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Prestes a completar 32 anos e já experiente no Executivo, Miguel Coelho (União Brasil) almeja alcançar o Governo de Pernambuco como representante de uma direita mais moderada. Apoiado pela coligação "Pernambuco com força de novo", o candidato tem o maior tempo de propaganda política para apresentar suas propostas e feitos à frente da Prefeitura de Petrolina, essa estratégia visa desvincular sua imagem da disputa entre postulantes à Presidência. 

Graduado em Direito, Miguel dá continuidade à linhagem da Família Bezerra Coelho no cenário político. Com o ex-governador Nilo Coelho entre seus antepassados, o 'galeguinho', como é chamado em seus materiais de campanha, é filho do ex-líder do governo Bolsonaro, o senador Fernando Bezerra Coelho, e irmão dos deputados federal Fernando Coelho Filho e estadual Antônio Coelho. 

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Levado às urnas pelos partidos Podemos, PSC, Patriota e União Brasil - fruto da junção entre o Democratas e o PSL -, Miguel defende a invencibilidade em sua quarta eleição. Desde que ingressou na política, ele jamais perdeu uma eleição e, para consolidar sua base nesta, escolheu a deputada estadual Alessandra Vieira (União Brasil) como vice em uma chapa 'puro sangue'. Para o Senado, sua aposta é em Carlos Andrade Lima, também do mesmo partido.

O histórico vitorioso começou em 2014, como deputado estadual, e seguiu em 2016 e 2020 como prefeito de Petrolina. Outra característica que Miguel reflete da família Coelho é a inquietude partidária. Em seus oito anos na política, o candidato migrou entre MDB, União Brasil e PSB, o qual se tornou seu principal alvo pelo Palácio do Campo das Princesas. 

Na campanha deste ano, Miguel declarou que possui o patrimônio de R$1.966.870,43 à Justiça Eleitoral. Sem sequer possuir um imóvel ou um veículo, seus bens informados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foram apresentados como investimentos e aplicações bancárias. 

Petrolina

Enquanto prefeito, foi reeleito com 76% dos votos, sendo o mais votado do Norte e Nordeste, e conseguiu atingir 88% de aprovação da gestão, segundo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe). Com propostas para atrair o empresariado, em 2021, Petrolina foi considerada pela revista Exame como a única cidade do Nordeste entre as seis melhores para fazer negócios no país. 

O fortalecimento da economia do município pavimentou uma série de investimentos em áreas fundamentais como Educação e Saúde. Sua gestão recebeu o selo internacional da Unicef pelas políticas públicas voltadas para a infância e o reconhecimento da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) como a melhor gestão de Pernambuco. 

Com média superior ao estado, dados do Ministério da Educação (MEC) de 2020 apontam que Petrolina teve uma média superior ao estado em relação a educação básica. O Ministério da Saúde, através do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ), também colocou a cidade como a melhor no atendimento básico em 2018. 

O ex-prefeito ainda conseguiu modernizar parte da frota de ônibus com ar-condicionado e wi-fi. Com a missão de expandir seus votos do Sertão e cidades do interior, Miguel Coelho pretende apresentar esses atributos aos eleitores da Zona da Mata e da Região Metropolitana do Recife para se credenciar ao segundo turno da disputa.

Fazia anos que o povoado de Lagoa do Barro, em Araripina, sertão de Pernambuco, aguardava o asfaltamento dos 7,5 km de estrada de terra que dá acesso à rodovia mais próxima. De uma tacada só, em outubro de 2020, dois contratos foram fechados: um do governo estadual, outro da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do Parnaíba e São Francisco (Codevasf). A empresa contratada para as obras era a mesma, a Uniterra, só que a estatal federal, sob controle de parlamentares do Centrão, pagaria pelo serviço 354% a mais: R$ 7,3 milhões, ante R$ 2 milhões.

No caso da Codevasf, os recursos sairiam do orçamento secreto por indicação do senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), que era o líder do governo Bolsonaro no Senado à época e só deixou o posto neste mês. A empreitada federal só não foi adiante porque o governo de Pernambuco enviou um ofício à Codevasf deixando claro que a estrada é estadual e já havia um contrato vigente. Ou seja: não havia motivo para licitar a mesma obra duas vezes.

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Em nenhum momento a secretaria estadual responsável havia sido informada pela Codevasf sobre a intervenção na estrada vicinal. O superintendente da estatal federal em Pernambuco é Aurivalter Cordeiro, homem de confiança de Bezerra Coelho, de quem já foi funcionário no Senado e no Executivo. Quem avisou o governo estadual foi o dono da construtora Uniterra, o empresário Romão Alves, que venceu as duas licitações.

Notificada pelo governo, a Codevasf suspendeu a ordem de serviço que havia sido assinada e cancelou o contrato. No entanto, já havia desembolsado R$ 95 mil pela contratação de uma empresa de engenharia, a EPTCI Projetos e Georreferenciamento, para desenvolver os estudos que subsidiaram a licitação. O dinheiro foi gasto em vão, pois a empresa não tinha permissão para atuar no local. Os R$ 95 mil desperdiçados foram bancados com emenda do deputado Fernando Filho (DEM-PE), filho de Bezerra.

Recursos

As obras, em si, no montante de R$ 7,3 milhões, seriam custeadas com verbas indicadas pelo senador, com recursos de emenda de relator-geral, a base do orçamento secreto, mecanismo revelado em maio pelo Estadão, pelo qual o governo de Jair Bolsonaro repassou bilhões a um grupo de parlamentares em troca de apoio no Congresso.

Apenas em 2020, Bezerra Coelho, sozinho, encaminhou à Codevasf ao menos R$ 150 milhões - o valor pode ter sido maior, pois parte dos repasses tem autoria desconhecida. A maior fatia da verba tinha como destino Petrolina, muncípio onde seu outro filho, Miguel Coelho (MDB), é prefeito.

De acordo com a licitação aberta pela estatal federal, o lucro estimado com a obra em Araripina era de 6%. Assim, o contrato com a Uniterra geraria R$ 437 mil para a empresa. Considerando o mesmo porcentual, a contratação pelo Estado deve render à empresa R$ 123 mil em lucro - quase R$ 294 mil a menos.

Estatal

A Codevasf afirmou que o preço maior se deu "em razão de os contratos apresentarem soluções diferentes". Segundo a estatal, a pavimentação que propôs era em concreto betuminoso usinado a quente (CBUQ), ao passo que a pavimentação proposta pelo governo pernambucano é de tratamento superficial simples (TSS). "O serviço previsto pela Codevasf contemplava (i) obras de arte completas, (ii) guard rail, (iii) área de fuga, (iv) alça de acesso à BR-316, com bifurcação da rodovia no local, (v) drenagem completa etc", disse a empresa.

A Codevasf alegou ainda que considerava a estrada como municipal, o que justificaria a intervenção para asfaltá-la.

Segundo o governo pernambucano, as obras devem ser concluídas no primeiro semestre de 2022. "Seria importante que o órgão federal consultasse previamente o planejamento do governo de Pernambuco", diz, em nota.

Procurados, o senador Bezerra Coelho e o deputado Fernando Filho não responderam. O empresário Romão Alves, da Uniterra, não quis se manifestar.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O prefeito de Petrolina Miguel Coelho (MDB) falou nesta quinta-feira (10), que os seus familiares, que estão sendo indiciados por corrupção e lavagem de dinheiro, são inocentes. Ele aponta que essa não foi a primeira vez que os seus familiares foram acusados de casos de corrupção e não será a última. 

“Quem está na política não pode temer investigação, até porque nós não temos nada a esconder e a defesa do senador e do deputado já se manifestaram. Outros inquéritos já foram arquivados por falta de provas e, no próprio relatório da delegada (da Polícia Federal) ela cita que não pode comprovar a materialidade das acusações. Não tem que estar se antecipando e estamos tranquilos”, afirma o prefeito.

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Miguel é filho de Fernando Bezerra Coelho (MDB) e irmão do deputado federal Fernando Coelho Filho (DEM), que foram indiciados pela Polícia Federal nesta semana. FBC teria recebido propina de R$ 10 milhões na época que foi ministro da Integração Nacional durante o governo Dilma Rousseff (PT). Fernando Filho, segundo relatório da PF, teria sido beneficiado com as propinas recebidas. 

Além do indiciamento do senador e seu filho, a delegada pede no relatório enviado ao STF o bloqueio de R$ 20 milhões em bens de ambos. Segundo a polícia, o valor foi estimado como proveito econômico por eles auferidos com as práticas criminosas.

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A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, determinou a notificação do senador e ex-ministro Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) para que apresente uma defesa prévia sobre a denúncia, de autoria do Ministério Público Federal (MPF), de que o parlamentar teria cometido os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Segundo a acusação da Procuradoria-Geral da República (PGR), Bezerra Coelho recebeu, ao menos, R$ 41,5 milhões em propina de dinheiro desviado da Petrobras em contratos com as construtoras Queiroz Galvão, OAS e Camargo Corrêa para as obras de construção da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco.

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O dinheiro teria sido destinado à campanha de reeleição de Eduardo Campos ao governo de Pernambuco em 2010. Bezerra Coelho era na época secretário de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco e dirigente do Porto Suape. Além do senador - que é pai do ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho -, também deverão se manifestar ao STF os outros dois denunciados junto com ele - os empresários Aldo Guedes, ex-presidente da Companhia Pernambucana de Gás (Copergás), e João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho, descritos pelo MPF como os operadores que viabilizaram o repasse da propina ao senador pernambucano.

Trata-se de uma das denúncias do MPF originadas de inquéritos da Operação Lava Jato que aguardam avanço no STF. Baseada em depoimentos prestados pelos colaboradores da Lava Jato Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef, a denúncia foi oferecida pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, no início de outubro, mas até agora o relator, ministro Teori Zavascki, ainda não havia determinado a notificação.

Segundo a PGR, Fernando Bezerra Coelho e Eduardo Campos "solicitaram vantagens indevidas de empreiteiras envolvidas na construção de obras da Refinaria do Nordeste ou Refinaria Abreu e Lima, como contrapartida pela viabilização do empreendimento por meio de esforços políticos, principalmente a disponibilização de infraestrutura e a criação de incentivos tributários".

"A propina solicitada a cada uma das construtoras, no montante de cerca de R$ 20.000.000,00, destinou-se à campanha de reeleição ao governo de Pernambuco em 2010", diz a denúncia. Fernando Bezerra Coelho teria solicitado também R$ 20 milhões a Paulo Roberto Costa, então diretor da Petrobras.

Delator da Lava Jato, Costa afirmou que "como os valores tratados para a contribuição da campanha eram muito altos, foram pagos pelas empresas diretamente e não por um operador". Segundo investigações da Polícia Federal, dentro do inquérito, "restou demonstrado que Bezerra participou ativa e substancialmente na solicitação de propina às empresas envolvidas e também se beneficiou de uma parte do montante ilícito".

Segundo a PGR, Bezerra Coelho e os dois empresários denunciados ao STF praticaram ao menos 77 crimes de lavagem de dinheiro. Rodrigo Janot quer devolução à União dos R$ 41,5 milhões supostamente desviados e que paguem uma multa por reparação de danos no mesmo valor.

Ao todo, a PGR identificou 17 doações eleitorais registradas cujos recursos eram oriundos de propina. Outra parte do suborno foi repassada por meio de contratos superfaturados ou fictícios com construtoras menores, que recebiam valores da Queiroz Galvão, OAS e Camargo Corrêa, numa operação de lavagem de dinheiro, segundo a Procuradoria.

Quando a denúncia foi apresentada pelo MPF, em outubro, a defesa de Fernando Bezerra Coelho afirmou que as acusações eram "descabidas" e baseadas em "ilações e sem qualquer rastro de prova". Senador pelo PSB, Bezerra Coelho também foi ministro da Integração Nacional do governo Dilma Rousseff, entre 2011 e 2013.

A XVI Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, que está acontecendo durante esta semana, criou uma dinâmica própria nos gabinetes oficiais. Na Integração Nacional, o ministro Fernando Bezerra Coelho recebeu mais de 50 prefeitos dos estados de Pernambuco, Paraíba, Bahia, Maranhão, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul. A pauta de quase todas as agendas foi sempre uma só: água, tanto por excesso quanto por escassez.

Ao todo, 19 prefeitos de Pernambuco passaram pelo gabinete do ministro nesta semana, articulando novos projetos para Floresta, Cedro, Lagoa Grande, Ingazeira, Santa Filomena, Parnamirim, Verdejantes, Serrita, Cabrobó, Moreilândia, Ibimirim, Moreno, Dormentes, Ouricuri, Afrânio, Santa Maria da Boa Vista, São Vicente Férrer, Surubim e Toritama. Entre as ações mais solicitadas, estavam a perfuração de poços, a instalação de cisternas e a construção de sistemas simplificados de abastecimento e barreiros em todas as regiões do semiárido.

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O Ministério da Integração Nacional é responsável por obras importantes realizadas em Pernambuco, como a transposição do Rio São Francisco e a Adutora do Pajeú, além de liberar a maior parte dos recursos para a Adutora do Agreste.

Brasília – O presidente do Congresso Nacional, senador José Sarney (PMDB-AP), retorna amanhã (10) do recesso de fim de ano, em meio a uma polêmica sobre a convocação da Comissão Representativa do Congresso, requerida pelo PPS na semana passada. O partido pede que o colegiado seja convocado antes do reinício dos trabalhos legislativos para analisar requerimento que cobra explicações do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, sobre denúncias de favorecimento político na liberação de verbas da pasta. Bezerra nega as acusações.

Segundo a assessoria de imprensa da presidência do Senado, Sarney volta no fim da tarde de hoje (9) do Maranhão e amanhã estará na Casa. Hoje, o líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR) informou, por meio do Twitter, que também protocolará amanhã requerimento de convocação da comissão representativa.  

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“A comissão é constituída por representantes do governo e da oposição e é integrada por parlamentares das duas casas do Congresso Nacional para atuar durante o recesso parlamentar, quando necessário. As denúncias que envolvem o ministro Fernando Bezerra justificam essa providência”, disse Álvaro Dias no microblog.

A Comissão Representativa do Congresso – formada por oito senadores e 17 deputados indicados pelas lideranças partidárias – está de plantão desde o dia 23 de dezembro. O plantão vai até 1º de fevereiro. As reuniões são convocadas pelo presidente. Para que sejam realizadas, é necessária a presença mínima de três senadores e seis deputados.

A base aliada do governo federal impediu na Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara a convocação do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, para falar sobre o abandono das obras da transposição do rio São Francisco. O pedido foi rejeitado mesmo após o líder do PSDB, deputado Duarte Nogueira (SP), ter acertado com o ministro a transformação do requerimento em convite e marcado a audiência para fevereiro de 2012. A intenção da base foi fazer uma demonstração de força. "Fizemos isso para mostrar que tem base. Ele virá quando a base quer e do jeito que a base quer", disse o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo do último domingo mostrou que a obra responsável por parte da votação expressiva de Dilma Rousseff na região Nordeste foi abandonada por construtoras em diversos lotes e que parte do trabalho já feito começa a se perder. Auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) nas obras do eixo leste mostrou ainda uma estimativa de prejuízo de R$ 8,6 milhões com irregularidades no empreendimento. Pressionado, o ministro pediu ajuda ao tribunal para a fiscalização das obras.

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A votação do requerimento na comissão foi marcada pela incredulidade da oposição. Duarte Nogueira comunicou ter falado com o ministro e acertado a vinda para fevereiro do próximo ano. Mesmo assim, a base insistiu que não poderia aceitar a proposta. "Não podemos transformar essa cadeira em um banco dos réus", afirmou o vice-líder do governo na Casa, deputado Odair Cunha (PT-MG).

A postura da base provocou revolta da oposição. "Acho melhor então fecharmos as portas dessa comissão porque estamos ganhando dinheiro público para algo que não serve para nada", protestou Nilson Leitão (PSDB-MT). "É o cumulo da humilhação a comissão não aceitar nem que o ministro queira vir", complementou Anthony Garotinho (PR-RJ).

A base, porém, manteve-se irredutível. Os deputados governistas afirmaram que não desejavam deixar o caso "pendurado" e prometeram marcar no início do próximo ano uma audiência para que Bezerra fale sobre seu trabalho na pasta.

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