Tópicos | cachoeira

Acordo entre os líderes da base governista enterrou de vez nesta quarta-feira os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira, que serão concluídos até o fim deste ano. A estratégia dos aliados do Planalto é evitar novas investigações das ramificações do esquema do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com a empreiteira Delta. A oposição acusa os governistas de promoverem uma "vergonhosa pizza" e uma "farsa" com o fim da CPI.

Prevista para acabar neste domingo, a CPI vai se estender oficialmente até o início do recesso parlamentar, no dia 22 de dezembro. Mas estes 48 dias de prorrogação servirão apenas para que o deputado Odair Cunha (PT-MG) apresente o relatório final com as conclusões das investigações, que se arrastam desde maio. "Quero apresentar o meu relatório no dia 20 de novembro", disse Cunha.

##RECOMENDA##

Até o início da noite de quarta-feira, 223 deputados e 34 senadores haviam assinado o pedido para prorrogação da CPI até dezembro. O pedido foi protocolado hoje na Mesa Diretora do Senado. Não deverá ocorrer mais nenhuma reunião da CPI daqui até a data de apresentação do relatório.

A oposição defendeu a continuidade dos trabalhos da comissão por mais seis meses (180 dias). Mas não conseguiu apoio suficiente _ são necessárias, no mínimo, as assinaturas de 171 deputados e 27 senadores. "Não temos como chegar a esse montante de assinaturas. No máximo, vamos conseguir entre 125 e 130 assinaturas de deputados", admitiu o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS).

Para sepultar de vez a CPI, os integrantes da Comissão aprovaram nesta quarta o adiamento da votação de mais de 500 requerimentos de quebras de sigilo bancário, telefônico e fiscal. Esses requerimentos eram essenciais para que a CPI avançasse nas ligações da Delta com empresas fantasmas, que abasteceram o esquema comandado por Cachoeira. Foram 17 votos favoráveis ao adiamento proposto por Odair Cunha e apenas nove contrários. A suspeita é de que pelo menos 13 empresas, que não tiveram o sigilo quebrado e fizeram negócios com a Delta, façam parte do esquema de Cachoeira.

"As investigações indicam que o Cachoeira é parte da organização criminosa e o cabeça do esquema é a empreiteira Delta", afirmou o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP). "O que está sendo feito agora é o tratoraço regimental", reclamou Lorenzoni, diante da decisão de, na prática, engavetar todos os requerimentos de quebra de sigilo. "Estamos jogando o lixo para debaixo do tapete e o lixo está fedendo", emendou o senador Pedro Taques (PDT-MT).

Os oposicionistas também voltaram a insistir hoje na convocação do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, do PMDB. O pedido de convocação do governador fluminense, que é amigo de Fernando Cavendish, principal acionista da Delta, já foi rejeitado anteriormente. "Quando foi negada a convocação do governador Sérgio Cabral, para mim ele passou a ser o principal suspeito da construtora Delta. O Cabral foi blindado", acusou o líder do PPS, deputado Rubens (PR).

Imediatamente, o deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ) saiu em defesa do governador, considerando a fala de Bueno uma "leviandade", e iniciando um bate-boca com o líder do PPS. "O governador não foi convocado porque nas milhares de interceptações telefônicas não há nenhuma citação ao nome dele. O que existe é uma relação pessoal do governador com o Fernando Cavendish", disse Picciani, com o dedo em riste para Bueno. "O Picciani é do grupo que blinda a Delta", rebateu o líder do PPS. "Quero lamentar profundamente o desrespeito do deputado Onyx. Não nos prestamos a blindar quem quer que seja", retrucou o peemedebista.

A CPI do Cachoeira está paralisada há dois meses sob o argumento de que o período eleitoral poderia contaminar as sessões e as investigações da comissão. Nesse período, a CPI ouviu apenas o depoimento do deputado Carlos Alberto Lereia (PSDB-GO) sem avançar nas apurações.

Contrariando o governo, a CPMI do Cachoeira obteve no Senado o apoio de 34 senadores - sete além do necessário - para prorrogar os trabalhos por mais 180 dias, como quer a oposição. Na Câmara, em um único dia, 80 deputados assinaram o requerimento estendendo a investigação até maio. O deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) acredita que não haverá dificuldade em obter as 47 assinaturas que faltam. O problema é que as assinaturas restantes no Senado e na Câmara devem ser obtidas até o dia 4 de novembro quando termina o prazo inicialmente previsto para o término do funcionamento da CPMI.

O futuro da comissão será decidido na reunião marcada para a próxima terça-feira, dia 30, às 15 horas. Lorenzoni prevê que os governistas querem evitar "uma queda de braço e o confronto com a sociedade" que, segundo ele, resultará do fato de a CPI virar pizza. A ordem no Palácio do Planalto, no entanto, é outra, de encerrar o quanto antes as investigações.

##RECOMENDA##

O líder do PSDB, senador Alvaro Dias (PR) afirma que transformar a CPMI em pizza, como quer o relator Odair Cunha (PT-MG), seria evidenciar a "ligação promíscua" do governo com a Construtora Delta. A empresa é a maior beneficiada por recursos do PAC,tendo recebido da União mais de R$ 3 bilhões desde o início do programa. O líder embasa suas suspeitas no bloqueio feito pela bancada governista contra os requerimentos para quebrar o sigilo bancário e fiscal de 29 empresas de fachada, suspeitas de atuarem como braços da Delta. Ele lembra que o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) identificou "movimentações atípicas" em todas essas empresas. Ou seja, elas não produzem nada, mas recebem e repassam altas somas de dinheiro.

Na avaliação do líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR), há "indícios claros" de que essas empresas abasteceram partidos nas campanhas eleitorais de 2010, quando a presidente Dilma Rousseff foi eleita. "Tentam blindar o acesso para esconder caixas de campanha", acusa. Ele lembra que o relator e o presidente da CPMI, Odair Cunha e senador Vital do Rego (PMDB-PB), vêm paralisando os trabalhos sob os mais variados pretextos. A última alegação de Cunha é a de que já dispõe de dados para fechar seu relatório. Procurado, Cunha não atende ao telefone. Como a investigação não avançou, Rubens Bueno supõe que o relator se contentará em repetir no relatório fatos já divulgados pela imprensa. A suspensão dos trabalhos resultou no acúmulo de 508 requerimentos que não foram votados, entre eles os 29 do líder tucano pedindo a abertura das contas das "laranjas" da Delta.

No início das atividades, a CPMI foi atendida pela Polícia Federal no pedido de disponibilizar três servidores para ajudar no trabalho de investigação. Como dois profissionais vieram das superintendências fora de Brasília, receberam do Senado diárias que totalizam R$ 101 mil, segundo levantamento da ONG Contas Abertas. A Comunicação Social da PF informa que os três delegados à disposição da comissão, Alexandre da Silveira Ibarrola e Christian Robert Wuestern, que receberam as diárias, e Cairo Costa Duarte foram indicados "em virtude da grande experiência que possuem em operações policiais complexas, notadamente em assuntos relacionados a crimes financeiros e lavagem de dinheiro". O certo é que, por mais experiente que sejam, sem acesso a dados, eles nada puderam fazer. O Senado, que bancou as diárias, esconde os valores, a exemplo do que faz em todas as ocasiões em que se questiona o uso de dinheiro público. Mas avisa que, se depender da Casa, a CPMI pode prorrogar o quanto quiser os trabalhos porque não faltará dinheiro. "Mesmo com o pagamento das referidas diárias aos delegados federais e transcorridos quase seis meses de trabalho, a CPMI não consumiu todos os recursos financeiros que foram previstos em sua instalação", informa a comunicação social da Casa.

Na primeira mesa de abertura do Festival Literário Internacional de Cachoeira (FLICA), a escritora, professora universitária e filósofa Marcia Tiburi falou sobre a importância da política feminista em sua vida. A abertura do Festival, que ocorreu nesta terça-feira, contou ainda com o show do Núcleo de Prática Orquestral.

A mesa foi coordenada pelo poeta e professor Jorge Portugal. Marcia Tiburi classificou o ato de escrever como sendo um “ato de solidão”.  As críticas da autora sobre as relações entre homens e mulheres levaram o público às gargalhadas. Tiburi falou sobre o amor no discurso e o romantismo nas relações interpessoais. Segundo ela, “quem escreve é militante de uma causa”.

##RECOMENDA##

O jornalista e escritor Xico Sá também participou da mesa, criticando a questão do estilo na obra. “Essa coisa de 'li Machado de Assis e não vou mais escrever...' é uma pinóia!”, brincou. Para ele, todos os jovens que escrevem “textos infinitamente urbanos e infinitamente confessionais, fazem o retrato das relações pessoais contemporâneas”.

Parecer enviado na última sexta-feira pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, ao Supremo Tribunal Federal recomenda o arquivamento de inquérito contra o deputado Stepan Nercessian (PPS-RJ). O parlamentar recebeu, em 2011, R$ 175 mil do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso pela Polícia Federal, no dia 29 de fevereiro.

Dizendo ser amigo há mais de 20 anos do bicheiro, Nercessian explicou que R$ 160 mil se referiam a um empréstimo, já saldado, para a compra de um apartamento. O restante do dinheiro ele teria usado para a compra de ingressos para o desfile de escolas de samba do Rio. "A sensação de Justiça é uma das melhores alegrias que um homem pode ter", comemorou o deputado, ao saber da decisão do procurador Gurgel. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

##RECOMENDA##

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira encaminha nesta quarta (19) ao Ministério Público Federal em Goiás ofício solicitando o sequestro de bens de 30 pessoas envolvidas com o esquema do contraventor Carlos Augusto Ramos. A CPI pede ainda a retenção dos passaportes dos integrantes da organização criminosa. O sequestro de bens e a apreensão de passaportes pela Justiça têm por objetivo evitar a venda dos imóveis e a fuga para o exterior dos envolvidos com o bicheiro.

Pelos dados da CPI, Cachoeira possui em seu nome apenas um terreno em condomínio em Goiânia avaliado em R$ 1,5 milhão. A maioria de seus bens está registrada no nome de seus parentes, como irmãos, e de sua ex-mulher Andrea Aprígio de Souza que tem um patrimônio estimado de R$ 16,3 milhões, entre apartamentos, terrenos e salas comerciais, e além de um avião avaliado R$ 750 mil. Já Andressa Alves Mendonça, atual mulher do bicheiro, tem uma fazenda avaliada em R$ 20 milhões, em Brasília.

##RECOMENDA##

Reginaldo Almeida Ramos, um dos irmãos de Cachoeira, tem em seu nome bens avaliados em R$ 17,1 milhões. Adriano Aprígio, irmão da ex-mulher do bicheiro, possui imóveis no valor de R$ 9,4 milhões. Ex-diretor regional da empreiteira Delta Construções na região Centro-Oeste, Claudio Abreu tem bens estimados em R$ 4,6 milhões. Junto com outros quatro sócios, entre eles Adriano e Claudio Abreu, Cachoeira também é dono de uma fazenda em Brasília, avaliada em R$ 17,5 milhões.

"Há fortes indícios que a construção desse patrimônio se deu por fraude em licitação ou por jogatina", afirmou nesta terça o relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG). "Quem adquirir estes bens pode estar comprando terreno na lua", observou. "Existe essa possibilidade de integrantes da organização criminosa estarem se desfazendo de seus bens para fugir", disse o vice-presidente da CPI, deputado Paulo Teixeira (PT-SP).

Nesse sentido, reportagem do jornal "Correio Braziliense" mostrou que José Olímpio Queiroga Neto, um dos integrantes da quadrilha de Cachoeira, estaria dilapidando seu patrimônio e articulando sua fuga para o exterior. Segundo o jornal, José Olímpio estaria vendendo um terreno, em Brasília, pela metade do preço _ a terra está avaliada por R$ 3 milhões, mas ele pôs a venda por R$ 1,5 milhão.

No ofício encaminhado aos procuradores Daniel Resende Salgado, Léa Batista de Oliveira e Marcelo Ribeiro de Oliveira, a cúpula da CPI argumentou que o sequestro de bens feito pela Justiça em fevereiro "não abordou a integralidade dos bens da organização uma vez que novos relatórios, Relatório Patrimonial - Avaliação, objeto da investigação da Policia Federal das operações Monte Carlos e Vegas e Relatório de Análise nº 156/2011 do Departamento de Organização Imobiliária apresentam novos bens".

Cinco meses após pedir afastamento por suspeita de envolvimento com a organização do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, o ex-chefe de gabinete do governador Agnelo Queiroz (PT), Cláudio Monteiro, voltou a trabalhar para o Governo do Distrito Federal. Na semana passada, foi nomeado secretário extraordinário da Copa de 2014 e ficará responsável pelos preparativos do evento, entre eles as obras do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha.

Monteiro pediu exoneração após a divulgação de grampos da Polícia Federal, nos quais aliados de Cachoeira falavam sobre o suposto pagamento de propina ao então chefe de gabinete em troca de favores na administração. Ele também teria recebido um telefone para falar com o grupo. As conversas também sugerem que o contraventor o teria ajudado na campanha para a Câmara Distrital, em 2010. O ex-servidor sempre negou participação no esquema, ressaltando que, embora citado, não foi flagrado em nenhuma escuta.

##RECOMENDA##

Segundo o GDF, um processo disciplinar aberto para apurar as denúncias concluiu que não houve irregularidades. Além das quebras de sigilo fiscal, bancária e telefônica do ex-chefe de gabinete, foram analisados seus atos de ofício e ouvidos os envolvidos no caso.

"Restou concluída a ausência de qualquer deslize ou conduta administrativamente irregular atribuível ao senhor Francisco Cláudio Monteiro", diz despacho de Agnelo.

Como chefe de gabinete, Monteiro tinha status de secretário de Estado e acumulava o cargo de secretário-executivo do Comitê Organizador da Copa 2014. Agora, a área responsável pelo evento passa a ser gerida por uma secretaria extraordinária. Por isso, na prática, mesmo não retornando à antessala de Agnelo, ele continua no primeiro escalão, com cacife e salário de secretário.

A secretaria foi criada no início da semana passada. Monteiro foi nomeado na quarta e começou a trabalhar no dia seguinte. No domingo, inspecionou as obras do Estádio Nacional ao lado de integrantes da Fifa.

Algemado com as mãos para trás, semblante tenso, o empresário de jogos de azar Carlos Augusto Ramos, chegou nesta quarta (29) ao Fórum de Brasília para responder sobre a acusação de tentar fraudar uma licitação para controlar o sistema de bilhetagem eletrônica do transporte público de Brasília. Mas logo no início do interrogatório, Cachoeira pediu para exercer o direito constitucional de permanecer calado, para não produzir provas contra ele. Diante da recusa em responder às perguntas, o juiz o liberou de prestar o depoimento e Cachoeira foi levado de volta ao presídio.

Em depoimento à CPI Mista do Cachoeira, o governador do DF, Agnelo Queiroz (PT), confirmou que assessores do seu governo sofreram pressões, mas resistiram e não houve desvio de dinheiro público. Sete réus, dois deles ainda presos preventivamente, respondem pela tentativa de fraude. Um deles é o ex-diretor da construtora Delta no Centro-Oeste, Cláudio Abreu, que também foi preso mas já está solto.

##RECOMENDA##

Cachoeira está preso desde 29 de fevereiro, acusado de chefiar uma quadrilha, desmantelada pela Operação Monte Carlo, suspeita de corrupção, lavagem de dinheiro, desvio de dinheiro público e exploração de jogos ilegais em Goiás e no entorno de Brasília.

A defesa do bicheiro pediu ao Supremo Tribunal Federal habeas corpus para que ele não fosse algemado, alegando que o cliente tem sofrido constrangimento ilegal, mas o pedido foi negado.

A Polícia Civil do Distrito Federal desarticulou, na manhã desta sexta-feira, na Operação Jackpot, uma organização criminosa, comandada pelos irmãos Quiroga, ligada ao bicheiro Carlinhos Cachoeira. Entre os presos está Raimundo Washington de Souza Quiroga, um dos chefões da exploração de jogos ilegais no Distrito Federal, que havia sido preso na Operação Monte Carlo, em fevereiro passado, mas libertado por habeas corpus concedido pela Justiça. Também foram presos Otoni Olímpio Junior, sobrinho de Raimundo, e Bruno Gleidson Soares Barbosa.

Estão sendo procurados, ainda, outros dois operadores da jogatina. Um deles é Antonio José Olímpio Naziozeno, que igualmente já havia sido preso na Operação Monte Carlo, junto com Cacheira.

##RECOMENDA##

Segundo o diretor-geral da Polícia Civil do DF, Jorge Luiz Xavier, a família Quiroga voltou a operar no esquema de jogos ilegais no DF, no dia seguinte após ser libertada. "Isso mostra o nível de ousadia sem limites de uma organização criminosa que afronta o Estado, em plena capital da República", afirmou o diretor-geral.

Segundo a Polícia Civil, o esquema possuía uma rede de inteligência ativa para monitorar os passos da Polícia e assim agir livre de repressão. A Polícia também informou que com a prisão desse grupo fica enfim desarticulado o esquema remanescente da organização comandada por Cachoeira no DF.

Os dados da operação serão enviados para o Congresso Nacional, para a CPI do Cachoeira, o Ministério Público e o Poder Judiciário ao qual foi pedida a prisão preventiva de todos os envolvidos. "O Estado precisa abrir os olhos e combater com energia esse tipo de organização e evitar a impunidade. Não se trata de meia dúzia de exploradores de jogatina, mas de uma gente ousada que enfrenta o Estado brasileiro", concluiu Xavier.

Brasília - Agentes da Delegacia de Combate ao Crime Organizado (Deco), da Polícia Civil do Distrito Federal, cumprem nesta sexta-feira (24) cinco mandados de prisão contra um grupo suspeito de  integrar o esquema de Carlinhos Cachoeira. A Operação Jackpot visa apreender Raimundo Washington de Sousa Queiroga, Otoni Olímpio Júnior, Bruno Gleidison Soares Barbosa, Antônio José Sampaio Naziozeno e Edvaldo Ferreira Lemos.

De acordo com as investigações, eles mantinham casas de bingo no DF. Segundo a polícia, o bando, que agia no entorno da capital federal na época da Operação Monte Carlos- que resultou na prisão do contraventor Carlinhos Cachoeira - transferiu-se para o DF, onde exploravam jogos ilegais em Brasília e nas cidades-satélite.

##RECOMENDA##

Durante as investigações - que duraram um mês -, mas de 80 máquinas caça-níqueis foram apreendidas e sete casas de bingo foram fechadas. No DF, o grupo ia buscar os apostadores nas residências, para evitar que outros veículos circulassem pelos locais.

Histórico
Cachoeira foi preso em fevereiro, durante a Operação Monte Carlo da Polícia Federal.  As irregularidades do esquema ilegal dele foram detectadas em 2006. Dois anos depois, foi iniciada a Operação Vegas. As investigações da Operação Monte Carlo foram iniciadas em 2010, em Valparaíso de Goiás – cidade localizada no entorno do Distrito Federal.

O Ministério Público Federal em Goiás denunciou 81pessoas à Justiça Federal, entre policiais civis, militares e federais, policial rodoviário federal e servidores públicos.

No Congresso Nacional foi instalada uma Comissão Mista Parlamentar de Inquérito (CPMI) para investigar a relação de agentes públicos e privados no esquema de Cachoeira. Nesta semana, em depoimento à comissão, os procuradores Léa Batista de Oliveira e Daniel Rezende Salgado, deixaram claro que a organização criminosa comandada pelo contraventor continua em atividade. "Enquanto não conseguirmos sufocar essa organização, em termos financeiros, ela vai continuar atuando, independentemente de o chefe estar preso ou não. É uma organização criminosa armada, sofisticada, complexa e ousada com código de silêncio orquestrado”, frisou Lea Batista.

Três suspeitos de envolvimento em uma organização criminosa liderada por Carlinhos Cachoeira foram presos na manhã desta sexta-feira (24), no Distrito Federal. De acordo com a Polícia Civil do DF, que realiza a operação batizada de 'Jackpot', os homens estão envolvidos na exploração de cassinos clandestinos em Brasília.

Durante a ação, que teve a participação de 120 policiais civis, foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão, a maior parte no Plano Piloto. De acordo com a Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Deco), as investigações prosseguem e outros envolvidos no esquema de jogos ilegais estão sendo procurados.

##RECOMENDA##

A Fazenda Gama, do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi invadida na noite de quarta-feira por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e do Movimento de Apoio aos Trabalhadores Rurais (MATR). A assessoria do MST informou que 800 famílias entraram na propriedade. Elas querem uma reunião com o governador do Distrito Federal (DF), Agnelo Queiroz (PT), para tratar da desapropriação.

A área da fazenda é de 4.093 hectares. De acordo com a Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, que investigou as ações do contraventor, 35% de seu território foram adquiridos em dezembro de 2010 pelo grupo formado por Cachoeira, Cláudio Abreu, ex-diretor da construtora Delta no Centro-Oeste, e pelo empresário Rossine Aires Guimarães. Utilizando os documentos da PF e suspeitas da CPI do Cachoeira, os invasores alegam que a área é pública.

##RECOMENDA##

Cachoeira está preso desde o dia 29 de fevereiro, acusado de comandar uma rede de caça-níqueis em Goiás e na região próxima a Brasília e de ter montado um esquema de corrupção de políticos e agentes públicos.

O extrato bancário do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, encaminhado à CPI do Cachoeira mostra que o petista pagou R$ 7,5 mil para o policial militar João Dias Ferreira no primeiro semestre de 2008. O soldado foi o delator do esquema envolvendo irregularidades no repasse de verbas do Ministério do Esporte para organizações não governamentais ligadas ao PcdoB. Agnelo comandou a Pasta entre 2003 e 2006.

Os dados foram remetidos à CPI pelo Banco de Brasília (BRB), após o depoimento do governador na comissão que investiga as relações políticas do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Agnelo autorizou a quebra de seu sigilo bancário, fiscal e telefônico.

##RECOMENDA##

Segundo o BRB, Agnelo fez três transferências de R$ 2,5 mil cada para o soldado. A primeira em 01 de fevereiro de 2008, a segunda em 4 de março do mesmo ano e a última em 31 de março. Os dados mostram também o depósito de R$ 5 mil feito pelo lobista Daniel Almeida Tavares, ligado ao laboratório União Química, na conta de Agnelo. Os parlamentares tiveram acesso ainda aos dados das contas do Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal.

Em nota, o governador do DF informou que as operações financeiras com João Dias Ferreira dizem respeito à compra de um veículo usado - Honda Civic, modelo 2006/2007. A transação teria sido feita em fevereiro de 2008, mediante a entrega de 10 cheques nominais pré-datados, mas acabou desfeita pouco mais de dois meses depois, com a devolução do carro e a restituição dos cheques. A assessoria do governador sustenta que a operação é absolutamente legal e que o governador não tentou escondê-la e ofereceu seu sigilo à CPI.

Responsáveis no Ministério Público pelas Operações Vegas e Monte Carlo, os procuradores Daniel de Resende Salgado e Léa Batista de Oliveira defenderam nesta terça a investigação das relações do esquema do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com a empreiteira Delta Construções. Em depoimento nesta terça à CPI do Cachoeira, os dois procuradores voltaram a relatar ameaças e solicitaram o compartilhamento das quebras de sigilo bancário e fiscal recebidos pela CPI de toda a movimentação de Cachoeira e de empresas fantasmas para que a Justiça mantenha o sequestro de bens do bicheiro estimado em R$ 167 milhões.

"Temos a possibilidade de perder o sequestro desses bens", lamentou Salgado, que foi responsável pela Operação Vegas, entre 2008/2009. A avaliação é que Cachoeira poderá ter seus bens liberados por tribunais superiores, caso as investigações não sejam aceleradas. Segundo os dois procuradores, o "braço financeiro" da quadrilha não foi investigado pelo Ministério Público porque, diante do vazamento de informações, a Operação Monte Carlo foi deflagrada em 29 de fevereiro, com a prisão de Cachoeira, antes do término das averiguações sobre as relações do esquema do contraventor com o mundo empresarial.

##RECOMENDA##

Foi detectado apenas uma "proximidade muito grande" entre Cachoeira e Cláudio Abreu, diretor regional da Delta Centro-Oeste. A sede da empresa em Goiânia era inclusive usada pelo bicheiro para encontros de negócios. Também não foram levadas adiantes as investigações sobre operações de "dólar a cabo" do grupo de Cachoeira no exterior - no Uruguai, no Reino Unido e em Curaçau.

"O próximo desafio do Ministério Público é identificar a questão patrimonial e as possíveis fraudes à licitação e o braço financeiro", afirmou Léa, que comandou as investigações no Ministério Público da Operação Monte Carlo. "Não conseguimos fazer qualquer tipo de investigação nesse viés empresarial", concordou Salgado. Ambos informaram que as apurações das duas operações ficaram centradas no esquema de jogo ilegal comandado por Cachoeira.

Diante da defesa dos procuradores para que as investigações avancem sobre o braço empresarial do grupo de Cachoeira, integrantes da CPI voltaram a defender a quebra do sigilo bancário e fiscal de empresas laranjas montadas pelo contraventor para receber recursos da Delta Construções. "A CPI apontou a existência de uma holding da corrupção capitaneada pela empreiteira Delta", observou o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP).

Levantamento do PSDB aponta que a empreiteira repassou R$ 413,5 milhões para 18 empresas fantasmas nos últimos dez anos. Apenas seis dessas empresas tiveram seu sigilo quebrado pela CPI. "Estou estudando para ver se é o caso de quebrar os outros sigilos", disse o relator Odair Cunha (PT-MG). Segundo ele, a CPI já detectou movimentações suspeitas da Delta Construções com mais de 200 empresas fantasmas.

No depoimento de cerca de quatro horas à CPI, a procuradora Léa Batista enfatizou que a organização criminosa comandada por Cachoeira tem características semelhantes à máfia italiana. Ela argumentou que um dos aspectos mais fortes é a lei do silêncio imposta a seus integrantes. A procuradora observou ainda que sofreu ameaças do grupo do contraventor, que mandou e-mails para ela e teria até tentado entrar em sua casa, um dia de madrugada. "A Operação Monte Carlo desvelou uma máfia, entranhada no Estado, com mecanismos de cooptação de agentes públicos. Um membro do grupo, quando se silencia na Justiça ou na CPI, objetiva escudar o grupo e seu líder. A sociedade ficou totalmente desprotegida com a cooptação do Estado armado", afirmou Léa. Daniel Salgado observou que, pela atual legislação, Cachoeira deverá ficar preso apenas 15 anos, mesmo que seja condenado à pena máxima de 30 anos de prisão.

Depois de um mês de recesso, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira retomou nesta terça os trabalhos sem muito sucesso. Os dois depoentes, entre eles Andressa Mendonça, mulher do contraventor Carlos Cachoeira, optaram por ficar em silêncio e nada revelaram à CPI. A sessão só ficou movimentada depois que a senadora Kátia Abreu (PSD-TO) desafiou Andressa a apresentar o dossiê que teria contra ela.

A ameaça de Andressa à senadora ocorreu há uma semana, depois que a mulher de Cachoeira foi denunciada por chantagem a um juiz federal e obrigada a pagar uma fiança de R$ 100 mil. Na ocasião, segundo Kátia Abreu, a mulher do bicheiro teria afirmado possuir um dossiê contra a senadora, inclusive com fotos. Andressa teria dito que a senadora "não saía da casa de Cachoeira e teria pedido dinheiro para a campanha".

##RECOMENDA##

À CPI, a senadora afirmou também que recebeu ameaças em seu gabinete de um telefone público localizado em Taguatinga, cidade a 20 quilômetros de Brasília. "É uma tentativa de me amedrontar. Não tenho medo dela e de seu comparsa", disse a senadora, ao informar que protocolou uma interpelação contra Andressa em Goiânia. "Carminha e Max só na TV. Não vão jogar meu nome no lixão", completou Kátia Abreu, numa referência à novela "Avenida Brasil", da Rede Globo. "Mentirosa e cascateira", acusou a senadora, no momento em que Andressa deixou em silêncio a sala da CPI, recusando-se a responder qualquer pergunta.

Diante do fracasso dos depoimentos marcados para esta terça, integrantes da Comissão estão convictos de que a "CPI está indo para o buraco". "Parece que a CPI está nos estertores, se esvaindo em sangue", resumiu o senador Pedro Taques (PDT-MT). Além de Andressa, Joaquim Gomes Thomé Neto, acusado de ser um dos responsáveis pelas escutas telefônicas que favoreceriam os negócios de Cachoeira, também ficou em silêncio. "Estamos investigando uma organização criminosa e, por isso, quanto mais o tempo passa, mais a organização se fecha. Mas não são só os depoimentos que são o centro de nossa investigação", minimizou o relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG).

Preocupada com o esvaziamento da CPI, a cúpula da Comissão pretende elaborar uma agenda de depoimentos daqui até o primeiro turno das eleições municipais. Uma das propostas é agendar os depoimentos de Luiz Antonio Pagot, ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura (DNIT), e de Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, na primeira quinzena de setembro. Ex-presidente da Dersa, empresa que administra as obras rodoviárias no Estado de São Paulo, Paulo Preto é ligado ao PSDB e, segundo Pagot, teria pressionado pela liberação de verbas do DNIT para obras do Rodoanel em São Paulo. Parte dos recursos teria sido usada para abastecer um suposto caixa dois de campanha. A pressão teria ocorrido em 2009.

Com esses depoimentos a CPI espera conseguir dividir os holofotes com o resultado final do julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que dará a sentença para os 38 réus acusados. O relator Odair Cunha pretende apresentar seu relatório final na terceira semana de outubro, antes do segundo turno das eleições. O prazo final de CPI está previsto para 4 de novembro.

Relatório da Polícia Federal mostra que o escritório de advocacia Morais, Castilho & Brindeiro, do ex-procurador-geral da República Geraldo Brindeiro, recebeu ao menos R$ 680 mil do grupo do contraventor Carlinhos Cachoeira. O valor consta de planilhas que registram pagamentos apreendidos de Adriano Aprígio de Souza, cunhado de Cachoeira e apontado como seu "laranja" no mercado de jogos.

Os documentos foram recolhidos durante a Operação Monte Carlo, em 29 de fevereiro, na sede do laboratório Vitapan, que está em nome de Aprígio, mas, na prática, pertenceria a Cachoeira. Foram encontrados em meio a papéis sobre a aquisição de cotas da empresa argentina Electro Chance Gaming Suppliers por R$ 3,3 milhões.

##RECOMENDA##

As tabelas registram pagamentos mensais à "Brindeiro" em 2009 e 2010. Os repasses foram contabilizados com as referências "RC" (Roberto Coppola, sócio da Electro Chance que tinha negócios com Cachoeira); "EC" (as iniciais da empresa); e "CR", de "Carlos Ramos", o Cachoeira.

"Isso também nos remete à necessidade de esclarecer qual a origem dos recursos utilizados nos pagamentos das cotas adquiridas, pois, conforme demonstrado aqui, pelo menos um dos pagamentos a Brindeiro fora feito via esquema utilizado pela organização criminosa", diz a PF.

A CPI sabia até agora de cinco repasses ao escritório, no total de R$ 161 mil, feitos por Geovani Pereira da Silva, contador de Cachoeira. Ao menos um veio da Alberto e Pantoja - empresa de fachada cujas contas eram operadas por Pereira e serviam, segundo a PF, para mascarar repasses da Delta Construções a políticos.

Em ofício enviado à comissão, a Morais, Castilho & Brindeiro não explicou quanto recebeu no total pelos serviços. Informou à CPI que fez consultoria para a empresa Ocean Development II, sediada nos EUA, sobre a legalidade da reativação de loterias em Goiás e Santa Catarina. O proprietário da empresa é Coppola e foi ele, segundo o ofício, quem tratou com os advogados.

O escritório diz não ter nenhuma relação com Cachoeira ou Aprígio e que manteve contatos apenas com Coppola. Não revelou o valor total da consultoria, argumentando que a ética profissional não o permite. Mas, em nota, informou que os valores excedem a quantia apurada pela PF.

O escritório de advocacia afirmou que a consultoria foi feita continuamente em 2009, 2010 e 2011, mediante pagamentos mensais, com a emissão de notas fiscais por honorários de serviços "efetivamente prestados". E reiterou que, embora seja sócio, Brindeiro não participa da gestão financeira da empresa.

O ex-procurador-geral, que exerceu o cargo de 1995 a 2003, por indicação do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, é subprocurador da República. Brindeiro integra o grupo que, por ter entrado na carreira antes da Constituição de 1988, pode advogar. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

A Polícia Federal sustenta que a Delta Construções encomendava notas frias para dar fachada legal a pagamentos feitos à organização do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Os pedidos eram feitos a um empresário, acusado de fornecer para a quadrilha os documentos e montar empresas de "prateleira", sem funcionários ou atividades reais.

Descrito em relatório da PF, o esquema foi revelado com base em análise de papéis e e-mails apreendidos na JR Prestadora de Serviços, um dos CNPJs usados pela Delta para pagar serviços supostamente fictícios. Na firma, em Anápolis (GO), foram recolhidos documentos sobre a constituição de mais cinco pessoas jurídicas (Brava Construções, Let Laminados, Flora Brasil, Gold Petro e Libra Factoring), cujas contas eram movimentadas por homens de Cachoeira. O responsável pelo escritório seria Francisco de Asis Oliveira, apontado como criador das empresas.

##RECOMENDA##

Convênios - Segundo a PF, Oliveira está envolvido no desvio de R$ 300 milhões de convênios firmados principalmente por prefeituras com uma entidade com sede no Paraná. As fraudes foram reveladas em 2010 pela Operação Parceria. Segundo as investigações, R$ 70 milhões passaram por uma das empresas de Oliveira.

Os detalhes do esquema com a Delta constam de e-mails apreendidos pela PF, trocados pelo empresário com Adriano Aprígio de Souza, ex-cunhado de Cachoeira e apontado como laranja do esquema. Em mensagem de 14 de janeiro de 2010, Aprígio pede ajuda para justificar um pagamento: "Preciso receber em uma construtora 600 e não estou conseguindo. Você não me ajudaria a levantar uma nota para receber isso?".

Mensagens posteriores dão detalhes. Aprígio diz que precisa de uma empresa de "prestação de serviços" e não de "vendas" e avisa que seria necessário cadastrá-la na "matriz" - provavelmente a empreiteira - para receber pagamentos via transferências bancárias.

Após a apresentação da Delta, a Brava Construções e a JR passaram a ter como representante em bancos o contador de Cachoeira, Geovani Pereira da Silva. De acordo com a PF, vinha da Delta a maior parte dos recursos recebidos por essas empresas, que serviam para fazer pagamentos a pessoas ligadas a políticos.

Segundo documentos da CPI do Cachoeira, só das contas da JR foram sacados mais de R$ 7,5 milhões entre abril e agosto de 2010. A empresa emitia cheques nominais para si mesma e autorizava pessoas a descontá-los, operação atípica que serve para encobrir a identidade dos beneficiários do dinheiro. Os saques eram quase sempre abaixo de R$ 100 mil, valor a partir do qual as transações são monitoradas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do Ministério da Fazenda.

O jornal O Estado de S.Paulo não localizou Oliveira ou responsáveis pela JR. A Delta não respondeu a perguntas enviadas à sua assessoria de imprensa. Em nota, informou que "quitou serviços prestados". As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

 

A Delta Construções abasteceu com R$ 10,9 milhões empresa usada pelo contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, para pagamento a uma assessora da primeira-dama de Palmas, a deputada estadual Solange Duailibe (PT), mulher do prefeito Raul Filho (PT). Relatório da Polícia Federal diz que o contador do contraventor, Geovani Pereira da Silva, operava a conta bancária da Miranda e Silva Construções, responsável pelo repasse à funcionária de Solange, para fazer depósitos a várias outras pessoas. Os pagamentos foram feitos por meio de contas no BB e no HSBC, entre junho de 2011 e janeiro deste ano.

Segundo a Receita, a Miranda e Silva foi criada em 2010 para aluguel de máquinas, obras de urbanização e demolição de edifícios e está registrada numa loja em Águas Claras (DF). No local, funciona uma firma que aplica forros, sancas e divisórias. "Estamos aqui desde 2009 e nunca funcionou nada com esse nome", informou ao Estado um dos responsáveis, Valdenir de Jesus.

##RECOMENDA##

A PF diz que Cachoeira montou intrincada engenharia financeira envolvendo a Miranda e Silva, que existiria como fachada. Contas recebiam depósitos no exterior de pessoas e empresas interessadas em transferir dinheiro para o País. Os comprovantes eram enviados por e-mail a Gleyb Ferreira da Cruz, que acionava Geovani, o contador, que fazia depósitos no País, usando contas de empresas do esquema.

O depósito na conta da assessora de Solange, de R$ 120 mil, foi feito em 2011, após pedido de um funcionário da Delta e Geovani, conforme a PF. O Ministério Público do TO suspeita de que seja propina paga pela Delta, com contratos de lixo em Palmas. Os promotor Adriano Neves pretende ouvir os dois proprietários da Miranda e Silva, moradores do DF, por carta precatória. Em depoimento, a deputada diz desconhecer a transação. Irmão dela e ex-secretário do governo de Palmas, Pedro Duailibe, afirmou que usava a conta da assessora e que o pagamento refere-se à venda de uma retroescavadeira à Miranda e Silva. Já a Delta informou que a empresa integra seu cadastro de fornecedores e recebe por "serviços prestados e efetivamente faturados". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

O fator Carlinhos Cachoeira derrubou mais um: o poderoso ministro da Justiça do governo Lula, Márcio Thomaz Bastos, mito da advocacia penal que defendia o contraventor, renunciou à causa. Seguiu Thomaz Bastos toda a equipe que o assessorava, inclusive os criminalistas Augusto Botelho e Dora Cavalcanti. "Eu saio por razões que nada têm a ver com o mérito da causa", declarou MTB.

Havia pelo menos um mês que o veterano criminalista, de 77 anos, amadurecia a ideia de abandonar a demanda. Ele andava desgostoso com o cliente, temperamental, hostil, exigente, mesmo atrás das grades. "Um sujeito inadministrável", disse um profissional do Direito próximo ao ex-ministro.

##RECOMENDA##

No início de julho, Márcio Thomaz Bastos combinou com familiares de Cachoeira que seus advogados o acompanhariam às audiências na Justiça, realizadas semana passada. Talvez a banca do ex-ministro ficasse por mais algum tempo com o caso, mas precipitou a decisão de Thomaz Bastos em deixar a defesa o impacto provocado pela nova denúncia, agora envolvendo Andressa Mendonça, mulher de Cachoeira, investigada pela Polícia Federal por chantagear juiz.

Alvo maior da Monte Carlo e da Saint Michel - missões da PF e da Polícia Civil que revelaram seu poderio no governo Marconi Perillo (PSDB-GO) e nos domínios do senador tucano cassado Demóstenes Torres -, Cachoeira acreditava que logo estaria na rua outra vez.

Não foi por falta de empenho do criminalista que Cachoeira não recuperou a liberdade. Foram muitas as incursões de Thomaz Bastos a todas as instâncias judiciais, em vão. Na sexta feira, 20, ele fez a derradeira ofensiva. Foi ao gabinete do ministro Ari Pargendler, presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), e a ele entregou pedido para libertação do contraventor. Na segunda, porém, a solicitação foi rechaçada.

Amigos de Thomaz Bastos dizem que o incomodava o desgaste que a pendência provocava em sua biografia, construída em 53 anos de vida forense. O ex-ministro nunca confirmou, mas também jamais desmentiu, os R$ 15 milhões que lhe teriam sido oferecidos por Cachoeira.

Cifra tão elevada logo despertou a atenção de um procurador da República do Rio Grande do Sul, que pediu investigação por suposta prática de lavagem de dinheiro do contraventor. Ao que consta, porém, Cachoeira deu calote e nada pagou ao ex-ministro.

Críticas a Thomaz Bastos foram prontamente repreendidas pela Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo, que saiu em defesa do ex-ministro. "O advogado é como o padre, que abomina o pecado, mas ama o pecador", declarou Luiz Flávio Borges D'Urso, presidente licenciado da entidade.

O vendaval Cachoeira derrubou senador, tirou juiz federal do caminho e ameaça governador. Nesta terça, Márcio Thomaz Bastos anunciou formalmente sua saída. Não fez pronunciamentos, apenas disse a conhecidos que "a renúncia é desgaste natural da relação (com o cliente)".

A equipe do ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos deixará de responder pela defesa do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Nesta terça-feira, todos os advogados vão sair do caso oficialmente. Eles não explicaram o motivo da decisão.

Cachoeira é acusado de liderar esquema de jogos ilegais e foi preso em fevereiro deste ano pela Polícia Federal, durante as investigações da Operação Monte Carlo. Nessa segunda-feira, a noiva do contraventor, Andressa Mendonça, foi detida acusada de tentar chantagear o juiz federal responsável pelo julgamento do processo que envolve Cachoeira na Justiça de Goiás.

##RECOMENDA##

Ao jornal Folha de S.Paulo, uma das advogadas integrantes da equipe, Dora Cavalcanti, afirmou que o acordo era participar da defesa até a audiência da semana passada. Na ocasião, o contraventor se recusou a responder as perguntas do juiz Alderico dos Santos. Durante o seu depoimento, usou o tempo de defesa para fazer declarações de amor a Andressa Mendonça, que acompanhava o depoimento na primeira fileira.

Enquanto comandou a defesa, Márcio Thomaz Bastos fez repetidos pedidos para libertar o contraventor e tentou anular as provas obtidas contra o cliente. O advogado também o acompanhou na ida à CPI que investiga as relações do grupo do contraventor com agentes públicos. Na ocasião, Cachoeira também ficou em silêncio.

O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Ari Pargendler, negou nesta segunda-feira (23) o pedido de Carlos Cachoeira para que fosse solto. Os advogados do contraventor tentaram suspender liminar do ministro Gilson Dipp que o mantém preso. O argumento é que o julgamento de recurso já apresentado pela defesa do bicheiro, iniciado pela Terceira Seção, foi interrompido por pedido de vista e, na melhor das hipóteses, só será retomado em 8 de agosto, após o recesso do Judiciário. Sendo assim, diz o pedido, os "graves efeitos" da liminar perdurariam por prazo excessivo.

Ao negar o pedido, Pargendler argumentou explicou que o juiz de plantão não pode revisar decisão do juiz natural, que "relatou e decidiu durante o período normal de atividades do tribunal", e nem avocar a competência já submetida à Terceira Seção. "A avocação é via de uma só direção, partindo do órgão colegiado para o singular, e não o contrário", explicou, na decisão.

##RECOMENDA##

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando