Tópicos | ambiente

A Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) informou que 23 pontos dos 31 monitorados na orla de Fortaleza estão próprios para banho. O resultado é fruto de análises de água realizadas no período de 27 de setembro a 24 de outubro pela Gerência de Análise e Monitoramento (Geamo).

A Semace disse que segue a Resolução 274 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), a qual diz que nas últimas cinco coletas o número de coliformes termotolerantes não pode ultrapassar 1000 para cada 100 mililitros de água. O trabalho é realizado semanalmente na capital cearense.

##RECOMENDA##

Foi preso por crime ambiental hoje um homem 49 anos responsável pelo areal na divisa dos municípios de Nova Iguaçu e Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro. O suspeito foi preso por policiais da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) durante uma operação na reserva biológica do Tinguá.

Após análise da documentação apresentada pelo proprietário foi constatado que as licenças concedidas pelo Departamento Nacional de Recursos Minerais e pela Prefeitura de Duque de Caxias estavam vencidas. O responsável não havia pedido a renovação da licença de operação concedida pelo Instituto Estadual de Ambiente (INEA). O homem foi preso e autuado pela prática de crime ambiental e usurpação de matéria prima da União.

##RECOMENDA##

A Polícia Civil de Pernambuco arrombou no início da noite de hoje em Caruaru um galpão repleto de material semelhante ao lixo hospitalar encontrado em dois contêineres interceptados na semana passada pela Receita Federal no Porto de Suape - lençóis sujos e outros materiais descartados por hospitais norte-americanos.

O galpão tem o mesmo nome fantasia - Império do Forro de Bolso - da empresa Na intimidade Ltda que está sendo investigada por importação de lixo hospitalar dos Estados Unidos, mas o CNPJ difere. O delegado regional de Caruaru, Erick Lessa, estimava, em princípio, uma apreensão de cerca de 15 toneladas de lençóis, em um galpão de 1,2 mil metros. A ação decorreu de denúncia da Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa). A pedido do órgão, a polícia conseguiu um mandado de busca e apreensão para invadir o local, que estava fechado.

##RECOMENDA##

O gerente da Apevisa, Jaime Brito, iria avaliar o produto e separar parte do material para ser analisado pelo Instituto de Criminalística (IC). Na manhã de hoje, a Apevisa havia encaminhado para o IC cerca de 30 quilos de lençóis de pelo menos 15 hospitais norte-americanos apreendidos em Santa Cruz do Capibaribe e em Toritama. Em Santa Cruz do Capibaribe fica a matriz da Império do Forro de Bolso. A filial se localiza em Toritama.

O Ministério Público Federal de Pernambuco (MPF-PE) deve investigar o caso dos contêineres vindos dos Estados Unidos com lixo hospitalar, no Porto de Suape, no município de Ipojuca. A Receita Federal protocolou uma representação no início da tarde de hoje que será distribuída provavelmente na segunda-feira, 17, a um dos procuradores locais. O procurador pode instaurar um inquérito ou um procedimento administrativo para investigar a importação de lixo hospitalar.

Duas cargas foram apreendidas até o momento. Na terça-feira, 11, foi encontrado primeiro contêiner, com 23 toneladas de lençóis sujos, seringas, luvas usadas e cateteres. O segundo, na quinta-feira, 13, com o mesmo peso, continha lençóis, fronhas, toalhas de banho, batas, pijamas e roupas de bebê com identificação de vários hospitais norte-americanos.

##RECOMENDA##

Os materiais embarcaram no Porto de Charleston, na Carolina do Sul, e foram importados por uma empresa de Santa Cruz do Capibaribe, município do polo têxtil pernambucano, no agreste. A documentação das cargas dos dois contêineres apreendidos indicava se tratar de "tecido de algodão com defeito". Ainda não foi decidido se o lixo será devolvido aos EUA ou se será destruído.

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse hoje não temer qualquer investigação em sua pasta ou em órgãos ligados ao MMA. "Se o PSDB quer informações, não tenho nenhum problema em dar", disse. "Tenho informações, inclusive, do governo passado", continuou, referindo-se claramente ao mandato do então presidente tucano Fernando Henrique Cardoso, e não do antecessor de Dilma Rousseff, Luiz Inácio Lula da Silva.

No início desta semana, o PSDB disse que vai protocolar na Procuradoria Geral da República uma representação contra a ministra e o presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, Rômulo Barreto Mello. A razão é o aumento de 127% no desmatamento de áreas protegidas nos últimos 10 anos.

##RECOMENDA##

"Não tenho informação sobre isso. Se procurada, tornarei disponível todas as informações sobre área protegidas no Brasil", disse. "Mas é bom lembrar que não somos nós que provocamos o desmatamento ilegal na Amazônia", acrescentou.

Apelo

Aproveitando a oportunidade, Izabella fez um apelo para que o Congresso aprove um projeto de lei que, entre outros pontos, cria mil novas vagas para fiscalização e proteção ambiental, das quais 500 seriam destinadas ao Instituto Chico Mendes. "Sabemos que precisamos de mais fiscais e a abertura de mil vagas está parada no Congresso". A ministra enfatizou que, apesar dos cortes promovidos por todos os ministérios, sua pasta conseguiu preservar o orçamento voltado à fiscalização.

Estudo sobre a legislação de um grupo de 11 países mostra que não é apenas o Brasil que impõe restrições ao corte de florestas em propriedades privadas.

Durante o debate da reforma do Código Florestal no Congresso, a presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu (PSD-TO), disse que a exigência de os proprietários rurais preservarem a vegetação nativa em parcela de 20% a 80% de seus imóveis era como jabuticaba, ou seja, um fruto que só existiria aqui.

##RECOMENDA##

O estudo, feito numa parceria entre o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) e uma instituição ligada à Universidade de Oxford, na Inglaterra, é uma resposta à provocação da senadora. "Nosso código está longe de ser uma jabuticaba. Há muitas outras nações com leis igualmente rígidas de proteção florestal", diz trecho da nota técnica divulgada hoje.

O estudo mostra que países como China, Japão, Alemanha, França, Holanda, Polônia, Grã-Bretanha e Suécia aumentaram a cobertura florestal nos últimos 60 anos, como parte do processo de desenvolvimento. A exceção no grupo de países selecionados é a Indonésia, que viu a cobertura florestal despencar de 84% para 52% do território desde 1950.

O trajetória da Indonésia se assemelha à do Brasil. O país tem atualmente 56% da cobertura florestal mantida, de acordo com os critérios usados pela FAO, a organização das Nações Unidas para agricultura e alimentação. No início dos anos 50, o Brasil ainda tinha 90% do território com florestas, considerada também a cobertura vegetal nativa do Cerrado.

"Os 56% de cobertura florestal remanescente no País seriam o fundo do poço. O perigo do debate do Código Florestal é cavar ainda mais esse buraco e chegarmos a 2020 com menos de 50% do território preservado", avaliou o pesquisador Adalberto Veríssimo, que coordenou a pesquisa do Imazon e de Oxford.

Meta - A redução do desmatamento é o principal compromisso assumido pelo Brasil para combater as emissões de gases de efeito estufa, responsáveis pelo aquecimento global. Lei promulgada em 2009 determina a redução de 80% do ritmo de desmatamento na Amazônia e de 40% no Cerrado, até 2020.

Na maioria dos países pesquisados, o corte de florestas depende de uma permissão prévia do governo e de uma compensação. No Japão, que registra a o maior porcentual de florestas (69%), o abate de árvores só é admitido em situações excepcionais. Também há incentivos ao reflorestamento.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Brasil ocupa apenas a 21ª posição no ranking mundial de energia eólica, mas já toma cuidados para evitar um dos mais sensíveis impactos ambientais produzidos pelas hélices gigantes dos aerogeradores: a morte de pássaros.

A instalação desses equipamentos no País exige estudo de avifauna e, mesmo com o vento favorável, as hélices não são colocadas em rotas migratórias de aves. Os Estados Unidos, o segundo no ranking atrás apenas da China, não tomaram o mesmo cuidado e agora veem as pás como ameaça a um de seus principais símbolos, a imponente águia dourada americana.

##RECOMENDA##

De acordo com o vice-presidente da Associação Brasileira das Empresas de Energia Renovável (ABEER), engenheiro José Tadeu Matheus, como a entrada do Brasil no mercado mundial eólico é relativamente recente, o País incorporou as tecnologias mais modernas para evitar impactos ambientais.

"As pás das nossas centrais têm grandes dimensões, mas o giro é lento e elas são percebidas pelos animais voadores. Os pássaros batem naquilo que não conseguem ver." Além disso, as empresas brasileiras adotam torres de sustentação compactas de aço ou concreto, sem pontos de apoio para a construção de ninhos.

O parque eólico brasileiro é composto por 56 centrais com potência total de 1,08 gigawatts - menos de 10% da geração de usina de Itaipu. São cerca de 500 torres, sendo que as maiores têm 108 metros de altura e o giro das pás cobre um diâmetro de 82 metros.

As usinas se concentram no litoral do Nordeste e, em quantidade menor, nos três Estados da região Sul - Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. "Para instalar a central eólica, é preciso obter as licenças dos órgãos ambientais do Estado ou da União, conforme o local. Uma das exigências é o estudo da avifauna com o monitoramento das correntes migratórias", disse.

De acordo com Matheus, pesquisas internacionais indicam que a colisão com as pás eólicas estão entre as menores causas de mortandade de pássaros.

"Visitei a maioria das centrais brasileiras e não constatei um caso sequer de acidente com aves." Ele disse que o tema já suscitou discussões no governo brasileiro. Na preparação de um dos leilões de energia eólica, o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, lembrou a necessidade de cuidados para evitar a morte de pássaros.

"Na ocasião, eu apresentei ao ministro um estudo publicado pelo professor João Tavares Pinho, da Universidade Federal do Pará, mostrando que esse impacto é baixíssimo."

Com fechamento decretado para agosto de 2014, os lixões ainda serão um problema para as autoridades, que deverão se mobilizar para recuperar as áreas contaminadas até 2027, prevê o Plano Nacional de Resíduos Sólidos. O texto do plano, obtido com exclusividade pela reportagem, estabelece, entre outras metas, a redução de 70% da quantidade de lixo seco reciclável (papel, vidro, plástico) enviada a aterros sanitários até 2015 e a manutenção a curto prazo do atual patamar de geração diária de resíduos sólidos urbanos - de 1,1 kg por habitante. O plano será colocado para consulta pública nesta semana no site do Ministério do Meio Ambiente (www.mma.gov.br).

Sancionada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva em agosto de 2010, a Política Nacional de Resíduos Sólidos determina o fim dos lixões, fixa planos de gestão dos resíduos sólidos e incentiva linhas de financiamento para cooperativas. O plano nacional, elaborado pelo Ministério do Meio Ambiente com o apoio do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e acompanhado por um comitê interministerial que reúne 12 pastas, integra essa política.

##RECOMENDA##

O documento lança metas que devem ser cumpridas mediante esforço dos três entes federados (União, Estados e municípios) e será discutido em cinco audiências públicas regionais e em outra em Brasília, no final do ano.

"Os objetivos dizem respeito ao governo federal, aos Estados, aos municípios e aos consumidores. Precisamos de um esforço conjunto", afirma o secretário de recursos hídricos e ambiente urbano, Nabil Bonduki. "Estou otimista porque a lei está pegando. A consulta pública é um período de aperfeiçoamento das informações", disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Sindicado da Indústria da Construção Civil (SINDUSCON-PE), promove encontro entre advogados, engenheiros e arquitetos do ramo da construção civil. O evento será realizado no auditório da entidade, na Rua Marques Amorim, 136 – Boa Vista, nesta quarta-feira (17) das 09h às 17h.

O Fórum acontece todo ano, é idealizado e coordenado pelo empresário José Renildo Guedes e o engenheiro Serapião Bispo Ferreira. A pauta apresentada nesta edição trata da nova NBR 15574 que trata dos recipientes plásticos, além da educação ambiental, com conceitos e práticas mais sustentáveis e que contemplem as dimensões social, econômica e ambiental da cadeia produtiva da indústria da construção civil, contribuindo para diminuir os impactos causados com a geração de resíduos.

##RECOMENDA##

Segundo o SINDUSCON-PE, a expectativa é grande para o quarto seminário, nos últimos três foram mais de 220 participantes. 

 

 

Confira a programação:

8:30 Credenciamento

9:00 Abertura com o presidente SINDUSCO-PE Gustavo Alberto Concentino de Miranda

9:15 Apresentação do fórum de construção Civil

        Palestrantes: Eng. Serapião Bispo Ferreira (SINDUSCO-PE)

                             Eng. José Renildo Guedes dos Anjos (SINDUSCO-PE)

9:30Tema 1: Concepção de Projetos Atendendo a Norma de desempenho NBR1575

10:30 Coffee Break 

10:45  Tema 2: Ciclo de vida dos matérias 

11:45 Tema 3: Desempenho técnico do sistema construtivo em atendimento para NBR 15575      

12:30 Intervalo para o almoço (Livre)

14:00 Tema 3:  Programa da Caixa Econômica Federal Selo Casa Azul

15:00 Tema 4: Modelo de empresa na NBR 15575

16:00 Coffee Break

16:15 Tema 5: Desempenho do fórum Pernambuco construção  sustentável para sustentabilidade do setor.

17:00 Encerramento

 

Mais informações:

SINDUSCON/PE: Rua Marques Amorim, 136 – Boa Vista (Em frente à defensoria pública de Pernambuco).

Telefone: (81) 2127-0600.

O projeto de lei que institui o novo Código Florestal deve ser votado e aprovado no Senado até o fim de outubro, de acordo com a senadora Katia Abreu (sem partido-TO). O texto aprovado na Câmara, disse, não possui qualquer ponto que impeça uma tramitação mais ágil. "Penso que no próximo dia 24 o Código deverá ser votado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Até o fim de outubro deveremos enviá-lo para a Câmara dos Deputados. Acredito que será aprovado por grande maioria (no Senado) e que a votação da Câmara deverá se repetir", afirmou, após participar do Ciclo de Debates sobre o Código Florestal, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

A senadora enfatizou que não há predisposição do Senado em votar contra o governo. "O Senado tem pessoas experientes, ex-governadores, ex-presidentes, ex-ministros, e tem todo o direito de debater e querer entender as matérias, fazer alguma alteração", afirmou. "O que precisa ficar claro é que não existe predisposição dos senadores em derrotar o governo. Para nós, não é interessante que isso aconteça. Queremos sair do Senado com uma grande maioria de votos, num grande consenso em que o governo também possa ser partícipe".

##RECOMENDA##

Katia Abreu não acredita que a presidenta Dilma Rousseff vete o projeto se ele for aprovado nas mesmas condições votadas na Câmara. "Tenho certeza de que ela terá maturidade. Teremos a maturidade de aprovar uma legislação que seja boa para o Brasil. Vamos trabalhar pelo consenso", afirmou.

A senadora negou que o Código Florestal tenha anistiado os produtores rurais que desmataram áreas de preservação. "Não há anistia no projeto. Anistia é algo que não tem condicionantes, perdoar uma multa sem ter que fazer nada, não é assim. As multas serão apenas suspensas e, caso o agricultor corrija os erros cometidos, as multas se transformarão em serviços ambientais", afirmou. "O objetivo não é fazendário, o meio ambiente não é lugar de arrecadar dinheiro. Portanto, se o agricultor está corrigindo o erro, qual o sentido da multa?", questionou. "A permanência da multa seria um castigo, e nós, como país democrático que somos, não temos esse objetivo. Não é Receita Federal, não é Secretaria de Fazenda para arrecadar dinheiro pura e simplesmente".

Defesa

A senadora defendeu ainda que o parágrafo 33 do Código, que remete para a União e os Estados legislar sobre a questão ambiental, seja regulamentado por lei. "Nós não queremos mais viver na ditadura do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) ou do Ministério do Meio Ambiente, que foi capturado pelas organizações não governamentais (ONGs)", afirmou. "Queremos que todo o debate ambiental seja discutido no Congresso Nacional. Então, qualquer regulamentação deve ser feita em lei, e não por uma caneta só, na escuridão sem que a sociedade conheça".

O deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), relator do Código na Câmara, acredita que o projeto será aprovado no Senado até o fim deste ano. "No Senado, eu creio que os relatores já têm o trabalho adiantado. Conversei com os líderes Luiz Henrique (PMDB-SC) e Jorge Viana (PT-AC), e eles me garantiram que partiriam do relatório aprovado na Câmara e naturalmente vão procurar aperfeiçoar um dispositivo ou outro, mas sou otimista quanto à aprovação", afirmou.

"O prazo foi dado pela própria presidente Dilma ao assinar aquele decreto da anistia suspendendo as multas até dezembro. Se ela assinou até dezembro, é porque tem a expectativa de que até lá haja uma norma permanente e que não precise mais de um decreto". Na avaliação dele, o texto poderá ser aprovado na Câmara rapidamente. "A Câmara já fez todo o debate, a Câmara precisa apenas receber o texto do Senado, votar se for alterado e aí o texto vai à sanção da presidente da República", disse.

Para Aldo, o Código será aprovado pela grande maioria dos senadores e não deverá ter sua votação prejudicada com a crise entre governo e a base aliada, que ameaça não votar mais nenhum projeto caso as emendas parlamentares não sejam liberadas. "Eu não creio porque esse Código só foi votado com uma grande maioria exatamente pela capacidade de reunir em seu apoio a base do governo e a oposição", afirmou. "Foram 410 votos. Foi a vontade do Congresso, não é uma matéria do Executivo, da base ou da oposição, é de interesse da população e da sociedade, de preservar o meio ambiente e a produção de alimentos, sem renunciar a nenhuma delas".

Qual o melhor tipo de sacola? Depende. Essa é a conclusão de um estudo brasileiro sobre a produção, o consumo e o descarte de sacolas no País. Após a restrição à distribuição pelo comércio de sacolinhas plásticas em várias cidades, como Belo Horizonte e Jundiaí (SP), esse estudo livra as sacolas do rótulo de vilãs ambientais e afirma que a eficiência de cada tipo delas depende do hábito de cada consumidor.

Quanto mais vezes o consumidor joga fora o lixo de casa, mais indicadas são as sacolas descartáveis, porque podem ser reutilizadas nesse descarte. Já as sacolas retornáveis são indicadas para quem costuma ir muitas vezes ao supermercado, porque aí também podem reutilizar mais as sacolas, sugere o estudo. "Não há uma verdade absoluta. A pertinência depende dos cenários", diz Emiliano Graziano, gerente de ecoeficiência do Espaço Eco, instituição responsável pelo estudo encomendado pela petroquímica Braskem, produtora de resinas plásticas.

##RECOMENDA##

A explicação para essa "flexibilidade" está na comparação entre as características dos diferentes modelos de sacola (quantas vezes é utilizada, capacidade de carga, custo, nível de reciclagem, etc) e os impactos gerados ao longo do seu ciclo de vida (consumo de energia e matéria-prima na produção, emissões de poluentes, nível tóxico em aterros, etc). Essa comparação aponta o custo-benefício da sacola em razão de seus danos ambientais.

Na conta dos pesquisadores, as sacolas descartáveis são vantajosas em um cenário considerado de poucas compras (até duas idas ao supermercado por semana). Já em situações de mais compras (mais de três visitas semanais ao supermercado), as sacolas descartáveis só seriam vantajosas se usadas no descarte de lixo ao menos três vezes por semana.

"O plástico não é o grande vilão, sob a análise do ciclo de vida", diz Emiliano. "Há oportunidades em que as sacolas plásticas são mais ecoeficientes no transporte das compras para casa. E há ocasiões em que é melhor usar as retornáveis", acrescenta.

A pesquisa leva em conta oito tipos de sacolas disponíveis no mercado brasileiro, sendo três descartáveis (polietileno tradicional, polietileno de cana-de-açúcar e a aquelas com aditivo biodegradável) e quatro retornáveis (plástico duro, papel, ráfia, tecido e TNT). De todas elas, apenas as de papel não se mostraram vantajosas em relação às demais em nenhum tipo de cenário. O motivo é a baixa capacidade de carga, reúso e reciclagem do papel.

Outro desempenho ruim foi verificado entre as sacolas de tecido, que não apresentaram vantagem significativa em relação aos demais modelos retornáveis. Segundo Graziano, a explicação está no elevado consumo de energia elétrica durante sua produção e na quantidade de terras usadas no plantio do algodão. "O ciclo de vida envolve uma série de fatores, mas esses são os principais", explica.

Políticas públicas

O presidente do Instituto Akatu de Consumo Consciente, Hélio Matar, admite que houve equívoco das cidades que restringiram a distribuição de sacolas pelo comércio varejista, mas afasta a ideia de que houve radicalismos de "ecochatos". "As informações sobre o ciclo de vida das sacolas são insuficientes tanto no Brasil quanto em outros países", afirma. "Mas não considero que houve radicalismo. Essas políticas vieram na defesa de interesses públicos, como problemas de enchentes, poluição visual e danos ambientais". Na sua opinião, o ideal seria reverter essas políticas para a educação, ajudando consumidores a diferenciar as situações em que cada tipo de sacola é a mais adequada.

Ele faz a ressalva, porém, de que a tendência é que as sacolas descartáveis sejam aposentadas em um "futuro sustentável". "Não dá para gastar água, energia e matérias-primas em um produto que depois será jogado no lixo. Esses recursos são limitados e o ideal é investir em bens mais duráveis", pondera.

Um ano após a sanção da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), o governo prepara para os próximos meses a definição dos processos de coleta de embalagens de óleo lubrificante e lâmpadas fluorescentes. A previsão é de que o fechamento do acordo setorial permita que o processo de logística reversa desses produtos - ou seja, a sua devolução aos fabricantes - já deslanche no ano que vem no País.

Com a proibição de lixões, fixação de planos pelas três esferas governamentais e incentivo a linhas de financiamento para cooperativas, a PNRS prevê mudanças na forma como a sociedade lida com resíduos. A regulamentação da lei estabelece de advertência a multa de R$ 50 a R$ 500 para quem não separar o lixo seco do úmido.

##RECOMENDA##

Dos cinco grupos de trabalho montados para discutir logística reversa, as lâmpadas e embalagens de óleo lubrificante são os que estão com os trabalhos mais adiantados. "Você não anda 20 quilômetros sem andar antes os primeiros 100 metros", diz o secretário de recursos hídricos e ambiente urbano, Nabil Bonduki. "O objetivo não é criar ameaças, é trabalhar com a conscientização da prefeitura, do consumidor, do industrial. Não vou falar ao prefeito: ‘Ou você termina o lixão ou vai incorrer em crime ambiental.’ Ele tem de entender que aquilo é importante."

Mesmo sem a definição do acordo setorial (que deve fornecer as diretrizes da logística reversa de cada produto), os setores de lâmpadas e embalagens de óleo possuem iniciativas bem-sucedidas de coleta. Uma delas, o Jogue Limpo, recolhe embalagens de lubrificantes desde 2007. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando