Os projetos para o Rio Capibaribe foram tema de uma audiência pública na manhã desta quarta-feira (28) no auditório do 6º andar do anexo ao Palácio Joaquim Nabuco. O presidente da Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco (Alepe), José Humberto Cavalcanti (PTB), o deputado Daniel Coelho (PSDB), representantes da ONG Recapibaribe e alunos de escolas do Recife contribuíram para o debate.
Na ocasião a assessora técnica da Secretaria das Cidades, Maria de Lourdes Campos, apresentou o projeto de Navegabilidade dos rios Capibaribe e Beberibe, que contará com três corredores pluviais no Recife. De acordo com Maria de Lourdes, os corredores Oeste (Centro/BR-101) e Norte (Centro/Olinda) serão os primeiros a serem implantados. Para o corredor Sul ainda se espera pela verba. “Nós estamos aguardando o resultado do estudo ambiental, que deve sair amanhã. Depois disso ainda teremos seis meses para que o licenciamento ambiental seja concedido, passado esse período é que podemos começar o processo de licitação.”, explicou. A assessora ainda afirmou que a previsão é que as obras comecem em maio de 2013 e sejam concluídas em 2014. O projeto terá um total de 11 embarcações, que estarão aptas a transportar pessoas portadoras de deficiência. O investimento total previsto é de R$20 milhões.
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Já a diretora de gestão de Recursos Hídricos, Marisa Figueroa, fez uma explanação sobre o Plano Hidroambiental (PHA) da Bacia do Capibaribe. No entanto - o plano que consiste em 24 grandes projetos contemplando obras de saneamento, tratamento de resíduos e criação de unidade de conservação – tem prazo para execução completa de 15 anos. O orçamento previsto é de R$ 250 milhões, mas até o momento apenas R$ 15 milhões foram liberados – que devem ser aplicados até o final de 2011 pelo governo do Estado. A previsão é que algumas obras sejam iniciadas em 2013.
Marisa Figueroa também explicou o Plano de Sustentabilidade Hídrica de Pernambuco (PSH)- que tem foco principal na revitalização da Bacia do Capibaribe através de recursos de saneamento básico, além de recuperar a vegetação ribeirinha e o melhor aproveitamento na distribuição de água. O investimento total é de quase R$ 325 milhões, financiados pelo Banco Mundial. Por último o Projeto Capibaribe Melhor que tem como objetivo proporcionar condições para a dinamização urbana e sócio-econômica dos habitantes do trecho da bacia do rio Capibaribe, entre a BR-101 e avenida Agamenon Magalhães. O projeto deverá ser desenvolvido ao longo de cinco anos e envolve recursos da ordem de R$ 46,8 milhões de dólares, financiados pelo Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento – BIRD.
Para o presidente do movimento Recapabaribe, André Catanhede, o rio Capibaribe precisa de projetos que atenuem os danos causados pelo esgoto e lixo despejado no Rio. “Desde 1994, quando fundei o Recapibaribe, ouço falar que daqui a 20 anos as pessoas poderão nadar no Capibaribe, mas não vejo nada ser feito para que isso aconteça. Precisamos de projetos para que não tenha mais esgoto ou lixo no rio, nada”, enfatizou. O deputado Daniel Coelho, ressaltou a importância dos projetos apresentados serem executados. “O projeto de navegabilidade foi apresentado pela primeira vez em 1991 por Joaquim Francisco. Se passaram 20 anos e nada saiu do papel”, cobrou.
Além dos projetos de revitalização da bacia hidrográfica do Capibaribe - que tem 240 quilômetros de extensão, 74 afluentes e atravessa 42 municípios, todos eles com saneamento incompleto- é necessário que existam campanhas educativas, conforme disse o aluno do oitavo ano de uma escola particular do Recife, Heitor Espineli, 13. “É importante que a sociedade tenha consciência de que também tem o papel de cuidar do Rio. Não adianta o Capibaribe ser revitalizado e a população não cuidar dele”, advertiu.