Um Sport, dois discursos. Após a decepção por mais um vice-campeonato estadual, o Leão decidiu reforçar a equipe para a Série A. Primeiro tratou de trazer Vagner Mancini, treinador ambicioso e que quis implantar um sistema ofensivo no Leão, com três atacantes.
As primeiras grandes contratações chegaram em seguida. Cicinho, Hugo, Henrique, Felipe Menezes, nomes elogiados pela Imprensa e que empolgaram a torcida rubro-negra. Até mesmo Magrão, conhecido por falar pouco e agarrar muito, ficou animado com o novo plantel. O camisa 1 chegou a dizer que a equipe em formação era a mais forte dos últimos anos. O meia Hugo foi além, falando que o time ia lutar por Libertadores.
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Algumas rodadas depois e o otimismo rubro-negro foi embora. Não teve estrela que iluminasse o caminho do gol para o Leão, que passou vários jogos sem marcar. Sobrou para Mancini, demitido no final do primeiro turno. Quem veio foi Waldemar Lemos e a era da humildade foi implantada na Ilha.
O discurso mudou e o futebol também. Se os resultados ainda não foram suficientes para tirar o time do Z-4, pelo menos devolveram a confiança para os torcedores e para o elenco. Como um “paizão”, o técnico teve que mostrar aos seus novos filhos que futebol se joga com os pés no chão. O primeiro a perceber isso foi Cicinho.
"Ele chegou para fazer aquele treino que você rola no chão e corta a bola de cabeça. Quando vi, falei que nunca faria aquilo de novo. Pensei: ‘já passei por grandes clubes, como Real Madrid, São Paulo, Roma, não preciso fazer isso’, mas depois vi que essa era a intenção do Waldemar. Ele queria tirar a vaidade dos jogadores”, explicou o lateral Cicinho.
O jogador ainda completou “Hoje eu vivo meu melhor momento, estou jogando o mesmo que jogava no São Paulo”, confessou o atleta. Nas mãos de Waldemar, o campeão mundial pelo São Paulo saiu de não-relacionado para peça fundamental no novo esquema rubro-negro. E na base da humildade, Waldemar Lemos vai tentando encaixar o Sport nesta Série A. Estrela no Leão? Só as três em cima do escudo.