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O site que a blogueira dissidente cubana Yoani Sánchez lançou nesta quarta-feira (21) foi direcionado por desconhecidos a uma página que publica notas contrárias à ela ou denuncia suas atividades.

Pela manhã, podia-se entrar no 14ymedio, como é chamado o jornal digital de informação geral, porém algumas horas depois em seu lugar se ingressava uma página chamada "Yoanilandia".

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"Este é um site de um grupo de pessoas fartas de que Yoani Sánchez se apresente como a Madre Teresa de Calcutá dos dissidentes cubanos e com este ciberfetiche de mudança, enquanto se escondem suas ambições políticas e econômicas", diz o texto do site Yoanilandia.

Aparentemente a intervenção da página ocorre somente em Cuba, pois os repórteres da Associated Press puderam entrar na página no exterior.

No Twitter, Yoani comentou o ocorrido. "Má a estratégia do governo cubano de redirecionar nossa página. Em Cuba, nada é mais atrativo que o proibido", escreveu a blogueira em seu perfil pessoal.

Sánchez lançou o diário digital nesta quarta-feira e disse que tem como objetivo contrastar a informação na ilha, cujos meios de comunicação são majoritariamente governamentais.

Esta não é a primeira publicação na internet de ativistas cubanos que buscam romper com o monopólio do governo ou suas organizações afins, porém provavelmente será a mais notória ao calor do nome de sua diretora, que se converteu em uma renomada blogueira através de sua página Geração Y, que desde 2007 faz forte crítica ao governo dos irmãos Castro. Fonte: Associated Press.

A blogueira cubana Yoani Sánchez afirmou nesta terça-feira em Washington que não tem "ilusões" ao advertir que a democratização de Cuba não chegará apenas com jornalistas independentes e novas tecnologias, mas quando os cubanos perderem o medo. "Não tenho ilusões: sei que somente com um telefone celular, sei que somente com uma conta no Twitter, sei que somente com um blog não é possível democratizar um país", disse Sánchez na capital americana durante sua viagem por doze de países.

"O que mais falta é os cubanos perderem o medo. Não funciona se formos um pequeno grupo criticando, se formos um pequeno grupo tentando mudar as coisas", disse Sánchez em um evento no instituto ultraliberal Cato.

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"Enquanto o oportunismo, as máscaras e os silêncios forem a atitude assumida pela grande maioria dos compatriotas diante da realidade cubana, enquanto isto continuar assim, nada vai mudar", afirmou a filóloga de 37 anos e autora do blog "Geração Y" (www.desdecuba.com/generaciony/), crítico do governo.

A blogueira, que conseguiu sair de Cuba em fevereiro após a reforma migratória aprovada em outubro, aproveitará em Washington para receber no Departamento de Estado um prêmio que o governo de Barack Obama lhe concedeu em sua ausência em 2011, confirmou à AFP um porta-voz de Estado.

Sánchez relembrou que esta semana completa o décimo aniversário da chamada "Primavera Negra", quando foram presos 75 ativistas e jornalistas na ilha, um fato que representou um "duro golpe" para a dissidência.

"Uma década depois o panorama é totalmente diferente do que esperávamos: uma verdadeira ebulição de críticas, de pessoas que querem se expressar, de dissidência dentro da ilha", graças em parte aos novos meios e às redes sociais, comentou a blogueira.

"Não tenho ilusões, a tecnologia sozinha não vai ajudar a democratizar Cuba, mas vai nos proteger para alcançá-la", argumentou Sánchez ao afirmar que a "visibilidade" que está conseguindo com esta viagem internacional lhe servirá de "escudo protetor" quando volte à Cuba.

A blogueira disse que Havana se enganou pensando que a deixando sair, não retornaria mais, ou que enfrentaria manifestações contrárias, como as que sofreu em algumas cidades por onde passou durante sua viagem, como no Brasil e no México.

"Mas se essa era a aposta que fizeram, já digo de antemão a esse governo: eles estão enganados. Não vou ficar em outro país, nem vou ficar aterrorizada com atos de ódio", garantiu.

Na capital americana, Sánchez também se encontrou com vários legisladores, entre eles cubano-americanos e críticos de Havana, como os republicanos Ileana Ros-Lehtinen e Mario Díaz-Balart.

A blogueira e opositora cubana Yoani Sánchez foi recebida com protestos, nesta terça-feira, por um pequeno grupo de simpatizantes do governo de Cuba, no momento em que concedia uma entrevista coletiva no Senado mexicano. Sánchez foi convidada pelos senadores do conservador Partido Ação Nacional (PAN) e falou sobre a importância da liberdade de expressão quando foi interrompida por uma mulher que se identificou como simpatizante do Movimento Mexicano de Solidariedade a Cuba.

"Este não é recinto para convidar esta mulher (Sánchez)", protestou a assistente, ao se aproximar até a mesa onde estava a blogueira para mostrar-lhe uma bandeira americana coberta com dólares. "Vá morar no centro de Havana, isto é o que faz a propaganda de meu país", respondeu Sánchez.

Em Cuba, toda a imprensa está sob controle estatal, incluindo os dois jornais de alcance nacional, enquanto que o acesso à Internet e aos meios eletrônicos é muito restrito. Outros simpatizantes do regime cubano presentes no evento vaiaram Sánchez.

"Convivi toda a minha vida com estes tipos de atos. Lamentavelmente isto é algo inerente a minha vida, à vida de todos os cubanos, que alguém venha, te insulte, te agrida e não queira ouvir o que tem para dizer", comentou Sánchez antes de concluir a coletiva.

A autora do blog Geração Y (Generación Y, em espanhol) visita a capital mexicana após conseguir seu passaporte e permissão para viajar em razão da reforma migratória em Cuba. Durante cinco anos, Sánchez tentou obter autorização para sair de seu país.

A blogueira cubana Yoani Sánchez desembarcou no Rio no final da tarde deste sábado no aeroporto Santos Dumont, na zona sul da cidade, dando continuidade à sua turnê mundial que teve início na última semana, em Recife. Ao contrário da recepção em Pernambuco, onde foi alvo de protestos de militantes de esquerda, a blogueira foi recebida com cumprimentos e desejos de boas-vindas pelos passageiros e funcionários do aeroporto. "As manifestações são de um pequeno grupo de extremistas, mas a grande maioria das pessoas nos aeroportos, nas ruas, é muito solidária. Tenho a melhor das impressões", afirmou a blogueira, ao desembarcar.

Yaoni disse ainda que pretende descansar durante sua estadia na cidade. "Os últimos dias foram intensos, vou voltar a escrever, caminhar pelas ruas, conhecer um pouco dessa cidade que é maravilhosa."

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A agenda da blogueira no Rio ainda não foi divulgada. Yoani foi recepcionada na pista de pouso do aeroporto pelo deputado federal Otávio Leite (PSDB), com quem também esteve em Brasília. Ele a recebeu com um buquê de flores e afirmou que quis oferecer à blogueira a oportunidade de conhecer outra visão do País, após os protestos em sua chegada.

O PT e o PMDB impediram, nesta quarta-feira, a aprovação do requerimento de pedido de proteção federal para a blogueira cubana Yoani Sánchez na sessão da Câmara. O requerimento do deputado Mendonça Filho (DEM-PE) chegou a ser aprovado em votação simbólica, mas os dois partidos usaram de uma manobra regimental para derrubar a sessão. Petistas e peemedebistas exigiram votação nominal, com o registro dos votos no painel eletrônico, e obstruíram a sessão.

O placar registrou 196 votos favoráveis, 28 contrários e 13 abstenções totalizando 237 votos. Eram necessários 257 deputados votantes para garantir quórum. Outros 52 deputados registraram obstrução. Com o plenário esvaziado, a sessão foi encerrada sem concluir a votação do requerimento.

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Além do PT e do PMDB, ficaram contra a aprovação do requerimento o PSB, o PCdoB, o PDT e o PSOL. Defenderam a aprovação do requerimento: o PSDB, o PSD, o PR, o PPS, o PP, o PSC, além do DEM, autor da proposta. Mendonça Filho pediu proteção da Polícia Federal a Yoani depois de ela ser alvo de hostilidade por parte de simpatizantes do governo cubano.

A chegada da jornalista e blogueira cubana Yoani Sánchez ao Congresso Nacional provocou um grande tumulto no final da manhã desta quarta-feira (20). Convidada para assistir à apresentação de um documentário em que ela critica o governo de Cuba, Yoani foi recebida por dezenas de deputados de oposição na chapelaria do Congresso, como é chamado o local de embarque e desembarque de parlamentares.

Ela chegou em uma van da Câmara dos Deputados, escoltada por homens da Polícia Legislativa. Por causa do grande número de parlamentares e de jornalistas à espera da blogueira, a passagem de veículos chegou a ser interrompida.

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Depois de ser hostilizada por manifestantes durante a sua passagem por Recife e Feira de Santana, na Bahia – onde foi impedida de ver o documentário Conexão Cuba-Honduras, do cineasta baiano Dado Galvão –, ela recebeu o convite do deputado Otávio Leite (PSDB-RJ) para assistir ao vídeo na Câmara.

A exibição ocorre neste momento no Plenário 1 da Casa, onde são realizadas as reuniões da Comissão de Constituição e Justiça. O cineasta autor do documentário também está presente. "Hoje estamos aqui e isso é espetacular. Foram R$ 600 no bolso e uma câmera emprestada. Estou muito emocionado e feliz porque o cinema documental serviu para fortalecer a liberdade de ir e vir no nosso país", disse Galvão a jornalistas pouco antes do início da exibição.

A blogueira Yoani Sánchez confirmou uma visita ao Congresso, nesta quarta-feira, para falar de sua luta pela liberdade em Cuba. Vítima de hostilidades organizadas pelo PT e pelo PC do B, que até impediram a exibição em Feira de Santana (BA) de um filme em que ela é protagonista, Yoani confirmou presença no Congresso depois de contatos com o deputado Otávio Leite (RJ) e com o senador Álvaro Dias (PR), ambos tucanos.

O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), comprometeu-se a pôr em votação na sessão desta quarta um requerimento solicitando que a Polícia Federal proteja a blogueira cubana durante sua permanência em território brasileiro. Henrique Alves levará ao plenário um texto alternativo ao requerimento original apresentado nesta terça pelo deputado Mendonça Filho (DEM-PE), que não foi aceito por setores governistas. "Essa não é uma questão de oposição ou de governo. (O tratamento a Yoani) está constrangendo o Brasil todo. Não é tradição do povo brasileiro (esse tipo de manifestação)", afirmou Henrique Alves.

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"Ela tem sido agredida no País e não aceitamos isso. Yoani Sánchez é uma cidadã estrangeira, dissidente do regime ditatorial cubano e que deve ter total proteção do Estado democrático brasileiro", afirmou Mendonça Filho. No requerimento, o deputado também pediu à PF que investigue a atuação de Augusto Poppi Martins, assessor do ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência), na participação de um suposto plano de espionagem e perseguição política à blogueira, em articulação com o governo de Raúl Castro.

O líder do PPS, Rubens Bueno (PR), divulgou nota de apoio a Yoani, "símbolo da luta pela democracia em seu país". Ele considerou "inadmissíveis" as manifestações como a ocorrida em Feira de Santana, quando militantes do PT e do PC do B impediram a exibição de um filme com um depoimento da blogueira.

"Democracia e liberdade de opinião não podem descambar para manifestações de fanatismo retrógrado", afirmou a nota do líder Rubens Bueno (PR). O PPS também condenou a "utilização do aparelho estatal e a participação de funcionários do governo, até do Palácio do Planalto, na distribuição de um dossiê delirante contra a blogueira, que nada mais fez em seu país do que lutar pelos direitos básicos de liberdade de opinião e manifestação de um povo".

Bueno afirmou ainda que a caminhada de Yoani merece o apoio de todos que lutam pela liberdade dos povos e defendem a plena democracia. "E o governo brasileiro tem a obrigação de garantir a segurança e o pleno direito de ir e vir da blogueira durante a sua passagem pelo país", concluiu o líder do PPS.

Os deputados federais Raul Henry (PMDB-PE) e Mendonça Filho (DEM-PE) solicitaram informações sobre um suposto caso de espionagem por parte do Governo de Cuba, divulgado pela revista Veja sobre a vinda da jornalista cubana ao Brasil, Yoani Sánchez. Para o peemedebista, as informações precisam ser investigadas pelo ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, o qual protocolou documento. Já o democrata, pediu no requerimento apresentado em plenário, que a Polícia Federal assuma a proteção da blogueira, durante sua estadia no País e também averigue o caso.

Na rede social do facebook, Raul Henry publicou que encaminhou o documento solicitando informações, nesta terça-feira (19). "Hoje protocolei pedido de informações ao ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, sobre denúncia publicada na revista Veja desta semana que trata de eventual conspiração contra a dissidente cubana Yoani Sánchez. De acordo com a matéria “O dossiê da vergonha”, o governo de Raúl Castro e militantes ligados ao PT, PCdoB e Central Única dos Trabalhadores (CUT) teriam planejado espionar os passos da blogueira durante sua visita ao Brasil. O texto também cita o envolvimento de um assessor de Gilberto Carvalho, visando divulgação de dossiê difamatório contra Yoani Sánchez”, divulgou o deputado.

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Ainda segundo Raul Henry, as acusações precisam ser analisadas. ”Essas denúncias precisam ser investigadas a fundo. Eu só não propus a convocação dos envolvidos para depor na Câmara Federal porque, infelizmente, as Comissões ainda não foram instaladas na Casa. Espero que o ministro Gilberto Carvalho responda os questionamentos deste requerimento a contento", declarou o peemedebista.

Mendonça Filho – O deputado democrata criticou a atuação do PT e do PCdoB, que segundo ele, vem desrespeitando a cubana desde a chegada ao País. “Yoani é uma cidadã estrangeira, dissidente do regime ditatorial cubano e que deve ter total proteção do Estado democrático brasileiro. Desde que chegou ao Brasil vem sendo agredida por militantes de esquerda, entre os quais do PT e PCdoB, num movimento orquestrado de intolerância política”, afirmou o parlamentar.

Segundo Mendonça Filho, cabe a Polícia Federal fazer a proteção à blogueira cubana para impedir agressões físicas e qualquer ato de intolerância política como a que impediu a exibição do documentário “Conexão Cuba Honduras”, que trata de liberdade de expressão e direitos humanos. Além da assistência a Yoani, o deputado quer que a Polícia Federal apure denúncias da revista Veja desta semana, segundo a qual, integrantes do primeiro escalão do Governo Federal participaram de um plano de espionagem e perseguição a Yoani Sanchez, comandado pela Embaixada de Cuba no Brasil.

“A denúncia é muito grave e a participação de um agente do Governo brasileiro em qualquer tentativa de espionagem e perseguição política a qualquer cidadão, em especial a um dissidente político é inaceitável e deve ser esclarecida. Somos um País democrático e não podemos abrir este precedente. O Governo brasileiro não deve se preocupar com o que a blogueira fala sobre o regime ditatorial cubano e sim, em garantir e defender o direito dela de expressar suas opiniões”, afirmou Mendonça.

A blogueira cubana Yoani Sánchez disse nesta quinta-feira a um jornal mexicano que planeja visitar, nas próximas semanas, vários países latino-americanos, entre eles o Brasil, e que também participará da reunião bianual da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP, sigla em espanhol).

A blogueira, que recebeu na quarta-feira o passaporte depois de ter solicitado sem sucesso durante muitos anos ao governo de Cuba, está realizando os trâmites migratórios para essas viagens.

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O primeiro país a ser visitado, "ao que parece, será o Brasil, pois estou acertando os vistos para poder atender aos convites que me fizeram. Espero confirmar em breve que será o Brasil", acrescentou na entrevista.

No início de 2012, Sánchez, não conseguiu visitar o Brasil, apesar de ter obtido o visto, devido ao fato de o governo cubano ter negado a permissão de saída, que foi eliminada depois de meio século com uma recente reforma migratória.

Ela visitará outros países da América Latina, com destaque para a sua participação na reunião da SIP, no México.

"Estarei em Puebla (centro do México), entre 8 e 11 de março para a reunião bianual da SIP, da qual sou vice-presidente regional da Comissão de Liberdade de Imprensa", disse Sánchez em entrevista concedida ao jornal El Universal.

Sánchez, filóloga e autora do elogiado blog "Generación Y", no qual critica o governo cubano, foi considerada em 2008 pela revista Time uma das 100 pessoas mais influentes do mundo e seu blog foi posicionado pela rede americana CNN entre os 25 melhores do planeta.

Logo após ser libertada de sua segunda detenção em um mês, a blogueira opositora cubana Yoani Sánchez retomou nesta sexta-feira(9) suas publicações críticas nas redes sociais, que a transformaram em uma celebridade internacional, apesar de ser quase desconhecida para a maioria dos cubanos.

Sánchez - que publica artigos críticos sobre a situação em Cuba em seu blog 'Geração Y', com comentários e notícias no Twitter - não falou sobre as oito horas em que esteve detida, mas disse que estava feliz com sua nova responsabilidade: encarregada da liberdade de expressão em Cuba da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), que reúne empresas jornalísticas.

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A SIP, com sede em Miami, fez o anúncio na quinta-feira, enquanto a filóloga de 37 anos estava detida em uma delegacia de Havana com outros opositores que tentavam obter informações sobre dissidentes presos um dia antes. Os 16 detidos foram libertados na noite de quinta-feira e na sexta-feira pela manhã.

Quando Yoani Sánchez foi libertada, ela mesma informou no Twitter, onde tem 355.423 seguidores: "Volto a caminhar nas ruas de Havana depois de várias horas detida. Estou bem, obrigada pela solidariedade!"

Internautas pró-governo comunista criticam Sánchez regularmente utilizando também as redes sociais. Curiosamente, suas recentes prisões foram anunciadas por seu principal crítico, o blogueiro governista Yohandry Fontana.

Yohandry, que tem seu próprio blog (www.yohandry.com) e que, como ela, publica tuítes ao longo do dia, justificou a prisão dizendo que "foi detida ao fazer provocações a Cuba seguindo instruções do governo dos Estados Unidos (...) a poucas horas de reeleição de (o presidente de Estados Unidos Barack) Obama".

Sánchez, que tem seu blog traduzido para 15 idiomas, tinha sido detida anteriormente no dia 5 de outubro em Bayamo (sudeste), e libertada 30 horas depois em Havana, após tentar cobrir o julgamento contra o espanhol Ángel Carromero, que dirigia o automóvel acidentado em que morreu o dissidente cubano Oswaldo Payá em julho.

A prisão e a transferência foram anunciadas por Yohandry, em um país onde o governo raramente divulga essas informações.

A blogueira contou nesta sexta-feira em um tuíte: "Entre os principais objetivos da minha nova responsabilidade está a preparação de um relatório detalhado sobre a liberdade de imprensa em Cuba" para a SIP.

Apesar de ser uma celebridade internacional, ela é quase desconhecida dentro de Cuba (principalmente fora de Havana), onde toda oposição é ilegal, os meios de comunicação estão sob controle do Estado, o acesso à internet é limitado e não existe banda larga.

"Seu rosto não é familiar para a maioria dos cubanos, mas seu nome sim", disse à AFP o dissidente Elizardo Sánchez, que dirige a ilegal, apesar de tolerada, Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional.

Seu trabalho na SIP "será muito difícil, mesmo com o apoio de todos na sociedade civil", acrescentou.

O ativista disse que muitos cubanos souberam da existência de Yoani Sánchez por uma citação no prólogo do livro "Fidel, Bolívia e algo mais", publicado por Fidel Castro, em 2008.

"Muitos a conhecem pelos ataques contra ela do governo de Cuba e inclusive do próprio comandante Fidel Castro", expressou Sánchez.

Nesse livro, o pai da revolução cubana não a mencionou por seu nome, mas criticou as declarações que ela formulou depois de que o governo cubano lhe negou a permissão para ir à Espanha para receber o Prêmio Ortega e Gasset, do jornal El País.

Incluída em 2008 na lista das 100 mulheres mais influentes do mundo da revista americana Time, Yoani Sánchez conquistou notoriedade nesse ano graças à presença de inúmeros jornalistas estrangeiros na ilha para cobrir a eleição de Raúl Castro para suceder seu irmão Fidel na Presidência, depois do afastamento deste do poder por motivos de saúde em 2006.

A blogueira dissidente cubana Yoani Sánchez foi libertada na noite de quinta-feira, depois de ficar detida por oito horas ao lado de outros ativistas em um quartel da polícia de Havana, informou a própria opositora no Twitter.

"Volto a caminhar nas ruas de Havana depois de várias horas detida. Estou bem, obrigado pela solidariedade!", escreveu Sánchez em sua conta na rede social.

"Ultimo minuto: Passadas as 10:30 PM (1H30 de Brasília, sexta-feira), Yoani Sánchez foi libertada em Havana, depois que as autoridades a retiveram por distúrbio da ordem pública e indisciplina social", escreveu o blogueiro Yohandry (www.yohandry.com), que publica notas de interesse do governo cubano.

Yohandry havia informado horas antes a detenção de Sánchez, que coincidiu com o anúncio de que a blogueira foi designada pela Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) como vice-presidente regional para Cuba da Comissão de Liberdade de Imprensa e Informação.

A SIP havia exigido a libertação de Sánchez.

Antes de ser detida, Sánchez escreveu no Twitter que estava, ao lado de outros opositores, diante do quartel de Acosta, em Havana, para obter informações sobre vários dissidentes detidos na quarta-feira, entre eles Ailer González (libertada na quinta-feira) e a advogada Yaremis Flores.

Sánchez, de 37 anos, ganhou fama e prêmios internacionais pelos textos críticos sobre a situação em Cuba que publica no blog 'Generación Y'.

A cubana Yoani Sánchez anunciou em seu microblog que o governo cubano negou pela 19ª vez a autorização para deixar o país. “Não há surpresas. Voltaram a me negar a permissão de saída. É a 19ª vez que violam meu direito de entrar e sair de meu país”, digitou Yoani no Twitter.

Yoani conseguiu obter o visto do Brasil para participar do lançamento do documentário “Conexão Cuba-Honduras” em Jequié, na Bahia, na qual seria entrevistada, mas não obteve a permissão de seu governo para sair de Havana. 

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Já na quinta-feira (2), a blogueira escreveu: “Dilma veio à Cuba com a carteira aberta e os olhos fechados”. A crítica da ativista foi referente à Dilma Rousseff que esteve em Cuba durante esta semana e não fez menção dos abusos e violações de direitos humanos cometidos na ilha.

Mas a critíca da cubana a presidente Dilma não é um fato isolado e já mereceu do ministro Gilberto Carvalho declaração pública em defesa da presidente, publicada no LeiaJá.

De Havana, onde edita seu blog Generación Y, a dissidente cubana e colunista do Estado Yoani Sánchez disse ontem, à rádio Estadão ESPN, que está "decepcionada" com a atitude da presidente Dilma Rousseff de evitar o debate sobre direitos humanos em sua passagem por Cuba. "Foi uma pena, uma oportunidade perdida", afirmou Yoani, que uma semana antes recebeu da mesma Dilma a autorização para vir ao Brasil. "Teria sido um bom momento para um gesto diplomático e solidário com os cidadãos, não só com o governo", afirmou a dissidente.

Na entrevista por telefone, Yoani revelou que deve sair amanhã a resposta do governo de Cuba ao pedido para viajar para o Brasil. Ela é aguardada no dia 10 em Jequié, na Bahia, onde estreará um documentário em que ela aparece como personagem.

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Até agora, segundo contou, ela fez 18 tentativas de sair da ilha, todas negadas. "Se a resposta sair, será agradável. Mas é claro que não estou esperando uma resposta para me exilar. Quero conhecer o Brasil e voltar."

A dissidente lamentou que, no fim das contas, os "mais céticos’ tiveram sua expectativa confirmada: "Eles diziam que eu não deveria alimentar ilusões, que Dilma não tocaria em nenhum tema delicado e difícil".

Yoani definiu como "absurdo migratório" o ritual vivido por cubanos que querem viajar para o exterior. "É preciso pedir uma autorização para sair e para entrar - Cuba é o único país do Ocidente onde isso ocorre." E as autoridades ainda exigem "uma carta branca para entrar em um avião, mesmo tendo o passaporte valido e o visto".

Bom sinal

Para Yoani, foi um "bom sinal" a decisão de Raúl Castro de limitar a dez anos o tempo das autoridades em cargos públicos na ilha. "Mas isso nada muda para sua pessoa, pois ele poderá governar até 2018, quando já estará incapacitado para o poder. As novas regras, em seu caso, só valerão para o sucessor", avaliou. A blogueira considera mínimo o efeito político dessa medida dentro de Cuba. E, completou, as medidas de flexibilização da economia "vão numa lentidão exasperante e têm pouca profundidade".

Perguntada sobre as chances de haver democracia em Cuba, a dissidente mostrou-se realista, mas otimista. Por um lado, admitiu que "não se avançou nada na direção do direito dos cidadãos". O regime precisa introduzir mudanças "porque a situação econômica e social assim o exige", mas fica numa corda bamba, agindo cautelosamente e sabendo que a limitação em tais mudanças "pode lhe custar o poder". Por isso, acrescentou, o clima é de poucas expectativas com as reformas.

Sobre a situação dos dissidentes, Yoani afirmou que "uma mudança interessante ocorreu nos últimos três anos", com a chegada da internet e do Twitter. "E o próprio governo cubano está sendo obrigado, também, a conviver com uma sociedade civil - ainda em estado embrionário, mas que está avançando."

Ela terminou a entrevista com uma previsão: "Sou otimista. Creio que o vírus da inconformidade, da expressão e da crítica contagiou irremediavelmente a sociedade cubana". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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