O vendedor David Luiz Porto Santos, de 33 anos, morreu enquanto era submetido a uma sessão de tatuagem pela primeira vez, em Curitiba. O caso aconteceu em 27 de agosto de 2021, mas foi divulgado pela Polícia Civil do Paraná apenas na última semana, diante de uma atualização nas investigações. A suspeita é de que um anestésico local em spray, baseado em lidocaína, tenha provocado uma intoxicação letal.
O caso veio a público após o depoimento da esposa da vítima, Monike Freitas, que foi ouvida pela polícia na última quarta-feira (8) e descreveu detalhes da situação. Ela informou que a reação ao medicamento foi imediata. David estava em sessão há cerca de oito horas.
##RECOMENDA##"Na hora que tava limpando o excesso [do medicamento], meu marido perguntou o que ele tinha passado e ele [tatuador] falou que era um anestésico. Depois, ele começou a passar mal. O tatuador falou: ‘Dá sal pra ele’. O outro rapaz que tava junto deu o sal e coloquei debaixo da língua do meu esposo. Meu marido só fazia assim [balançava a cabeça] que não tava bem. Botei a mão no peito dele e falei pro tatuador que ele tava com o peito acelerado", disse Monike à RPC, do Paraná.
De acordo com a reportagem, a defesa do tatuador disse que aguarda acesso a todas as informações dos autos para se manifestar. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) não precisou quantas vezes ou em que quantidade o medicamento foi aplicado em David, mas indicou que os exames são "sugestivos para intoxicação exógena por lidocaína”.
Segundo o delegado Wallace de Oliveira Brito, do 6º Distrito da Polícia Civil do Paraná, o tatuador foi intimado a prestar um segundo depoimento sobre o caso nesta quinta-feira (16). Caso seja indiciado, o tatuador poderá responder por homicídio culposo - quando não há intenção de matar.