Tópicos | adélio

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou na noite desse domingo (28) a remoção das redes sociais de duas publicações com informações falsas sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à Presidência nas eleições deste ano.

Ambas as decisões são da ministra Maria Claudia Bucchianeri, que atendeu a pedidos da coligação Brasil da Esperança, que apoia Lula.

##RECOMENDA##

Uma das publicações associava Lula ao irmão de Adélio Bispo, homem que esfaqueou o presidente Jair Bolsonaro, atual candidato à reeleição, durante a campanha de 2018. A outra postagem afirmava que o ex-presidente, se eleito, acabaria com serviços de entrega por aplicativo como iFood e Uber.

No primeiro caso, circulou pelas redes sociais Twitter, Facebook, Gettr e Kwai uma foto mostrando Lula ao lado de um homem que seria o irmão de Bispo. Contudo, trata-se do médico Marcos Heridijanio, que foi candidato a deputado federal pelo PT em 2018.

Conforme previsto nas normas eleitorais, Bucchianeri deu 24 horas para as plataformas removerem o conteúdo, que foi compartilhado por diversos perfis. A ministra ordenou que as empresas enviem ao TSE os dados de acesso e os IPs dos responsáveis pelos perfis em que a falsa informação foi publicada.

A ministra escreveu ser "claríssima a divulgação de fato manifestamente inverídico, com o deliberado propósito de induzir o eleitor a erro e de desconstruir a imagem de determinada candidatura”.

Na segunda decisão, Bucchianeri determinou a remoção de um post no qual o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirma que Lula acabaria com o iFood e a Uber, tendo como base declaração em que o ex-presidente criticou, em entrevista a uma rádio, os poucos direitos trabalhistas dos entregadores por aplicativo.

“Jamais houve qualquer afirmação no sentido de 'encerramento' dessas funções ou de proibição do trabalho por aplicativo, mas, apenas, a intenção de revestir tais postos de trabalho de mais direitos e garantias”, escreveu Bucchianeri após analisar a representação da defesa de Lula.

Nesse caso, a ministra afirmou haver “grave descontextualização discursiva que subverteu e desvirtuou por completo o conteúdo da mensagem divulgada”. Ela ordenou que Eduardo seja citado para apresentar defesa.

A Agência Brasil tenta contato com a defesa de Eduardo Bolsonaro.

Socorrido com urgência após sentir dores abdominais na madrugada desta segunda-feira (3), Jair Bolsonaro (PL) indicou que deve passar por mais uma cirurgia de desobstrução intestinal. Apesar da falta de exames conclusivos e do diagnóstico do médico pessoal, o presidente garantiu que a nova internação ainda é consequência da facada sofrida na campanha de 2018.

Bolsonaro deixou o Litoral de Santa Catarina, onde passava as férias com a família desde o dia 27, e deu entrada no Hospital Nova Star, na Zona Sul de São Paulo, por volta das 3h.

Ele conta que começou a sentir o desconforto após o almoço do domingo (3) e segue internado com sonda nasogástrica na espera do médico-cirurgião Antônio Luiz Macedo.

##RECOMENDA##

 O médico foi quem o operou após o atentado e teve que interromper a viagem as Bahamas para atender o presidente. A expectativa é que Macedo chego à unidade por volta das 15h.

Caso confirmada a necessidade da nova intervenção, será a quinta cirurgia relacionada ao atentado. De acordo com o boletim, seu quadro é estável e ainda não há previsão de alta.

[@#video#@]

O presidente Jair Bolsonaro mostrou otimismo com o andamento das investigações sobre Adélio Bispo, autor da facada sofrida pelo chefe do Executivo quando candidato, em setembro de 2018. "Agora vai", respondeu nesta sexta-feira (5) Bolsonaro a um apoiador em frente ao Palácio da Alvorada, quando questionado sobre o tema.

Na segunda-feira passada, a segunda seção do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), em Brasília, derrubou restrições que impediam a continuidade das investigações. A disputa judicial está na autorização, dada em primeira instância, cassada por liminar em segunda instância e agora restabelecida pelos desembargadores em colegiado, da quebra do sigilo bancário de Zanone Manuel de Oliveira Júnior, advogado de Adélio.

##RECOMENDA##

Com a decisão, o TRF-1 abre caminho de uma frente de apuração que visa concluir se o autor da facada agiu sozinho ou a mando de alguém. No entanto, a hipótese de um mandante por trás do atentado foi encerrada em maio do ano passado pelo delegado federal Rodrigo Morais. Ele concluiu que Adélio agiu sozinho e por motivos pessoais.

Horas antes do depoimento do ex-ministro Sergio Moro à Polícia Federal, o presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) chamou o ex-juiz de 'Judas', neste sábado (2). Na bíblia, 'Judas' é o apóstolo que traiu Jesus e o vendeu informações por 30 moedas de prata. Após anunciar sua saída do governo, Moro foi acusado de morosidade na apuração da facada desferida contra Bolsonaro nas eleições de 2018.

Por meio da sua conta oficial no Facebook, Bolsonaro compartilhou o vídeo de um youtuber defendendo que o autor da facada, Adélio Bispo de Oliveira, não agiu sozinho.

##RECOMENDA##

Na legenda, o presidente disparou: "os mandantes estão em Brasília? O Judas, que hoje deporá, interferiu para que não se investigasse? Nada farei que não esteja de acordo com a Constituição. Mas também NÃO ADMITIREI que façam contra MIM e ao nosso Brasil passando por cima da mesma Constituição", publicou.

[@#video#@]

O advogado Zanone Manuel de Oliveira Júnior, responsável pela defesa de Adélio Bispo de Oliveira, autor da facada contra o presidente Jair Bolsonaro, disse nesta quarta-feira, 2, que a tentativa de ressuscitar o caso de seu cliente é algo tardio pois o julgamento de Adélio já transitou em julgado, ou seja, esgotou todas as possibilidades de recurso.

Na semana passada Bolsonaro designou o advogado Frederik Wassef, que também defende o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) no caso das movimentações financeiras atípicas de seu ex-assessor Fabrício Queiroz, para ser assistente de acusação no caso.

##RECOMENDA##

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo o procurador-geral da República, Augusto Aras, disse que pretende buscar a "verdade real" sobre a facada e que "não parece crível" a conclusão da Polícia Federal de que Adélio agiu durante um surto.

"Pena que ele (Wassef) chegou tarde. Já transitou em julgado. O julgamento do Adélio acabou. Aquilo ali nunca mais. Talvez na próxima encarnação", disse Zanone.

Segundo o advogado, existe interesse político do presidente em manter o caso Adélio em evidência. "A participação do novo advogado é absolutamente legítima. A gente já percebeu que é politicamente conveniente que este assunto não morra", afirmou.

Para Wassef, Adélio é um "assassino profissional" que foi contratado para matar o então candidato a presidente. Nem ele nem Aras apresentaram indícios que justifiquem discordar das conclusões da Polícia Federal.

Em entrevista ao Estado, Wassef politizou o caso ao cobrar o mesmo destaque dado ao assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), morta a tiros em 2018 no Rio de Janeiro.

Em 2018, a PF concluiu que o autor da facada agiu sozinho. Segundo a Justiça Federal em Juiz de fora (MG), Adélio é inimputável por sofrer de distúrbios mentais. Bolsonaro e o Ministério Público Federal optaram por não recorrer da decisão. Dentro de três anos o autor da facada será submetido a nova perícia. Segundo o advogado, se for constatado que ele está são, Adélio pode ser libertado.

TRF-1

Nesta quarta-feira, 2, o Tribunal Regional Federal da 1.ª Região (TRF-1) formou maioria a favor do entendimento de que é competência do Supremo Tribunal Federal (STF) analisar a legalidade da operação contra o advogado Zanone Júnior, defensor de Adélio Bispo.

Zanone foi alvo de uma busca e apreensão da Polícia Federal, mas o material apreendido na operação não foi analisado por força de uma decisão liminar.

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) argumenta que a apreensão fere a prerrogativa profissional que garante sigilo entre advogado e cliente.

O caso levou Bolsonaro a fazer ataques contra o presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, alvo de insinuações do presidente sobre a morte de seu pai, Fernando Santa Cruz, desaparecido durante a ditadura militar depois de ser preso por agentes do DOI-CODI no Rio de Janeiro, em 1972.

Zanone acredita que seu celular já foi periciado - até porque a liminar em favor da OAB saiu semanas depois da apreensão do aparelho - e que ele próprio e sua família são alvo de investigações dos órgãos de segurança do governo. "Eles estão tentando ver se tem um mandante e é legítimo. Mas você acha que a PF, a Abin (Agência Brasileira de Inteligência), a inteligência do Exército não estão todo mundo me monitorando desde o primeiro dia, monitorando meus parentes, meu sigilo fiscal, meu sigilo sexual, tudo, até o útero da minha mãe?", disse o advogado.

Zanone disse que foi contratado por uma pessoa que ele não quer identificar para fazer a defesa de Adélio. Pessoas próximas desconfiam que o advogado, na verdade, decidiu entrar no caso por conta própria para aproveitar a visibilidade que o julgamento poderia lhe dar.

Segundo ele, o suposto contratante não entrou mais em contato. "Não tive mais acesso à pessoa que me contratou", afirmou.

A defesa de Jair Bolsonaro não recorreu da decisão da Justiça Federal que considerou inimputável o agressor do presidente, Adélio Bispo de Oliveira. Como o Ministério Público também não recorreu, a sentença transitou em julgado, ou seja, estão esgotados os prazos para recursos. Durante a campanha eleitoral de 2018, Bolsonaro recebeu uma facada de Adélio em um ato na cidade de Juiz de Fora (MG).

Em 14 de junho, data da publicação da sentença proferida pelo juiz Bruno Savino, o presidente afirmou que recorreria da decisão. À época, Bolsonaro afirmou que estava "tomando as providências jurídicas do que posso fazer para recorrer. Normalmente o MP (Ministério Público) pode recorrer também, vou entrar em contato com o meu advogado".

##RECOMENDA##

Em nota, a 3.ª Vara Federal da Justiça Federal em Juiz de Fora afirmou que "a sentença transitou em julgado". De acordo com o texto, "a sentença foi proferida em 14 de junho de 2019. O Ministério Público Federal foi intimado em 17 de junho de 2019 e não apresentou recurso. O Excelentíssimo Senhor Presidente da República, que atuou na ação penal como assistente da acusação, foi intimado em 28 de junho de 2019 e também não recorreu no prazo legal. Por último, a defesa de Adélio Bispo de Oliveira, intimada da sentença, renunciou ao prazo recursal em 12 de julho de 2019". Assim, diz a nota, "a sentença transitou em julgado em 12 de julho de 2019, não sendo mais cabível a interposição de qualquer recurso".

O escritório Moraes Pitombo, que atua na defesa do presidente Jair Bolsonaro, afirma ter mudado de posição quanto à decisão de recorrer da sentença do juiz Bruno Savino. "Os advogados do sr. presidente preferiram adotar nova estratégia jurídica, em razão da persecução penal evidenciar que o condenado se apresentou como instrumento, ou parte de uma engrenagem, para a prática do grave crime", diz o texto.

O advogado de Adélio Bispo, Zanone Oliveira, disse que o desfecho era esperado. "Prova científica, prova técnica, aí não tem como não. A gente entende de direito. De medicina sabem os psiquiatras, os psiquiatras forenses e os psicólogos. Ali é doença mental, é outro mundo. E os laudos não mentem. Agora é ir lá visitar o Adélio. Vamos lá depois de amanhã", afirmou.

Na sentença, o juiz absolveu Adélio Bispo depois de considerá-lo inimputável, ou seja, não poder ser condenado, por, no caso, ser portador de Transtorno Delirante Persistente, conforme apontaram laudos médicos. A absolvição, segundo o juiz Bruno Savino, ocorreu "impropriamente", em razão da inimputabilidade. Foi aplicada a Adélio Bispo, no entanto, medida de segurança que, no caso, é a internação do autor do atentado contra Bolsonaro "por tempo indeterminado, enquanto não for verificada a cessação da periculosidade, o que deve ser constatado por meio de perícia médica".

Adélio Bispo, com a sentença, deverá passar pela primeira avaliação psiquiátrica no prazo mínimo de três anos, "em razão das circunstâncias do atentado e da altíssima periculosidade do réu", conforme a sentença. À época ficou decidido ainda que Adélio Bispo permanecerá no Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande (MS), onde cumprirá a medida de segurança.

Adélio Bispo de Oliveira, autor do atentado contra o hoje presidente da República, Jair Bolsonaro, em Juiz de Fora, afirmou durante avaliação psiquiátrica que tentou assassinar o então candidato porque, se eleito, Bolsonaro "entregaria nossas riquezas ao FMI, aos maçons e à máfia italiana".

Para Adélio, de acordo com o que disse na avaliação, seriam mortos "os pobres, pretos, índios, quilombolas, homossexuais, só ficando os ricos maçons dominando as riquezas do Brasil". O autor do atentado, cometido à faca, na cidade mineira em 6 de setembro do ano passado, está preso em Campo Grande (MS).

##RECOMENDA##

Adélio Bispo disse ainda que, quando sair da prisão, vai "cumprir sua missão de matar Bolsonaro e também Michel Temer (ex-presidente da República), que também participaria do complô maçônico para conquistar as riquezas do Brasil".

As declarações constam na decisão do juiz Bruno Savino, da 3.ª Vara Federal de Juiz de Fora, que julgou inimputável (impossibilidade de ser condenado) o agressor de Bolsonaro por sofrer de Transtorno Delirante Persistente.

Em carta enviada à direção do presídio onde está, Adélio Bispo pede transferência para Montes Claros, Região Norte de Minas, onde já morou, "em razão daquele prédio ter sido construído com características da arquitetura maçônica, além do local estar impregnado de energia satânica".

A decisão reproduz trecho do laudo psiquiátrico de Adélio Bispo e como surgiu a doença. "O periciado é portador de Transtorno Delirante Persistente. A raiz da doença é genética, reforçada por vivência traumática na mais tenra infância. O periciado em nenhum momento citou qualquer relação afetiva. Da mesma forma, tanto no primeiro quanto no segundo (tempo pericial) não se referiu a nenhum amigo (...) Ou seja, apresenta uma total falta de capacidade de vinculação (...)".

O relatório diz ainda que o agressor de Bolsonaro em momento algum relatou qualquer relação com parentes. "Na curva vital do periciado vemos como e depois se manifesta essa personalidade paranoide, culminando na eclosão da doença. Não nos conta nada sobre irmãos, parentes, amigos, dando-nos a impressão de como não existissem. O que nos leva a concluir que já naquela época se tratava de um indivíduo isolado, com poucos relacionamentos, contatos com outras pessoas".

E, ainda, problemas no trabalho. "Começam a surgir com mais clareza as mudanças de emprego - 'não me adaptava, achavam que tinha que fazer de um jeito e eu achava que era de outro' (...) Sentindo-se sempre inferiorizado diante disso, pede demissão". Bispo teria passado por mais de 30 empregos em 20 anos, conforme consta na decisão.

A doença mental de Adélio Bispo, conforme relatada no posicionamento do juiz, se caracteriza pela "presença de delírios persistentes. Descrevendo complôs imaginários de entidades poderosas nos quais se vê enredado. Não é raro que acompanhe o indivíduo ao longo da vida". E que pessoas que convivem com quem tem a doença raramente percebem a intensidade da patologia e subestimam os riscos que ela pode apresentar".

O advogado de Adélio Bispo, Zanone Manuel de Oliveira, afirmou que todas as declarações de seu cliente condizem com o resultado do laudo pela inimputabilidade e a decisão do juiz. "No início, acharam que era lero-lero da defesa a alegação de problemas mentais de Adélio Bispo. Mas hoje está provado que não era", disse.

O porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, afirmou nesta sexta-feira (8), que não se pode admitir que não haja uma solução plausível para o atentado que o presidente Jair Bolsonaro sofreu durante a campanha eleitoral.

Nesta quinta (7), peritos indicados pela Justiça Federal atestaram, em laudo, que Adélio Bispo de Oliveira, que tentou matar o presidente em setembro do ano passado, sofre de doença mental. O documento pode levar Adélio a ser considerado inimputável perante a Justiça Criminal. As informações foram reveladas pelo G1 e confirmadas pelo jornal O Estado de S. Paulo.

##RECOMENDA##

Adélio está preso desde a tarde de 6 de setembro do ano passado, quando golpeou com uma faca o abdômen do então candidato à Presidência, em uma rua de Juiz de Fora (MG).

"Não poderíamos admitir que um candidato à Presidência seja esfaqueado em meio à multidão e nós não tenhamos efetivamente uma solução que seja plausível. Não estou dizendo que não seja plausível algum aspecto de insanidade mental, mas é preciso aprofundar isso", disse Rêgo Barros.

Apesar disso, o porta-voz afirmou que o presidente confia na Justiça e no trabalho desenvolvido pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal em relação às investigações.

"Naturalmente ainda há divergências em relação a esses laudos segundo os quais vocês próprios já iluminaram à sociedade e essas divergências vão ser consolidadas e alinhadas para que a decisão final assim se faça e a justiça, principalmente, se faça presente", disse Rêgo Barros.

Sobre as recentes polêmicas envolvendo as redes sociais de Bolsonaro, o porta-voz afirmou que ele é o único responsável pela conta do Twitter em seu nome. Rêgo Barros disse não saber se mais alguém tem acesso às senhas da rede social.

O presidente se envolveu em uma polêmica nesta semana por ter publicado em sua página um vídeo considerado como pornográfico, de dois homens em um bloco de carnaval de rua. Bolsonaro também publicou uma pergunta sobre o que seria "golden shower", uma prática sexual. Ele foi criticado duramente até mesmo por aliados pelos dois episódios.

Durante a campanha eleitoral, um de seus filhos, o vereador Carlos Bolsonaro, tinha acesso ao Twitter do presidente e era o responsável por várias das publicações.

Um dos filhos do candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL), fez um questionamento nesta semana por meio das redes sociais. “Quem mandou matar Jair Messias Bolsonaro?”, indagou. 

A indagação foi feita em uma publicação  na qual o deputado compartilhou um trecho de uma reportagem que diz que o agressor de Bolsonaro, Adélio Bispo, esteve na Câmara no mesmo dia que houve o ataque, no último dia 6 de setembro, em Juiz de Fora, Minas Gerais. 

##RECOMENDA##

Eduardo Bolsonaro destacou que “um lobo solitário” não age em quadrilha. “É claro que alguém forjou um registro de entrada do terrorista Adélio na Câmara para que ele tivesse esse álibi". 

Muitos internautas comentaram na postagem. “Tem que falar mais sobre isso. Está quieto demais, tem que descobrir antes da eleição”, escreveu um. “Isso só vamos saber quando Jair Bolsonaro for eleito o nosso presidente”, ressaltou outro. 

A Polícia Legislativa da Câmara dos Deputados abriu nesta quarta-feira, 19, uma investigação sigilosa para apurar se Adelio Bispo de Oliveira, preso após esfaquear o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), esteve na Casa no mesmo dia do atentado.

O parlamentar, candidato à Presidência, foi atacado em 6 de setembro quando fazia um ato de campanha em Juiz de Fora (MG). Em ofício encaminhado ao terceiro-secretário, deputado JHC (PSB-AL), a Polícia Legislativa informa que há dois registros de entrada de Adelio neste dia. A informação foi antecipada pelo site O Antagonista e confirmada pelo Estadão/Broadcast. O documento não diz, porém, quais seriam os horários em que o agressor teria entrado no Congresso. Adelio foi preso logo após a facada, que aconteceu no início da tarde.

##RECOMENDA##

O diretor da Polícia Legislativa, Paul Pierre Deeter, que assina o ofício, afirma no documento que, "considerando a impossibilidade de ter ocorrido o seu acesso às dependências da Câmara dos Deputados neste dia, e no intuito de se averiguar as circunstâncias nas quais se deram os supostos registros", o órgão abriu uma ocorrência policial para investigar o caso.

O diretor também ordenou que as informações sobre a investigação passem a ser classificadas como sigilosas porque o caso envolve "uma vulnerabilidade do sistema, cuja divulgação expõe a própria segurança dos parlamentares e da Casa Legislativa". Deeter encaminhou o caso para a Mesa Diretora da Câmara para que outras providências cabíveis sejam determinadas.

A Casa também identificou que Adelio esteve na Câmara em 6 de agosto de 2013, mas os gabinetes em que ele teria visitado ainda são desconhecidos.

Sanidade

A Justiça Federal em Juiz de Fora autorizou que um psiquiatra indicado pela defesa de Adelio faça uma avaliação da saúde mental do agressor confesso de Bolsonaro. O laudo do médico particular poderá servir para a defesa do pedreiro entrar com um novo pedido de "instauração de incidente de insanidade". Trata-se de um exame previsto no Código de Processo Penal. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Calado, muito reservado e de raras palavras. Essa é a impressão das poucas pessoas que conheceram Adélio Bispo de Oliveira, na pensão de número 295, da Rua Oswaldo Cruz, no centro de Juiz de Fora. O local, uma casa simples, escondida por uma árvore que cobre quase toda a fachada, não chama a atenção e destoa das outras residências e edifícios ao redor, todos de classe média alta.

Ele pagou adiantado R$ 400 por um dos melhores e maiores quartos da pensão. Alguns quartos são menores e custam a partir de R$ 290 a mensalidade. A comida é à parte e os moradores, a maioria trabalhadores do comércio ou aposentados, se vira como pode para se alimentar.

##RECOMENDA##

“Ele morava aqui há pouco tempo. Mas ele era muito calado. Não falava com ninguém. Saia, entrava, mas nunca falava com ninguém, nunca. Eu achava ele estranho. Não se comunicava com a gente. Disse que veio para cá para arrumar emprego. Só disse isso”, disse o ferroviário aposentado Uiraquitã Leite Moreira.

Quando ficou sabendo o que Adélio tinha feito, Uiraquitã admite que ficou com medo. “Assassino, eu fiquei até com medo. Foi um susto. O cara fazer isso, poderia pegar qualquer um de nós. Era meio doido. O mal, quando menos se espera, chega. E estava do meu lado, aqui dentro”, refletiu.

A presença do criminoso era tão discreta, que alguns moradores da pensão dizem que jamais o tinham visto. “Eu nunca o vi. Não sei quem é não! A minha porta dá direto para a rua. Quando eu fiquei sabendo do que tinha acontecido, pensei que ele também pudesse ter feito alguma coisa com a gente aqui. Dizem que ele não conversava com ninguém”, disse o também aposentado Evangelho dos Anjos Luiz.

Cansados de falar com a imprensa, que tem procurado a pensão em busca de informações desde o dia do atentado, alguns moradores saem às pressas e evitam entrevistas. Para falar com eles, só mesmo acompanhando ao longo do trajeto, caminhando sem parar.

“Eu não posso parar, pois estou atrasado. Fiquei muito surpreso com o que aconteceu. Ele estava na pensão só há duas semanas. Eu passei duas vezes por ele, cumprimentei, e ele só balançava a cabeça. Eu senti que tinha uma energia ruim nele. Era um cara fechado”, disse o garçom Sérgio, que preferiu não dar o sobrenome, enquanto descia a ladeira.

Sérgio contou que ouviu do dono da pensão, Ronaldo, que Adélio disse ser da igreja e que ira orar por sua esposa, que está com câncer. Embora a defesa de Adélio sustente que ele agiu sozinho, o garçom acredita ser mais provável que o vizinho tenha agido com outras pessoas.

“Acho que sozinho ele não agiu. Isso aí foi armado. O cara já sabia que o Bolsonaro vinha para cá e pegou um local perto do evento. É ruim, porque esta pensão é igual à nossa casa e agora fica muito visada”, lamentou Sérgio. A pensão fica a apenas a 1 km do local onde o candidato foi esfaqueado, onde se chega em pouco mais de 10 minutos de caminhada.

O dono da pensão foi ouvido pela Polícia Federal, que mandou lacrar o quarto de Adélio.

Para a advogada Cibele Romanel, vizinha da pensão e conhecida dos donos, a ação de Adélio também teve a ajuda de outras pessoas. “Eu fiquei bastante assustada. Você não espera que uma pessoa dessas esteja próxima. Ele podia ter pego a gente. Mas a minha opinião é que isso foi bem articulado. Você não faz uma coisa dessas sozinho. O cara sabia que o Bolsonaro ia vir aqui para o centro, procurou uma pensão do lado e pagou adiantado, muito estratégico. Essa tese que ele fez tudo sozinho não cola”, disse a advogada.

 

Acusado de ter atacado o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) à faca, Adélio Bispo de Oliveira agiu sozinho e por motivação política. Dentre os motivos estaria o "discurso de ódio" do deputado federal e candidato à Presidência. É o que sustenta a defesa do acusado, que nesta sexta-feira, 7, participou da audiência de custódia que definiu que Oliveira será transferido para um presídio federal.

"Ele (Adélio) salienta que agiu de forma solitária. Aquele dolo, aquela intenção, era só dele. Não estava mancomunado, não havia concurso de pessoas", disse o advogado Zanone Manoel de Oliveira Júnior, um dos quatro que defendem o acusado. Segundo Oliveira Júnior, o grupo aceitou defender Adélio "por questões de igreja e familiares".

##RECOMENDA##

Os advogados dizem que o enquadramento na Lei de Segurança Nacional e a transferência para um presídio federal foram corretos, mas afirmam que há "atenuantes" que deverão ser levados em conta ao longo do processo. Um deles seria uma possível condição de insanidade mental.

"Nós queremos analisar o estado da psique do nosso constituinte, mas nós já estamos numa situação 'confortável'. Nosso constituinte é confesso. Ele não nega autoria em momento algum e não traz qualquer partícipe, qualquer coautor para os acontecimentos", disse Oliveira Junior.

Segundo o advogado, até mesmo a motivação política do atentado serviria como atenuante. "A própria motivação política, o próprio discurso de ódio da vítima. Ele (Bolsonaro) trazia, até como meta de campanha... Nosso constituinte (Adélio) é negro, se considera um negro, e aquela declaração de que um negro não serviria sequer pra procriar atingiu de uma forma avassaladora a psique de nosso constituinte", afirmou o advogado Oliveira Júnior, citando fala de Jair Bolsonaro em palestra na Hebraica do Rio, em 2017. A declaração foi motivo de pedido de processo por parte da Procuradoria Geral da República.

"O discurso foi o combustível. Se tudo na vida existe uma causa, um porquê, esse discurso do candidato, da vítima, é que desencadeou essa atitude extremada do nosso cliente", insistiu o advogado.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando