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Depois de 800 casos suspeitos em Ribeirão Preto, o zika avança para outras cidades e espalha o medo no interior de São Paulo. Pelo menos 15 municípios, incluindo importantes polos regionais, já registraram casos suspeitos ou confirmados da doença. O vírus também alcança cidades do Vale do Paraíba e do oeste do Estado e pequenas localidades passaram a reportar suspeitas.

Em Piracicaba, gestantes correm às unidades de saúde para fazer exames que detectam a microcefalia em bebês. A cidade já teve confirmado um caso de zika vírus em um grávida de 20 anos, mas o bebê está bem. Na quinta-feira, foi notificado o nascimento de uma criança com perímetro da cabeça inferior a 32 centímetros - indicativo da má-formação -, mas ainda sem associação com o vírus.

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Ao todo, 2.500 gestantes estão sendo monitoradas na rede pública em busca ativa de casos de gestantes infectadas - 12 apresentaram manchas vermelhas na pele e outras 8, sintomas menos suspeitos. "Sabíamos que o zika estava para chegar e, por isso, nos preparamos", disse o coordenador do Programa Municipal de Saúde da Criança, Rogério Antonio Tuon. O caso da gestante com o vírus, contraído na própria cidade, foi diagnosticado por meio desse controle das grávidas, um trabalho iniciado em 2009 para reduzir a mortalidade neonatal e que, em dezembro do ano passado, foi estendido ao zika vírus.

De acordo com Tuon, mesmo as gestantes não inscritas na rede pública são contatadas pela equipe, por uma central telefônica. "Os funcionários são treinados para essa abordagem e fazem perguntas sobre os sintomas. Em caso positivo, iniciamos a investigação." A Secretaria Municipal de Saúde preparou um fluxograma para as gestantes que tiveram sintomas, como exantema - vermelhidão na pele -, em qualquer fase da gestação. Amostras são colhidas e, se algum exame der positivo, a mulher é encaminhada para o pré-natal de alto risco. Os recém-nascidos e crianças nascidas desde julho de 2015 também são monitorados.

Transgênico

Na quinta (11), gestantes eram examinadas na unidade de saúde do bairro Cecap/Eldorado, onde a prefeitura e a empresa Oxitec desenvolvem o projeto do Aedes transgênico. Desde que o experimento foi iniciado, em abril de 2015, são soltos semanalmente 800 mil machos geneticamente modificados nas ruas. Os machos não picam as pessoas, mas ao copular com as fêmeas tornam sua prole inviável. De acordo com a prefeitura, a população de mosquitos foi reduzida em 82% no bairro. "Com a chegada do zika vírus, quem se incomodava com o Aedes transgênico agora já quer que solte mais", contou a agente de saúde Maria do Carmo Tonussi. O projeto será estendido a outras regiões da cidade.

Piracicaba tem outros 25 casos suspeitos de zika em não gestantes, na maioria autóctones - as pessoas teriam se infectado ali mesmo. Cidade vizinha, Limeira também entrou na rota do vírus. Quatro mulheres com idade entre 30 e 60 anos apresentaram sintomas. De acordo com a prefeitura, três pacientes viajaram para outras localidades e, após o retorno, apresentaram sintomas como febre e dores no corpo. Todos os exames deram negativo para dengue, o que motivou a investigação de zika.

Em Americana, os primeiros exames de amostras colhidas de uma gestante de 31 anos, com sintomas da doença, deram positivo para o vírus. Ela procurou o serviço de saúde com manchas vermelhas no corpo. É o primeiro caso confirmado na cidade. Campinas descartou 19 casos suspeitos este ano, mas um continua em investigação, segundo a prefeitura.

Em Sorocaba, dois casos de zika vírus foram confirmados na última semana. Outros oito estão em investigação. São José do Rio Preto confirmou um caso - de um paciente de 67 anos, que já está recuperado. Sumaré entrou na lista ao confirmar, em 2015, o primeiro caso de zika do Estado. A prefeitura de Salto confirmou esta semana o primeiro caso na cidade, mas informou que o paciente foi infectado em Brasnorte (MT).

No Vale do Paraíba, São José dos Campos registra seis casos confirmados este ano, todos importados. Taubaté teve esta semana o primeiro registro, de uma mulher de 35 anos, não gestante, que viajou ao Rio. Em Botucatu, uma paciente de 56 anos pode ter sido infectada numa viagem a Cáceres (MT).

Oeste

A doença também chegou ao oeste paulista. O primeiro caso, numa paciente de 46 anos, foi detectado em Dracena, em um laboratório particular. E o vírus já assusta moradores de cidades pequenas. Uma gestante de Cravinhos, de 33,8 mil habitantes, na região de Ribeirão Preto, apresentou sintomas, porém os exames deram negativo para zika. Em Cesário Lange, de 15,5 mil habitantes, uma grávida foi atendida com manchas e causou alvoroço, mas não estava com o vírus. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Vigilância Epidemiológica de Jacareí, no Vale do Paraíba, interior de São Paulo, confirmou nesta terça-feira (5) mais três mortes causadas pela dengue na cidade. As vítimas, uma mulher de 49 anos e dois idosos de 72 e 77 anos, morreram no início de abril, mas só agora saíram os resultados de exames. A cidade decretou epidemia na última semana de abril, após atingir 700 casos da doença.

Em Santos, no litoral paulista, a prefeitura confirmou na segunda-feira (4) mais duas mortes causadas por dengue. As vítimas são um homem de 51 anos e um adolescente de 13 que morreram em março. Os exames realizados pelo Instituto Adolfo Lutz só ficaram prontos agora. Já são quatro mortes por dengue no município, três delas registradas em março. A cidade tem 4,2 mil casos notificados de dengue, segundo a Secretaria da Saúde do Estado.

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Em Sumaré, região de Campinas, soldados do Exército iniciaram nesta terça-feira, 05, o combate à epidemia, apoiando o trabalho de vistoria que deve atingir quatro mil imóveis. A cidade tem 6.833 casos confirmados de dengue e três pessoas já morreram. Outro óbito está em investigação.

A partir da meia-noite os petroleiros da Revap (Refinaria Henrique Lages), em São José dos Campos no interior de São Paulo, serão impedidos de entrar na refinaria. São 1.200 funcionários e outros 3.000 trabalhadores terceirizados. A paralisação será de 24 horas.

De acordo com o Sindicato dos Petroleiros, nesta quarta-feira a partir das 23h já haverá movimentação para impedir a troca de turno dos petroleiros. A entidade é filiada a Frente Nacional dos Petroleiros (FNP).

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O maior sindicato da região do Vale do Paraíba é o dos Metalúrgicos de São José dos Campos, que tem 43 mil trabalhadores em sua base, agregando metalúrgicos da General Motors e da Embraer. Os sindicalistas da categoria ainda não divulgaram as ações previstas para esta quinta-feira, 11.

Segundo informações apuradas pela reportagem, haverá manifestações na Rodovia Presidente Dutra, principal rodovia do País que liga o Rio de Janeiro a São Paulo, no trecho de São José dos Campos durante todo o dia.

Já o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté, ligado à Central Única dos Trabalhadores (CUT), deve atrasar a entrada de 10 mil trabalhadores das autopeças localizadas no distrito industrial. A base é formada por 23 mil metalúrgicos.

As montadoras Volkswagen, Ford, LG e Cameron não serão afetadas nesta paralisação de quinta-feira. Elas estão incluídas nas paralisações que o sindicato pretende fazer na próxima semana.

Na região do Vale do Paraíba estão planejadas ações conjuntas dos representantes dos metalúrgicos, petroleiros, químicos e transportes.

O tráfego da Rodovia Presidente Dutra foi interrompido em São José dos Campos, no interior paulista, nesta quinta-feira de protestos em todo o Vale do Paraíba e no País. Cerca de 20 mil pessoas que se concentraram a partir das 16h30, na Praça Afonso Pena, na região central, participaram da manifestação. Elas seguiram por diversas avenidas até chegar às marginais da rodovia, no km 161, paralisando o trânsito no sentido Rio-São Paulo.

Às 19h45, o protesto ainda continuava e o congestionamento já alcançava mais de 10 quilômetros nos dois sentidos. A prefeitura anunciou nesta quinta-feira a redução da tarifa de R$ 3,20 para R$ 3. Em Taubaté, ao contrário, a manifestação que contou com mais de 15 mil pessoas, segundo cálculo dos organizadores e 10 mil, de acordo com a polícia militar, não registrou, até às 19h50 nenhum ato de vandalismo. O comércio fechou as portas mais cedo e a Câmara local encerrou o expediente às 12h.

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Alguns manifestantes, ao final do ato, na praça Dom Epaminondas, no centro da cidade, também ameaçavam paralisar a via Dutra, com a desaprovação dos organizadores. "Nós estamos evitando deixar vazar a notícia de que houve invasão em São José dos Campos para evitar que isso se repita aqui, mas algumas pessoas querem que isso aconteça", disse o estudante Gabriel Dolabella, 17 anos, da organização ato. Um pequeno grupo, no entanto, se dirigiu à estrada e também interrompeu o tráfego.

Dentre os manifestantes, a maior parte era de jovens como a estudante de ensino médio. Ana Caroline Santos, 17 anos, disse ser necessário protestar. "Contra a PEC 37, por melhores condições na saúde e na educação", disse. Um homem de aproximadamente 50 anos, que não quis se identificar, protestava contra a reeleição. "É preciso acabar com isso. Política não é emprego", disse.

Segundo o capitão da Polícia Militar Marco Antonio de Oliveira, houve uma reunião com os organizadores do ato e os policias estavam orientados a intervir apenas em situações de extrema gravidade. As principais reivindicações do movimento são o passe livre para os estudantes, redução da tarifa - R$ 2,80, em Taubaté -, redução dos gastos da Câmara e do governo municipal e melhoria de qualidade dos transportes.

Outras cidades da região também realizaram manifestações. Em Jacareí, onde a tarifa foi reduzida de R$ 3,15 para R$ 3, os manifestantes atearam fogo em pneus na rodovia Geraldo Scavone, interrompendo o tráfego. Em Caraguatatuba, no litoral norte, a manifestação ocorreu na avenida da Praia e nas ruas do centro da cidade, reunindo mais de 20 mil pessoas.

Duas cidades do Vale do Paraíba (SP) anunciaram nesta quinta-feira uma nova redução no preço das passagens de ônibus. Em São José dos Campos, onde a passagem havia baixado no dia 15 de 3,30 para 3,20 reais, a prefeitura anunciou uma nova tarifa, de 3 reais. Em Jacareí, que nesta quarta-feira, 19, tinha reduzido em 5 centavos a passagem, anunciou uma nova diminuição, passando de 3,15 para 3 reais.

O turista que resolveu passar o fim de semana prolongado de Páscoa no litoral norte de São Paulo enfrentou lentidão em toda extensão da Rodovia dos Tamoios, de 82km, que liga o Vale do Paraíba ao litoral norte. A maioria dos motoristas preferiu antecipar a volta para escapar do trânsito pesado no decorrer do dia.

A partir das 8h da manhã deste domingo, o movimento já era intenso na rodovia. Por volta das 14h, o fluxo começou a se intensificar, provocando lentidão no trecho de planalto, entre Jambeiro e Paraibuna, que está em obras. O percurso chegou a ser feito em 2h30. Em dias normais, o trecho de 82km é percorrido em 1h15.

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Antes de subir a serra, o motorista também enfrentou lentidão na Rodovia Rio-Santos, que corta Ubatuba, Caraguatatuba e São Sebastião, principalmente no trevo de Caraguatatuba, que dá acesso à Rodovia dos Tamoios. Também foi registrada lentidão no trecho da Praia Grande, em Ubatuba; e entre Maresias, em São Sebastião, e Bertioga, que dá acesso à Rodovia Mogi-Bertioga.

Quem ficou em Ilhabela no feriadão teve de esperar, em média, duas horas de espera na fila para embarcar nas balsas que fazem a travessia até São Sebastião. A Rodovia Oswaldo Cruz, que liga Ubatuba a Taubaté, ficou congestionada nos 9 quilômetros de serra durante todo o dia deste domingo. No entanto, apesar de intenso, o tráfego fluiu bem no restante do percurso.

Já no planalto, os motoristas também enfrentaram lentidão nas rodovias Carvalho Pinto/Ayrton Senna, que ligam Taubaté a São Paulo e que recebem junto com a Rodovia Presidente Dutra o tráfego proveniente da Tamoios, Oswaldo Cruz e Floriano Rodrigues Pinheiro, que liga Campos do Jordão a Taubaté. Na Dutra, até as 15h deste domingo o tráfego fluía normalmente, assim como na Floriano Rodrigues Pinheiro.

O processo de transformação do Vale do Paraíba, Litoral Norte e Serra da Mantiqueira em região metropolitana foi deflagrado oficialmente hoje, em ato realizado no Palácio dos Bandeirantes, quando o governador Geraldo Alckmin assinou a mensagem de encaminhamento à Assembleia Legislativa, do respectivo projeto de lei.

Ao ato compareceram prefeitos, deputados e outros políticos valeparaibanos, para prestigiar a iniciativa, que envolverá 39 municípios, numa extensão territorial que vai de Igaratá até Bananal, na divisa com o Rio de Janeiro. O projeto deve tramitar na Assembleia em regime de urgência, a pedido do próprio governador, que quer a mais nova região metropolitana do Estado implantada antes do final desse ano.

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"Formando um quadrilátero entre as cidades de Santos, Campinas, São Paulo e São José dos Campos, temos ai dois terços da população do Estado" comentou o governador Geraldo Alckmin, sobre a chamada Macrometrópole Paulista, que concentra 80% do PIB do Estado, aproximadamente 27% do PIB do País. "Por isso a grande necessidade da institucionalização de mais essa Região Metropolitana", definiu.

Segundo o secretário de Desenvolvimento Metropolitano, Edson Aparecido, a Região Metropolitana do Vale do Paraíba é um instrumento do Estado que permitirá o planejamento e a gestão de questões comuns que afetam as cidades da região, com políticas públicas em comum.

"A região passa a ter agora um planejamento integrado com todo o transporte intermunicipal, o que pode favorecer muito a população", destacou.

O deputado estadual Padre Afonso Lobato (PV), presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Vale do Paraíba, Litoral Norte e Serra da Mantiqueira, formada por parlamentares de vários partidos da região, destacou o esforço conjunto da bancada regional para a consolidação da proposta. "Os interesses pessoais foram deixados de lado e a força conjunta impulsionou a proposta", disse.

O processo de criação da Região Metropolitana do Vale do Paraíba se arrasta desde 2001, quando foi apresentada o primeiro projeto de lei, de autoria do então deputado estadual Carlinhos Almeida (PT), de São José dos Campos. No ano passado, quando assumiu o governo, Alberto Goldman deu os primeiros sinais de que o projeto seria possível, o que detonou um processo de mobilização da região em torno do tema.

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