"Quando desceu, foi arrastando com tudo. Um dos moradores só não morreu porque saiu minutos antes da casa. Parece até um empurrãozinho de Deus, sabe? Só se morre no dia". As palavras do aposentado Antônio Barros continham uma combinação agridoce: tristeza pelas casas destruídas, mas alívio por ninguém ter sido vítima do deslizamento de barreira em Sirinhaém, na Mata Sul do Estado.
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##RECOMENDA##O município é um dos tantos violentamente afetados pelas chuvas recentes. Do alto, é possível ver o estrago do transbordamento do rio Sirinhaém. Casas invadidas pela água e lama. Pontes e um campo de futebol de bairro submersos, afundados sob a água barrenta. Além das barreiras que desabaram sobre dezenas de moradias.
Se nenhuma pessoa morreu no incidente, o mesmo não pode se dizer dos animais. Em uma das casas atingidas na encosta, uma criação de doze bodes foi dizimada. "Tão lá, os doze bichos soterrados, mortos. Deixa todo mundo triste e muito preocupado. É refazer a vida e torcer para melhorar a situação", comentou o morador José Geraldo Gomes.
Todos as pessoas em área de risco foram obrigadas a deixarem suas residências; estão em casas de amigos, parentes ou nos espaços públicos oferecidos pela prefeitura. Com a expectativa de mais chuva nos próximos dias, a torcida de todos é para que o cenário dos últimos dias não se repita.
"Caso chova como domingo, vai ser muito pior. Têm postes, árvores aqui tortas. Se chover forte, eu temo pelo pior", disse um morador ao passar pelo local onde as barreiras deslizaram.