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O vendedor David Luiz Porto Santos, de 33 anos, morreu enquanto era submetido a uma sessão de tatuagem pela primeira vez, em Curitiba. O caso aconteceu em 27 de agosto de 2021, mas foi divulgado pela Polícia Civil do Paraná apenas na última semana, diante de uma atualização nas investigações. A suspeita é de que um anestésico local em spray, baseado em lidocaína, tenha provocado uma intoxicação letal. 

O caso veio a público após o depoimento da esposa da vítima, Monike Freitas, que foi ouvida pela polícia na última quarta-feira (8) e descreveu detalhes da situação. Ela informou que a reação ao medicamento foi imediata. David estava em sessão há cerca de oito horas.  

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"Na hora que tava limpando o excesso [do medicamento], meu marido perguntou o que ele tinha passado e ele [tatuador] falou que era um anestésico. Depois, ele começou a passar mal. O tatuador falou: ‘Dá sal pra ele’. O outro rapaz que tava junto deu o sal e coloquei debaixo da língua do meu esposo. Meu marido só fazia assim [balançava a cabeça] que não tava bem. Botei a mão no peito dele e falei pro tatuador que ele tava com o peito acelerado", disse Monike à RPC, do Paraná. 

De acordo com a reportagem, a defesa do tatuador disse que aguarda acesso a todas as informações dos autos para se manifestar. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) não precisou quantas vezes ou em que quantidade o medicamento foi aplicado em David, mas indicou que os exames são "sugestivos para intoxicação exógena por lidocaína”. 

Segundo o delegado Wallace de Oliveira Brito, do 6º Distrito da Polícia Civil do Paraná, o tatuador foi intimado a prestar um segundo depoimento sobre o caso nesta quinta-feira (16). Caso seja indiciado, o tatuador poderá responder por homicídio culposo - quando não há intenção de matar. 

Hoje (17) é comemorado o Dia Mundial da Anestesia. E a primeira anestesia geral aplicada em um paciente foi em 1846. O método foi utilizado por meio de um aparelho inalador de éter antes de uma cirurgia de grande porte, resultando  em uma anestesia geral. O aparelho foi idealizado pelo americano Thomas Green Morton (1819-1868), que utilizava em seus procedimentos para a extração de dentes.  

No Brasil, a primeira anestesia geral foi realizada no Hospital Militar do Rio de Janeiro em 1847. O profissional capacitado para aplicar a anestesia em um paciente deve ser formado em Medicina e ter especialização em Anestesiologia. Mesmo as técnicas hoje em dia serem altamente modernas, o anestesiologista é o profissional capacitado para reduzir riscos e acidentes durante o procedimento e sua presença é indispensável.

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Segundo dados da Demografia Médica no Brasil, existem 25 mil profissionais especializados, sendo 13 mil pela Sociedade Brasileira de Anestesiologia. Esses profissionais garantem a segurança do paciente e a ética médica.  

A anestesia pode ser de dois tipos: geral (quando o paciente fica inconsciente e sem sensibilidade no corpo todo durante o procedimento cirúrgico) e a parcial, quando apenas o local da cirurgia é anestesiado – neste caso, o paciente pode ou não ficar consciente. A duração de cada anestesia varia de acordo com o tempo que a junta médica levará para realizar o procedimento cirúrgico. O anestesiologista é o profissional que possui o Registro de Qualificação de Especialidade no Conselho Federal de Medicina (RQE) e acompanhará o paciente em todos os processos da operação.  

Atualmente, são diversos os métodos utilizados para o ato anestésico e o anestesiologista deverá, previamente, avaliar o paciente de modo que, ao final, possa elaborar um planejamento da técnica anestésica adequada ao procedimento cirúrgico ao qual irá se submeter. As técnicas mais comuns são: a anestesia geral -  na qual podem ser utilizados agentes inalatórios (vapores ou gases) ou fármacos injetados diretamente na corrente sanguínea por uma punção venosa. Ou os conhecidos bloqueios nervosos, que podem ser diversos, além dos bloqueios do neuroeixo.  

A administração de analgésicos por via peridural não desacelera o trabalho de parto, segundo um estudo americano publicado nesta terça-feira (10), que desmente uma crença popular.

A pesquisa, publicada pela revista médica Obstetrics and Gynecology, sugere que a prática, habitual nos hospitais, de interromper a peridural ou reduzir seus efeitos no final do trabalho de parto poderia ser "obsoleta e imprudente".

A anestesia peridural, que leva medicamentos às zonas nervosas da coluna vertebral através de um cateter, é amplamente utilizada no mundo todo desde os anos 1970 para reduzir as dores durante o parto.

Para o estudo, 400 mulheres concordaram em receber uma peridural no início do trabalho de parto e depois, eventualmente e sem seu conhecimento, continuar recebendo a anestesia ou passar a receber um placebo.

Nenhum dos participantes no experimento (grávidas, pesquisadores, obstetras e parteiras) sabia o que estava sendo administrado pelo cateter, um método de ensaio conhecido como "duplo-cego", a fim de assegurar a confiabilidade e a imparcialidade do estudo.

Quanto mais dura o trabalho de parto, mas este apresenta riscos, sobretudo para a saúde do bebê. Para evitar essas complicações, os obstetras com frequência decidem interromper a peridural.

Os resultados do estudo indicam que, com ou sem a anestesia, a duração do parto é similar: 52 minutos para as mulheres que receberam a peridural e 51 para aquelas que receberam a solução salina, uma diferença de 3,3%.

A peridural também não tem efeitos sobre a saúde ou a posição do bebê ao nascer, a taxa de partos por via natural e qualquer outra medida de bem-estar do recém-nascido, aponta o estudo.

O estudo precisou ser interrompido em 38 casos (21 com peridural e 17 com placebo) por diversas complicações.

Como estava previsto, as mulheres que deixaram de receber a peridural tiveram um fim de parto mais doloroso.

"Duas vezes mais mulheres que receberam o placebo relataram menor satisfação com o alívio da dor em comparação com aquelas que receberam o anestésico", disse o autor principal do estudo, Philip Hess, professor da Escola de Medicina de Harvard, pedindo mais pesquisas sobre o assunto.

"Nós não vimos nenhum efeito negativo, mas a analgesia peridural na segunda etapa do trabalho permanece controversa e merece estudos complementares".

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