Watch Dogs era sem dúvidas um dos jogos mais aguardados em 2014, e após um adiamento de seis meses, a Ubisoft finalmente o lançou. O jogo já é um sucesso de vendas, mas apesar de ter boas ideias, a execução deixa a desejar.
Em Watch Dogs, a cidade de Chicago conectou todas as suas redes em um sistema só, o citizenOS (ctOS), e isso permite a hackers invadir e retirar dados do sistema. O seu personagem, Aiden Pearce, é um destes hackers, e após perder sua sobrinha num ataque contra ele, decide usar suas habilidades para encontrar e punir os responsáveis. É uma premissa interessante, mas que não é bem executada. Falta personalidade a Aiden, que não muda o tom de voz, age de forma contraditória e falha em cativar o jogador. Fica claro só de olhar para ele que a Ubisoft tentou deixá-lo o mais legal possível. Ele tem roupas legais, uma assustadoramente semelhante a do Batman e usa um cacetete para derrubar seus adversários, porém, por trás de toda essa cobertura não tem conteúdo.
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Aiden pode hackear praticamente qualquer coisa em Chicago, desde um semáforo até um celular qualquer de um cidadão que caminha pelas ruas. Tudo isso está, teoricamente, na mão do jogador, mas Watch Dogs falha em passar essa sensação durante a jogatina. É divertido levantar uma ponte ou roubar uma conta bancária apenas apertando um botão, mas quando você repete o mesmo processo, passando as vezes por quebra-cabeças sem graça, centenas de vezes, para tudo na cidade, a mágica vai embora. O hacking é o elemento principal do jogo, então era necessário dar ao jogador a sensação de controle que a narrativa nos diz que Aiden sente, mas a simplicidade com a qual a mecânica é explorada deixa a desejar.
Mas ainda existem coisas boas em Watch Dogs, começando pela cidade de Chicago em si. A maneira com a qual ela foi construída é impecável, e as lindas vistas vão de montanhas até complexos de arranha-ceús. O que torna a cidade um ambiente vivo, entretanto, são as pessoas que a habitam. Através do smartphone, Aiden pode puxar o perfil de cada cidadão no ctOS, e em nenhum momento as informações se repetem. Você vai encontrar criminosos procurados, colecionadores de quadrinhos, pessoas que acabaram de se divorciar, amantes de animais, e muito mais. Isso dá uma camada de realismo absurda à Chicago, e é reforçada pela forma natural com a qual as pessoas se comportam. Não é incomum encontrar bandas de rua tocando com baldes em praças, pessoas jogando futebol em becos e universitários se reunindo para beber. Foto abaixo é reprodução do jogo.
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A melhor parte de Watch Dogs é justamente a que requer conexão entre os jogadores, o multiplayer. Ele pode ser dividido em duas formas: a primeira é a que interage diretamente com sua campanha e progressão. Você pode estar caminhando por uma parte da cidade quando de repente outro jogador invade seu jogo e começa a roubar seus dados. Isso gera uma correria e apreensão instânteanea e você se vêr forçado a encontrá-lo rapidamente. É enfurecedor perder um encontro destes e satisfatório encontrar o invasor e eliminá-lo.
Tão divertido quanto é se juntar com amigos para uma partida em salas privadas. O meu modo favorito foi o de corridas, que me lembrou muito Mario Kart. Dirigir rapidamente é apenas a ponta do iceberg, já que através dos hacks é possível fechar semáforos, levantar bloqueios e explodir canos abaixo das ruas. Para ganhar, é necessário ter reflexos rápidos, e poucas coisas no jogo são tão divertidas quanto ver seus amigos baterem o carro logo antes de cruzarem a linha de chegada porque você causou um acidente. Imagem abaixo tem o crédito "Divulgação/Ubisoft".
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Veredito: Watch Dogs tem ótimas ideias, mas boa parte delas não são bem executadas. O jogo tem uma ótima ambientação e um divertido multiplayer, mas não explora bem a sua principal mecânica e deixa a desejar nos quesitos narrativos. Ele é, entretanto, um bom começo para a série, e com Watch Dogs 2 já confirmado pela Ubisoft, o futuro da série promete.
Watch Dogs está disponível agora para PlayStation 4, PlayStation 3, PC, Xbox One e Xbox 360.
