 28,07% para 28,00% do total do estoque no mês passado.

Remuneração

Apenas a participação dos títulos atrelados à Selic continuou em junho fora das metas estabelecidas para a DPF, segundo os dados do Tesouro. A parcela de títulos remunerada pela Selic (taxa flutuante) caiu de 19,39% em maio para 19,13% em junho. A banda do Plano Anual de Financiamento (PAF)vai de 14% a 19%. A participação de títulos prefixados subiu de 39,68% em maio para 40,73% em junho, voltando para dentro da banda do PAF que prevê um intervalo de 40% a 44%. A parcela de títulos atrelados à inflação caiu de 36,67% em maio para 36,12% em junho. A banda estabelecida pelo PAF varia de 33% a 37%. O total de papéis corrigidos pela taxa de câmbio passou de 4,25% do total da DPF em maio para 4,02% em junho, dentro da banda do PAF que vai de 3% a 5%.

Participação de estrangeiros na DPMFi

A participação de investidores estrangeiros na DPMFi caiu de 18,22% em maio para 18,17% em junho, totalizando R$ 383,58 bilhões. A participação de estrangeiros em valores absolutos é recorde, segundo os dados do Tesouro Nacional.

O grupo Previdência apresentou uma queda na participação do estoque da DPMFi, passando de 17,32% em maio para 17,08% em junho. As instituições financeiras aumentaram a fatia no estoque de 28,63% em maio para 29,64% em junho. Os papéis nas mãos dos fundos de investimento caíram de 20,98% para 20,75% no período.

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