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O músico olindense Gabriel Galilei promove uma fusão de ritmos bem distintos em seu novo disco, Os 20 e Poucos Anos. A mistura entre o rock e o brega pernambucano é o que dá tom ao álbum de estreia do artista, com lançamento marcado para a próxima quinta (24), no Burburinho Bar. 

Em 20 e Poucos Anos, Gabriel traz um compilado de músicas que foram influenciadas por ritmos latinos como o ska, reggae, cumbia e o calipso. Além disso, as melodias contam com a forte presença do brega pernambucano, tudo misturado com o rock'n'roll. 

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No show de lançamento do disco, na próxima quinta (24), o artista olindense sobe ao palco acompanhado pelos músicos Williamis Wii Cesar (guitarra), Heitor Hedler (contrabaixo) e Dennis Caetano (bateria). A entrada do evento é gratuita. 

Serviço

Lançamento do disco Os 20 e Poucos Anos, de Gabriel Galilei

Quinta (24) - 19h30

Burburinho Bar (Rua Vigário Tenório, 185 - Bairro do Recife)

Gratuito

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Em seu livro ‘Eu Não Sou Cachorro Não’, o escritor Paulo César Araújo aponta que, desde o início, o movimento brega e seus integrantes sofrem uma certa 'perseguição sociocultural', o que, para o autor, é uma clara tentativa de cristalizar a música popular, privilegiando obras de artistas preferidos pelas classes dominantes. Um exemplo que, para alguns, pode fazer parte dessa dita ‘perseguição’ é o Projeto de Lei 494/2019, cujo texto tramita na Assembléia Legislativa de Pernambuco (Alepe) e quer proibir, entre outros, o Passinho - que é uma das vertentes do Brega - nas escolas do Estado.

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Para o professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Thiago Soares, propor leis para impedir que as pessoas dancem nas escolas tem a ver com a idéia de vigilância do corpo, algo que, de acordo com o estudioso, está atrelada à crescente onda conservadora do país. “Essa agenda conservadora dos costumes é muito perigosa para a gente como sociedade e diversidade. É preciso perceber que a escola também é um lugar de alegria, já que isso também é um componente para o aprendizado”, aponta Thiago. 

Diante da polêmica, alguns dos consumidores e produtores do movimento - que é originário das periferias do Grande Recife - se mobilizam na tentativa de fortalecer o ritmo e, assim, não datar o ‘fim do Passinho’, seja nas escolas ou em qualquer outro espaço. 

Uma das precursoras do movimento, a jovem Maria Clara, considerada a ‘Rainha do Passinho’, sempre tenta marcar ‘encontros do Passinho’ com os seus seguidores (quase 260 mil no Instagram). No último domingo (29), a garota conseguiu fazer com que dezenas de crianças, adolescentes e adultos se reunissem no Marco Zero do Recife para dançar contra o preconceito. 

A ‘Rainha do Passinho’, moradora do bairro de Santo Amaro, é uma das jovens que encontraram visibilidade num local tão marginalizado. “Tudo o que eu conquistei e sou hoje é graças ao Passinho. Eu devo muito a esse movimento”, diz Clarinha, como é carinhosamente chamada pelos seus admiradores. Além de conseguir visibilidade num meio tão relegado ao esquecimento social, Maria Clara reforça que já viu muitos colegas e jovens que saíram da “vida errada” e agora estão ocupando a mente dançando o ritmo. 

Percebendo o Passinho como algo importante para além da expressão corporal, a jovem Thiali Larissa da Silva, 20 anos, moradora da cidade de Escada, na Mata Sul de Pernambuco, tem o movimento - que conheceu através da internet -, como algo primordial para a sua vida. 

Na época que conheceu o Passinho, a garota lutava contra o Linfoma de Hodgkin, câncer que se origina no sistema linfático. Larissa afirma que o conhecimento do ritmo foi o que ajudou para que ela conseguisse forças para enfrentar as dificuldades da doença. "A minha reabilitação foi através do Passinho. Nos momentos que eu me sentia muito triste colocava as músicas para tocar e assim começava a me sentir melhor. Agora eu estou zerada", acentua a jovem. 

Enquanto pesquisador da 'Folkcomunicação', o jornalista Luiz Beltrão apontava para as classes "produtoras e consumidoras do brega", por exemplo, como responsáveis, também, pela produção de bens simbólicos que acabam indo além do que se é 'patrocinado' pelas classes dominantes. Esses bens simbólicos, como apontado por Luiz, muito tem a ver com as realidades das pessoas que estavam relegadas ao silêncio e agora, através do Passinho, acabam conseguindo uma certa visibilidade - mesmo que por seu pares. 

“A ideia do Brega se confunde com a própria ideia do pobre. Essa configuração situa o Brega num lugar que sempre está sendo rejeitado porque a pobreza é a grande divisão do Brasil. Quando o pobre começa a ter uma ascensão, aí vem questionamentos e (tentativa de) cerceamento que estamos vendo”, corrobora Thiago Soares. 

Projeto de Lei 494/2019

A autoria do Projeto de Lei é da deputada evangélica Clarissa Tércio (PSC). O texto dispõe "sobre a proibição de exposição de crianças e adolescentes no âmbito escolar, a danças que aludam a sexualização precoce e inclusão de medidas de conscientização, prevenção e combate à erotização infantil nas escolas do estado de Pernambuco". Além do Passinho, outros manifestações culturais também estariam sujeitas à proibição na rede estadual de ensino. 

Sobre essa “sexualização” dada como justificativa para proibir o Passinho nas escolas, o professor Thiago reforça que o que há é uma leitura questionável sempre atrelada à idéia de sexualidade e moralidade. “Se a gente for pensar numa abordagem mais sociológica, Gilberto Freyre quando falava das danças nas senzalas era sempre sexualizando. Então a senzala era sempre o lugar da sexualização e a ‘casa grande’ era o lugar do cometimento burguês”, afirma Soares. 

“Historicamente estamos sempre reproduzindo esses valores de que o pobre e o preto é sempre sexualizado e os brancos e a classe média seriam os civilizados - o que é algo muito problemático e reducionista. A gente está ainda na ‘casa grande senzala’ e nunca saímos dela”, pontua o jornalista.

Em entrevista ao LeiaJá, a deputada Clarissa Tércio disse que o que a motivou a criar o projeto foi ter recebido denúncias e vídeos de jovens dançando de maneira "obscena" em ambiente escolar. "Eu tenho um canal de denúncia chamado Fiscaliza PE, quando eu vi que a demanda não era pequena; pessoas me cobrando, me marcando nas redes sociais em vídeos desse tipo -  o povo pernambucano sabe que eu represento um segmento conservador e que defendo a família, então as pessoas vão me marcando -, foi aí que eu vi que tinha que fazer alguma coisa".

A deputada disse ainda que não teme ter o projeto de lei julgado como perseguição à liberdade de jovens e professores e revelou estar otimista quanto à sua aprovação na Alepe. "A gente sabe que a oposição sempre vai existir, mas o que me deixa tranquila é saber que a rejeição é muito pequena. Eu não estou querendo regulamentar nada dentro da casa de ninguém, a gente está tratando de um ambiente específico, o escolar, é um ambiente que não é para essa finalidade. Estou recebendo um apoio grande dos deputados da casa, eu acredito que esse projeto vai entrar". 

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A banda Nicobates e Os Amadores embalou o programa Som Pará, da TV UNAMA, na sexta-feira (6). Nas apresentações, os músicos cantam suas músicas sem esquecer a paixão pelos tributos e covers.

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Dando os primeiros passos em 2011, a banda Nicobates e Os Amadores busca ter identidade "orgânica", passeando por estilos como o punk brega e o folk brega. Segundo Nicobates, vocalista, a banda surgiu depois que ele saiu do projeto Norman Bates, em 2011. "Eu criei esse nome Nicobates e Os Amadores em referência à minha banda antiga e ao meu nome artístico", disse o músico.

Após sair da Norman Bates, o artista passou dois anos estudando música e trabalhando na criação de Nicobates e Os Amadores. "Primeiro teve uma formação mais enxuta, uma banda de rock com quatro instrumentistas, e depois eu chamei duas vocalistas que me acompanham até hoje. Já tem um ano e meio mais ou menos que elas estão comigo", concluiu Nicobates.

O programa Som Pará, da TV UNAMA, abre espaço para que os artistas e bandas paraenses possam divulgar seus trabalhos para o público. As gravações são ao vivo, nos estúdios da TV UNAMA ou em uma área externa do campus Alcindo Cacela, em Belém. A primeira temporada, com 38 programas, estará disponível no canal do Youtube do LeiaJá, às quintas e sextas-feiras, sempre às 19 horas. A segunda temporada começou em agosto.

Ver super-herói em filmes e séries é comum, mas vê-los tocando nas noites de Belém é algo completamente novo. São os Vingadores do Brega, grupo musical paraense que completa um ano no dia 5 de setembro (veja aqui clipe oficial).

A banda surgiu quando um dos integrantes resolveu fazer um vídeo para divulgar a sonoridade do estúdio musical de que é proprietário. “Essa ideia surgiu do Batman. Ele tem um estúdio de gravação, trabalha com vários artistas e queria divulgar o estúdio e alavancar o nosso brega. Como cada integrante tocava em bandas diferentes, a gente não poderia aparecer. Ele pegou as fantasias, vestiu a galera e começamos a gravar o vídeo”, disse Super-Choque, percussionista da banda.

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Segundo os músicos, o projeto Vingadores do Brega abraça a cultura e fomenta o que há de bom no Estado. “É algo maravilhoso. Não tem explicação. É um sentimento único. Eu já participei de vários projetos, já toquei com Gaby Amarantos, já estive em patamar nacional, já toquei no programa do Faustão, Caldeirão do Huck, Legendários, Som Brasil, já participei de muita coisa, mas os Vingadores é uma coisa especial, não tem dinheiro que pague”, explicou Super-Choque.

A banda, que também conquistou as crianças, vem se apresentando no interior do Estado, como Abaetetuba. “O prefeito nos convidou para tocar especialmente para as crianças e o palco encheu. Isso é uma experiência que talvez a gente não viva de novo. Estamos todos na casa dos quarentões, barrigudos, mas é isso que a criançada curte, super-herói barrigudo. Participar dos Vingadores, para mim, é tudo de bom. Sentimento único”, disse Super-Choque, emocionado.

Para Venom, contrabaixista da banda, participar do grupo é viver um sonho. “Profissionalmente, é uma das melhores realizações que um artista pode ter na vida, pois, graças a Deus, estamos tendo um enorme reconhecimento e isso é tudo o que o artista precisa, ou seja, significa tudo de bom para mim”, detalhou o músico, com mais de 20 anos de carreira.

Batman, mentor do projeto e vocalista da banda, explica que a amizade entre os integrantes existe há muito tempo e que todas as segunda-feiras eles fazem uma confraternização na frente da casa dele. Foi em uma dessas confraternizações que surgiu a grande ideia. “Tenho um cunhado e um amigo que são animadores de festa, então eu tive a ideia de pegar as fantasias e fantasiar eles. Eles toparam na hora”, relembrou o cavaleiro das trevas.

Entre essas fantasias havia personagens da DC e Marvel, o que causou confusão no público que perguntava: o que o Batman estava fazendo com os Vingadores?. “Hoje eles (o público) já aceitam. Dizem que foi uma Liga que se juntou, em Belém do Pará, para defender a nossa música, a nossa arte e a nossa cultura. Esse é o projeto dos Vingadores do Brega”, ressaltou Batman.

A iniciativa vendeu a proposta do espaço que havia sido reformado, mas o público queria mais dos Vingadores, que eles se apresentassem e formassem uma banda. “As pessoas ficaram enlouquecidas, os acessos nas redes sociais começaram a subir e chegou até um milhão e pouco de acessos nesse primeiro vídeo. Fomos obrigados a montar a nossa banda e a maioria deles (músicos) foram até demitidos das bandas que tocavam, porque repercutiu muito e começamos a fazer show e não parou mais. Isso faz dez meses”, concluiu Batman.

A criatividade e a sonoridade musical chamam a atenção do público. “Quando eu conheci o trabalho da banda achei, primeiramente, muito engraçado. Vi que precisávamos disso. A cultura musical paraense está cada vez sem novidade de bandas com estilo próprio e com identidade. Espero que essa banda represente o estado no Brasil”, afirmou o cantor e estudante de jornalismo Thiago Maia. 

Com Batman no vocal, Deadpool no teclado, Capitão América no saxofone, Flash na bateria, Homem-Aranha na guitarra, Venom no contrabaixo e Super-Choque na percussão, os Vingadores do Brega farão o I Vingadores Fantasy. O evento será no dia 1º de setembro, no Mormaço, em Belém. Contatos da banda: (91) 98194-1808.

Comidas típicas e pontos turísticos são algumas das inúmeras marcas da cultura do Pará, ao lado da música, especialmente com o carimbó, o brega e o tecnobrega. Para fortalecer essa representatividade cultural, o grupo de teatro Cia Discrepante montou um espetáculo musical que recorda músicas dos anos 80 até as atuais. A apresentação será nesta quarta-feira (14), em sessões às 19 e às 20 horas, no Teatro Cláudio Barradas, em Belém.

Com o nome “Tchau, Tchau, Amor”, a comédia conta a história de um jovem casal que está em crise e pensa em se divorciar, mas recorda os sentimentos bons da relação ao ouvir os bregas que marcaram a vida a dois. Ao som das músicas, quem já assistiu sorriu e se emocionou.

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Helena Bastos, uma das protagonistas, explica que o musical traz a mistura de sentimentos bons. “Foram meses de trabalho e preparação, com o objetivo de tocar o coração do máximo de pessoas possíveis. É muito gratificante perceber que o resultado está sendo como esperávamos”, afirmou a artista.

Segundo André Laune, roteirista do espetáculo, quem assiste à peça se emociona e chora de rir. “O espetáculo dá um tapa e te faz cócegas, uma forma de dizer que você ri e sente o impacto do término o tempo todo. O público pode esperar um espetáculo muito bem construído, com coreografias muito bem desenhadas, cenas emocionantes e outras extremamente engraçadas. E uma construção musical incrível. Garanto que todos irão gostar", detalha.

O grupo já se apresentou em Belém e no Festival de Verão de Soure, no Marajó. O Teatro Cláudio Barradas fica na na rua Jerônimo Pimentel, 546, bairro do Umarizal. Mais informações sobre o espetáculo no Facebook

Inspirado em umas das séries mais famosas da Netflix, o Estelita promove neste sábado (3), a 'La Casa de Passinho', uma festa 'nunca antes vista em Tóquio'. Entre as atrações do bem humorado evento, que começa às 23h, DJ Val, DJ Lea, MC Rafa e 9k.

A festa terá muitas referências da série de TV, mas como o próprio nome diz, também dará espaço a dança criada na periferia do Recife. Segunda a descrição do evento, a qualquer momento o ‘bonde do passinho’ pode invadir o estelita caracterizado com os macacões vermelhos e as máscaras de Salvador Dalí, que também serão distribuídas para o público.

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Dinheiro e champanhe – Durante a festa, um dos clientes vai ganhar um prêmio em dinheiro equivalente a 10 vezes o valor que pagou pelo ingresso. Além disso, a casa distribuirá rodadas gratuitas de espumante.

Ingressos à venda no Sympla e na loja Disco de Ouro.

A banda Bandida grava seu primeiro dvd no sábado (3). Dona do hit “saudade” que já ultrapassou mais de 4 milhões de visualizações no Youtube, a banda agora pretende trazer ao seu público muitas surpresas e um repertório inédito, além de releituras de músicas nacionais.

A banda que já tem pouco mais de um ano é formada pelas cantoras Luanny Vital e Amanda Muniz. Umas das faixas que estarão no dvd foi lançada esta semana em parceria com o Mc Japão, a música “Não vai passar”.

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O dvd que será gravado no Clube Via Show e contará também com a participação da Banda Torpedo, Mc Barão, Mc Tocha, Alisson Marx, Luiza Ketily, entre outros artistas.

SERVIÇO 

Gravação do DVD da Banda Bandida

Clube Via Show (Av. Aníbal benévolo 586 - Alto Santa Terezinha, Recife-PE)

Sábado, 03 de Agosto às 22h

Ingressos: R$10 reais e R$ 40,00 (Open Bar)

 

 Após pausa de 3 anos, a banda Kitara está oficialmente de volta à ativa. O grupo lançou em seu canal no YouTube o DVD promocional de 2019, gravado em Jaboatão dos Guararapes, em show que reunia cerca de 80 mil pessoas.

"Sabíamos que esse retorno não poderia ser como há três anos. Voltamos surpreendendo o público com novos elementos, mas sem deixar os sucessos e estilo da Kitara de lado", diz Rodrigo Mell, vocalista da banda. O DVD é composto de 16 faixas, entre elas os sucessos: "Brigas de Amor", "Mentes tão bem", "A Casa Caiu" e "Louca".

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Uma confusão por conta de uma possível traição veio à tona nesta quarta-feira (16), após um vídeo envolvendo os MCs Dadá Boladão, Japão e a dançarina Vitória Kelly, que faz parte do corpo de ballet do MC Troia. Japão é namorado da Vitória e, cobrando ciúme pela possível traição, o MC chamou a, agora, ex-companheira de "rapariga". A dançarina se manifestou por meio das redes sociais e acusa o MC Japão de mantê-la num relacionamento abusivo.

São dois vídeos que circulam pelas redes sociais. O primeiro começa quando, dentro de um outro carro, o cantor Japão persegue o táxi que estava levando a Vitória Kelly e o MC Dadá Boladão. Japão manda o taxista parar, desce do veículo e filma os dois.

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No outro vídeo, Dadá Boladão justifica que estava levando Vitória Kelly para casa, já que eles tinham gravado juntos um clipe para a próxima música de trabalho do MC. Sem querer ouvir as justificativas, enquanto Vitória diz que Japão é doido, ele retruca dizendo que ela é uma "rapariga".

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Em sua conta do Instagram, a dançarina do MC Troia postou alguns vídeos nos stories junto com Dadá, justificando que tudo não passou de um mal entendido. Vitória ainda revelou ao seu público que vivia num relacionamento abusivo com o MC Japão e que ele já havia feito outras coisas com ela, mas não quis revelar as situações. Japão se defende e diz que isso nunca aconteceu.

O MC Dadá Boladão é casado com a modelo pernambucana Priscilla Fontenelle, que está grávida do cantor. Ela também se posicionou por meio de seus stories, afirmando que Dadá e Vitória ficaram, sim, na noite desta última quarta-feira (15). Depois de todo esse imbróglio, ela anunciou que não está mais com o MC. Japão também afirma que agora é "vida que segue".

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 O Príncipe do Brega, Kelvis Duran e a cantora Silvana Salazar são as atrações da ‘Noite do Brega’, que acontece no sábado (18), às 21h, no Manhattan Café Theatro, Zona Sul do Recife. Os Garçons Cantores ficam responsável pela abertura da festa.

"Perdoa-me", "Contigo na cabeça" e "À deriva" estão garantidas no repertório de Kelvis Duran. Já Silvana, a voz de “Bumbum de Guilhotina”, promete muita animação, romantismo e ritmo em seu show.

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Os ingressos custam R$ 88 e podem ser adquiridos no site do Manhattan.

Serviço

Noite do Brega

18 de maio | 21h

Manhattan Café Theatro (R. Francisco da Cunha, 881 - Boa Viagem)

R$88

Aos 10 anos de idade, Priscila Senna entrava oficialmente para o mundo da música cantando como backing vocal em uma banda na qual seu tio era dançarino. A partir de então, a trajetória da cantora foi sempre ascendente. Passando pela Sensação do Brega e Musa do Calypso, ela conseguiu conquistar em definitivo seu lugar cativo na nata do brega pernambucano e o título de 'Musa'. Mas, apesar do sucesso e da legião de fãs fidelizada, ela queria mais e consciente do seu potencial, sabia que um dia, os limites geográficos do Nordeste seriam ultrapassados para que seu trabalho pudesse conquistar todo o Brasil.

Ao conhecer o empresário Carlinhos Aristides, Priscila entendeu que o momento de alçar voos maiores havia chegado. Ele a conheceu durante sua participação no DVD do cantor Avine Vinny e logo a chamou para uma reunião em sua produtora, a A3 - que também agencia grandes nomes como Xand Avião -, sediada em Fortaleza. Era o 'empurrãozinho' que a Musa precisava para conquistar seus maiores sonhos. "Eu acho que faltava uma pessoa com a força que o Carlinhos tem olhar para a gente, olhar meu talento, meu trabalho. A banda sempre foi muito forte em Pernambuco, mas faltava entrar em eventos maiores por conta de pessoas que não davam oportunidade. Ele (Carlinhos) acreditou em mim e foi incrível", disse Priscila em entrevista exclusiva ao LeiaJá.

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Trabalhando com sua "nova família", como a artista chama a equipe cearense, a Musa quer apostar em outras vertentes e se jogar em ritmos e sonoridades diferentes do brega que a projetou inicialmente. Ela garante não temer o desafio e que os fãs são quem mais lhe dão coragem para encará-lo: "Eles sabem que, mesmo antes, eu sempre fui uma cantora muito aberta, nunca me rotulei. A Musa é uma banda muito eclética, no São João tocamos forró, no Carnaval, já puxei trio no Galo da Madrugada, fazemos frevo. Eles amam. No meu Instagram, quando posto cantando qualquer outro estilo de música, é o que mais tem repercussão e o que eles mais amam ver", diz a cantora que revelou ter se apaixonado "de cara" com o novo repertório apresentado pela atual produtora e que deu origem a um EP voltado para o sertanejo, bachata e forró.

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No entanto, ela sabe que não pode deixar de lado os sucessos que a consagraram no meio do brega e que a fizeram 'Musa'. "O brega é meu sangue, tá na minha origem, tem toda uma história, meu começo. Não posso deixar de cantar meus maiores sucessos, como Meu Novo Namorado, jamais", disse para alívio dos fãs mais 'raiz'. A propósito, os antigos hits de Priscila serão regravados com a cara do novo trabalho da artista para serem apresentados ao resto do país.

Entusiasmada com o momento, a cantora promete muitas novidades no decorrer de 2019. Mais dois EPs - um deles com músicas de artistas renomados no cenário nacional como Marília Mendonça e Gustavo Lima -, parcerias, inclusive com Xand Avião, já estão na lista. "As músicas do próximo (EP) já estão guardadinhas. Já estamos pensando no que vai acontecer além; é um outro mundo, estou muito feliz". 

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‘Chora não, boy’

Para lançar oficialmente a nova fase na carreira, Priscila faz um show neste sábado (27), no Itaipava 14, no Recife. "O evento vai ser incrível, um show novo para apresentar a minha nova cara, esse novo projeto". Na festa intitulada Chora não, boy, a Musa vai cantar as músicas do seu novo EP que já está disponível nas plataformas digitais. Além dela, também participam da festa as Amigas do Brega, Shevchenko e Elloco, Tayara Andrezza, Rafa Mesquita e DJ Bregoso

Serviço

Chora não, Boy

Sábado (27) | 21h

Itaipava 14 (Av. Alfredo Lisboa, 76 - Bairro do Recife)

R$ 45

 

 A sede do Galo da Madrugada, no bairro de São José, área Central do Recife, recebe nesta sexta-feira (26), às 21h, a festa “Realeza do Brega”. O evento faz parte do ‘Projeto Sexta Livre’ e traz grandes nomes do brega à capital pernambucana.

Michelle Melo, Kelvis Duran e Conde Só Brega serão as atrações da festa. Sucessos como “Baby Doll”, “Topo do Prazer”, “Perdoa-me”, “À Deriva”, “Não devo nada a ninguém”e “Leila” estão garantidos no repertório.

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Os ingressos custam a partir de R$ 40 e podem ser adquiridos na Sympla.

Serviço

Realeza do Brega

26 de abril | 21h 

Sede do Galo da Madrugada (Rua da Concórdia, 984, Bairro de São José – Recife)

R$40

 Misturando forró e brega, o Itaipava Catorze, localizado na área Central do Recife, recebe no dia 10 de maio, às 22h, a 1ª edição do Odonto Land. Luan Estilizado, Wallas Arrais e Sheldon são atrações confirmadas.

Com grande notoriedade no forró, Luan Estilizado faz shows por todo o país e já dividiu o palco com grandes artistas como, Ivete Sangalo, Aviões do forró e Garota Safada. Já Wallas Arrais é a nova sensação no forró eletrônico e como representante do brega, o ‘diamante negro’ do Recife, Sheldon, completa a programação.

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Organizada pelas turmas do curso de odontologia das faculdades de Pernambuco, o evento é aberto ao público. Os ingressos custam R$ 50 e estão à venda na Super A Formaturas, em Casa Amarela.

Serviço

Odonto Land

10 de maio | 22h

Itaipava Catorze (Armazéns do Porto -Recife Antigo )

R$ 50

81. 3426-5256

Sucesso na cena musical pernambucana, Kelvis Duran se apresenta neste sábado (16), às 21h, na ‘Noite do Brega’, realizada no Manhattan Café Theatro, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife.

No repertório do ‘Príncipe do Brega’, como é conhecido, o cantor apresenta sucessos da carreira como "Perdoa-me", "Contigo na cabeça" e "À deriva". Os ingressos para apresentação podem ser adquiridos por R$ 80, no site do Manhattan.

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Kelvis Duran também foi atração do festival ‘Capital do Brega Festa’, realizado no sábado (9), que reuniu os principais nomes do gênero e do brega-funk de pernambuco.

Serviço

Noite do Brega com Kelvis Duran 

16 de março | 21h

Manhattan Café Theatro (Rua Francisco da Cunha, 881 - Boa Viagem, Recife) 

R$ 80

Informações: (81) 3325-3372

Os fãs do brega e do brega-funk já têm programa certo para o próximo sábado (09). O Festival Capital do Brega Show vai reunir alguns dos maiores representantes dos estilos, como Michelle Melo, Kelvis Duran, Troinha e Sheldon, para shows no Cais da Alfândega, Bairro do Recife. A entrada é gratuita.

Esta é a primeira vez que tantos artistas de brega se apresentam, em um mesmo palco, em um evento aberto ao público. A iniciativa é uma parceria entre a Globo Nordeste e a Prefeitura do Recife. O festival vai aproveitar a estrutura montada para o Rec-Beat durante o último carnaval, ao lado do Shopping paço Alfândega.

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Os shows começam às 18h e contarão ainda com Joelma, Conde do Brega, Banda Kitara, Amigas do Brega, Banda Torpedo, Mc Elvis, MC Cego, Eduarda Alves, Sedutora, Labaredas, Metade, Roginho, MC Japão e a banda The Rossi.

Os amantes do brega terão, no sábado pós-Carnaval, no Recife, a oportunidade de assistir aos shows dos principais artistas do gênero.  A festa 'Capital do Brega' será realizada no Cais da Alfândega com nomes como Michelle Melo, Labaredas, Joelma, Conde do Brega, Kelvis Duran, banda Metade e outros, além de MCs. A entrada será gratuita.

O evento é inspirado no documentário homônimo produzido em novembro de 2018 pela Globo Nordeste, que realiza o festival. Torpedo e banda Sedutora também estão entre as atrações. A festa começa às 18h.

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Confira a chamada e a programação completa do evento:

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Priscila Senna, mais conhecida em Pernambuco como a “Musa”, está de saída do rítmo brega. Há pouco tempo, a artista assinou contrato com a empresa 'A3 entretenimento', de Fortaleza, Ceará, responsável pelo gerenciamento do cantor Xand Avião. Agora, ao que tudo indica, Priscila começará a focar sua carreira no sertanejo e forró.

Na última segunda-feira (4), a cantora esteve em Fortaleza, onde gravou um EP, que terá seis canções inéditas e virá acompanhado de vídeos para a divulgação da artista não só Pernambuco, onde já é famosa por suas canções românticas, mais principalmente no restante do país, começando pelo Estado do Ceará.

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Por meio de sua conta do Instagram, a Musa compartilhou que estava muito feliz com tudo o que estava acontecendo em sua carreira. “É um marco na nossa história”, relatou.

Antes de assinar com a A3 entretenimento, Priscila Senna integrava o casting da empresa pernambucana 'Luan Promoções e Eventos', que gerencia a carreira de artistas como Wesley Safadão, Gabriel Diniz e outros que já são reconhecidos nacionalmente.

Ao site Diário do Nordeste, a Musa acentuou: “Em Recife somos fortes, mas precisávamos de alguém que fizesse a gente crescer”, refere-se a cantora ao sonho do estouro nacional.

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No último dia 20 de janeiro, o Marco Zero do Recife, área central da capital pernambucana, ganhou ares de Carnaval. Domingo a tarde e o local estava completamente tomado por jovens se divertindo e ouvindo muita música. A garotada se dividia em núcleos e muitos deles, uniformizados com trajes coloridos, exibiam orgulhosos as roupas que serviam para diferenciar os grupos e exaltar os bairros de cada um. Ao som do onipresente brega-funk, os meninos e meninas apresentavam, em um ritmo frenético, as coreografias mandando o ‘passinho dos maloka’, gíria para "maloqueiro", dança com características locais que nasceu nas favelas recifenses.

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Cabelos descoloridos e sempre com um corte de cabelo degradê nas laterais, riscos nas sobrancelhas, meiões de cores diferentes e muito glamour. A cada chegada de um grupo novo ao local, os fãs gritavam, pediam para tirar fotos. Era a terceira edição do evento conhecido localmente como “encontro do passinho”, no qual grupos de dançarinos da modalidade se encontram em espaços públicos, como o Marco Zero e o Parque Treze de Maio.

Dentre os objetivos do movimento, os principais são mostrar uns aos outros as novidades nas coreografias, ter um momento de lazer, comemorar a conquista de mais seguidores no Instagram dos grupos, sortear brindes, conhecer os fãs e realizar a “disputa do passinho”. Essa última carrega grande inspiração dos subúrbios de Nova Iorque, nos anos 1960, quando o hip hop começa a ganhar força no gueto e as divergências entre os bairros são disputadas, muitas vezes, nos combates de dança.

Na dança, o gingado é principalmente com os ombros, quadril e braço. Foto: Danilo Campello/LeiaJáImagens

Em Pernambuco, o brega-funk é um dos ritmos mais populares dos últimos anos. Subgênero do brega e com efeitos sonoros que trazem referências sobretudo do funk carioca, o novo estilo musical do momento é completamente eletrônico. Mixagens, batidas aceleradas e muito swing. É no embalo desse novo brega que os grupos do passinho começaram a ganhar vida. Eles gravam a coreografia ao som da música “estourada” do momento e postam nas redes, principalmente no Instagram. Na dança, o gingado é principalmente com os ombros, quadril e braço.

De acordo com Thiago Soares, professor e pesquisador do Programa de Pós-graduação em Comunicação (PPGCOM) da UFPE e autor do livro Ninguém é perfeito e a vida é assim: a música brega em Pernambuco (2017), as características do “passinho dos maloka” em Pernambuco tem muito a ver com os vídeos de dança, de fit dance, postados no YouTube com frequência, além da representação do que os MCs do brega-funk cantam em suas músicas, sempre ostentando e se referindo a mulher como um objeto sexual.

“Essa plataforma criou uma rede de dança que é muito interessante e faz com que qualquer pessoa possa dançar, seja lá passos mega difíceis que são colocados neste site ou coreografias mais fáceis. Nessa analogia,  a gente percebe que a dança voltou a ter protagonismo nas músicas periféricas. Podemos dizer que é uma dança conectada o tempo todo com a rede. Seja pelo Instagram, Facebook ou Youtube, o importante também é o compartilhamento. Eles dançam, filmam, de forma amadora até, postam na rede e marcarm encontros, a ideia de rede só se fortalece. É uma dança em rede”, explicou o pesquisador.

Em janeiro de 2019 o grupo completa sete meses e já conta com mais de 15 mil seguidores no Instagram. Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

E foi através da rede social que o quatro amigos do Alto de Santa Terezinha, Zona Norte do Recife, Nalberthy Pereira, 15, Sandro Batista, 18, Gabriel da Silva, 16, e Igor Inaldo, 17, tiveram a ideia de criar o grupo “Os lokos do passinho”. Eles costumavam brincar de dançar swingueira todas as noites na casa do Gabriel. “Quando o brega-funk começou a estourar, a gente decidiu mandar o passinho e gravamos um vídeo dançando a música Gera Bactéria. Foram muitos compartilhamentos e ninguém imaginava o que estava acontecendo porque todo mundo comentava do vídeo”, relembra Nalberthy, criador do grupo.

Ele conta que não imaginava que a dança fosse agradar tantas pessoas porque era uma brincadeira improvisada da molecada das favelas, não achou que teria grande repercussão. Mas, após mais de 200 mil visualizações e milhares de comentários no vídeo, os autores da música, os MCs Shevchenko e Elloco, convidaram os rapazes para gravar o clipe oficial do som. “A gente mal tinha um grupo formado e nesse momento, decidimos nos organizar com camisas padronizadas, mais ensaios, e até arrumamos patrocinadores de comida, roupa e óculos”, destaca o líder dos Lokos do passinho.

Em janeiro de 2019 o grupo completa sete meses e já conta com mais de 15 mil seguidores no Instagram. Atualmente se apresentam em shows com os MCs Shevchenko e Elloco e cobram em média R$ 150 por apresentação. O valor é dividido igualmente pelos quatro integrantes. “A gente nunca imaginou essa fama do passinho, esse número de pessoas nos encontros, as fotos e as fãs. As vezes arengamos na criação das coreografias, mas o importante é ter união para que tudo possa dar certo”, explica Nalberthy.

No Brasil, o termo “passinho” tem origem do funk do Rio de Janeiro e das batalhas entre grupos de dançarinos do ritmo que faziam disputas nos bailes funks cariocas. Thiago Soares destaca que na virada dos anos 2000 essas competições emergem como uma prática muito comum no Rio, só que feitas para o ao vivo. Esses grupos de dançarinos tinham uma certa notoriedade e começavam a criar passos específicos para as músicas no intuito de disputar quem se daria melhor. “Interessante que era sempre algo muito virtuoso da dança, passos elaborados, difíceis de fazer, tendo até a relação com o frevo e os movimentos da tesoura para tornar a disputa mais complexa”, explica o estudioso. Já a partir da década de 2010, a cultura do passinho também integra mais a internet e as disputas começam a ser mediadas pelas tecnologias, nas redes sociais, principalmente no YouTube.

Para Thiago Soares, a única semelhança entre o passinho do Rio e de Pernambuco é o termo, que é quando um grupo de jovens geralmente a partir de contextos periféricos se unem e montam coreografias para postar na rede social. “A palavra evoca essa prática, são músicas mais periféricas de sujeitos que vivem nas comunidades”, contextualiza o estudioso. Em Pernambuco, o passinho assume as características de um ato sexual, uma dança mais ligada ao universo do brega dos MCs recifenses. “Isso é muito interessante, pensar que não há uma relação corporal com o passinho do funk, mas apenas algo mais subjetivo, uma dimensão de aproximação com o termo. É mais a sensibilidade da nomenclatura que engloba as músicas pop das periferias, em todo o mundo. Temos o Kuduro, o Reggaeton e outras práticas de danças coletivas que estão ligadas a dinâmicas da competição em festas populares periféricas. Mas, é importante ressaltar que essa prática assume características específicas em cada local”, complementa.

Sandro Batista, integrante dos Lokos do Passinho, conta que o estilo do “passinho dos maloka” é das comunidades, diferente de tudo, é de favelado. “A nossa dança é muito pernambucana. Não é igual ao passo do Rio de Janeiro, é o movimento da brecada que a gente pegou da swingueira e a cultura do brega. Acho muito legal esse espaço que estamos tendo, mesmo o preconceito ainda rolando porque acham que dança é para as mulheres”.

O grupo já se apresenta em shows e cobra um cachê de R$ 200. Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

Considerada um ícone dentro do movimento do passinho no Recife, a dançarina Clara Araújo, 15, já conta com mais de 50 mil seguidores no Instagram e faz muito sucesso compartilhando as coreografias individuais e de seu grupo “As do Passinho S.A”, que nasceu em uma praça da Avenida Norte, no bairro de Santo Amaro, região central do Recife.

Enquanto conversamos, Clara segue com o celular nas mãos, sempre de olho nas atualizações das suas redes. Ao chegar para a gravação da entrevista, ela esqueceu a caixinha de som, daqueles portáteis. Caminhamos na volta para a sua casa, na comunidade do bairro de Santo Amaro, e os olhares eram de muitos lados. “Olha aí, as meninas do passinho estão famosas, vão para a televisão”, diziam os moradores ao perceber que estavam sendo filmadas.  

Apaixonada pela dança desde a infância, ela conta que dançava de tudo, mas gostava mesmo era da swingueira porque podia praticar os movimentos mais agitados do corpo. Em 2018, ela começou a perceber uma crescente desses vídeos em que garotos e garotas mostravam o gingado ao som do brega-funk na web. Para ela, a decisão de montar o grupo causou muitas dúvidas porque o ‘passinho dos maloka’ é uma dança corporalmente feitas pelos homens.

Longe dos tradicionais rebolados e do empinado da bunda, que geralmente ela estava mais acostumada a fazer em outros estilos musicais, o passinho era desafiador. No dia 29 de outubro de 2018, Clara chamou duas amigas, inicialmente, e depois anunciou que precisava de mais duas garotas para fundar o grupo. Clara e Poliane Raquel, 15, Karina Kemily, 13, Vitória Kaiury, 12, e Thamires Calares, 15, hoje são as responsáveis pelas coreografias e apresentações à frente do “As do Passinho S.A”.

Como outros grupos, as meninas já fazem shows, assinam contratos, tudo com o apoio da família, gravam clipes de MCs e já estabeleceram até patrocínios, que vão desde a barraca do pastel do bairro a marcas de roupas da comunidade.  As coreografias seguem o mesmo formato das que são dançados pelos meninos, com os movimentos que chamam de “brecada”, em que o quadril se movimenta para frente no zigue-zague.

Foi em uma praça de Santo Amaro que a carreira das meninas do passinho S.A começou. Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

Apesar de Clara e as amigas serem muito queridas no movimento das periferias, nem tudo são flores. Os comentários preconceituosos começaram a aparecer com frequência porque a sociedade entende que a dança do passinho é apenas para os meninos. “A gente costuma enfrentar muitas críticas, nos xingam dizem que isso é dança de homem porque as letras são masculinas e os passos são de menino. Mas eu não ligo para o que os outros pensam, a minha família me apoia e aprendi que não devemos dar bola para o que os invejosos falam”, declarou Clara, que também comentou sobre as letras mais pornográficas e machistas. “A gente sabe disso, mas as letras são feitas pelos homens e não podemos fazer muita coisa, né? Eles escrevem e só dançamos porque o importante é a batida boa”, diz.

Para Thiago, o fato das dançarinas falarem que o passinho é uma dança mais masculina, para os homens, se justifica ao observar por quem é feito o brega-funk. “É um gênero muito masculino, ele consagra a figura do MC maloqueiro, do homem com status. É uma dança sem rebolado e com o  quadril sempre no formato do coito, concentrados no universo masculino, no corpo do homem. É algo de engatar, gestos ligado ao ato sexual, movimentos bruscos. E se você parar para pensar, quase não tem mulher nesse gênero. Temos a MC Loma, mas a própria feminilidade dela é um pouco maloqueira e talvez isso tenha feito com que ela tivesse essa adesão local e até nacional”, aponta.

Clara relembra que um dos dias mais felizes de sua vida foi no último 8 de janeiro, quando se surpreendeu ao chegar no Marco Zero para o encontro que tinha marcado, no intuito de celebrar a quantidade de seguidores, e perceber que tinham mais de 3 mil pessoas. “Nunca imaginei isso, marcar um evento e tanta gente aparecer para nos ver”, comenta. Nos últimos encontros, a dinâmica dos grupos do passinho tem sido diferente. Em vez de só um grupo marcar o evento, agora vários núcleo de bairros diferentes dialogam e agendam o encontro para o mesmo dia. Principalmente nesse mês de férias, sexta, sábado e domingo é possível notar a grande presença dos dançarinos sempre pelo Recife Antigo, local historicamente conhecido por agregar diferentes guetos da sociedade.

A garotada da periferia desceu dos morros e mais uma vez ocupou os asfaltos

A criação das coreografias do grupo fica por conta de todos. Cada um traz uma ideia e eles tentam adequá-las aos passos. Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

Há um ano, os amigos Rafael Smitth, 18, Wydson Pereira, 17, Doguinha, 17, Athison de Oliveira, 15, também moradores do Alto de Santa Terezinha, gravaram um vídeo da música “Sonho louco”, do MC Reino e logo depois das boas visualizações, também decidiram montar o grupo “Os Mulekes do Passinho”. Eles costumam ensaiar os novos passos para postar mais vídeos na rede no Compaz do Alto Santa Terezinha, que fica próximo de onde eles moram.

Agendar uma entrevista com os meninos foi fácil. Assim como a maioria dos grupos de passinho, eles também possuem um assessor de comunicação para facilitar a marcação de entrevistas com a imprensa e elaborar parcerias com marcas locais. Geralmente a escolha do assessor é feitas pelos integrantes do grupo. São pessoas de confiança que estão envolvidas no processo desde o início. Diferente do mundo corporativo, a assessoria de comunicação não é um profissional com formação na área, mas a função é basicamente a mesma: promover o grupo.

Tímidos durante a entrevista, os meninos estavam preocupados com a imagem. Postar tudo nas redes, gravar ao vivo, filmar a coreografia, atualizar o feed. O que para muitos é uma brincadeira, para eles é uma oportunidade de melhorar de vida fazendo o que mais gostam, dançando. O estilo dos integrantes dos Mulekes do Passinho é de chamar atenção. Para eles, estar sempre arrumado e com o visual “no grau” é tão importante quando os passos da música.

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É com uma caixinha de som e um celular que o grupo consegue gravar as coreografias, além de ensaiar para os shows que às vezes fazem com o MC Metal e também sozinhos. Geralmente são quatro apresentações por fim de semana, mas o número deve crescer com a proximidade do Carnaval, já que uma das apostas para o hit da festividade é a música "Tome Empurradão", de Shevchenko, Elloco e Balakinha. A composição é praticamente onipresente nos encontros do passinho, todos sabem dançar a coreografia.

Para Shevchenko, o brega-funk é o ritmo que mais toca em Pernambuco, seja nas festas da periferia ou da elite e na visão do cantor, em pouco tempo o mundo todo vai conhecer o estilo musical. “Eu não sei se Tome Empurradão vai ser o hit do Carnaval, mas já fico feliz que o passinho está sendo conhecido cada vez mais. Quando os encontros começaram a acontecer, percebi que estavam rolando confusões, gravei um vídeo e fiz um apelo ao pessoal para prevalecer a paz, deixar de lado isso de bairro porque o brega precisa ser respeitado e isso só queima a nossa imagem”, afirma.

Mãe e pai assumiram o papel de assessores para acompanhar os filhos no encontro dos passinhos. Foto: Danilo Campello/LeiaJáImagens

Grupo criado há pouco mais de duas semanas, os Kedeleys dos irmão Breno Torres, 15, e Cauã Torres, 12, nasceu dessa febre do passinho no Recife. Os garotos gostaram da nova moda e por já terem familiaridade com a dança logo se interessaram pelo estilo da coreografia. “Tudo começou com uma brincadeira e já estamos com 400 seguidores na rede social. Dançar é muito bom e se pudermos profissionalizar isso, seria top”, conta Breno.

Os irmãos participam do encontro do passinho no Marco Zero acompanhados dos responsáveis, devidamente uniformizados como “assessores”. Patrícia Torres, mãe dos meninos, lembra que eles dançaram quadrilha durante algum tempo e perderam a timidez por causa da dança. “Eu perguntei se eles queriam investir na ideia do passinho e eles toparam, estamos aqui para apoiar, juntos”, diz. Ela complementa ainda que para acabar com o preconceito das pessoas com quem escuta o brega-funk é preciso que seja menos marginalizado. “A periferia tem muita cultura para mostrar, somos do Ibura e viemos até o centro para ver nossos filhos dançando”.

Quem também apoia a realização dos encontros é Jaqueline Castro, 22, uma das responsáveis por ajudar o grupo “Os caciques”. “O espaço é público e todos podem fazer o uso deles, só porque tá cheio de gente negra, da periferia e dançando, não precisa desse monte de policial. Essa dança é cultura, somos da favela e estamos afastando essas crianças de tudo de ruim, como as drogas e o crime. Isso aqui é importante demais”, avalia.

Sem dúvida, a chegada mais barulhenta e digna da quantidade de fãs das boy bands norte-americanas foi a do grupo Magnatas do Passinho S.A. O grupo é formado por Artur Borges, 24, Robert Ferreira, 15; Mauricio da Silva, 17; Eduardo da Silva, 18; Sérgio Roberto, 19; e Kelviny Guimarães, 20. A fama dos meninos de Santo Amaro começou a crescer depois de um vídeo postado no YouTube, dançando a coreografia da música "Barulho da Kikada", dos MCs Niago, Seltinho Coreano e Reino.

Foto: Danilo Campello/LeiaJáImagens

Eles chegaram ao encontro no Marco Zero por volta das 15h do último domingo e quase que a reportagem não consegue um espaço na disputada agenda dos meninos para a entrevista. Fotos, gravação de clipe, abraços e muito calor humano. Os meninos estavam atendendo os fãs ao lado da lateral do Seu Boteco, restaurante que fica nos Armazéns da localidade. Apesar do espaço ser de uso público, a gerência do estabelecimento parece não ter gostado do tumulto e após alguns minutos colocou uma fita zebrada para isolar toda lateral do bar.

Durante o encontro, também era possível perceber a grande qualidade de policiamento, guarda municipal e seguranças no local. Artur sabe que o preconceito com o movimento ainda é muito grande por uma série de fatores, mas prefere focar nas coisas positivas que têm acontecido na vida da garotada cada vez melhor no passinho. “A nossa meta é se apresentar no Olinda Beer esse ano, fazer sucesso como a MC Loma, levar o brega-funk para o brasil todo. Quem sabe um programa de auditório não nos chama para apresentar nosso movimento? Estamos aqui para sonhar mesmo”, conclui.

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Ousado, inusitado, dançante, alto-astral é o mínimo que se pode dizer do show que vai balançar as estruturas do casarão da Casa do Fauno neste fim de semana. E quem vai aterrissar no palco do espaço gastronômico e cultural do Reduto, neste sábado (26), é ninguém mais, ninguém menos que a drag queen Dona Sandra, também cantora e apresentadora, com o show “Drag no Brega”. O início será às 22 horas, com ingressos a R$ 15.

Dona Sandra, cuja carreira musical começou na virada de 2014 para 2015, oferecerá ao público uma amostra do seu novo espetáculo musical, que está sendo ensaiado e com o qual, em breve, empreenderá uma turnê. “Drag no Brega” – ainda o nome provisório do show – contém músicas autorais do EP lançado por ela em 2017 e traz, também, material novo.

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Dentre as músicas lançadas por Dona Sandra, do final de 2018 para cá, estão três cujos clipes podem ser vistos no YouTube: “Bumbum batendo”, uma mistura de reggaeton com batidão de brega; “Tremendo o paredão”, um tecnobrega da pesada com participação da diva do gênero Keila Gentil; e “Dançando merengue”, um merengue, como o nome já diz, com participação da banda Xeiro Verde – esta lançada por último, já no mês de dezembro.

Em sua performance no palco, Dona Sandra terá a companhia da DJ Daniela, no sampler, com quem trabalha em sintonia fina. “Todas as músicas que vou apresentar eu mesma compus, a não ser uma que foi feita em parceria com uma amiga”, revela. Serão mais ou menos 90 minutos de apresentação. “Aviso logo: em show meu ninguém fica sentadinho, comportadinho, paradinho, viu? Vou botar todo mundo pra dançar”, promete.

A música de Dona Sandra é, de fato, um convite a soltar o corpo e deixar-se levar pelos ritmos que ela mistura com verve, suingue e uma dose generosa de bom humor. A artista conta que seu primeiro EP já tinha uma atmosfera sonora de boate, tipo festa mesmo, com batida eletrônica e letras insinuantes que convidam o ouvinte a cair na pista. No segundo EP eu trago mais batidas ainda do que no primeiro, mas sem perder essa vibe, essa pegada, esse alto astral, porém com um certo predomínio do tecnobrega”, detalha.

É importante que o público saiba, observa a artista, que Dona Sandra é uma identidade artística que só existe no palco. Fora dele, sem as roupas e a maquiagem extravagantes com as quais se apresenta, a drag queen abre espaço para seu criador, o publicitário Fabrício Figueiredo, de apenas 23 anos, especializado em design gráfico e marketing. “Eu uso a drag apenas para mostrar minha arte. Não sou Dona Sandra o tempo todo. E quem sou eu, de fato? Olha, sou um rapaz como outro qualquer. Há quem diga que sou até bonitinho, há quem diga que nem tanto”, ironiza.

Fabrício, que foi ator de teatro por cinco anos, conta que Dona Sandra nasceu na ribalta, em uma peça homônima – ou seja, intitulada “Dona Sandra” – dirigida por seu primo Bruno Torres. “A personagem era uma vendedora de tacacá, moradora da periferia de Belém, que tinha o sonho de virar estrela pop. Até que um dia o milagre acontece, mas somente no plano onírico, não na vida real”, conta.

Na época – virada de 2014 para 2015 –, para divulgar a peça, Fabrício destacou apenas uma cena musical do espetáculo e apresentou-a à parte sempre que encontrava ocasião.  A resposta do público foi tão boa, mas tão boa, que Dona Sandra, aos poucos, ganhou vida própria e virou o projeto artístico-musical que é agora.

 Perguntado se não é muita ousadia, em plena onda neoconservadora, investir numa identidade artística como a de Dona Sandra, com imagem pansexual, atitude e discurso provocadores, Fabrício reflete e conclui: “Acho que ser artista neste momento é carregar uma responsabilidade ainda maior. O público conservador, bem, esse não te aceita de qualquer jeito – não tem conversa. Mas quem compreende a nossa música, a nossa proposta e a nossa atitude, e muita gente compreende, pode ter certeza, não espera menos da gente. São pessoas que, como nós, querem resistir ao conservadorismo. Então vamos resistir juntos, né? E a música faz essa ponte, a música é o elo que nos une e nos fortalece numa resistência ao retrocesso que, agora, na minha opinião, é mais necessária do que nunca”, diz Dona Sandra – a face artística, ousada e criativa de um rapaz latino-americano, esclarecido e destemido, chamado Fabrício Figueiredo.

Serviço

Show: Drag no Brega

Artistas: Dona Sandra

Local: Casa do Fauno

Endereço: Rua Aristides Lobo, 1061, Reduto, Belém

 Data e hora: 26 de janeiro de 2019, sábado, 22h

Ingresso: R$ 15

 Informações: (91) 99808-2322

Da assessoria do evento.

 

  O cantor de brega Sheldon Ferrer passou por cirurgia na tarde dessa terça-feira (22), em decorrência de um acidente de carro sofrido na madrugada do sábado (12) na Avenida Agamenon Magalhães, no Recife. O bregueiro chegou a ficar preso nas ferragens.

Segundo a assessoria do artista, a cirurgia realizada em um hospital particular da Zona Norte do Recife, ocorreu bem e que Sheldon deve ter alta médica ainda nesta quarta-feira (23). No acidente, ele fraturou o úmero, maior osso do membro superior, localizado no braço.

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Em vídeo compartilhado por Sheldon, via stories, do Instagram, o cantor agradeceu a Deus, aos médicos e afirmou que a agenda de shows está mantida neste final de semana.

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