Um homem de cerca de 60 anos cometeu suicídio nesta quinta-feira (16), com um tiro, na frente de uma dúzia de crianças, na entrada de um jardim de infância, em Paris. O homem entrou na escola em um bairro nobre da capital francesa, perto da Torre Eiffel, às 11h30 local (6h30 no horário de Brasília), segundo o reitor de Paris, François Weil, que indicou que dois adultos tentaram impedir o suicídio sem sucesso.
As crianças que presenciaram a morte, todas com seis anos, foram atendidas por psicólogos. Os outros alunos foram mandados para casa. Segundo uma fonte próxima à investigação, o homem não entrou pela entrada principal do estabelecimento, mas por um edifício ao lado.
Com uma escopeta e alguns papéis na mão, o homem, muito agitado, conseguiu se desvencilhar das pessoas que tentavam pará-lo antes de colocar a arma em seu queixo e atirar. A polícia ainda não descobriu a identidade e nem as razões que o levaram a agir neste local.
O jardim de infância, um estabelecimento privado católico sob contrato com o Estado, faz parte de um complexo escolar que inclui uma escola primária e uma de ensino médio, a dois passos da Torre Eiffel. No início dessa tarde, o corpo do homem continuava no local.
A mãe de um dos alunos da instituição expressou sua indignação pela "falta de medidas de segurança" e lamentou o fato de apenas uma "senhora" tomar conta da entrada da escola. "Precisamos esperar que haja sangue para que tomem medidas de segurança", acrescentou, visivelmente agitada.
O prefeito de Paris, Bertrand Delanoë, expressou "grande comoção" em um comunicado, afirmando seu "inteiro apoio a todos os pequenos parisienses presentes no local" e a seus pais, antes de ir para o local do suicídio.
O ministro da Educação, Vincent Peillon, desistiu de uma viagem a Bruxelas e também foi para o jardim de infância no início desta tarde. Vários políticos de Paris, de todas as correntes políticas, também expressaram solidariedade.
Este suicídio acontece 20 anos depois de uma tomada de reféns em uma escola maternal de Neuilly-sur-Seine, perto de Paris. Em 15 de maio de 1993, um homem armado de um revólver e explosivos, que exigia 100 milhões de francos (15 milhões de euros), manteve como reféns durante dois dias as crianças de uma turma antes de ser morto em um ataque da polícia.
O ex-presidente Nicolas Sarkozy, na época presidente de Neuilly-sur-Seine e ministro do Orçamento, tentou negociar a libertação das crianças.