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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebem pagamentos mensais de seus respectivos partidos. Entre abril e outubro, Bolsonaro foi remunerado pelo PL sete vezes, somando R$ 200 mil. Por sua vez, Lula foi beneficiado com nove repasses do PT, de fevereiro a outubro, totalizando R$ 96 mil. Os vencimentos pagos ao atual presidente e a seu antecessor são uma exceção, já que nenhum outro ex-chefe de Estado possui benefício semelhante em suas legendas. Procurados, o PL não se manifestou, enquanto o PT argumentou que recurso é para pagar aluguel de imóvel.

As informações foram levantadas pelo Estadão junto às prestações de contas anuais do MDB, PL, PSDB, PT e PTB enviadas neste mês ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os documentos encaminhados à Justiça Eleitoral compreendem o período de outubro de 2022 a outubro de 2023. Nesse intervalo, não foram identificados pagamentos em benefício dos ex-presidentes José Sarney (MDB), Fernando Collor (PRD, antigo PTB), Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB).

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A legislação brasileira não impõe aos partidos a obrigação de pagar salários a presidente ou ex-presidentes. Portanto, as remunerações recebidas por Lula e Bolsonaro não derivam de suas passagens pelo Palácio do Planalto, mas sim de suas funções dentro de seus respectivos partidos. Lula e Bolsonaro ocupam as posições de presidentes de honra no PT e no PL, respectivamente. Além deles, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro também desempenha um papel na estrutura partidária como presidente do PL Mulher.

Entre fevereiro e outubro, Bolsonaro e Michelle receberam um total de R$ 437 mil pelas responsabilidades que desempenharam dentro do PL. O registro financeiro do partido classificou essa transferência como "serviços técnicos-profissionais". O salário atual de cada um como dirigente partidário é de R$ 30.483,16. Os gastos com assessores, advogados e outras despesas, como deslocamentos e alimentação, não estão inclusos nesse valor. O PL foi procurado pela reportagem, mas não retornou.

Além de seu salário no PL, Bolsonaro também recebe a aposentadoria do Exército, de cerca de R$ 12 mil por mês. Além disso, usufrui dos benefícios da aposentadoria como ex-deputado, o que corresponde a mais de R$ 30 mil mensais. Como ex-presidente da República, ainda tem direito a quatro servidores para desempenhar funções de segurança e apoio pessoal, dois assessores pessoais, dois veículos oficiais e dois motoristas.

Repasses a Lula são para pagar aluguel em SP, diz PT

O PT, por sua vez, informou, em nota, que as transferências mencionadas pela reportagem referem-se ao custeio de parte do aluguel de imóvel que, desde 2022, serviu como residência e local de trabalho do presidente de honra do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, em São Paulo. "Todas estas transferências foram feitas com recursos de arrecadação própria do partido, conforme declarado à Justiça Eleitoral, sem uso de Fundo Partidário ou outras fontes", diz o texto.

O partido esclareceu também que assumiu uma parcela do custo do aluguel, tendo em vista que o imóvel deveria prover as necessidades de segurança, privacidade, espaço para trabalho de assessores e para reuniões políticas inerentes às atividades de seu presidente de honra. "Desde outubro último, o PT assumiu integralmente o contrato de locação e o pagamento do contrato de aluguel, cessando então as transferências registradas na Justiça Eleitoral".

O presidente em exercício, Geraldo Alckmin (PSB), anunciou neste domingo, 10, que o governo federal destinará cerca de R$ 741 milhões de recursos para minimizar os danos causados pelo ciclone no Rio Grande do Sul. Os recursos serão alocados em diferentes ministérios, que utilizarão a verba para reconstruir o Estado ou para antecipar benefícios financeiros aos moradores da região atingida. Há 43 mortes até agora, na maior catástrofe climática da história do Estado.

Alckmin visita o Rio Grande do Sul quase seis dias após a tragédia. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ter sido criticado por aliados e pela oposição por não ter visitado a região. Na quinta-feira, 7, Lula participou em Brasília das comemorações do Dia da Independência, gravou vídeo comendo jabuticaba do pé e viajou rumo à Índia, onde participa de encontro do G-20.

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O pacote de medidas anunciado por Alckmin inclui desde recursos para reconstruir estradas, reparo de unidades básicas de saúde, reconstrução das cidades, até antecipação de benefícios. O governo federal também atualizará o decreto de calamidade pública, passando de 79 municípios para 88 nessa situação.

"Temos três desafios. O primeiro é salvar vidas, o que foi feito e com enorme empenho, no sentido de buscar pessoas e salvar vidas. E continua o trabalho hospitalar de saúde. O segundo é reconstruir as cidades que foram destruídas. É impressionante a violência das águas. E o terceiro é salvar o emprego, recuperar a economia. Vamos encaminhar esses projetos. Precisamos de crédito mais alongado e com juros mais baixos", disse Alckmin em coletiva de imprensa neste domingo.

Antecipação do Bolsa Família e do BPC

Alckmin afirmou que, para ações compartilhadas entre o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) a Previdência Social, serão destinados R$ 57,4 milhões.

Segundo Alckmin, o pagamento do Bolsa Família para pessoas da região será antecipado para 18 de setembro. Além disso, o pagamento do Benefício de Prestação Continuada (BPC), repassado a idoso com idade igual ou superior a 65 anos ou à pessoa com deficiência de qualquer idade que tenha renda familiar per capita menor que um quarto do salário mínimo, será antecipado para o dia 25.

Normalmente o pagamento desses benefícios é feito de forma escalonada, mas devido ao desastre, todas as pessoas receberão o recurso nessas datas. Além da antecipação do pagamento, famílias beneficiárias do BPC poderão fazer uma espécie de "empréstimo" de mais um salário mínimo e pagar o valor em 36 parcelas, sem juros e sem correção.

O MDS também repassará aos municípios R$ 800 por desabrigado, em duas parcelas de R$ 400, que serão transferidas às prefeituras para atender à população.

Construção de 1500 casas

Outra medida anunciada pelo governo federal é a construção de casas na região atingida. O governo alocará R$ 195 milhões no Ministério das Cidades e no Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional para construção de unidades habitacionais. Segundo o ministro das Cidades, Jader Filho, os municípios devem estar vinculados ao decreto de calamidade pública para solicitar as casas. El não especificou quando o sistema será aberto.

" O governo determinou para os municípios atingidos por tudo isso (a construção) de 1,5 mil unidades habitacionais, unidades habitacionais de interesse social. Vamos reabrir o programa para municípios atingidos para que vocês possam dar entrada. É importante estarem vinculados a questão da calamidade pública, porque todas (as casas) estão vinculadas a questão da calamidade", disse o ministro.

Operações emergenciais

Cerca de R$ 26 milhões foram destinados ao Ministério da Defesa para financiar operações com helicópteros, maquinário e outros equipamentos utilizados para atender emergencialmente a população e nas operações de resgate. Alckmin explicou que as Forças Armadas poderão inclusive auxiliar na construção de pontes na região e outros aparatos.

Reconstrução dos municípios

O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional empregará R$ 185 milhões para reconstrução das cidades atingidas pelas chuvas e ações de defesa civil. Além disso, o valor será empregado também para ajuda humanitária às vítimas.

Distribuição de alimentos

O governo federal alocou R$ 125 milhões no Ministério do Desenvolvimento Social e no Ministério do Desenvolvimento Agrário para compra de alimentos por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). Alckmin explicou que serão comprados alimentos de agricultores da região e distribuídos para as famílias locais.

Cerca de 20 mil cestas serão distribuídas, as primeiras 5 mil chegam neste domingo.

Reformas de Unidades Básicas de Saúde e kit de medicamentos

Para o Ministério da Saúde, serão destinados R$ 80 milhões para que a pasta reforme unidades básicas de saúde, reconstrua equipamentos de saúde destruídos e construção do hospital de campanha, que foi instaurado em Roca Sales. O ministério também enviou kits com medicamentos para as cidades atingidas.

Recuperação de pontes e estradas

Outros R$ 16 milhões serão utilizados pelo Ministério dos Transportes para fazer a recuperação de trechos da BR 116 que foram atingidos pela chuva. O recurso também será usado para recuperação de pontes no local.

Liberação de saque do FGTS

A Caixa Econômica Federal vai permitir o saque de parte do FGTS por pessoas que tenham sido atingidas pelas chuvas. Segundo Alckmin, quem tem saldo na conta e não fez retirada nos últimos 12 meses poderá sacar até R$ 6.220.

Além disso, para os empresários locais, a Receita Federal vai prorrogar a data de pagamento de tributos federais. Os impostos de setembro poderão ser pagos em dezembro, e os de outubro, em janeiro.

'Absoluta prioridade'

O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, disse em entrevista coletiva neste domingo, 10, que, da parte do presidente Luiz Inácio Lula da SIlva, houve "absoluta prioridade" para a tragédia no Rio Grande do Sul.

No mesmo sentido, o ministro do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, afirmou que Lula, que está na Índia em virtude do encontro do G20, ligou duas vezes para o presidente em exercício Geraldo Alckmin e ministros para falar sobre o apoio ao Estado, que sofre com os efeitos do ciclone extratropical que atingiu a região.

Além disso, Pimenta afirmou desconhecer qualquer pleito encaminhado por prefeituras do RS que não tenha tido resposta imediata do governo.

O Ministério da Saúde anunciou uma ampliação em 30% dos valores destinados a custeio do Serviço Móvel de Urgência (Samu 192). O percentual representa, segundo a pasta, um incremento de R$ 396 milhões por ano nos repasses.

“Com o reajuste, o total destinado ao serviço passará de R$ 1,3 bilhão para R$ 1,7 bilhão por ano. O aumento busca minimizar a sobrecarga nos municípios e também é uma forma de incentivar a universalização do Samu 192, que desde 2013 não recebia atualização nos valores de custeio”, informou, em nota, o ministério.

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De acordo com a pasta, um novo processo licitatório será concluído ainda este ano visando a ampliação da frota. O investimento previsto é de R$ 842 milhões para aquisição de 1.886 novos veículos, sendo que 1.633 unidades serão distribuídas para renovação de frota; 185 terão como destino novas unidades de Suporte Básico (USB); e 68 veículos servirão às novas unidades de Suporte Avançado (USA).

“O atual contrato para fornecimento de veículos ainda possui 239 novas unidades a serem entregues este ano. Os veículos serão usados para renovar a frota do Samu 192 referente aos anos de 2015 e 2016”, informou o ministério.

Os novos veículos serão distribuídas em 16 estados:

- 47 unidades para o estado da Bahia;

- 47 unidades para o estado de Minas Gerais;

- 33 unidades para o estado do Ceará;

- 29 unidades para o estado da Paraíba;

- 20 unidades para o estado de São Paulo;

- 15 unidades para o estado do Paraná;

- 12 unidades para o estado de Goiás;

- 12 unidades para o estado do Piauí;

- 8 unidades para o estado do Rio Grande do Sul;

- 5 unidades para o estado de Santa Catarina;

- 3 unidades para o estado de Roraima;

- 2 unidades para o estado do Maranhão;

- 2 unidades para o estado do Pará;

- 2 unidades para o estado do Rio de Janeiro;

- 1 unidade para o estado de Pernambuco;

- 1 unidade para o estado de Tocantins.

O presidente do governo da Espanha, Pedro Sánchez, anunciou que o país concederá 55 milhões de euros adicionais para ajudar nas necessidades de reconstrução da Ucrânia. Em visita ao país do leste europeu, o mandatário espanhol se comprometeu ainda a entregar mais armamento pesado à Ucrânia, incluindo quatro tanques Leopard e veículos blindados, além de um hospital de campanha portátil.

A visita marca o começo da presidência rotativa da Espanha na União Europeia (UE), que se estende até o fim do ano. Em um discurso ao parlamento da Ucrânia, Sánchez disse que a UE está com os ucranianos "o tempo que for necessário" e que estava no país para expressar a "firme determinação" do grupo contra "a agressão russa ilegal e injustificada à Ucrânia".

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Em outras partes da Ucrânia, autoridades regionais relataram que pelo menos três civis foram mortos e 17 feridos por bombardeios russos na sexta-feira e durante a noite na linha de frente da região leste de Donetsk.

Durante entrevista, Sánchez disse que "somente a Ucrânia pode definir os termos e prazos" em negociações de paz. Já o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky reclamou da falta de clareza sobre o treinamento ocidental para pilotos de caça ucranianos. Ele disse que os aliados ocidentais ainda não estabeleceram um cronograma para treinar pilotos nos F-16 fabricados nos EUA, apesar de suas expressões de prontidão.

Zelensky também reafirmou que a Rússia estaria preparada para causar uma potencial catástrofe nuclear na usina de Zaporizhzhia, controlada por Moscou. "A Rússia está tecnicamente pronta para provocar uma explosão local na estação que poderia causar a emissão de substâncias perigosas no ar", afirmou.

O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou trancar nesta segunda-feira, 19, a ação em que o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) foi acusado de receber R$ 11,3 milhões da Odebrecht nas campanhas ao governo de São Paulo em 2010 e em 2014. Ele foi denunciado por corrupção passiva, caixa dois e lavagem de dinheiro.

A decisão afirma que a maior parte das provas que fundamenta o processo foi anulada pelo STF. A denúncia tem como base planilhas para controle de propinas encontradas no sistema de informática da empreiteira. Há ainda informações prestadas nos acordos de leniência e de colaboração premiada do Grupo Odebrecht.

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"Não há como deixar de concluir que os elementos de convicção derivados dos sistemas Drousys e My Web Day B, os quais emprestam suporte à ação penal movida contra o requerente, bem assim todos os demais adminículos probatórios que deles decorrem, encontram-se inapelavelmente maculados pela eiva de nulidade, não se prestando, em consequência, para subsidiar a acusação", escreveu o ministro.

As investigações foram abertas a partir da delação de executivos da Odebrecht. De acordo com a denúncia, o cunhado de Alckmin, Adhemar César Ribeiro, e o ex-tesoureiro de campanha, Marcos Monteiro, teriam intermediado os pagamentos. O vice-presidente eleito sempre negou as acusações.

O suposto gabinete paralelo estabelecido no Ministério da Educação não parece ter afetado o apoio da ministra Damares Alves, dos Direitos Humanos, ao amigo e ministro Milton Ribeiro, titular do MEC. Damares acredita que Ribeiro é uma pessoa “amada e honrada” e disse que, no caso de algum crime de corrupção ser encontrado, a culpa seria dos assessores do chefe da Educação. A declaração foi feita à coluna de Guilherme Amado, do Metrópoles, nesta quinta-feira (24). 

“Milton é uma pessoa amada e honrada. Se algum assessor aprontou tem que ser punido o assessor e não este grande ser humano que é o meu pastor Milton”, disse Damares. Questionada sobre a declaração do ministro de priorizar pastores acusados de pedir propina, a ministra desconversou. “Precisam ser responsabilizados, se for confirmado. Eles não podiam ter usado o nome de uma pessoa íntegra como o ministro Milton”, completou. 

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Pastor presbiteriano e ministro da Educação, Milton Ribeiro é suspeito de ter montado um gabinete paralelo com outros pastores na pasta, ainda que os demais líderes religiosos sequer tenham cargos no governo. O chamado lobby evangélico do MEC revelou que religiosos associados ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus ministros atuavam na negociação de verbas federais bilionárias e conseguiam privilégio nas ações da Educação. 

De acordo com o jornal O Globo, os pastores evangélicos Gilmar Santos e Arilton Moura, apontados como parte do gabinete, se encontraram pelo menos quatro vezes com o presidente Jair Bolsonaro em Brasília. A reportagem indicou que houve três encontros com o chefe do Executivo no Palácio do Planalto e um evento no Ministério da Educação, junto ao ministro Milton Ribeiro. 

Em áudio divulgado na segunda-feira (21) pelo jornal Folha de São Paulo, o ministro Ribeiro diz que houve um "pedido especial" de Bolsonaro para atender aos pleitos do pastor Gilmar Santos. 

- - > LeiaJá também: Vínculo de religiosos com governo é anterior a Milton 

 

Em 2017, quando ainda era um partido nanico, o PSL havia destinado à então Fundação Abraham Lincoln um total de R$ 1,8 milhão, 22% de sua cota do Fundo Partidário. No ano passado, após virar a segunda maior bancada do Congresso, com a eleição do presidente Jair Bolsonaro, os repasses do partido à fundação, agora Índigo (Instituto Inovação e Governança), saltaram para R$ 23,9 milhões - um aumento de 1.228% em quatro anos.

O Índigo ocupa uma sala no quinto andar de um prédio comercial próximo da Esplanada dos Ministérios, em Brasília. É o mesmo edifício que abriga a sede do PSL. Não há placas na porta da fundação e seu site tem inscrições abertas para três cursos a distância voltados às eleições de 2020: "Liberdade Econômica", "Curso Básico para Prefeitos" e "Formação Intensiva de Vereadores". Na área de publicações, o site mantém uma descrição da página com a frase "Lorem ipsum", um texto usado por diagramadores que não quer dizer nada, escrito para depois ser preenchido com frases reais.

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Ao ser questionada sobre quais atividades realizou de 2019 para cá, o Índigo enviou uma nota com a seguinte informação, sem mais detalhes: "Especificamente em relação a esta Fundação Índigo, nos anos de 2019 e 2020 foram realizados investimentos na sua área-fim com o desenvolvimento de projetos, especialmente aqueles voltados à área de transferência de conhecimentos".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Câmara dos Deputados aprovou, por 433 votos a 3, o texto-base do Projeto de Lei Complementar (PLP) 10/21, do Senado Federal, que permite a estados e municípios usarem saldos de repasses do Ministério da Saúde de anos anteriores em serviços de saúde em 2021.

O Plenário deve analisar ainda nesta quarta-feira (31) os destaques apresentados pelos partidos ao substitutivo do deputado Roberto Alves (Republicanos-SP).

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A proposta também faz mudanças nas leis sobre refinanciamento de dívidas de estados com a União (leis complementares 156, 159 e 178), como o adiamento, de 30 de junho de 2021 para 31 de dezembro deste ano, do prazo a partir do qual a União poderá exigir atrasados que deixaram de ser pagos.

*Da Agência Câmara de Notícias

O Ministério da Saúde autorizou o pagamento de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI), para atendimento exclusivo dos pacientes covid-19, em municípios nos Estados da Bahia, Maranhão, Piauí, Rio Grande do Sul e São Paulo. A portaria com a autorização está publicada em edição extra do Diário Oficial da União que circula nesta sexta-feira, 19, e cumpre decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em ações que tratam sobre habilitação e autorização de leitos de UTI.

Muitos Estados recorreram ao STF com ações contra o governo federal para a retomada do custeio de leitos de UTI destinados aos pacientes do novo coronavírus. Os Estados argumentam nas ações que o Ministério da Saúde teria reduzido o subsídio repassado para o funcionamento dos leitos em relação ao ano passado.

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A Portaria estabelece recurso a ser disponibilizado aos Estados e municípios, em parcelas mensais num total de R$ 61,440 milhões. Segundo o anexo publicado junto com o ato da Saúde, o valor a ser disponibilizado mensalmente para a Bahia é de R$ 16,992 milhões, para 354 novos leitos. Para o Maranhão, R$ 13,392 milhões, para 279 novos leitos; para o Piauí, R$ 8,592 milhões, para 179 leitos; R$ 21,984 milhões para o Rio Grande do Sul, para 458 leitos; e para São Paulo, R$ 480 mil, para dez leitos.

O presidente da República, Jair Bolsonaro, sancionou a Lei Complementar 176/2020, que regulamenta o pagamento de compensações da União a Estados, Distrito Federal e municípios devido às perdas de receita provocadas pela Lei Kandir. O texto garante o repasse de R$ 58 bilhões da União aos entes federativos no período de 2020 a 2037, formalizando acordo feito entre governo federal e Estados para encerrar disputas judiciais pela isenção do ICMS nas exportações.

A nova lei, que está publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) da terça-feira, 29, também altera a Lei 13.885/2019, sobre a distribuição dos valores arrecadados com os leilões dos volumes excedentes da chamada cessão onerosa.

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O texto sancionado dispõe sobre o repasse de valores referentes aos Blocos de Atapu e Sépia.

O volume de transferências federais para investimentos em São Paulo caiu 90% com a chegada de Jair Bolsonaro ao Palácio do Planalto na comparação com o último ano do governo de Michel Temer. Segundo dados do orçamento municipal, a União repassou à capital paulista R$ 21,4 milhões este ano, ante R$ 223 milhões em 2018. A redução prejudica o andamento de obras de infraestrutura urbana, como ações para melhorar a drenagem, e não leva em conta a verba destinada para combater o novo coronavírus.

A pandemia por si só não explica a queda. No ano passado, o valor em repasses do governo federal já havia registrado uma forte retração: ao longo de 2019, a soma das transferências para a capital alcançou R$ 37 milhões. Para efeito de comparação, em 2016, último ano eleitoral, a cidade recebeu o montante de R$ 345,7 milhões da União.

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De acordo com a Secretaria Municipal da Fazenda, esses recursos são resultado de convênios firmados pelas demais pastas com ministérios para programas específicos. Quando o acordado não é realizado, a Prefeitura precisa complementar o custo das obras com o remanejamento de outras fontes, como o Fundo de Desenvolvimento Urbano (Fundurb).

O secretário Philippe Duchateau ressalta, no entanto, que essas são transferências discricionárias, ou seja, que não são constitucionais (caso do SUS, por exemplo) nem legais, impostas por lei. "O Poder Executivo pode transferir de acordo com seus programas, políticas públicas ou suas escolhas", disse.

Como o recurso federal esperado não chegou, a execução de três pôlderes, estruturas hidráulicas para evitar inundações, na região de Aricanduva, na zona leste, por exemplo, precisou de um aporte de R$ 25 milhões do Tesouro Municipal para ter sua continuidade assegurada, informou a Secretaria Municipal de Infraestrutura.

Segundo a pasta, quando a transferência prevista em convênio assinado com o Ministério do Desenvolvimento Regional for realizada, o cofre da cidade será "ressarcido".

Apoio eleitoral

O apoio de Bolsonaro ao candidato Celso Russomanno (Republicanos), que disputa o primeiro lugar nas pesquisas com o atual prefeito, Bruno Covas (PSDB), transformou os repasses da União em tema da campanha eleitoral. Após o tucano dizer, em sabatina do Estadão, no dia 15, que Bolsonaro "virou as costas" para São Paulo, Russomanno contestou e disse que o prefeito falta com a verdade.

Os números mostram que a queda neste tipo de transferência federal a municípios não ocorre só na capital paulista. Belo Horizonte, por exemplo, recebeu R$ 3,1 milhões neste ano - em 2019, o repasse alcançou R$ 41,7 milhões, ou seja, uma queda de 92%. Em 2018, ainda na gestão Temer, o valor havia ficado em R$ 41,3 milhões, segundo a Secretaria Municipal da Fazenda.

Em algumas áreas, as verbas enviadas pela União à capital mineira chegaram a zerar em 2020, como ocorreu, por exemplo, em relação a recursos previamente acordados para programas de saneamento básico. Mas, segundo o secretário João Fleury, a queda não impactou as contas do município e não impediu a realização de obras relacionadas às enchentes - em janeiro, fortes tempestades destruíram avenidas centrais e deixaram 13 mortos.

A situação se repete em Salvador, onde o mesmo tipo de transferência caiu 21%. Entre janeiro e setembro, foram repassados R$ 24,7 milhões. No mesmo período do ano passado haviam sido R$ 31,7 milhões e, de 2018, R$ 51,2 milhões, de acordo com a secretaria da Fazenda do município (Sefaz).

O secretário Paulo Souto afirma que o cenário era esperado diante da queda de arrecadação do governo federal e da pandemia. "Claro que se tivesse mais recursos, se investiria mais. Mas isso não causou um transtorno maior porque a grande maioria dos investimentos Salvador faz com recursos próprios e operações de crédito", disse.

Especialista em direito público, o advogado Adib Kassouf Sad confirma que a redução pode ter sido provocada, além de escolha política, por algumas razões involuntárias, como queda de arrecadação decorrente da pandemia - fruto inclusive da redução da atividade econômica -, realocação de recursos financeiros existentes para outros pontos do orçamento e eventual prorrogação ou adiamento de início ou retomada de programas e obras. "Por mais justificável que seja a razão, há uma frustração da expectativa criada com a previsão de envio dos recursos, seja com o adiamento, seja com a suspensão do investimento", afirmou. Procurados, Planalto e Ministério da Economia não comentaram os dados.

Déficit

Diante da crise econômica acentuada este ano com a pandemia do novo coronavírus, todas as esferas de Poder sofrem com a não realização das receitas previamente orçadas. Na capital, por exemplo, a estimativa é que se feche o ano com uma redução de aproximadamente 10% na arrecadação, o que corresponderá a R$ 7,1 bilhões a menos na conta da Prefeitura. Ao fim de dezembro, a receita total deve chegar a R$ 62 bilhões ante os R$ 68,9 bilhões previstos em lei.

Essa diferença entre as receitas e as despesas comprometidas, somada ao aumento de gastos diretamente relacionados à pandemia, deve se traduzir em um déficit de R$ 2,5 bilhões, segundo expectativa do secretário municipal da Fazenda, Philippe Duchateau.

Ele explica que para suprir a falta de receita - e assim cumprir com o compromissos assumidos a curto prazo - o Município terá de apelar às suas "reservas". O valor a menos será compensado pelos superávits acumulados em anos anteriores.

"No início de 2020, tínhamos superávits (recursos em caixa menos obrigações) de aproximadamente R$ 7,5 bilhões, dos quais R$ 5 bilhões eram de recursos vinculados e R$ 2,5 bilhões livres. É por isso que podemos fazer esse déficit. Os recursos livres serão os que vamos consumir integralmente", diz Duchateau.

Ao longo do ano, os custos extras da Prefeitura com ações de combate ao novo coronavírus caminharam no sentido oposto à queda das receitas. Somente a Secretaria da Saúde, responsável pela maior parte das medidas adotadas, como construção e manutenção de hospitais de campanha, precisou de um acréscimo orçamentário de R$ 1,6 bilhão.

Outros R$ 950 milhões extras foram repassados à Secretaria de Transportes para compensações tarifárias do sistema de ônibus. As despesas devem aumentar, já que ontem a Câmara Municipal aprovou, em segunda votação, o auxílio de R$ 100 por mês defendido agora por Bruno Covas (PSDB).

Uma quebra de sigilo bancário em contas de assessoras do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos) mostrou que duas delas realizaram repasses de valores ao advogado Luis Gustavo Botto Maia, durante as eleições de 2018. A informação é do portal UOL. 

Segundo areportagem, as duas assessoras repassaram um total de R$ 27 mil, após seus salários e auxílio-alimentação caírem em suas contas bancárias ao advogado. Luís Gustavo Botto Maia foi o responsável pela parte jurídica da candidatura de Flávio Bolsonaro ao Senado. Ele teria recebido depósitos regulares de Alessandra Cristina Oliveira (15) e Valdenice Meliga (7), de acordo com os dados bancários analisados.

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Ao todo, contabiliza o site, foram 22 repasses realizados todos os meses entre junho e dezembro de 2018, período que abrangeu as eleições. No último mês de junho, o advogado Botto Maia foi alvo de um mandado de busca e apreensão pela suspeita de participar de uma tentativa de obstruir as investigações sobre o esquema da rachadinha. Flávio Bolsonaro e ex-assessores na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) também são investigados pelo MP-RJ pela repartição ilegal de salários.

A primeira-dama Michelle Bolsonaro recebeu R$ 72 mil, divididos em 21 cheques, do ex-assessor do enteado e senador Flávio Bolsonaro (Republicanos), Fabrício Queiroz. A informação é da revista Crusoé. A quebra de sigilo bancário do ex-policial militar contradiz a posição do presidente Jair Bolsonaro, que havia garantido que os repasses não ultrapassaram R$ 40 mil.

A reportagem aponta que as transferências iniciaram em 2011 e seguiram até 2018. Em defesa da esposa, Bolsonaro havia afirmado que o dinheiro enviado à Michelle era referente ao pagamento de um empréstimo de R$ 40 mil concedido a Queiroz.

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Em 2011, a primeira-dama recebeu três cheques de R$ 3 mil. Em 2012, foram mais seis cheques com o mesmo valor. Após uma parada, Queiroz retomou os repasses em 2016, quando realizou nove depósitos que totalizam R$ 36 mil, expõe a quebra de sigilo.

No período em que as transferências foram realizadas, a conta de Queiroz não registrou cheque ou depósito de Jair Bolsonaro, nem dos R$ 40 mil que o presidente diz ter emprestado.

As investigações apontam que o ex-assessor de Flávio Bolsonaro movimentou, pelo menos, R$ 6,2 milhões entre 2007 e 2018. Para o Ministério Público do Rio de Janeiro, os valores são incompatíveis com seus rendimentos, visto que apenas R$ 1,6 milhão são identificados como rendimentos efetivos do salário da Polícia Militar e do cargo que exercia na Alerj. Outros R$ 2 milhões são fruto de 483 depósitos feitos por outros assessores de Flávio, enquanto R$ 900 mil foram enviados em dinheiro, sem identificação do depositante.

O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, disse na segunda-feira (9) que o governo está negociando um porcentual intermediário entre 15% e 20% para os repasses da União ao novo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). "Estamos vendo um meio termo entre 15% e 20%", disse. "O importante é (a elevação do porcentual) ser gradual." Hoje a cota da União para o Fundeb é de 10%. Os parlamentares, porém, têm trabalhado para elevar esse porcentual.

O governo já sinalizou que pode aumentar para 15%, mas os congressistas querem uma fatia ainda maior e de forma imediata. Mansueto ressaltou que uma elevação imediata poderia ter impacto de R$ 8 bilhões a R$ 10 bilhões apenas em 2021, o que não cabe no Orçamento na situação atual das contas.

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O fundo, que reforça a verba de Estados e municípios para despesas e investimentos na educação básica, será extinto em dezembro. A Câmara analisa uma Proposta de Emenda à Constituição para tornar o Fundeb permanente. O texto deve ser votado na próxima semana na comissão especial criada para discutir o assunto.

Sob relatoria da deputada Professora Dorinha Seabra (DEM-TO), a proposta prevê que a participação da União passe, em seis anos, dos atuais 10% de complementação para 20%. Segundo o texto, o montante salta para 15% em 2021 e aumenta um ponto porcentual por ano até atingir 20% em 2026.

Entenda

O Fundeb reúne parte dos impostos arrecadados pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos municípios ao longo do ano. A União participa com 10% adicionais sobre esse somatório. Esse montante, uma vez reunido, é repassado para unidades da Federação que tiveram a menor arrecadação (e, com isso, o menor investimento por aluno). Em 2019, nove Estados do Norte e Nordeste receberam essa complementação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Inspirados no Congresso Nacional, deputados da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) tentam aprovar a possibilidade de transferir recursos de emendas parlamentares "sem carimbo" no Estado. A ideia é que o dinheiro seja enviado diretamente aos cofres das prefeituras, sem a necessidade de passar pelo crivo do governo estadual.

Essa nova modalidade de emenda foi aprovada na esfera federal no fim do ano passado. Em 2020, um total de R$ 649 milhões será destinado por deputados e senadores para prefeitos e governadores aplicarem da forma como quiserem.

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Até então, o governo tinha a palavra final sobre as transferências dos recursos.

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) estadual em análise na Alesp espelha a mesma lacuna da proposta federal: não traz normatização sobre como os recursos serão fiscalizados.

Antes de votar essa medida, porém, os deputados estaduais querem aprovar uma outra proposta para ampliar o valor das emendas com pagamento obrigatório.

A intenção é aumentar dos atuais R$ 4,8 milhões para R$ 11,9 milhões o valor que o governo estadual terá de liberar para cada parlamentar anualmente. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A transferência direta de R$ 649 milhões para Estados e municípios, por meio de emendas parlamentares, acendeu o sinal amarelo no Tribunal de Contas da União (TCU). O receio é que o Congresso passe um "cheque em branco" para prefeitos e governadores neste ano eleitoral. A preocupação tem motivo: pela primeira vez, a União vai destinar recursos apontados por deputados e senadores sem haver uma norma clara de como esse dinheiro será fiscalizado.

Emendas são indicações de como o governo deve gastar parte do dinheiro do Orçamento e sempre serviram como instrumento de barganha entre Executivo e Legislativo. Incluem desde obras de infraestrutura, como a construção de uma ponte, por exemplo, até valores para programas de saúde e educação. Até o ano passado essas transferências precisavam ser intermediadas por um ministério relacionado - dinheiro para construir uma creche, por exemplo, dependia de liberação do Ministério da Educação.

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No fim de 2019, porém, o Congresso criou uma exceção e aprovou uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que autoriza deputados e senadores a destinar uma parte dos recursos de suas emendas diretamente para os cofres de prefeituras e governos estaduais sem passar pelo "filtro" dos ministérios.

Com essa estratégia, o dinheiro chega mais rápido e pode ser aplicado, por exemplo, em obras prometidas por prefeitos que buscarão a reeleição neste ano. Do total de R$ 649 milhões, 60% - ou R$ 389,4 milhões - devem ser transferidos ainda no primeiro semestre, antes das disputas municipais de outubro.

Os repasses vão pular etapas necessárias para outros tipos de emendas, como verificação técnica de contratos entre prefeitura e governo federal e prestação de contas para o TCU e a Caixa. Na ausência do "carimbo", a única exigência é que 70% do valor sejam usados nas chamadas despesas de capital, como obras e compra de máquinas, e não aplicado em pagamento de servidores e encargos da dívida. O TCU ainda avalia se poderá fazer auditorias nesses repasses.

"Estamos aguardando porque trabalhamos em cima da norma vigente. O Brasil precisa virar essa página de tirar proveito do dinheiro público", disse o presidente do TCU, José Múcio Monteiro, ao Estadão/Broadcast Político. Técnicos da corte de contas têm receio de que os repasses abram brecha para desvios de dinheiro público.

A proposta, inicialmente, previa a fiscalização por tribunais de contas locais. Após reações contrárias, porém, o trecho foi retirado e a medida, aprovada e promulgada sem qualquer menção de como o dinheiro será controlado. A emenda pode ter ficado pior que o soneto, dizem técnicos do Congresso e integrantes de órgãos de controle.

Relator da PEC, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) vai destinar R$ 5,3 milhões para o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, aplicar onde quiser. Minas será o Estado mais beneficiado neste ano, com R$ 84,6 milhões. Na outra ponta, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), fará o mesmo com R$ 7,5 milhões para o Amapá, seu reduto eleitoral.

Dos R$ 15,9 milhões a que tem direito em 2020, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), por sua vez, vai enviar R$ 3,8 milhões para Sergipe na nova modalidade. Para ele, a essência da proposta é positiva ao desburocratizar o repasse, mas falha em não prever a fiscalização.

Vieira prometeu apoiar um novo projeto para devolver ao TCU e ao Ministério Público Federal o poder de fazer o pente-fino nas transferências. O Podemos também deve apresentar uma proposta para regulamentar a fiscalização. "Sabe-se que há má aplicação dos recursos orçamentários por intermédio das emendas. Estamos vendo no Congresso tentativas de afrouxar regras com o pretexto da agilidade", afirmou o líder do Podemos no Senado, Alvaro Dias (PR).

Controle

O Ministério da Economia lançou uma plataforma para que seja feito o acompanhamento das transferências de verba por parte de parlamentares e de quem receberá o recurso. A prestação de contas na plataforma, porém, será opcional.

"Achamos que, apesar de não haver uma norma obrigando, haverá uma conjuntura de interesses dos municípios para dar transparência", afirmou a diretora do Departamento de Transferências da União, Regina Lemos. Questionada pela reportagem sobre quem acompanhará a aplicação desses repasses, a assessoria do Ministério da Economia respondeu que "a fiscalização de recursos públicos cabe aos órgãos de controle, observando suas respectivas esferas de competência".

Diferenças:

Como são as emendas "carimbadas" (R$ 8,8 bilhões)

1. Deputado ou senador indica, no projeto do Orçamento, destino de recursos para uma ação ou obra específica (por exemplo: a construção de uma creche ou dinheiro para comprar suprimentos em determinado hospital).

2. A prefeitura ou o Estado que vai receber o recurso procura o ministério relacionado para que a transferência seja efetivada. Na maior parte dos casos, é necessário que a prefeitura ou o Estado firme um convênio com o governo federal para receber o recurso. Os repasses são intermediados pela Caixa e o ministério cobra uma prestação de contas detalhada. A fiscalização fica a cargo do TCU.

Como ficam as emendas "sem carimbo" (R$ 649 milhões em 2020)

1. Deputado ou senador indica, no Orçamento, o destino de recursos para prefeituras ou Estados sem vinculação específica.

2. O recurso é repassado do Tesouro diretamente para o caixa dos prefeitos e governadores, que podem escolher como utilizar o dinheiro. O chefe do Executivo local pode ou não informar como usou o recurso enviado via emenda. Mas isso será

opcional.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governo federal autorizou o empenho e o repasse de recursos ao município de Belo Horizonte (MG) no valor de R$ 7,699 milhões para ações de apoio e socorro às áreas atingidas pelas chuvas. Desde o início dos temporais, na quinta-feira passada, 53 pessoas já morreram no Estado e mais de 30 mil mineiros estão desabrigados.

A decisão atende a pedido da prefeitura da capital mineira e consta de portaria da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil do Ministério do Desenvolvimento Regional publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) nesta tarde. O valor faz parte da ajuda de R$ 90 milhões que a União dará a Estados afetados pelas chuvas. A verba para o socorro aos Estados foi anunciada no último fim de semana. Além de Minas Gerais, outros Estados, como Espírito Santo e Rio de Janeiro, também sofrem com fortes chuvas.

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"Os recursos financeiros serão empenhados a título de transferência obrigatória", cita a portaria. O prazo de execução das obras e serviços é de 180 dias e o município deverá apresentar prestação de contas do uso do recurso.

O Ministério da Economia informou, nesta terça-feira (31), que o governo federal está fazendo hoje a transferência de R$ 11,73 bilhões da cessão onerosa para Estados, Distrito Federal e municípios. Os critérios de distribuição dos recursos do megaleilão do petróleo para as contas dos entes federados foram estabelecidos pela Lei 13.885, sancionada em outubro deste ano.

Em nota, a pasta explica que a parcela total a ser dividida é de R$ 69,96 bilhões, referente ao bônus de assinatura do leilão do volume excedente da cessão onerosa, realizado em 6 de novembro passado, no Rio de Janeiro, pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O recurso é proveniente do direito de exploração do excedente de produção de duas áreas na Bacia de Campos: Búzios e Itapu.

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"As transferências destes recursos terão forte impacto fiscal nas contas dos Estados e municípios: levando-se em conta dados de 2018, o impacto da transferência para os Estados é equivalente em média à redução de 10% no déficit do Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) - o regime previdenciário dos servidores públicos; ao aumento de aproximadamente 2% da receita própria ou ao aumento de 10% dos investimentos", cita a nota. "Já em relação aos municípios, o impacto equivale, em média, ao aumento de aproximadamente 2% da receita própria ou ao aumento de 14% dos investimentos", acrescenta.

"A transferência de quase R$ 12 bilhões para Estados, DF e municípios - feita de maneira voluntária pela União - é um passo inicial decisivo para materialização do Pacto Federativo proposto pelo governo federal com o envio, em novembro passado, das três PECs em tramitação no Senado Federal", destaca na nota o secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues.

As Propostas de Emenda à Constituição de números 186, 187 e 188/2019 apresentam, segundo a pasta, uma nova formatação para as relações federativas e um desenho que buscar equilibrar as contas públicas dos governos federal, estaduais e municipais.

Além dos recursos transferidos aos Estados e municípios, o montante obtido com o megaleilão (R$ 69,96 bilhões) foi ainda dividido em valores repassados à União (R$ 23,69 bilhões) e à Petrobras (R$ 34,42 bilhões) - neste caso, para pagamento de passivo com a empresa que já durava cinco anos e que impedia a exploração de volumes excedentes de petróleo e gás nas áreas concedidas na Bacia de Campos.

O Plenário da Câmara dos Deputados pode votar na segunda-feira (9) o aumento de 1 ponto percentual nos repasses de tributos da União para os municípios. A mudança consta da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 391/17, do Senado.

Atualmente, a Constituição federal determina à União o repasse de parte da arrecadação do imposto de renda e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para estados, Distrito Federal e municípios.

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No caso dos municípios, de 49% da arrecadação total desses tributos, 22,5 pontos percentuais ficam com as cidades, por meio do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Com a PEC, passam a ser 23,5 pontos percentuais, aumentando o repasse global de 49% para 50% da arrecadação.

O texto prevê um aumento gradativo nos quatro primeiros anos da vigência da futura emenda constitucional. Nos dois anos seguintes, o repasse a mais será de 0,25 ponto percentual. No terceiro ano, de 0,5 ponto percentual; e do quarto ano em diante, de 1 ponto percentual.

Lavagem de dinheiro

Na terça-feira (10), os deputados podem votar a Medida Provisória 893/19, que transfere o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do Ministério da Economia para o Banco Central (BC), reestruturando o órgão.

O Coaf tem a atribuição de produzir informações para prevenir e combater a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo, aplicando penas administrativas a entidades do sistema financeiro que não enviarem os dados necessários para esse trabalho de inteligência.

O projeto de lei de conversão do deputado Reinhold Stephanes Junior (PSD-PR) reverte alterações feitas pela MP, como a mudança do nome do Coaf para Unidade de Inteligência Financeira (UIF) e a transformação do plenário, órgão colegiado, em conselho deliberativo. Assim, o órgão continuará a se chamar Coaf.

Esse plenário é a principal instância decisória e contará com o presidente do Coaf e mais 12 servidores ocupantes de cargos efetivos. Atualmente, são 11.

Criança com microcefalia

Já a Medida Provisória 894/19 prevê o pagamento de pensão mensal vitalícia, no valor de um salário mínimo, para crianças com síndrome congênita do Zika vírus (microcefalia).

De acordo com o projeto de lei de conversão do relator, senador Izalci Lucas (PSDB-DF), será concedida a pensão às crianças afetadas pelo vírus e nascidas entre 1° de janeiro de 2015 e 31 de dezembro de 2019. A MP original limitava o benefício àquelas nascidas até dezembro de 2018.

Levantamento realizado pelo Ministério da Cidadania indica que 3.112 crianças nasceram com microcefalia de janeiro de 2015 a dezembro de 2018 e são beneficiárias do Benefício de Prestação Continuada (BPC).

Para tramitarem, é necessário que sejam lidos os ofícios de encaminhamento de ambas as MPs.

Imposto sobre serviços

Também podem ser analisados os destaques apresentados pelos partidos ao Projeto de Lei Complementar (PLP) 461/17, do Senado, que cria uma transição para a transferência do recebimento do Imposto sobre Serviços (ISS) da cidade sede do prestador do serviço para a cidade onde ele é efetivamente prestado.

O substitutivo do deputado Herculano Passos (MDB-SP) estabelece uma transição para não prejudicar o caixa dos municípios que perderão receita. Os tipos de serviços atingidos são: planos de saúde; planos médico-veterinários; administração de fundos, consórcios, cartões de crédito e débito, carteiras de clientes e cheques pré-datados; e serviços de arrendamento mercantil (leasing).

Até o fim de 2020, 66,5% do ISS nesses tipos de serviços ficarão com o município do local do estabelecimento do prestador do serviço e 33,5% com o município do domicílio do usuário final do serviço.

Em 2021, será o inverso: 33,5% do ISS ficarão com o município do local do estabelecimento do prestador do serviço e 66,5% com o município do domicílio do usuário final. Em 2022, 15% ficarão com a cidade do prestador do serviço e 85% com a cidade do usuário final.

A partir de 2023, 100% do ISS ficará com o município do domicílio do usuário final.

Créditos de ICMS

Outro projeto de lei complementar (PLP) que pode ser votado é o PLP 223/19, do Senado, que prorroga de 1º de janeiro de 2020 para 1º de janeiro de 2033 o prazo a partir do qual empresas exportadoras poderão contar com crédito de ICMS sobre insumos (energia elétrica, telecomunicações e outras mercadorias) não utilizados diretamente no processo de produção de produtos a serem exportados.

A ideia é evitar perdas de arrecadação do ICMS para os estados, que cobrariam da União o montante que deixariam de receber porque a Lei Kandir (Lei Complementar 87/96) prevê a isenção de tributos para produtos exportados.

Banda larga e imóveis

Ainda na segunda-feira, a Câmara dos Deputados pode analisar o Projeto de Lei 1481/07, do Senado, que autoriza o uso de recursos do Fundo de Universalização das Telecomunicações (Fust) para ampliação da banda larga nas escolas.

O Fust arrecada R$ 1 bilhão anualmente e já tem acumulado R$ 21,8 bilhões, mas praticamente não foi utilizado para investimentos no setor de telecomunicações. Atualmente, a lei permite a aplicação dos recursos apenas para a expansão da telefonia fixa.

Em audiência pública realizada no último dia 19 de novembro, na Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática, o governo disse que pretende enviar à Câmara um projeto que permite o uso do dinheiro do Fust por prestadoras em regime privado, como as operadoras de telefonia móvel, e por pequenos provedores que atuam em pequenos municípios brasileiros, que hoje têm dificuldade de acesso a crédito.

Outro projeto de lei em pauta é o PL 1792/19, do deputado Dr. Leonardo (Solidariedade-MT), que amplia para 2025 o prazo de ratificação de registro de imóveis na fronteira.

*Da Agência Câmara Notícias 

 

A Polícia Federal (PF) realiza na manhã desta sexta-feira (22) buscas em endereços ligados ao senador Ciro Nogueira (PP). Batizada de Compensação, a ação foi autorizada pela ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), e tem como objetivo avançar nas investigações sobre os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Cerca de 30 policiais federais cumprem sete mandados de busca e apreensão nas cidades de Teresina, Brasília e São Paulo. Segundo a PF, a investigação teve como origem os depoimentos prestados por colaboradores do Grupo J&F, dono da JBS, que afirmaram terem repassado cerca de R$ 43 milhões ao Partido Progressista, em pagamentos em espécie e doações oficiais, por intermédio do citado senador, em troca de apoio político do partido na campanha eleitoral para a eleição presidencial de 2014.

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O caso está relacionado aos repasses da empresas para partidos e políticos com o objetivo de angariar apoio à candidatura à Presidência de Dilma Rousseff (PT).

"Verifica-se nos autos existência de indícios mínimos aptos a motivar a abertura de investigação no âmbito dessa Corte sobre o pagamento de vantagens indevidas, no ano de 2014 e 2017, em beneficio do Senador da Republica Ciro Nogueira Lima Filho para que seu partido apoiasse o governo nas eleições presidenciais, bem como não agisse contra a então Presidente Dilma Rousseff no processo de impeachment instaurado no Congresso Nacional", afirmou a procuradora-geral Raquel Dodge ao abrir a investigação.

Em nota sobre a operação, a PGR afirmou que os colaboradores narraram a compra de apoio político a partidos por meio de Ciro Nogueira e que "parte da propina paga ao partido do parlamentar foi viabilizada por meio de doações oficiais - simuladas - e outra parte no valor de R$ 5 milhões foi paga em espécie por meio de uma pessoa ligada ao senador."

A reportagem ainda não conseguiu contato com Ciro Nogueira. O espaço está aberto para a manifestação do senador.

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