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Policiais ambientais apreenderam, nesta sexta-feira, 25 pássaros da fauna silvestre em dois cativeiros na região de Sorocaba. No bairro Iperozinho, em Capela do Alto, foram localizadas 13 aves, entre elas um azulão, espécie ameaçada de extinção, presas em gaiolas. No local, havia ainda duas armas de caça, uma espingarda de calibre 28 e outra de calibre 32, além de munição. Um homem de 32 anos foi levado à Delegacia de Polícia e autuado em flagrante por crime ambiental.

Como o acusado não tinha dinheiro para pagar os R$ 24 mil de multas e fiança, ele foi levado para a Cadeia Pública da cidade. Em outro cativeiro, na Vila Formosa, em Sorocaba, 15 pássaros eram criados de forma irregular. Entre as aves, havia quatro curiós, outra espécie ameaçada de extinção. O criador de 40 anos foi indiciado por crime ambiental. Ele terá de pagar ainda R$ 24 mil de multa, mas pode entrar com recurso.

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Ainda não se sabe o número de chefes de Estado que participarão da Rio+20, mas para as ONGs uma coisa é certa: a orla carioca será tomada por uma grande marcha de protesto no dia 20 de junho, quando devem começar as reuniões intergovernamentais da conferência da ONU sobre desenvolvimento sustentável.

"Vamos convidar representantes de movimentos como o Occupy, de Nova York, dos Indignados, da Espanha, da Primavera Árabe e vários outros", diz Fátima Mello, da ONG Fase, que participa da organização da Cúpula dos Povos, evento paralelo ao encontro oficial das Nações Unidas. Na agenda dos ambientalistas envolvidos nos preparativos está previsto um "Toxic Tour". A ideia é levar visitantes da cúpula, que começa no dia 15 de junho, para conhecer de perto problemas ambientas causados por grandes projetos no Rio.

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"São lugares onde ninguém vai", diz Carlos Henrique Painel, do Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais. "As visitas estão sendo organizadas. Vamos ter atividades dos afetados internacionalmente pela Vale. O Comperj (Complexo Petroquímico do Rio, da Petrobrás) e a CSA (Companhia Siderúrgica do Atlântico, parceria da Vale com a alemã ThyssenKrupp) não vão escapar".

Pedro Ivo, coordenador da Rede de Integração dos Povos (Rebrip), acrescenta que a eventual aprovação do Código Florestal até a Rio+20 transformaria o Brasil em "anfitrião vilão" da conferência. "Se isso acontecer, vai ser um grande desastre. O cenário será muito desfavorável". Para ele, a área ambiental foi enfraquecida no primeiro ano do governo Dilma Rousseff. "Estamos na contramão das bases criadas no governo Lula. Falta ousadia e compromisso com a questão".

Uma das convidadas será justamente a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, derrotada na última eleição. "Vamos trazer pessoas que têm voz, mas que não são escutadas", diz Moema Miranda, do Ibase e do Grupo de Reflexão e Apoio ao Processo (Grap) do Fórum Social Mundial. Para ela, a possível retirada de uma série de direitos da pauta da Rio+20 preocupa, por isso a necessidade de se propor alternativas. "Não temos de escolher entre justiça ambiental e social. A cúpula tem uma lado de denúncia e crítica, mas também o de apresentar alternativas de forma mais visível".

Membro da direção do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e representante da Via Campesina na cúpula, Marcelo Durão diz que está tudo certo para a chegada de 2,5 mil pessoas ao Aterro do Flamengo, onde será realizado o evento, das quais 500 virão do exterior. "Vamos protestar contra o que está sendo debatido na Rio+20 porque as propostas se organizam dentro do mercado, o que a gente considera uma falsa solução. Trata-se de uma grande reunião de chefes de Estado com corporações. O povo vai cobrar na rua". Ficarão acampados na cidade cerca de 1.200 índios que virão da Amazônia e dos Andes, entre outros grupos.

Segundo os organizadores, toda a alimentação para as 10 mil pessoas esperadas durante a cúpula será fornecida pela produção da agricultura familiar, camponesa e agroecológica. "Além do debate, queremos dar visibilidade para experiências e práticas do que queremos para o mundo", diz Fátima Mello, reconhecendo a dificuldade de dar conta de tudo o que está sendo prometido para realizar uma cúpula de fato sustentável. As negociações para o financiamento do evento, por exemplo, ainda não foram concluídas.

A Cúpula dos Povos tem um Grupo de Articulação formado por mais de 50 entidades nacionais e internacionais. O lema do evento, que vai de 15 a 23 de junho, é: "Por justiça social e ambiental, contra a mercantilização da vida e em defesa dos bens comuns". As inscrições para oficinas e atividades foram abertas esta semana.

A menos de três meses da Rio+20, o ministro Laudemar Aguiar, responsável pelo Comitê Nacional de Organização (CNO) da conferência da ONU sobre desenvolvimento sustentável, disse que, até o momento, 84 embaixadas fizeram pedidos de quartos de hotel para chefes de Estado ou de Governo e suas delegações.

"A ONU também tem um cadastro dos pedidos de inscrição para falar durante a conferência, que chega a mais de 100 chefes de Estado ou de Governo, o que é um bom indicativo para nós do interesse de participar, embora não saibamos hoje quantos efetivamente virão", disse Aguiar.

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Segundo o ministro, será formalizado nos próximos dias um pedido à prefeitura do Rio para decretar feriado durante os três dias em que haverá encontros entres os chefes de Estado e de Governo. Aguiar acrescentou que, como anfitrião, o Brasil não pode revelar quais países fizeram pedidos de reserva de quartos de hotel ou aqueles que indicaram interesse de falar durante a conferência.

"Não é uma questão de sigilo, mas de `timing'. A conferência não é do Brasil, é da ONU", argumentou Aguiar.

A Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados aprovou hoje requerimento dos deputados federais Beto Faro (PT/PA) e Homero Pereira (PSD/MT) para convidar a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, a participar de audiência sobre a conferência Rio+20 e também sobre o cumprimento das metas assumidas pelo governo brasileiro no âmbito da Conferência das Nações Unidas Mudanças Climáticas.

O requerimento do deputado Beto Fato aprovado hoje pela Comissão de Agricultura propõe audiência pública para discutir as propostas que o governo brasileiro levará para a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), que será realizada em junho no Rio de Janeiro.

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O deputado Homero Pereira quer aproveitar a presença da ministra na comissão para debater a forma como o governo vem encaminhando as discussões sobre "as metas de biodiversidade até 2020", conforme o compromisso assumido no âmbito das discussões mundiais sobre mudanças climáticas.

Pereira criticou o fato de o Ministério do Meio Ambiente estar privilegiando as organizações ambientalistas na definição das metas, deixando em segundo plano o setor produtivo. Segundo ele, o governo criou um grupo chamado "diálogos da biodiversidade", que propõe a ampliação das áreas de preservação (reservas e parques) em mais 100 milhões de hectares. O deputado argumenta que o assunto deve ser discutido "para não se tornar um novo Código Florestal".

Baixa Grande do Ribeiro, no Piauí, e outras 51 cidades de cinco Estados diferentes entraram na lista dos municípios que mais desmatam o Cerrado e, por causa disso, serão alvo de vigilância e medidas de recuperação de áreas degradadas. O Maranhão é o Estado com o maior número de municípios na lista: 20, seguido pela Bahia e por Tocantins.

O ritmo de corte da vegetação nativa tem sido mais acelerado do que na Amazônia. O desmatamento alcançou 48,5% do bioma, acompanhando o avanço da fronteira agrícola na região. Segundo o diretor de combate ao desmatamento do Ministério do Meio Ambiente, Mauro Pires, as motosserras na região agem em nome da produção de carvão, da pecuária e da chamada lavoura branca, que inclui o plantio de soja, algodão e arroz.

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Nesta segunda-feira, o Ministério do Meio Ambiente publicou portaria com os 52 municípios considerados prioritários no monitoramento e controle do desmatamento ilegal. Esses municípios concentram 44% do desmatamento registrado no Cerrado, embora representem pouco mais do que 3% do número total de cidades do bioma, onde o corte de vegetação passou a ser monitorado por satélites desde 2008. Os dados mais recentes, divulgados em setembro de 2011, referem-se a 2010.

Diferentemente do que ocorreu com a lista de municípios prioritários da Amazônia para o combate ao desmatamento, os municípios do Cerrado não terão suspensas novas autorizações de corte da vegetação nativa nem corte do crédito. Embora já tenha alcançado quase metade do bioma, o desmatamento no Cerrado está longe de atingir o limite legal, definido pelo Código Florestal : de 65%, na Amazônia Legal, e de 20% no restante da área do bioma.

"Trata-se de um desafio a mais, na Amazônia é mais simples", reconheceu Mauro Pires, insistindo em que o objetivo do governo é manter áreas de vegetação nativa e recuperar áreas degradadas. Os critérios para a entrada da lista de municípios prioritários do Cerrado foram dois: o desmatamento de mais de 25 quilômetros quadrados entre 2009 e 2010 e o registro mais de 20% de vegetação nativa remanescente.

Atualmente a lista de municípios prioritários da Amazônia reúne 48 cidades e, para sair dela, os municípios têm de reunir mais de 80% das propriedades com registro no Cadastro Ambiental Rural, além de reduzir o desmatamento a menos de 40 quilômetros quadrados no ano. Baixa Grande do Ribeiro foi o município que mais desmatou o Cerrado, de acordo com os dados oficiais mais recentes. Em um ano, perdeu 394 quilômetros quadrados de vegetação nativa, ou 5% da área do município piauiense. É seguido no ranking por Urucuí, também no Piauí, Formosa do Rio Preto e São Desidério, na Bahia, e Mateiros, em Tocantins.

O novo vazamento de óleo detectado na área do Campo de Frade, no Rio de Janeiro, operado pela petrolífera americana Chevron, não tem potencial para se tornar uma "tragédia", considerou nesta quinta-feira o assessor da diretoria-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Sílvio Jablonski, em audiência no Senado. Ainda assim, a empresa corre o risco de perder a concessão no campo.

Segundo ele, o vazamento encontrado é de gotículas de óleo, que estão sendo recolhidas por equipamentos instalados pela empresa no local. "Sobrevoos diários não indicam nada de anormal. Além disso, robôs no fundo do mar estão observando os pontos e não percebemos nada de trágico", afirmou o assessor.

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De acordo com Jablonski, o órgão regulador e fiscalizador ainda não tem uma resposta sobre as causas do incidente. "Temos nove hipóteses, incluindo a possibilidade de ser óleo do vazamento anterior", afirmou, referindo-se ao vazamento identificado no mesmo campo em novembro do ano passado. "Mesmo que não tenhamos causa estabelecida para o segundo incidente, não se trata de nada catastrófico, até porque o reservatório tem pouco óleo", completou.

Ainda assim, ele lembrou que a Chevron continua sendo investigada pelo vazamento de novembro de 2011. A ANP concluiu recentemente um relatório que indica que a companhia fez uma avaliação errada sobre a necessidade de revestimento interno do poço, o que trouxe risco operacional para a exploração. "A situação poderia ser evitada se o revestimento fosse mais extenso, por mais 300 ou 400 metros. Mesmo se houvesse ruptura, esse óleo não teria condições de chegar ao oceano", detalhou.

Jablonski lembrou que a empresa ainda tem 15 dias para responder ao relatório, para que a ANP possa deliberar sobre o vazamento do ano passado. "Multa é uma das penalidades possíveis, mas isso não afasta possibilidade de se exigir a mudança do operador da concessão ou até mesmo que se opte pela rescisão do contrato", concluiu.

Análise feita em 49 rios de 11 Estados brasileiros traz uma má notícia para o Dia Mundial da Água, comemorado quinta-feira: nenhum deles apresentava uma situação considerada boa ou ótima. Em termos de contaminação, 75,5% foram classificados como "regular" e 24,5% com nível "ruim", de acordo com levantamento conduzido pela SOS Mata Atlântica em localidades que, no passado, foram cobertas pela floresta.

As avaliações foram feitas entre janeiro de 2011 e o início de março deste ano durante visitas da expedição itinerante A Mata Atlântica é Aqui, que busca a interação com as populações para alertá-las sobre o problema de contaminação dos rios, riachos, córregos, lagos, etc.

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No evento, as pessoas são convidadas a investigar as condições de um ou mais corpos d’água por meio de um kit de análise da água. "É feita assim uma avaliação pontual, um retrato da situação naquele dia. E o resultado é bastante preocupante. Não encontramos nenhum rio em situação satisfatória", afirma Malu Ribeiro, coordenadora da Rede das Águas da SOS.

O kit classifica a qualidade das águas em cinco níveis de pontuação: péssimo (de 14 a 20 pontos), ruim (de 21 a 26 pontos), regular (de 27 a 35 pontos), bom (de 36 a 40 pontos) e ótimo (acima de 40 pontos). Malu explica que os níveis de pontuação são compostos pelo Índice de Qualidade da Água (IQA), padrão definido no Brasil por resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), obtido pela soma da pontuação de 14 parâmetros físico-químicos, biológicos (como temperatura, vermes, coliformes fecais e oxigênio dissolvido) e de percepção, como odor, turbidez e presença de espumas, de lixo, de peixes. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

No Dia Mundial da Água, o WWF-Brasil e o Banco do Brasil se unem para discutir a participação do setor financeiro na agenda ambiental do País. Na quinta-feira (22), Dia Mundial da Água, e sexta-feira (23), as duas instituições promovem um workshop na capital paulista para falar sobre o impacto das questões ambientais nas operações de crédito. De acordo com os organizadores, um dos principais objetivos do evento é reunir propostas que possam servir de subsídio para as instituições financeiras enfrentarem os desafios da incorporação do tema biodiversidade e serviços ecossistêmicos em seus empreendimentos.

De acordo com o gerente-geral da Unidade de Desenvolvimento Sustentável do Banco do Brasil, Rodrigo Santos Nogueira, "os impactos na biodiversidade e nos serviços ecossistêmicos são variáveis fundamentais nas decisões de financiamento e de investimento dos empreendimentos". E complementa: "Compreender com maior profundidade a natureza e o alcance desses impactos torna-se cada vez mais importante para as instituições financeiras e investidores".

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Para a secretária-geral do WWF-Brasil, Maria Cecília Wey de Brito, é possível conciliar desenvolvimento socioeconômico com conservação da natureza. "O uso racional e sustentável de nossa riqueza em recursos naturais é exatamente a chave para o nosso desenvolvimento", avalia. O workshop Biodiversidade para Bancos foi desenvolvido pelo WWF em parceria com a Associação dos Princípios do Equador e o Business and Biodiversity Offsets Program (BBOP). O evento é realizado no âmbito do Programa Água Brasil, que, além de WWF-Brasil e Banco do Brasil, reúne também Fundação Banco do Brasil e Agência Nacional de Águas (ANA).

A parceria dessas instituições no Programa Água Brasil objetiva o fomento de práticas sustentáveis no campo e na cidade, com atuação em todos os biomas e regiões geográficas brasileiras, desenvolvendo modelos a serem replicados pelo País. No meio urbano, a iniciativa procura disseminar e melhorar a coleta seletiva e a reciclagem de resíduos sólidos, diminuindo os impactos sobre a natureza e gerando trabalho e renda para catadores de materiais e pequenos e médios empreendedores. Além disso, a iniciativa também estimula a mudança de valores e comportamentos, incentivando o consumo responsável.

Já no meio rural, as instituições que integram este programa desenvolvem ações em 14 microbacias hidrográficas, disseminando o uso de boas práticas agrícolas e de proteção das nascentes de água, visando a produção rural mais saudável para agricultores e consumidores. A iniciativa desenvolve, ainda, ações visando aprofundar critérios ambientais nas operações bancárias e estudos para mitigação de riscos e incentivo ao financiamento de negócios sustentáveis.

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) quer que o caso Chevron sirva de exemplo para o setor, especialmente para as empresas estrangeiras que estão se instalando no País. A ideia é usar o acidente para ajustar a conduta das empresas em termos de prevenção, ações de contenção e transparência na divulgação de dados. "Eu própria já avisei à Chevron que eles precisam ser um exemplo", disse a diretora-geral da ANP, Magda Chambriard.

O presidente da Chevron no Brasil, George Buck, foi convocado na última sexta-feira na agência para dar esclarecimentos sobre o caso. A ANP não comenta a pauta do encontro. Segundo uma fonte, Buck foi cobrado sobre o atraso de quase dez dias na comunicação à ANP do vazamento deste mês, sobre o atraso na comunicação de que havia um afundamento no terreno onde foi aberta uma fresta de 800 metros por onde vaza o óleo, e de ter parado a produção antes de um aval do órgão regulador, entre outros assuntos. Também foi abordado o fato de dados sobre o acidente terem saído na imprensa internacional antes da comunicação formal à agência.

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A Chevron homologou um pedido de suspensão de produção na agência na semana passada, em uma decisão tomada com o respaldo da Petrobras, que é sócia do empreendimento com 30% de participação. No entanto, a suspensão aconteceu antes que a ANP analisasse os dados técnicos, o que fere as normas regulatórias.

O procurador da República Eduardo Santos, do Ministério Público Federal em Campos dos Goytacazes (RJ), afirmou nesta segunda-feira que não descarta pedir à Justiça a prisão preventiva de executivos da Chevron, responsável pelo vazamento de 2,4 mil barris de óleo no Campo de Frade, em novembro, e pelo "afloramento" divulgado na semana passada. Segundo ele, a denúncia será formalizada esta semana, com base na lei de crimes ambientais (9.605). No relatório da Polícia Federal e do MPF, o excesso de pressão na perfuração do poço superior à tolerada é apontado como uma das principais causas dos problemas.

"O crime está em andamento, por isso eu não descarto (pedir) a prisão", afirmou o procurador. Santos foi o autor do pedido de medida cautelar que resultou na proibição, determinada pela Justiça na noite de sexta-feira, de que 17 funcionários da Chevron e da Transocean, que operava a plataforma na Bacia de Campos, se ausentem do País até o julgamento da ação penal. O presidente da Chevron, George Raymond Buck III, está na lista.

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O procurador em Campos acusa a Chevron de "ter botado uma pressão maior que a suportada e ter cavado além do que foi autorizado". "Eles assumiram um risco premeditado", afirmou. "O vazamento não é mais no poço, é na rocha reservatória, e não tem como ser controlado. Não se sabe a capacidade. É uma cratera no solo marinho".

O delegado da Polícia Federal Fábio Scliar, responsável pelo inquérito, também afirmou, baseado no depoimento de geólogos, que houve excesso na pressão usada na injeção de fluido de perfuração. "O poço explodiu e depois foi necessário usar mais pressão para abandoná-lo". Segundo ele, uma área de cerca de sete quilômetros quadrados do Campo de Frade pode estar sob risco de novos vazamentos. "A situação é grave e está fora de controle. Como é inédita, a indústria não está preparada para responder".

O novo afloramento ocorreu a 3 quilômetros do poço que vazou em novembro, e a Chevron admitiu um afundamento na área em que se formou uma fissura de 800 metros. "A empresa vai respeitar a lei brasileira e defender seus empregados com todos os recursos que a lei oferece", disse nesta segunda-feira o diretor de Assuntos Corporativos da Chevron, Rafael Jaen. Segundo ele, a petroleira ainda não foi notificada sobre a decisão que impede funcionários de deixar o País.

Em relação ao afloramento de óleo, Jaen afirmou que a situação está sob controle. "São gotas que saem do subsolo. Todos os dias fazemos sobrevoos, e a mancha está diminuindo". O diretor disse que a mancha estava sendo dispersada com jatos de água: "Fragmentada, concentra dois litros de óleo", afirmou. Segundo ele, a petroleira interrompeu suas operações no Campo de Frade e a intenção é retomar as atividades após a conclusão de um estudo geológico "técnico e profundo", realizado em conjunto com a Petrobras. "Por enquanto, são especulações, hipóteses e teorias". A Transocean informou apenas que "vem cooperando com as autoridades, mas continuará defendendo veementemente os seus colaboradores".

De acordo com a Agência Nacional de Petróleo (ANP), foram identificados desde a semana passada cinco pontos de vazamento ao longo de uma fissura de 800 metros, de onde se observava o aparecimento de gotículas de óleo, em uma vazão reduzida. Na noite de sexta-feira, a ANP consentiu que a empresa interrompesse totalmente a produção do Campo de Frade. Foi criado um comitê para avaliar o vazamento, coordenado pela ANP, que terá o Ministério de Minas e Energia como observador. De acordo com a ANP, até o momento não há elementos que indiquem tendência de aumento do vazamento. A Marinha do Brasil vem monitorando a área do campo, e o próximo sobrevoo está programado para terça-feira.

O Terminal Marítimo Almirante Barroso (Tebar), da Transpetro/Petrobras, foi multado nesta segunda-feira pela Prefeitura de São Sebastião, no litoral norte de São Paulo, devido a um vazamento de óleo ocorrido no último domingo dentro de suas instalações. A mancha, porém, atingiu um córrego.

A Secretaria Municipal do Meio Ambiente aplicou três autuações, de R$ 5 mil cada, valor máximo permitido pela lei ambiental municipal. A estatal não divulgou o volume vazado e posteriormente recolhido. O último vazamento registrado no terminal aconteceu no último dia 9 de fevereiro, quando um duto se rompeu dentro de suas instalações.

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O Córrego do Outeiro, que começa dentro do terminal, corta o bairro Vila Amélia e o centro da cidade e passa ao lado de residências, escolas, creche, posto de combustíveis, do pronto-socorro municipal, da Prefeitura e da Praça de Eventos, na avenida da praia, onde deságua águas pluviais do terminal. Durante todo o dia desta segunda-feira a reportagem constatou barreiras de contenção colocadas pelas equipes da Petrobras nos cerca de 500 metros do córrego que cortam o centro para evitar que resquício do óleo atingisse o mar.

Segundo o secretário do Meio Ambiente de São Sebastião, Eduardo Hipolito do Rego, o vazamento provocou danos à flora e à fauna marinha. "Vi dezenas de peixes mortos agonizando no óleo", relatou. Ainda segundo ele, também havia caranguejo e pitu, um crustáceo semelhante ao camarão. Muitos dos animais marinhos também podem ter sido sugados por caminhões de sucção que foram utilizados para retirar o óleo do córrego.

De acordo com o secretário, uma área de manguezal, localizada na zona portuária, também foi atingida pelo óleo. "Estamos aguardando uma análise mais apurada para verificarmos o real estrago provocado pelo óleo no manguezal". Rego afirmou que o desastre ambiental será levado em consideração durante a renovação do licenciamento ambiental do Tebar, que está vencido desde 2010 e, portanto, funcionando irregularmente no município.

Em nota, a Transpetro, no Rio de Janeiro, informou que o vazamento tratava-se de "água oleosa no sistema de águas pluviais do Terminal Almirante Barroso (Tebar)". Ainda de acordo com a estatal, equipes de contingência foram acionadas. "Um pequeno volume de água oleosa atingiu o Córrego do Outeiro e foi totalmente recolhido pelas equipes de contingência. Os órgãos ambientais foram comunicados", diz a nota. Ainda de acordo com a Transpetro, as causas do incidente estão sendo investigadas. Procurada, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) não havia se manifestado até o início da noite de hoje.

A Chevron foi notificada hoje pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) a apresentar informações detalhadas sobre as ações mitigadoras do impacto ambiental causado pelo novo vazamento no Campo de Frade, no Rio de Janeiro. A empresa tem até o próximo dia 20 para atender a notificação. Está prevista para o dia 21 uma reunião entre técnicos do Ibama, da Marinha e Agência Nacional do Petróleo (ANP) para uma avaliação conjunta.

Na última terça-feira, a Chevron encaminhou ao Ibama um "Comunicado Inicial de Incidente", conforme determina a Lei do Óleo (Lei 9966/00). No documento, informava que à 0h do dia 13 foram identificados três pontos de afloramento localizados a três mil metros a leste do poço onde ocorreu o vazamento de novembro do ano passado. Em sobrevoo realizado no dia 14 de março, foram observadas pequenas bolhas de óleo na área, informou o Ibama. A Chevron adotou as seguintes providências quanto à proteção do meio ambiente: dispersão mecânica e instalação de três pequenos sistemas de contenção subaquáticos na nova fissura para contenção do óleo.

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A Chevron, que não estava autorizada a perfurar novos poços nem injetar água no Campo de Frade desde o último acidente, informou ao Ibama que solicitou à ANP a suspensão temporária das operações de produção de petróleo no campo. O Ibama continua investigando a origem do óleo que aflorou na superfície.

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse hoje que deverá receber, até o fim do dia, um relatório de avaliação do Instituto Brasileiro de Recursos Naturais e Renováveis (Ibama) sobre o novo vazamento de óleo no Campo de Frade, operado pela petroleira Chevron.

"Pelas primeiras informações, foi um vazamento de pequeno porte, não expressivo, mas estamos esperando dados concretos. Obviamente não é uma boa notícia", disse Izabella. Ela acrescentou que será checado se alguma regra do licenciamento ambiental eventualmente não foi cumprida pela empresa.

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O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) divulgou uma nota hoje informando que em princípio o incidente envolvendo a Chevron no Campo de Frade, no Rio de Janeiro, "não se trata de um novo vazamento, uma vez que o poço não estava operando".

"Segundo informações preliminares, ocorreu um afloramento de óleo, provavelmente decorrente do vazamento registrado em novembro de 2011", informou o órgão ambiental. A Coordenação de Emergências Ambientais e a Coordenação Geral de Petróleo e Gás do Ibama estão acompanhando a ocorrência juntamente com a Agência Nacional do Petróleo (ANP).

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A Agência Nacional do Petróleo (ANP) informou hoje, por meio de sua assessoria de imprensa, que a Chevron precisa apresentar justificativas técnicas para interromper sua produção. Segundo a agência, uma parada precisa de autorização do órgão.

Na tarde de hoje, o diretor de assuntos corporativos da Chevron, Rafael Jaen, informou em encontro com jornalistas ter feito o pedido para a suspensão temporária das operações de produção no Campo Frade, na Bacia de Campos, onde foi registrado novo vazamento. A decisão foi tomada por precaução e, segundo ele, já havia sido protocolada nos órgãos reguladores brasileiros.

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Ele também falou que a petroleira norte-americana não pretende alterar seus planos de investimento no Brasil em função dos vazamentos no Campo do Frade já registrados. "Continuamos com nossos planos no Brasil", disse.

Jaen afirmou que a companhia ainda não recebeu o relatório da ANP sobre o vazamento de novembro nas operações da companhia no Campo de Frade. Segundo ele, assim que a petroleira receber vai atender às exigências do órgão regulador.

Para o diretor, o vazamento anunciado hoje não tem relação com o caso anterior e foi identificado em um local onde a companhia não estava perfurando ou injetando. A decisão de suspender as operações no Campo do Frade tem como pano de fundo fazer um estudo mais profundo do problema. O executivo fez questão de ressaltar que a Chevron respeita as normas brasileiras.

Técnicos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) analisam se o vazamento o novo vazamento da Chevron no Campo de Frade, na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro, tem alguma ligação com o derramamento de 10 mil litros de óleo em novembro passado.

A Chevron Brasil confirmou ter identificado uma "pequena mancha e uma nova fonte de afloramento" de óleo, durante o monitoramento do Campo Frade, operado pela petroleira na Bacia de Campos. A fissura era até então desconhecida.

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Segundo a companhia, dispositivos de contenção foram imediatamente instalados para coletar o que a empresa classificou como gotas, pouco frequentes. "Hoje, algumas pequenas bolhas foram vistas na superfície. A Chevron Brasil está investigando a ocorrência", disse. A ANP confirmou o vazamento de óleo.

O diretor de assuntos corporativo da Chevron, Rafael Jaen, informou hoje que suspendeu temporariamente as operações de produção no Campo Frade. A decisão foi tomada por precaução e já protocolada nos órgãos reguladores brasileiros. Segundo ele, a empresa está trabalhando na investigação da causa do novo vazamento. Os primeiros cálculos apontam para um vazamento de 5 litros. A produção total no Campo de Frade é de 61,5 mil barris. Jaen informou também que o novo vazamento no Campo de Frade foi identificado no dia 4 de março.

A Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-SP) divulgou nesta quarta-feira nota afirmando que os supermercados são obrigados a oferecer uma alternativa gratuita para os consumidores levarem suas compras para casa sem transtornos. Segundo a nota, na ausência de tal alternativa, os supermercados terão de fornecer as sacolas biodegradáveis gratuitamente.

"...Os estabelecimentos devem oferecer uma alternativa gratuita para que os consumidores possam finalizar sua compra de forma adequada...", diz um trecho da nota, que continua: "É importante destacar que, na ausência de opção gratuita para que o consumidor possa concluir sua compra, fruindo de maneira adequada o serviço, o estabelecimento deverá fornecer gratuitamente a sacola biodegradável, respeitando assim os ditames do Código de Defesa do Consumidor (CDC)".

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A medida, segundo o Procon, deve ser adotada "pelo tempo necessário à desagregação natural do hábito de consumo". O 'hábito de consumo' é a distribuição gratuita de sacolas de plástico, que era feita há mais de 40 anos pelos supermercados. O Código de Defesa do Consumidor diz no artigo 39 que é vedado ao fornecedor de serviços e produtos "recusar atendimento às demandas dos consumidores, na exata medida de suas disponibilidades de estoque, e ainda, de conformidade com os usos e costumes".

Brasília – O mundo está “perigosamente” despreparado para lidar com futuros desastres naturais, advertiu a agência de desenvolvimento internacional da Grã-Bretanha. A agência britânica informou que o despreparo é causado pela ausência de contribuição dos países ricos ao fundo de emergência mundial.

O fundo de emergência é uma iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU), criada como resposta a tsunamis, com o objetivo de auxiliar regiões afetadas por desastres naturais.

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De acordo com informações de funcionários da ONU, o fundo emergencial sofre com um déficit equivalente a R$ 130,5 milhões para 2012.

A escassez do fundo, segundo especialistas, tem relação direta com a série de tragédias naturais que ocorreram ao longo de 2011, como o tsunami seguido por terremoto no Japão; a sequência de tremores de terra na Nova Zelândia, enchentes no Paquistão e nas Filipinas e fome no Chifre da África.

Ontem (26) peritos japoneses e estrangeiros concluíram que medidas de precaução adequadas poderiam ter evitado os acidentes radioativos, na Usina de Fukushima Daiichi, no Nordeste do Japão, em 11 de março deste ano. Na ocasião, um terremoto seguido por tsunami causou danos nos reatores da usina provocando explosões e vazamentos.

A conclusão foi divulgada durante um painel de peritos no Japão. Nos debates, os especialistas disseram que os acidentes demonstraram a necessidade de ampliar as medidas de prevenção referentes às ações de emergência relativas à usina. Segundo eles, houve falhas no que se refere às influências de terremotos e tsunamis na estrutura física da usina.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) divulgou hoje que vai aplicar R$ 11 milhões a fundo perdido em três projetos de reflorestamento no Paraná, em São Paulo e na Bahia no âmbito do programa Iniciativa BNDES Mata Atlântica. Os recursos oriundos do BNDES Fundo Social viabilizarão a recuperação de 785 hectares do bioma, informou o banco.

Com a aprovação desses desembolsos, o banco de fomento já conta onze projetos aprovados por meio do Iniciativa BNDES Mata Atlântica com recursos não reembolsáveis. O projeto Iniciativa Verde receberá R$ 7,8 milhões para a recuperação de matas ciliares em cinco frentes de atuação entre o Paraná e São Paulo. No Parque Estadual da Serra do Mar, no norte do Estado de São Paulo, R$ 1,5 milhão será destinado a uma associação local para o reflorestamento de 160 hectares na zona de amortecimento da reserva. Haverá um foco especial no manejo sustentável da palmeira juçara, cujo comércio da polpa pode ser uma opção de renda local e de uso em merendas escolares.

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Já o Instituto Floresta Viva receberá R$ 1,7 milhão do BNDES para recuperação florestal e manejo sustentável de mudas em uma área do Parque Estadual da Serra do Conduru, na Bahia. O parque abriga uma rica biodiversidade e foi criado como medida compensatória pela construção da rodovia BA-001, em 1997.

O BNDES também aprovou aportes não reembolsáveis que somam R$ 26,2 milhões em mais três projetos ambientais que pleiteavam recursos do Fundo Amazônia, do qual é gestor. O banco informou hoje que serão beneficiados o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), com o projeto Assentamentos Sustentáveis na Amazônia, e as prefeituras de Anapu e Jacundá, ambas no Pará, que estão em áreas de influência direta de grandes obras, como a usina hidrelétrica de Belo Monte.

As duas cidades usarão os recursos para estruturar instrumentos institucionais de preservação do meio ambiente e fomento à chamada economia verde. Com essas aprovações, o Fundo Amazônia já contabiliza 23 projetos em sua carteira, no valor de R$ 261 milhões. Os recursos do Fundo Amazônia geridos pelo BNDES foram constituídos até agora por três grandes doadores: o governo da Noruega, o banco de desenvolvimento da Alemanha (KfW) e a Petrobrás.

Atracado há oito dias no porto de Ponta da Madeira, em São Luís, no Maranhão, o navio Vale Beijing foi cercado hoje por boias plásticas. A medida de segurança atende a uma ordem da Superintendência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no Estado, que notificou pela manhã a empresa sul-coreana STX Pan Ocean, fabricante do navio.

Na notificação, o Ibama determinou o isolamento da área ao redor do navio com boias plásticas. Carregado com minério de ferro, a embarcação é considerada uma ameaça ao meio ambiente, pois o seu casco apresenta danificações, podendo provocar vazamentos no mar.

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O superintendente substituto do Ibama no Maranhão, Ricardo Arruda, disse que a decisão de notificar os responsáveis pelo navio foi tomada para tentar "preservar a área" de riscos de contaminação por minério de ferro e combustível. "O Ibama pediu o cercamento e o isolamento do navio com essas boias para resguardar a região e também como medida preventiva de segurança", disse.

Uma rachadura na área do tanque de combustível provocou a entrada de água nos compartimentos de armazenamento de minério de ferro. Os técnicos informaram que a entrada de água gerou uma inclinação no navio que compromete a sua estabilidade.

De acordo com a assessoria, o Ibama solicitou ainda à empresa sul-coreana a elaboração de um plano de ação emergencial para a mineradora Vale - que é a operadora nacional responsável pela embarcação.

Paralelamente, a fabricante do navio pediu mais prazo para a definição de um plano de emergência. Mas a solicitação foi negada. A STX tem 24 horas para cumprir a notificação e, se descumprir a ordem, a empresa será autuada.

O Vale Beijing é uma embarcação de 391 metros de comprimento e capacidade para transportar até 400 mil toneladas de carga. O navio está atracado no porto de Ponta da Madeira desde a quinta-feira, 1º, carregado com mais de 360 mil toneladas de minério de ferro. As informações são da Agência Brasil.

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