Tópicos | Ano pré-eleitoral

Líder do governo na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), o deputado Isaltino Nascimento (PSB) afirmou que não será fácil estar à frente da linha de defesa da gestão do governador Paulo Câmara (PSB) em um ano pré-eleitoral. Em entrevista ao LeiaJá, Nascimento destacou que durante os próximos meses os olhares da política pernambucana estarão voltados ao Poder Executivo atraindo debates acalorados. Entretanto, sob a ótica do líder pessebista, Câmara já “mostrou força política” diante do desempenho eleitoral dos aliados em 2016 melhor do que o ex-governador Eduardo Campos em 2012. 

“Certamente 2017 será um ano difícil. Em 2015, primeiro ano de gestão de Paulo Câmara, foi a consolidação da chegada ao governo. Ano passado foi atípico pelo processo eleitoral e a pauta municipal foi preponderante, mas este ano é o período em que o olhar está voltado ao Poder Executivo e suas ações vão gerar um debate mais acalorado. Já estamos experimentando isto [com o reajuste salarial das polícias militares]. De fato a Casa passa a ter uma atenção maior”, previu. 

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O que deve pesar positivamente para o governador, segundo Isaltino Nascimento, é o apoio adquirido nos municípios com a disputa de 2016. “O principal teste para disputa política de 2018 foi feito no ano passado. Eduardo Campos, no auge da sua popularidade em 2012, ousou lançar um candidato a prefeito da capital e elegeu, além dele, mais 53 prefeitos do PSB e um quantitativo bom de prefeitos da base aliada na época. O governador Paulo Câmara fez algo mais ousado, porque depois de João Paulo [PT], o único prefeito reeleito na capital foi Geraldo Julio. Então reeleger o prefeito da capital foi um desafio posto a prova, porque o fiador da eleição de Geraldo foi o governador. E elegemos 70 prefeitos do PSB. Mostra que a performance dele, mesmo no ambiente de dificuldade, elegeu mais do que Eduardo”, comparou. 

Indagado se Câmara é um político mais forte do que Campos era, o líder justificou a comparação ponderando que as conjunturas eram diferenciadas e dando como exemplo o rompimento eleitoral com o PT para a eleição de 2012.  “Para quem dizia que Paulo Câmara não faz política e que ele não é um ator que se envolve, ele tem mostrado que tem um perfil diferenciado. É isso que estou querendo dizer. Então, as articulações e alianças feitas nos municípios, mostram força na disputa. Este é um ano de construção, mas é um bom caminho para a disputa de 2018”, salientou.

Linha de atuação na Alepe

Como líder do governo na Casa Joaquim Nabuco, Isaltino disse que pretende barrar as críticas à gestão de Paulo Câmara com a reaproximação da bancada com o governador. O que para ele servirá como “estimulo aos pares” para “o embate” na Alepe. “Haverá uma rodada de agendas periódicas do governador com os deputados, a princípio semanais, para ouvir e atender as demandas do parlamentar e os prefeitos que são aliados a eles. A relação mais estreita conosco, ajuda o governador”, frisou. 

O alinhamento das estratégias será definido em reuniões quinzenais, nas terças-feiras. Já para as questões mais urgentes, Nascimento disse que o colegiado criou um grupo de parlamentares com 10 membros e mais o presidente Guilherme Uchoa (PDT) e o primeiro secretário da Casa, Diogo Moraes (PSB). “Vamos discutir as temáticas e apresentar respostas mais imediatas às questões emergenciais que envolvam o governo”, detalhou. 

Oposição dentro da bancada governista

As dissidências na bancada governista são constantes. Um dos parlamentares aliados que tem dado fôlego a uma oposição interna é Álvaro Porto (PSD). O LeiaJá questionou a Isaltino se Paulo Câmara estabeleceu alguma linha de diálogo específica para amenizar as postura do pessedista e o líder disse que não. 

“Ele pertence a um partido da base, que está na estrutura do governo, ou seja, o PSD tem hoje uma secretaria estratégica, que é a das Cidades, com todas as empresas. São espaços para contemplar não só o líder maior, André de Paula, mas todos os políticos da legenda. A reflexão desta postura não cabe a mim, mas ao deputado”, observou. “Aqui só tem duas bancadas: governo e oposição. No pastoril da política não existe Diana. Ou você é encarnado ou é azul”, emendou, alfinetando. 

O governador Paulo Câmara (PSB) conclui, nesta quinta-feira (19), as mudanças no secretariado estadual. Após as alterações, ele dará posse, às 16h, ao vice-governador Raul Henry (PMDB), para o comando da secretaria de Desenvolvimento Econômico, Desenvolvimento Social; Bruno Lisboa para a pasta de Habitação; e Roberta Franca para Desenvolvimento Social, Criança e Juventude. A cerimônia vai acontecer no Palácio do Campo das Princesas. 

O vice-governador vai acumular as funções em substituição ao ex-secretário Thiago Norões, que deixou o cargo em dezembro por razões pessoais. Com a mudança, o PMDB passa a ter mais espaço na gestão estadual já que também partiu da indicação de Henry a presidência e vice-presidência do Complexo Industrial de Suape, em Ipojuca. As vagas serão ocupadas, respectivamente, por Marcos Baptista e Marcelo Bruto. 

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Paulo Câmara também já definiu quem vai ocupar o comando da Fundação de Atendimento Socieoducativo (Funase) no lugar de Roberta Franca. O posto passará a ser respondido pela servidora de carreira da Funase, Nadja Maria Alencar Vidal Pires.

No segundo escalão, ainda está indefinido o novo presidente da Empresa Pernambucana de Turismo (Empetur), hoje acumulada pelo secretário de Turismo, Felipe Carreras (PSB). Também há a expectativa, de acordo com informações de bastidores, sobre a acomodação de ex-prefeitos da base aliada ao socialista, como o de Olinda, Renildo Calheiros (PCdoB), e o de Moreno, Adilson Filho (PSB). 

A base do governo na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) passará a ser liderada pelo deputado estadual Isaltino Nascimento (PSB). O socialista, que já exerceu a função durante primeira gestão do ex-governador Eduardo Campos (2007 a 2010), assume o lugar do deputado Waldemar Borges (PSB) e já se reúne nesta quarta-feira (18) com o presidente da Alepe, Guilherme Uchoa (PDT), e até o fim da semana com o líder da oposição, Silvio Costa Filho (PRB). 

O nome de Isaltino para o comando do grupo foi confirmado nessa terça-feira (17) pelo governador Paulo Câmara (PSB). Considerado um bom articulador pelo Palácio do Campo das Princesas, o ex-secretário estadual de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude assume o posto com o desafio de enfrentar a linha crítica ao governador durante um ano pré-eleitoral.  

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A transição entre ele e Waldemar Borges também inicia nesta quarta. Borges deve ser indicado para assumir o comando da Comissão de Constituição, Legislação e Justiça da Casa Joaquim Nabuco, antes ocupado por Raquel Lyra (PSDB), eleita prefeita de Caruaru, no Agreste de Pernambuco.

Em nota à imprensa, Borges disse que a mudança é fruto de um “entendimento amadurecido ao longo de meses” e ponderou ser “saudável” um rodízio no posto. “Há seis anos no cargo, acredito ser saudável que haja um rodízio nessa função que tanto me orgulho de ter desempenhado. A oportunidade de liderar na Assembleia o projeto político iniciado em Pernambuco por Eduardo Campos, e hoje comandado por Paulo Câmara, foi verdadeiramente um privilégio que a história me reservou”, salientou.  

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