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O presidente da Associação de Pescadores de Campo Grande, Litoral Norte do Espírito Santo, Adeci de Sena, denunciou hoje um vazamento no Terminal Norte Capixaba da Transpetro, subsidiária da Petrobras, no norte do Espírito Santo ocorrido ontem. Segundo ele, o vazamento atingiu a areia da Praia de Campo Grande, no município de Linhares. Em nota, a Transpetro confirmou o acidente.

"Foi detectado um filete de água oleosa nas proximidades da monoboia do Terminal Norte Capixaba, durante operação de manutenção", informou a companhia. Segundo a Transpetro, o vazamento aconteceu em uma área cercada por barreiras de contenção e, por isso, os vestígios de água oleosa foram rapidamente absorvidos. A companhia revelou ainda que comunicou o acidente ao órgão ambiental na manhã de hoje.

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O presidente da associação conta que barqueiros viram manchas de óleo no mar e uma grande movimentação de helicópteros e barcos na plataforma desde quarta-feira, quando aconteceu o vazamento. O terminal está localizado a 3 km da costa. Apesar de técnicos do terminal terem informado à associação que o vazamento foi de pequena proporção, o presidente se mostrou irritado com a falta de orientações da estatal.

"Os pescadores levam seis horas para trazer a pesca que conseguiram em no máximo duas horas para evitar a área contaminada por óleo. O problema da Transpetro é não sentar com os pescadores para explicar o que vai fazer sobre vazamento. Nós dependemos da pesca para sobreviver", afirmou Adeci. A filha dele, Kelly Ramalho de Sena, de 20 anos, disse que hoje as manchas de óleo chegaram à areia e que funcionários de empresas terceirizadas da estatal executavam a limpeza.

Já o advogado dos pescadores, Maurício Pellegrino, declarou que vai juntar as informações aos processos já existentes. Segundo ele, três ações coletivas por dano ambiental contra a Transpetro já estão em andamento na Justiça. "Ocorre um vazamento a cada seis meses. Desde 2005, quando iniciou a operação do TNC, os pescadores apanham 30% a menos de peixes", lamentou.

Na nota, a Transpetro informa que todas as suas operações "respeitam os mais rigorosos padrões de segurança e respeito ao meio ambiente."

A Chevron informou hoje que "está avaliando" a notificação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) sobre a multa de R$ 50 milhões pelo vazamento de óleo na Bacia de Campos. Procurada pela reportagem após a Procuradoria do Ibama no Rio ter apontado irregularidades na aplicação do auto de infração, a empresa acrescentou que "não discute publicamente a sua estratégia jurídica".

O parecer jurídico da Procuradoria foi desconsiderado pelo superintendente do Ibama no Rio, Adilson Gil, que manteve a penalidade. Anunciado pelo presidente do Ibama, Curt Trennepohl, o auto de infração contra a empresa americana foi lavrado no dia 21 de novembro, duas semanas após o início do vazamento.

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A decisão foi tomada antes da conclusão do laudo técnico que classificou o acidente na Bacia de Campos como "dano ambiental grave", assinado por técnicos do Ibama e da Marinha no dia 22 de novembro.

De acordo com o parecer jurídico, o fato de a multa ter sido aplicada um dia antes da realização do laudo ambiental torna sua validade passível de anulação.

A Chevron tem prazo de mais uma semana para apresentar sua defesa. Se optar pelo pagamento até o dia 15, sem contestação da multa, terá direito a um desconto de 30%.

A Agência Nacional de Petróleo (ANP) flagrou a Chevron produzindo clandestinamente gás sulfídrico (H2S) em um dos 11 poços que explora no Campo de Frade, na Bacia de Campos, litoral norte do Estado do Rio.

A revelação foi feita hoje pela diretora da ANP, Magda Chambriard. Ela disse que um processo foi aberto contra a empresa e está em fase de apresentação da defesa. No entanto, ela afirmou que a petroleira americana deveria ter comunicado à ANP a produção dessa substância, que ela definiu como "veneno para o trabalhador". "O procedimento normal é não ter o H2S escondido da ANP", afirmou.

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Satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registraram uma nova alta de desmatamento na Amazônia, nas proximidades das hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, em construção no rio Madeira. A movimentação das motosserras levou o Estado de Rondônia ao topo do ranking do desmatamento.

A informação foi divulgada hoje pelo instituto pouco antes de o Senado adiar em mais um dia a votação final da reforma do Código Florestal. À noite, o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) impediu a votação de um pedido de urgência para o projeto, que deverá entrar em pauta na quinta-feira. Uma nova concessão à produção de camarão em manguezais estava sendo acertada para garantir um acordo em plenário.

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Segundo a negociação, a produção de pescado e crustáceos passará a ser considerada atividade de interesse social e, como tal, permitida em Áreas de Preservação Permanente. A produção de camarão foi um dos principais lobbies na reta final do debate sobre as regras de proteção das florestas e demais tipos de vegetação nativa.

O desmatamento de outubro é o segundo maior do ano na Amazônia, depois de abril, quando o governo lançou um gabinete de crise para conter o novo avanço sobre a floresta. O diretor de combate do desmatamento do Ministério do Meio Ambiente, Mauro Pires, disse que os 90 quilômetros de floresta que desapareceram em Porto Velho estavam na área de influência das hidrelétricas do Madeira. "O aquecimento da economia local por conta das usinas fez aumentar o preço das terras e o desmatamento", disse.

Os satélites do Inpe registraram o corte de 385 quilômetros quadrados de floresta em outubro. Foram 132 quilômetros a mais do que no mês anterior. Neste ano, outubro só perde para abril, quando o desmatamento em áreas superiores a 25 hectares, detectado pelos satélites, alcançou 477 quilômetros quadrados.

A versão da reforma do Código Florestal que irá à votação provavelmente na quinta-feira não permite regularizar o desmatamento ilegal ocorrido depois de 22 de julho de 2008, data da primeira edição de decreto que regulamentava a lei de crimes ambientais. Mas o texto permite que proprietários de terras até 4 módulos fiscais (de 20 a 400 hectares, dependendo do município) não precisem recuperar a reserva legal, fatia do imóvel reservada à proteção da vegetação nativa, de 20% a 80%, de acordo com o bioma.

Esse ainda é um dos pontos mais criticados por ambientalistas, que levaram ao Palácio do Planalto hoje 1,5 milhão de assinaturas contrárias à anistia a desmatadores, a desproteção de áreas próximas a rios e a novos desmatamentos. Cerca de 200 crianças levaram balões verdes biodegradáveis para a manifestação. O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria Geral) indicou que a presidente Dilma Rousseff honrará a palavra de vetar dispositivos que permitam o aumento do desmatamento.

Segundo avaliação da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a reforma do Código Florestal deve ser aprovada sem maior oposição no Senado. "O que gostaríamos de aprovar era a consolidação da produção em Áreas de Preservação Permanente, mas a recuperação parcial das APPs acabou se impondo", disse Assuero Veronez, presidente da comissão de meio ambiente da CNA.

Uma ação do PSOL atropelou acordo firmado entre governistas, DEM e PSDB no Senado, cujos líderes haviam acertado votar o projeto de lei do código florestal amanhã. Hoje o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) impediu a votação do requerimento de urgência para a apreciação da matéria em plenário. Ele alegou que, pelo regimento da Casa, a votação só pode ocorrer um dia depois da leitura do pedido de urgência. Ou seja, o requerimento teria de ser lido ontem para viabilizar sua aprovação hoje. Como resultado, permanece o impasse em relação ao início da votação da matéria, que poderá ocorrer na próxima quinta-feira (1º) ou somente na semana que vem.

A senadora Marta Suplicy (PT-SP), que presidia hoje a sessão, procurou uma alternativa para viabilizar a leitura, mas desistiu após perceber que os líderes não tinham argumento para contestar o senador do PSOL. A dúvida agora é se o projeto poderá se votado na quinta-feira (1º), no mesmo dia de aprovação do requerimento de urgência, como defendem os líderes partidários, ou se terá de ser adiado para a próxima semana, como entende Randolfe Rodrigues. Ele alega que havendo a leitura do requerimento de urgência amanhã e votação do pedido no dia seguinte, o projeto do código só poderia entrar na pauta de votações em um outro dia.

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O PSOL é o único partido que se opõe aos termos da proposta do Código Florestal. "Temos divergências total ao texto do código e vamos fazer todo tipo de resistência para impedir sua votação", avisou Randolfe. Um dos motivos do desagrado alegado por ele é a crença de que o código institui o desmatamento no seu Estado, o Amapá, ao reduzir a reserva legal de floresta de 80% para 55%.

Movimentos sociais e entidades que se reuniram hoje com o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral), no Palácio do PLanalto, saíram do encontro confiantes de que a presidente Dilma Rousseff manterá o compromisso de campanha, quanto ao polêmico Código Florestal.

Em carta enviada ao PV após o primeiro turno das eleições do ano passado, na tentativa de conquistar o apoio de Marina Silva, Dilma disse expressar "acordo com o veto a propostas que reduzam áreas de reserva legal e preservação permanente, embora seja necessário inovar em relação à legislação em vigor". "Somos totalmente favoráveis ao veto à anistia para desmatadores", afirmou Dilma, na carta.

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"Uma das qualidades (de Dilma) é que aquilo que ela prometeu ela cumpre", assegurou Gilberto Carvalho, segundo relato do vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom José Belisário da Silva, que participou da reunião, no Planalto. "Reconhecemos alguns pontos positivos (no texto do Código Florestal), como a diferenciação já introduzida da agricultura familiar de outras formas de trabalhar a terra. Há muitas preocupações, uma delas a preocupação com a anistia dada a quem desmatou até 2008. A discussão do Código Florestal é um debate ético, antes de ser somente técnico e econômico", disse Belisário à imprensa, após a reunião.

Para a ex-senadora Marina Silva, que participou da audiência, o texto que tramita no Senado aumenta o desmatamento e reduz a proteção nas áreas de preservação permanente. "Ele (Gilberto Carvalho), obviamente, não podia dar garantias em nome da presidente, falou que há um estilo da presidente de manter os compromissos assumidos e nós entendemos isso como respaldando ao compromisso que ela assumiu no segundo turno", afirmou Marina.

Um grupo de ambientalistas, estudantes, artistas e representantes de entidades sociais se reuniu na manhã de hoje na Praça dos Três Poderes, em Brasília, para cobrar alterações no Código Florestal, que tramita no Senado. Entre as organizações envolvidas estão a CNBB, Greenpeace, WWF, Via Campesina e SOS Mata Atlântica.

Em junho, durante cerimônia no Palácio do Planalto, a presidente Dilma disse que "não negociaremos e não tergiversaremos com a questão do desmatamento". "Vamos cumprir os compromissos que assumimos e não permitiremos que haja uma volta atrás na roda da História", garantiu.

Governo e oposição concordaram em iniciar amanhã, no plenário do Senado, a votação do projeto de lei que institui o Código Florestal. A votação, em regime de urgência, deve se estender por mais dias porque ficaram pendentes as decisões sobre a retirada dos apicuns, parte dos manguezais onde é realizada a produção de camarões, das Áreas de Preservação Permanente (APPs), como querem senadores do Nordeste. Há ainda pendência sobre as atividades rurais em bacias hidrográficas.

Relatores da proposta e líderes partidários entregaram hoje ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), o texto aprovado em quatro comissões: Constituição e Justiça (CCJ), Ciência e Tecnologia (CCT), Agricultura (CA) e Meio Ambiente (CMA).

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O relator na CMA, senador Jorge Viana (PT-AC), disse que não se trata da proposta de seus sonhos mas, sim, "uma proposta boa para o Brasil". Ele negou a existência no texto de anistia para os desmatadores. "Eu não consigo enxergar anistia, mas entendimento para trazermos de volta as florestas", alegou. Segundo ele, trata-se de uma matéria suprapartidária, que atende aos interesses do País.

Já a líder do PSOL, senadora Marinor Brito (PA) criticou o que entende ser "a preponderância no código do interesse de grandes produtores e pecuaristas". "Gostaria de ver o código sem anistiar os desmatadores que têm acabado com as florestas do País", defendeu.

Os lideres do PSDB e do DEM, senadores Alvaro Dias (PR) e Demóstenes Torres (GO), obtiveram o compromisso do líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), de obter na próxima terça-feira a posição do Executivo com relação ao projeto de lei complementar que regulamenta a emenda 29, que define o porcentual mínimo de aplicação de recursos da União, Estados e municípios na saúde. O governo não concorda com a proposta, de iniciativa de seu aliado, o ex-senador e atual governador do Acre, Tião Viana, mas é possível que faça concessões para futuramente dar mais dinheiro ao setor, para não atrapalhar a votação da PEC da Desvinculação das Receitas da União (DRU).

O presidente da Chevron para a África e a América Latina, Ali Moshiri, espera que a Agência Nacional do Petróleo (ANP) reconsidere a punição imposta à empresa, que teve sua autorização para perfuração suspensa no Brasil. "Foi desnecessário. A Chevron está aqui desde 1915, em 35 anos de carreira (de Moshiri), 15 foram devotados a projetos no Brasil. A carta que chama a Chevron de negligente foi prematura", afirmou o iraniano, que diz ter sido "surpreendido" pelo órgão regulador. Ele e o presidente da unidade de negócios para a América Latina, Don Stelling, chegaram ao Brasil na terça-feira para contornar a crise.

Segundo Moshiri, a empresa não vai recorrer à Justiça, por acreditar que pode resolver problemas com "bons relacionamentos". "Consideramos que temos um bom relacionamento com o governo brasileiro, ou (com) quase todo ele", brincou.

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Moshiri afirmou que as causas do acidente ainda estão sob investigação e negou que a perfuração tenha invadido o campo de Roncador, operado pela Petrobras. Ele afirmou que é muito difícil fazer previsões geológicas à profundidade de 1.211 metros.

"A Chevron garante que tem tecnologia e peritos, mas sempre se trata de uma previsão." Ele lamentou a decisão da ANP de punir a empresa, tomada, segundo ele, sem que tenha havido "uma boa discussão técnica".

Moshiri lembrou que 11 poços já haviam sido perfurados com a mesma tecnologia. O plano inicial era perfurar mais cinco poços injetores, um poço produtor e um poço para o pré-sal.

Moshiri explicou que o poço onde houve o vazamento não é segurado. A empresa já havia investido 20 milhões de dólares na perfuração e vai gastar mais 25 milhões de dólares para encerrar as atividades dele. A segunda etapa da cimentação ainda está em estudos com a ANP.

A Chevron desenvolveu no Brasil um equipamento que será usado para coletar as pequenas gotas de óleo que ainda escapam das fissuras, no Campo de Frade. Dispositivo similar já foi usado no Golfo do México.

A Chevron investiu 2 bilhões de dólares no Brasil e tem planos de investir mais 3 bilhões de dólares nos próximos três anos, se a decisão da ANP for revista, segundo Moshiri.

A entrevista coletiva concedida pelo executivo transcorreu em um clima bem mais ameno do que as coletivas anteriores. Ele negou que a empresa tenha reagido com arrogância aos primeiros momentos após a constatação do vazamento. "A última coisa que se pode dizer sobre minha empresa é que é arrogante. Não somos. Com toda sinceridade, tentamos agir para resolver o problema. Transparência é importante, mas precisávamos ir atrás das informações corretas", disse.

Moshiri negou que a empresa tenha manipulado vídeos e omitido informações à ANP. O presidente da Chevron Brasil, George Buck, informou que houve uma dificuldade técnica para fazer o download com as imagens do acidente. "Tiramos fotografias que têm peso (eletrônico) menor para ser transmitida. Apresentamos toda a documentação às autoridades", afirmou.

O secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, afirmou hoje que a companhia petrolífera norte-americana Chevron será notificada na segunda-feira sobre a realização de uma auditoria "de padrão internacional" em todas suas instalações no litoral do Rio.

"Ela (a Chevron) vai pagar. Deve custar algo em torno de US$ 5 milhões", disse Minc. "Primeiro será a Chevron, depois serão todas as outras empresas (petrolíferas) que operam no Rio", acrescentou.

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O secretário disse que a exigência não é nova, está prevista em lei estadual e já foi feita a companhias brasileiras como a Petrobrás e a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). "Numa entrevista coletiva com a imprensa estrangeira dois dias atrás, me perguntaram se eu não estava dando muita dura porque a Chevron é americana. Eu disse que estão confundindo, que aqui não tem chavismo."

Minc também afirmou que na terça-feira a Procuradora Geral do Estado (PGE) vai ingressar com uma ação civil pública indenizatória contra a Chevron. "O teto mínimo é de R$ 100 milhões. Estamos reunindo dados da biologia marinha que foi afetada."

Proibida pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) de furar novos poços, a companhia petrolífera norte-americana Chevron está autorizada a manter a produção no Campo de Frade, de onde há pelo menos 17 dias vaza óleo no oceano.

A proibição da agência, por tempo indeterminado, está relacionada a novas perfurações. O campo produz 73 mil barris diários em Frade, localizada na Bacia de Campos, a cerca de 120 km do litoral norte do Estado do Rio de Janeiro. Como Frade é o único campo brasileiro em que a Chevron é operadora, na prática ela está proibida de furar poços em todo o País. A companhia explora Frade desde 2000.

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A companhia responsável pelo acidente ambiental também está proibida de participar da disputa por novos blocos exploratórios de óleo e gás até que resolva os problemas de segurança no poço que provocou o derramamento de petróleo. Diante do quadro atual do comércio de blocos exploratórios, essa proibição é inócua. O último leilão - a 10ª rodada de licitações - de blocos exploratórios ocorreu em 2008.

Prevista inicialmente para este ano, a 11ª rodada não aconteceu, para insatisfação das empresas petroleiras, interessadas em adquirir novas áreas com o objetivo de aumentar a carteira de explorações. Não há data para o novo leilão, que só incluirá blocos nas regiões Norte e Nordeste. Serão 174 blocos, do quais 87 terrestres e 87 marítimos, todos no pós-sal. O primeiro leilão exclusivo do pré-sal também não está marcado.

Outro veto da ANP à Chevron trata da impossibilidade de comprar blocos, total ou parcialmente, adquiridos em leilões passados por outras empresas. Prática comum no setor de petróleo, a aquisição pela Chevron de novas áreas - por meio de negociações com outras companhias - está proibida até que ela consiga resolver seus problemas com a agência.

Se não forem identificadas "as causas e os responsáveis pelo vazamento de petróleo" e restabelecidas "as condições de segurança na área", conforme informa o comunicado oficial da ANP, a Chevron, no futuro, poderá até perder a concessão do bloco, que voltaria para a ANP e poderia ser incluída em um leilão futuro. Mas a hipótese é considerada muito pouco provável pela agência, de acordo com sua assessoria de imprensa.

Dois executivos da Chevron Brasil prestaram depoimento no inquérito da Polícia Federal que apura o vazamento de óleo na Bacia de Campos, na tarde de hoje. Eles foram ouvidos pelo delegado Fabio Scliar, chefe da Delegacia de Meio Ambiente e Patrimônio Histórico (Delemaph). Scliar também pretendia ouvir um funcionário da Transocean, empresa contratada pela Chevron para perfurar o poço. Ele está trabalhando embarcado e o depoimento foi remarcado para terça-feira.

Scliar investiga falhas na perfuração no poço e a informação de que as empresas teriam trabalhadores em situação irregular. O presidente da Chevron, George Buck, informou que os documentos de todos os trabalhadores que atuam no projeto de perfuração do poço foram revisados e que não há irregularidades.

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Amanhã, autoridades do setor do petróleo e do meio ambiente e executivos da Chevron vão se reunir com deputados estaduais, numa audiência pública na Assembleia Legislativa para discutir o vazamento. "Algumas questões precisam ser respondidas, como qual a verdadeira quantidade vazada e qual o contingenciamento realizado", afirmou o deputado Alessandro Calazans (PMN), vice-presidente da Comissão de Minas e Energia.

Segurança - O presidente da Petrobrás, José Sergio Gabrielli, evitou fazer comentários sobre o investimento em segurança da estatal - sócia da Chevron no poço que sofreu vazamento. "É irrelevante o valor do investimento em segurança. O problema principal é evitar que o acidente ocorra. O importante é a prevenção".

Gabrielli negou-se a opinar sobre os procedimentos da Chevron. "Pergunte ao operador do campo. Não vou comentar nada do operador". Afirmou, no entanto, que haverá um "acerto de contas" com a empresa americana, ao ser perguntado sobre o fato de a Petrobrás ter de dividir com a Chevron as multas pelo vazamento. "O acerto de contas com a Chevron é depois. Se ela usou recursos nossos (no combate ao vazamento), vai pagar".

A Petrobrás tem 30% de participação no Campo de Frade. Segundo Gabrielle, a multa tem que ser paga pelo operador, mas os contratos assinados com os sócios não-operadores podem prever a divisão de possíveis multas. Ele não esclareceu se é o caso do contrato com a Chevron em Frade, porque as cláusulas são confidenciais.

Todas as propriedades rurais que desmataram sem autorização ou licenciamento e autuadas até 2008 poderão converter as multas em serviços de recuperação ambiental. É o consta no texto base do parecer do relator Jorge Viana (PT-AC), aprovado hoje(23), na Comissão de Meio Ambiente (CMA). Defendida pelos ruralistas, a medida acatada por Viana foi proposta por 15 senadores e apresentada pelo senador Luiz Henrique (PMDB-SC), relator do código nas comissões de Constituição e Justiça (CCJ), Ciência e Tecnologia (CCT) e Agricultura (CA).

Foi modificado o item que previa a conversão em multas em serviços de recuperação ambiental apenas para os agricultores familiares e donos de terra até quatro módulos fiscais, autuados até 2008. Os destaques dos senadores, propostas que podem alterar o texto aprovado, serão examinados amanhã. Suplente na CMA, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), da base aliada do governo, votou contra o relatório. O que contrariou os relatores que esperavam chegar ao plenário com um texto de consenso.

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Os senadores Randolfe Rodrigues (AP) Marino Brito (PA), ambos do PSOL, também se opuseram ao parecer de Viana. A votação no plenário do Código Florestal, que trata da conservação de florestas e o uso da terra, deve ocorrer na primeira quinzena de dezembro, após o que será reexaminado pelos deputados.

O texto acaba com as restrições em áreas produtivas de encosta, entre 25 e 45 graus de inclinação, para o manejo sustentável e o exercício de atividades agrícolas de indígenas. Uma das principais mudanças no texto trata das regras de recomposição de Áreas de Preservação Permanente (APP) desmatadas de forma ilegal. O texto aprovado assegura a todas as propriedades rurais a manutenção de atividades em margens de rios, consolidadas até 2008, sendo obrigatória, para rios de até dez metros de largura, a recomposição de faixas de vegetação de no mínimo 15 metros. Isso representa a metade do exigido para APPs em margem de rio.

A proposta determina para pequenas propriedades, com até quatro módulos fiscais, a recomposição de faixas de matas correspondentes à metade da largura do rio, podendo variar de 30 metros a, no máximo, 100 metros. Para as propriedades maiores de quatro módulos fiscais que tenham áreas consolidadas nas margens de rios, foi aprovado que os conselhos estaduais de meio ambiente fixarão as dimensões mínimas de matas ciliares, também respeitando o limite correspondente à metade da largura do rio, observado o mínimo de 30 metros e o máximo de 100 metros.

Colocar em prática o que foi prometido há duas décadas, na Eco-92, é um dos principais desafios da Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, que será realizada no Rio em junho de 2012, reconheceu hoje o secretário-geral da ONU para a Rio+20, Sha Zukang.

Em entrevista concedida ao lado do prefeito Eduardo Paes (PMDB), o chinês disse que a atual crise econômica e financeira torna o encontro "mais importante". A expectativa da ONU é que duas centenas de chefes de Estado participem da conferência no Rio. "Todos sabemos o que ocorre nos EUA e na Europa. A crise se origina nesses países, mas as vítimas não estão só lá. Ela tem efeito muito maior em países mais vulneráveis", disse Zukang.

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Segundo ele, a solução é "aceitar" o desenvolvimento sustentável. "Trata-se de uma oportunidade para se chegar a um objetivo", acrescentou o secretário-geral, que citou três palavras para definir o desafio que, segundo ele, o mundo terá de encarar daqui a sete meses: integração, implementação e coerência. "Nos últimos 20 anos, tivemos um desenvolvimento econômico relativamente rápido. Isso é bom, mas tem custos. A lacuna entre ricos e pobres e a destruição do meio ambiente são crescentes", avaliou.

"Precisamos achar maneiras de integrar desenvolvimento econômico, social e proteção ambiental para colocar em prática o que os líderes concordaram 20 anos atrás."

Zukang defendeu a escolha de um dos temas prioritários que serão abordados, a "economia verde no contexto da sustentabilidade e da erradicação da pobreza", mas disse entender a preocupação de que a chamada "economia verde" possa ser usada "como desculpa para protecionismo comercial". "Por isso, frisei no discurso que não é protecionismo, mas um instrumento para colocar em prática o desenvolvimento sustentável. Acredito no potencial da geração de empregos verdes", acrescentou.

Paes voltou a prometer o fechamento do lixão de Gramacho, adiado várias vezes, até a realização da Rio+20. "Seria uma vergonha", disse. Ele também criticou a Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), em operação há mais de um ano na zona oeste. "Não dou mais alvará nenhum para a CSA."

A prefeitura tem uma meta para redução das emissões de gases de efeito estufa em 2012 que não inclui a siderúrgica. Durante o encontro, a ONU lançou um site em português sobre a conferência de 2012: http://www.rio20.Info.

O presidente da Chevron Brasil Petróleo, George Buck, afirmou que a empresa atendeu todas as solicitações do plano de emergência, como foi solicitado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama).

Segundo o executivo, o envio de imagens editadas da região do acidente para a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) ocorreu em função de dificuldades técnicas para o envio de dados. "No início do incidente, tivemos dificuldade com a banda larga para a transmissão de dados", afirmou Buck.

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Em função desse problema técnico, justificou o executivo, a Chevron elaborou "clips curtos relevantes" dos locais com maior vazamento de óleo para enviar à ANP. "A edição das imagens não tentou ocultar (os fatos), foi para facilitar o envio de informações. Todos os segundos de dados estão à disposição e serão fornecidos à ANP", garantiu.

A hipótese de o vazamento do poço da Chevron no Campo de Frade ter sido provocado pela ruptura parcial do reservatório de petróleo vem sendo analisada de maneira sigilosa pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Ainda não há comprovação de que esse rompimento tenha ocorrido. Se for confirmado, porém, o vazamento poderá ter "proporções gigantescas", avalia a cúpula da agência.

A reserva quanto à divulgação da possibilidade se baseia na constatação de que, se o reservatório natural rompeu, não haverá meios de conter o vazamento com rapidez. A tentativa de contenção exigiria complexos trabalhos de engenharia, com equipamentos sofisticados operando a grandes profundidades. Nesse caso, o óleo tenderia a vazar na bacia petrolífera de Campos, onde fica o Campo de Frade, por tempo indeterminado, ainda que em pequenas quantidades.

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O que se conhece até agora, divulgado pela companhia norte-americana Chevron, responsável pela exploração de Frade, é que o óleo vaza por uma brecha na parede do poço.

Segundo a companhia norte-americana, a parede se rompeu por causa da pressão exercida pela lama injetada no poço, procedimento habitual na exploração de petróleo. O petróleo alcançou a superfície após, a partir do buraco, percorrer o subsolo marinho até encontrar fraturas geológicas que propiciaram o contato com o oceano.

A questão que mais tem afligido os técnicos e diretores da agência é a suspeita de que a lama injetada no poço também pode ter causado rompimentos na estrutura do reservatório de petróleo, cujas paredes têm tamanhos, formatos e espessuras diferentes. Há trechos porosos, de material menos consistente, mais suscetíveis a rupturas nos abalos de terreno.

Dentro do reservatório - uma espécie de grande cisterna formada no decorrer de milhões de anos - fica o petróleo, extraído por poços artificiais perfurados pelas empresas exploradoras. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A ONG americana SkyTruth, que usa imagens de satélites para monitorar acidentes ambientais, divulgou hoje em seu site novas análises sobre a região afetada pelo vazamento de óleo no Campo de Frade, na costa fluminense.

Segundo a ONG, novas imagens de satélite cedidas pela Agência Espacial Europeia tiradas na manhã desta terça-feira não mostram mais os sinais da mancha de óleo provocada pelo acidente da Chevron que havia sido detectada em imagens da Nasa no último dia 12.

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No entanto, a equipe liderada pelo geólogo John Amos ressalta que a ocorrência de fortes ventos na região pode "subestimar" a visualização de uma camada de óleo tão fina quanto a provocada pelo vazamento por causa da alta ondulação do mar na região. Mesmo assim, a análise das imagens confirma as estimativas da Chevron e da Agência Nacional de Petróleo de que a mancha está reduzindo.

"Assim, é possível que manchas de óleo muito finas continuem nessa área, mas é um alento não vermos sinais de acúmulo de óleo", avaliou a SkyTruth. "Estamos cautelosamente otimistas de que o vazamento tenha sido controlado. Esperamos por mais imagens de satélite nos próximos dias, sob condições de vento mais moderadas."

A partir de fotos de satélite, a SkyTruth estimou na semana passada que o vazamento na Bacia de Campos era maior do que o estimado inicialmente pela Chevron. A ONG também foi a primeira a alertar sobre a gravidade do acidente no Golfo do México, no ano passado.

A Chevron disse não ter recebido nenhum comunicado das autoridades reguladoras brasileiras de que sua licença para explorar petróleo em águas profundas está em revisão ou poderá ser revogada por causa do vazamento ocorrido este mês em um poço da companhia na bacia de Campos.

Na segunda-feira à noite, funcionários do governo brasileiro sugeriram que a empresa norte-americana poderia perder seu status de operadora Classe A, que lhe permite perfurar em águas profundas na costa do País.

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"Não recebemos nenhuma nota oficial da autoridade governamental competente sobre nosso status Classe A, e continuamos a dar todas as informações e a trabalhar com as agências governamentais brasileiras e com os parceiros no setor", disse o porta-voz da Chevron, Scott Walker, em comunicado por e-mail.

A Chevron também lembrou que tem todas as permissões necessárias para extrair petróleo do pré-sal no campo de Frade, onde se acredita que um poço da companhia tenha vazado entre 2.400 e 3.000 barris de petróleo.

A empresa também contestou as acusações feitas pela Agência Nacional de Petróleo (ANP), de que teria editado um vídeo de 24 horas do leito marinho onde o petróleo estava vazando. Segundo Walker, o tamanho dos arquivos de vídeo exigiu que a empresa o cortasse em segmentos que pudessem ser transmitidos mais facilmente às autoridades. "A Chevron não mudou nenhuma imagem", afirmou o porta-voz.

Segundo a Chevron, todo o equipamento necessário para cimentar o poço de avaliação que foi a fonte primária do vazamento já estava no Brasil quando a ANP aprovou um plano emergencial de abandono daquele poço. Isso contradiz afirmação do presidente da ANP, Haroldo Lima, de que um equipamento específico só foi trazido ao País no último domingo.

"O primeiro tampão foi colocado com equipamento e materiais que estavam no País e sob contrato com a Chevron. Além disso, como precaução, a Chevron mobilizou equipamentos adicionais de fora do País, como medida adicional de contingência", disse o porta-voz. As informações são da Dow Jones.

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, reafirmou hoje a possibilidade de a pasta aplicar novas multas à empresa norte-americana Chevron por causa do vazamento de óleo na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro.

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) já autuou a empresa em R$ 50 milhões por causa do dano ambiental causado pelo vazamento. A ministra também refutou qualquer responsabilidade do governo em reduzir os danos devido ao fato de o plano de contingenciamento para o setor de petróleo não ter saído do papel.

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Izabella Teixeira não quis adiantar possíveis valores - a multa mais alta é a de R$ 50 milhões -, mas afirmou que o Ibama já solicitou uma série de informações à companhia - acusada pelo governo de falta de transparência em relação ao desastre - para comparar com os dados colhidos pelos próprios fiscais. "O Ibama notificou a empresa sobre o cumprimento ou não das condicionantes ambientais da licença, inclusive o plano de emergência. Estamos aguardando a empresa para avaliar, em função das provas que o Ibama avaliou em campo, se houve conformidade", disse.

De acordo com a ministra, apesar do dano já apurado, não cabe à pasta que comanda definir sobre a cassação ou não da licença que permite à Chevron operar no Brasil. "Não é uma questão de cassação de licença. Quem tem que decidir quem opera ou não no Brasil é a Agência Nacional do Petróleo (ANP)", ressaltou, após debate com empresários em Belo Horizonte.

Mas observou que, após a total apuração do evento, o governo pode tomar medidas que incluem até alterações na legislação que rege o setor. "Depois das avaliações todas, a ANP vai decidir se vai mudar alguma coisa ou não e quais são as implicações disso eventualmente na legislação ambiental", declarou, acrescentando que as normas brasileiras são das mais avançadas do mundo.

Com relação ao plano de contingenciamento do setor de petróleo, cuja elaboração e coordenação deveriam ser feitas em conjunto entre os ministérios do Meio Ambiente, da Marinha e de Minas e Energia, Izabella Teixeira afirmou que não faria diferença ele ter sido aprovado ou não. "A lei prevê níveis de acidente. O plano de contingência não cabe nesse caso", concluiu.

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, reafirmou hoje a possibilidade de a pasta aplicar novas multas à empresa norte-americana Chevron por causa do vazamento de óleo na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro.

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) já autuou a empresa em R$ 50 milhões por causa do dano ambiental causado pelo vazamento. A ministra também refutou qualquer responsabilidade do governo em reduzir os danos devido ao fato de o plano de contingenciamento para o setor de petróleo não ter saído do papel.

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Izabella Teixeira não quis adiantar possíveis valores - a multa mais alta é a de R$ 50 milhões -, mas afirmou que o Ibama já solicitou uma série de informações à companhia - acusada pelo governo de falta de transparência em relação ao desastre - para comparar com os dados colhidos pelos próprios fiscais. "O Ibama notificou a empresa sobre o cumprimento ou não das condicionantes ambientais da licença, inclusive o plano de emergência. Estamos aguardando a empresa para avaliar, em função das provas que o Ibama avaliou em campo, se houve conformidade", disse.

De acordo com a ministra, apesar do dano já apurado, não cabe à pasta que comanda definir sobre a cassação ou não da licença que permite à Chevron operar no Brasil. "Não é uma questão de cassação de licença. Quem tem que decidir quem opera ou não no Brasil é a Agência Nacional do Petróleo (ANP)", ressaltou, após debate com empresários em Belo Horizonte.

Mas observou que, após a total apuração do evento, o governo pode tomar medidas que incluem até alterações na legislação que rege o setor. "Depois das avaliações todas, a ANP vai decidir se vai mudar alguma coisa ou não e quais são as implicações disso eventualmente na legislação ambiental", declarou, acrescentando que as normas brasileiras são das mais avançadas do mundo.

Com relação ao plano de contingenciamento do setor de petróleo, cuja elaboração e coordenação deveriam ser feitas em conjunto entre os ministérios do Meio Ambiente, da Marinha e de Minas e Energia, Izabella Teixeira afirmou que não faria diferença ele ter sido aprovado ou não. "A lei prevê níveis de acidente. O plano de contingência não cabe nesse caso", concluiu.

Uma nova multa de R$ 10 milhões deverá ser aplicada até o fim desta semana à Chevron por descumprimento do Plano de Emergência Individual, definido na concessão da licença que autorizou a exploração de petróleo no Campo de Frade. Será a segunda multa milionária imposta à empresa.

O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), responsável pela concessão da licença, já reúne dados sobre o descumprimento do plano, que deverão ser documentados pela Chevron até amanhã.

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Não há comprovação, por exemplo, da movimentação de 18 navios na área da Bacia de Campos onde houve o vazamento, de acordo com a contabilidade fornecida pela petroleira. É considerado igualmente grave o fato de que a Chevron teria repassado com defasagem de até cinco dias informações sobre as fissuras no fundo do mar, por onde o petróleo vazou. Essa defasagem teria deixado as autoridades desinformadas sobre a dimensão do acidente.

As imagens do Veículo de Operação Remota (ROV), que capturaram a origem do vazamento, só chegaram às mãos de autoridades da Agência Nacional do Petróleo (ANP), da Marinha e do Ibama com dois a cinco dias de atraso. "Na cronologia, há obscuridades", disse hoje o presidente do Ibama, Curt Trennempohl.

"Se forem constatadas discrepâncias entre os relatórios da Chevron e os registros da ANP e da Marinha, a multa por descumprimento do plano de emergência será aplicada", afirmou.

Há uma semana, o instituto dava por implementadas, no entanto, as ações previstas em caso de acidente. Ontem, o Ibama já havia aplicado multa de R$ 50 milhões à Chevron pelo vazamento de petróleo no Campo de Frade, sem levar em conta ainda a caracterização de crime ambiental. Embora a empresa tenha prazo de 20 dias para se defender dessa primeira multa, Trennempohl classifica a infração de "difícil defesa".

A aplicação da nova multa se baseará na análise das informações prestadas pela Chevron desde o meio-dia de 8 de novembro, quando o Ibama recebeu a primeira notificação de problema, chamado de influxo de poço, durante a perfuração de um dos três poços da Chevron no País. Na ocasião, não houve comunicação de vazamento.

Relatórios da coordenação geral de petróleo e gás do Ibama apontam que os técnicos só tiveram acesso ao padrão de vazamento na tarde do dia 10, da sala de emergência montada na sede da Chevron no Rio de Janeiro. A ineficácia dos trabalhados para dispersão do petróleo ficaria evidente no dia seguinte. A maior parte do óleo se concentrava um metro abaixo do nível do mar, dificultando o recolhimento do petróleo.

O Ibama informa que ainda não tem condições de medir o tamanho de danos ao meio ambiente, para a futura reparação por parte da Chevron.

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