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No início deste ano, a cantora Preta Gil foi diagnosticada com câncer de intestino, depois de passar mal em casa e ter uma hemorragia. Em entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo, a cantora admitiu que seus hábitos alimentares nunca foram os ideais e contou que está tentando melhorá-los durante o tratamento, que inclui quimioterapia, radioterapia e cirurgia.

"Tenho consciência de que meus hábitos alimentares não eram os mais saudáveis", disse ela. "Agora, estou mudando meus padrões alimentares, meu estilo de vida, minhas horas de sono. É um desafio, mas estou viva, tenho oportunidade de me tratar, uma grande rede de apoio e Deus no coração. Isso tudo vai passar e vai ser um grande aprendizado."

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A campanha de conscientização e prevenção ao câncer de intestino tem como slogan este ano "Saúde é prevenção. Cuide de você, evite o câncer de intestino."

Além de recomendações para que as pessoas se alimentem bem, se exercitem e não consumam álcool em excesso, os especialistas citam a prevenção secundária, com a realização de exames de colonoscopia e busca de sangue oculto nas fezes para quem tem mais de 45 anos.

"Cerca de 90% dos casos de câncer de intestino têm origem a partir de um pólipo, um tipo de lesão na mucosa do intestino que pode se transformar em câncer", explicou o coloproctologista Antônio Lacerda Filho, presidente da SBCP. "Em uma colonoscopia, esses pólipos podem ser retirados, prevenindo, assim, a doença."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O número de internações por câncer de intestino (colorretal) aumentou 64% nos últimos dez anos, um resultado que preocupa especialistas de diferentes áreas. Todos apontam as mesmas causas para esse crescimento tão significativo: alimentação e estilo de vida. Com isso, os tumores de cólon já constituem o segundo tipo mais prevalente da enfermidade entre homens e mulheres, atrás apenas de próstata e mama, respectivamente.

O levantamento inédito foi realizado pela Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (Sobed), Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) e Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG).

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Médicos explicam que o aumento do consumo de alimentos ultraprocessados e a redução do consumo de fibras, somados a sedentarismo, tabagismo e alcoolismo, são as principais causas do crescimento dos cânceres intestinais.

"O câncer colorretal sempre foi prevalente, mas os números vêm aumentando, e ele já é o segundo mais comum tanto para homens quanto para mulheres", explicou o cirurgião Marcelo Averbach, do Hospital Sírio-Libanês, coordenador nacional da campanha março azul para prevenção do câncer de intestino. "O aumento do número de casos é decorrente, basicamente, de condições ambientais, sobretudo da dieta, rica em alimentos ultraprocessados e embutidos, baixa ingestão de fibras e de líquidos. Além disso, há outras questões comportamentais, como sedentarismo, tabagismo e alcoolismo."

Segundo o trabalho, os registros de internação trazem números alarmantes: foram 657.183 hospitalizações só no Sistema Único de Saúde (SUS) para o tratamento dessa doença entre 2012 e 2021, com impactos imensuráveis para milhares de famílias brasileiras. Neste mesmo período, foi observado um crescimento de 64% das internações.

Já os dados de mortalidade decorrentes desse tipo de neoplasia indicam que, somente em 2021, foram registrados 19.924 óbitos por câncer do cólon, da junção retossigmoide e do reto, alta de 40% em relação a 2012.

Alimentação

"A associação entre estilo de vida e câncer colorretal vem sendo demonstrada em vários estudos científicos", afirmou a professora do Instituto de Nutrição Josué de Castro, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Wilza Peres. "Isso envolve a má qualidade da alimentação e também o consumo de álcool, o tabagismo e o sedentarismo. A qualidade da alimentação vem piorando muito nos últimos anos, não só no Brasil mas em todos os países ocidentais."

De fato, a última Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que o brasileiro come, por exemplo, cada vez menos feijão com arroz, prato considerado excelente por nutricionistas, por reunir proteínas, carboidratos e fibras.

Entre a pesquisa realizada em 2002/2003 e a última, de 2017/2018, a média per capita anual de consumo de feijão caiu de 12,4 quilos para 5,9 quilos - uma redução de 52%.

Por outro lado, alimentos preparados e misturas industriais registraram alta de 56%, e as bebidas alcoólicas, de 19%.

A proporção de pessoas com obesidade na população com 20 anos ou mais de idade mais que dobrou no País entre 2003 e 2019, passando de 12,2% para 26,8%, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) do IBGE, de 2020.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Estudo da Fundação do Câncer, divulgado para marcar o Dia Mundial da Prevenção do Câncer de Colo do Útero, celebrado neste domingo (26), revela que todas as capitais e regiões brasileiras estão com a vacinação contra o HPV (Papilomavírus humano) abaixo da meta estabelecida pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Isso significa que até 2030, o Brasil não deverá atingir a meta necessária para a eliminação da doença, que constitui problema de saúde pública. O levantamento tem como base os registros de vacinação do PNI de meninas entre 9 e 14 anos, no período de 2013 a 2021, e meninos de 11 a 14 anos, entre 2017 e 2021.

Em todo o Brasil, a cobertura vacinal da população feminina entre 9 e 14 anos alcança 76% para a primeira dose e 57% para a segunda dose. A adesão à segunda dose é inferior à primeira, variando entre 50% e 62%, dependendo da região. Na população masculina entre 11 e 14 anos, a adesão à vacinação contra o HPV é inferior à feminina no Brasil como um todo. A cobertura vacinal entre meninos é de 52% na primeira dose e 36% na segunda, muito abaixo do recomendado. A Região Norte apresenta a menor cobertura vacinal masculina, de 42% na primeira dose e de 28% na segunda. O estudo completo pode ser acessado no site da Fundação do Câncer.

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Destaques

Em entrevista à Agência Brasil, a consultora médica da Fundação do Câncer e colaboradora do estudo Flávia Corrêa afirmou que há uma diferença regional marcante. “O mais preocupante é que justamente o Norte e o Nordeste, que têm as maiores taxas de incidência de mortalidade por câncer de colo de útero, são as regiões onde encontramos a menor cobertura de vacinação”. De acordo com a médica, isso acende o alerta de que é necessário investimento grande em medidas educativas para a população, para as crianças e adolescentes, pais e responsáveis e para profissionais de saúde, a fim de aumentar a cobertura.

De acordo com o levantamento, a Região Norte apresenta a menor cobertura vacinal completa (primeira e segunda doses) do país em meninas: 50,2%. Entre os meninos, o percentual é de apenas 28,1%. A região também foi a que mais registrou óbitos por câncer de colo de útero no período 2016/2020: 9,6 por 100 mil mulheres, contra a média brasileira de 6 a cada 100 mil mulheres.

De todas as regiões do país, o Sul é a que mais se aproxima da meta estabelecida (87,8%) na primeira dose em meninas. Por outro lado, é a região que apresenta maior índice de absenteísmo, ou não comparecimento, na segunda dose: 25,8% entre as mulheres e 20,8% entre os homens, enquanto a média do país é de 18,4% e 15,7% nas populações feminina e masculina, respectivamente. Já o Nordeste tem a menor variação entre a primeira e a segunda dose, tanto feminina (71,9% e 57,9%) quanto masculina (50,4% e 35,8%).

Múltiplas doses

Segundo Flávia, toda vacina que tem múltiplas doses costuma apresentar problema do absenteísmo, especialmente entre os adolescentes. “Em qualquer vacina que tenha múltiplas doses, o que se vê é que existe realmente uma queda para completar o esquema vacinal”. Isso acontece não só no Brasil, mas no mundo todo. No caso da vacinação contra o HPV, a recomendação do PNI é continuar com duas doses, embora a OMS já tenha dado aval para que seja utilizada uma dose única, dependendo das circunstâncias locais. “É preciso haver uma conscientização muito grande para que se complete o esquema vacinal”.

Ela lembrou que seria muito importante a vacinação voltar a ser feita nas escolas, como ocorreu no primeiro ano em que a primeira dose foi disponibilizada nas unidades de ensino e de saúde. A partir da segunda dose, só estava disponível nas unidades de saúde. Flávia destacou que em todo o mundo, o esquema que deu mais certo foi o misto, em que a vacinação estava disponível ao mesmo tempo na escola e nas unidades de saúde. “Esse é um ponto muito importante”.

Capitais

O estudo mostra também que Belo Horizonte é a única capital com cobertura vacinal feminina acima de 90% na primeira dose. Considerando o esquema vacinal completo, esse percentual cai para 72,8%, mas ainda continua sendo a capital que mais protegeu sua população contra o câncer de colo de útero no país, considerando o período de 2013 a 2021. Em seguida, aparecem Curitiba, com 87,7% e 68,7% (dose inicial e reforço) e Manaus, com 87,0% e 63,2% (primeira e segunda doses).

Fortaleza foi a capital do Nordeste com maior cobertura vacinal na primeira dose (81,9%) e na segunda dose (60,1%). São Luís, ao contrário, obteve os menores percentuais na primeira (51,4%) e na segunda (36,7%). Brasília e Goiânia, no Centro-Oeste, apresentaram os maiores e menores percentuais na primeira e segunda doses, da ordem de 78,1% e 58,6% e 62,1% e 43,5%, respectivamente.

No Sudeste, o Rio de Janeiro teve índice vacinal de 72,1% na primeira dose e 49,1% na segunda; em São Paulo, o índice também é baixo (76,5% e 59,8%). O mesmo ocorre em Porto Alegre, na Região Sul, onde somente 42,7% da população feminina estão com o esquema vacinal completo, 21 pontos percentuais abaixo da dose inicial da vacinação. O pior cenário, contudo, é registrado em Rio Branco, no Norte do país: apenas 12,3% da população feminina tomaram as duas doses da vacina contra o HPV. Na primeira dose, foram 14,6%. “Até hoje, a cobertura no Acre é baixíssima”, comentou a médica.

Desinformação

Flávia Corrêa chamou a atenção para o fato de que há ainda muita desinformação sobre a vacina contra o HPV. Muitos pais ignoram que a vacina previne contra o câncer de colo do útero e não incita o início da vida sexual antes do tempo. Outros não sabem qual é a faixa etária em que os filhos devem se vacinar. “Há uma falta de informação muito grande que precisa ser abordada com medidas educativas, mais fortes, tanto para as crianças e adolescentes, quanto para os pais, a sociedade como um todo. É necessário ampliar a discussão sobre a questão da vacina, mostrar os dados que dizem que ela é segura, não estimula a atividade sexual precoce”.

A consultora médica da Fundação do Câncer disse que a cobertura vacinal é menor para os meninos, tanto na primeira quanto na segunda dose, porque as pessoas ainda não entenderam que a vacinação de meninos é necessária não só para proteger as meninas do câncer de colo do útero, mas porque traz benefícios também para os representantes do sexo masculino. Ao vacinar ambos os sexos, diminui a disseminação do vírus, explicou.

Além de proteger as meninas e mulheres contra o câncer de colo do útero, os meninos podem ser beneficiados com a vacina para evitar câncer de pênis, de orofaringe, câncer de boca, de ânus, entre outros tipos. Na mulher, a imunização também evita câncer de vulva, vagina, faringe, boca. ”Isso precisa ser bastante divulgado”, observou Flávia Corrêa.

A vacina é segura e está disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS) para meninos e meninas de 9 a 14 anos, em esquema de duas doses, e para mulheres e homens transplantados, pacientes oncológicos, portadores de HIV, de 9 a 45 anos, em esquema de três doses.

Em entrevista à revista Veja, a cantora Simony, que está com 46 anos de idade, revelou que já concluiu seu tratamento contra o câncer.

A artista foi diagnosticada com a doença ainda em agosto de 2022 e de lá para cá seguiu compartilhando com os fãs as diversas fases da quimioterapia, os avanços e os efeitos colaterais como a queda do cabelo.

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Assim como em Preta Gil, a doença afetou seu intestino, e exigiu diversos procedimentos invasivos durante o processo de cura. Segundo a musa que fez a alegria de muitos adolescentes nos anos 80 e 90, ela ainda sente muito medo.

"A ansiedade continua, porque eu não tenho certeza de nada. É uma luta constante, vivo um dia de cada vez. Fraquejei várias vezes, chorei e quis ficar sozinha. Mas isso é super normal. É difícil lidar com uma doença que não se sabe o que vai acontecer. Fica muito perto da finitude, aí tem os filhos... Mas tem dois caminhos a escolher: ou passa com otimismo, acreditando que tudo vai dar certo, ou passa se martirizando, achando que vai morrer. Prefiro passar sorrindo", disse.

Apesar disso, ela admite que toda a experiência mudou a sua vida drasticamente.

"Para mim mudou tudo na vida. Hoje levo meu filho na escola, acordo de manhã cedo, dou prioridade à minha família. Amo minha carreira, mas amo estar com minha família. Porque não sei quando será meu último dia", desabafou.

A discussão sobre os riscos à saúde da grama sintética dos campos esportivos nos Estados Unidos voltou à tona nas últimas semanas depois que seis jogadores do time de beisebol Philadelphia Phillies morreram de um tipo raro de câncer de cérebro. Um relatório encomendado pelo jornal Philadelphia Inquirer aponta que o gramado apresenta substâncias tóxicas, potencialmente cancerígenas, que poderiam estar por trás das mortes. Médicos brasileiros e americanos afirmam, no entanto, que é difícil comprovar a relação de causa e efeito nesses casos.

Os seis atletas que morreram de glioblastoma jogaram a maior parte de suas carreiras na grama artificial do Estádio dos Veteranos. Toda grama artificial é feita com compostos químicos sintéticos, derivados de petróleo, como metais pesados, benzeno e outros compostos voláteis, potencialmente carcinogênicos.

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Um grande número de Estados americanos já baniu ou está propondo o banimento dos campos sintéticos por outras razões. Alguns tipos de lesões, por exemplo, são mais comuns na grama artificial, bem como queimaduras, além da questão ambiental. A morte dos jogadores do Phillies pode ser mais um indício dentre tantos outros reunidos por legisladores para defender a proibição.

"No Brasil, o uso da grama sintética ainda é raro", afirmou o pesquisador da Unesp Leandro Godoy, especialista em grama natural. "Em outros países, como nos Estados Unidos, o uso é muito comum. A grama artificial é usada desde os anos 60 em gramados onde se praticam esportes. Efeitos a longo prazo desse uso começam a aparecer. Atualmente, os problemas mais conhecidos relacionados à grama sintética são lesões de joelho e tornozelo. Essa notícia do câncer é bem incomum, nunca tinha ouvido nada parecido."

Especialistas em câncer de cérebro dizem que o número de jogadores mortos chama a atenção, mas que é impossível provar a relação entre os tumores e as substâncias químicas presentes na grama.

"Tudo é possível neste mundo, mas possível e provável são duas coisas bem diferentes", afirmou em entrevista ao jornal britânico The Guardian o neuro-oncologista Henry Friedman, da Universidade de Duke, responsável pelo tratamento de dois dos atletas que acabaram morrendo. "Não há como dizer que aquelas substâncias químicas estão causando os tumores."

A médica Ubirani Otero, da Divisão de Ambiente, Trabalho e Câncer do Instituto Nacional do Câncer (Inca), concorda com o colega.

"Chama a atenção o número de mortes e o tipo de câncer. Isso certamente merece uma investigação aprofundada. Não dá para descartar nada", afirmou. "Mas os tumores de cérebro são normalmente relacionados à exposição à radiação, não a substâncias químicas. Não há respaldo científico para fazer essa correlação."

Segundo a especialista brasileira, compostos químicos são relacionados a cânceres de pulmão, bexiga ou hematológicos, como leucemia e linfomas.

Sob os gramados de plástico há ainda uma camada de borracha que, segundo um relatório recente da Agência de Proteção Ambiental dos EUA, apresenta níveis altos de substâncias químicas potencialmente perigosas. O jornal Philadelphia Inquirer encaminhou amostras do gramado do Phillies para dois laboratórios diferentes. Os resultados revelaram 16 tipos de compostos potencialmente tóxicos.

Tais compostos são comumente usados em produtos para serem resistentes à água e ao calor. Eles são conhecidos como "substâncias químicas eternas" porque não se decompõem naturalmente e já foram relacionados a diferentes tumores, de fígado, tireoide, doenças renais, queda na imunidade, entre outros problemas de saúde. Tais substâncias podem ser ingeridas, inaladas e absorvidas pela pele. Podem, até mesmo, entrar no organismo por meio de feridas abertas.

Mortes

Os jogadores do Phillies competiram no campo artificial entre 1971 e 2003. Seis deles, na faixa etária dos 40 aos 50 anos, morreram - uma incidência três vezes maior do que a registrada entre a população em geral. Especialistas dizem, no entanto, que essa é a faixa etária mais atingida por esse tipo de tumor. Além disso, outros fatores podem ter contribuído, como o uso de pesticidas nos campos, o hábito de mascar tabaco, o uso de drogas e, até mesmo, concussões cerebrais.

No Brasil, os tumores de cérebro não são contabilizados pelo tipo. Eles são agrupados pelo Inca como "cânceres do sistema nervoso central" - dos quais 88% ocorrem no cérebro. São 11.490 novos casos por ano, com 9.355 mortes.

Um estudo sobre a possível conexão entre esses compostos químicos e tumores cerebrais deveria ser feito, segundo David Andrews, cientista especializado em meio ambiente, ouvido pelo Guardian.

"Eu não conheço nenhum estudo direto que tente quantificar a exposição desses atletas que sempre jogaram em campos artificiais e como se compara a outras fontes de exposição", afirmou. "Essa é a questão que requer mais investigação."

Defensores dos campos sintéticos dizem que eles são de manutenção mais simples do que os campos de naturais. O produto vem sendo cada vez mais usado também em playgrounds e áreas de recreação. Os produtores dizem que os níveis desses compostos nas gramas artificiais são seguros.

"Pesquisas independentes já mostraram diversas vezes que as gramas sintéticas oferecem muitos benefícios e atendem aos critérios de segurança para a saúde humana e também para a segurança e performance de atletas", segundo o Conselho de Grama Sintética dos EUA.

Meio ambiente

Para além da questão da exposição a substâncias químicas, os críticos dizem que o material emite níveis altos de metano - um potente gás do efeito estufa -, além de lançar substâncias químicas e microplásticos nos cursos de água.

"Um campo de grama natural é uma área verde a mais dentro de uma cidade. São 7 mil metros quadrados, praticamente um hectare", afirma Leandro Godoy, da Unesp. "A grama natural sequestra carbono do ambiente e faz baixar a temperatura. A grama sintética, ao contrário, chega a temperaturas altíssimas, de até 50ºC; é uma ilha de calor."

Contusões

Em 2022, atletas profissionais pressionaram a Liga Nacional de Futebol Americano a banir a grama artificial por causa de lesões. Os times de futebol só jogam em campos de grama natural pelas mesmas razões.

De acordo com especialistas, as lesões podem ser mais frequentes e mais graves porque o gramado artificial é mais duro, menos flexível, além de ficar mais escorregadio quando molhado. Como esquenta muito, também está associado à possibilidade de queirmaduras.

Nas Copas do Mundo, apenas campos de grama natural são utilizados. Mas a Fifa permite campos artificiais em competições amistosas, desde que sejam devidamente certificados pela entidade. No Brasil, a Arena da Baixada, do Atlético Paranaense, e o Allianz Parque, do Palmeiras, usam grama sintética. Mais recentemente, o Pacaembu anunciou que também pretende usar o gramado artificial.

Quitéria Chagas fez uma postagem bastante delicada. No Instagram, a atriz anunciou aos seguidores o falecimento do marido, Francesco Locati. O esposo da rainha da escola de samba Império Serrano lutava contra um câncer neurointestinal. Ele tinha 57 anos.

"Lutei com ele diariamente no hospital e ele me pedia desculpas porque não fazia controles médicos, só descobriu o câncer terminal quanto não tinha mais saída. A gratidão que tenho por ele é imensurável. Até nesta dor aprendi, aprendo. Tudo está sendo importante; [é uma] vivência que transforma", escreveu ela.

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Ainda na rede social, Quitéria informou que a doença se manifestou rapidamente em Francesco. Depois de dar a notícia aos internautas, a beldade recebeu o carinho de famosos como Marcelo Adnet, Regina Casé, Regiane Alves, Thelminha Assis, Erika Januza, Fabiana Karla, Glenda Kozlowski e Xanddy.

Confira a publicação de Quitéria Chagas:

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O ator Sam Neill revelou que está em tratamento para câncer de sangue em estágio três e escreveu em suas memórias que está "possivelmente morrendo" da doença diagnosticada há um ano.

O neozelandês, que ficou famoso como o doutor Alan Grant no filme "Jurassic Park - Parque dos Dinossauros" (1993), conta que começou o tratamento para o linfoma não Hodgkin há um ano.

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O ator, de 75 anos, faz essa revelação no livro "Did I Ever Tell You This? A Memoir" ("Eu já te contei isso? Memórias", em tradução livre) que será lançado na próxima semana.

Em seu primeiro capítulo, escrito durante uma sessão de quimioterapia, Neill afirma: "O negócio é o seguinte: estou doente. Possivelmente morrendo. Talvez tenha que acelerar isso".

O ator conta ao jornal The Guardian que a doença agora está em remissão, mas que terá de continuar fazendo quimioterapia para o resto de sua vida.

"Não posso esconder que o ano passado teve seus momentos sombrios", disse ele.

"Mas esses momentos sombrios lançam luz sobre um claro alívio e me fizeram ser grato por cada dia e por todos os meus amigos. Simplesmente feliz por estar vivo", acrescentou.

A longa carreira de Neill começou na década de 1970 e incluiu dezenas de papéis no cinema e na televisão, como na série "Peaky Blinders", ou no premiado filme "O Piano".

O bispo da Igreja Universal do Reino de Deus (UIRD), Edir Macedo, declarou no seu perfil no Instagram, na última quinta-feira (16), que o presidente Lula (PT) tem uma “dívida” por ter sido curado do câncer após receber uma oração.

Em tom insatisfeito, Edir Macedo conclui que fez um favor a Lula, enquanto o contrário nunca aconteceu. “O Lula esteve oito anos no governo, pergunta a ele o que é que ele me fez, o que é que ele me deu? O que ele deu à igreja? O que ele deu à Record? Ele não deu nada. Ele apenas fez o que ele tinha que fazer, como fez com todas as outras emissoras, honrou lá seus compromissos. Mas eu não devo nada ao Lula, eu estou livre”, explicou nas redes.

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Macedo explica que não é a ele, mas sim a Deus que o presidente deve. “Obviamente Deus nos usou quando ele estava com câncer na garganta, o Lula foi lá em João Dias, na igreja, falar comigo. Eu impus (sic) as mãos sobre o pescoço dele e orei por ele, e ele ficou curado”, relata o bispo.

Lula tratou de um câncer de laringe em 2011. Edir Macedo ainda complementa que o petista fez tratamento no Hospital Albert Einstein, mas dá a entender que a cura veio por meio da oração feita na igreja.

O escritor americano Paul Auster, famoso por seus romances sobre pessoas à margem da sociedade, tem câncer, anunciou sua esposa no sábado.

Auster, 76 anos, está em tratamento no Centro Oncológico Memorial Sloan Kettering de Nova York, publicou no Instagram sua esposa e também escritora, Siri Hustvedt.

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"Meu marido foi diagnosticado com câncer em dezembro, depois de passar vários meses doente", escreveu.

"Eu estou vivendo em um lugar que passei a chamar de 'Cancerlandia'".

"Muitas pessoas cruzaram suas fronteiras porque estão ou estiveram doentes ou porque amam alguém, um pai, filho, cônjuge ou amigo que tem ou teve câncer", completou.

Auster escreveu mais de 30 livros que foram traduzidos para mais de 40 idiomas. Em 1982 ele se tornou muito conhecido por "A Invenção da Solidão", memórias inquietantes sobre seu pai.

Depois ele escreveu "A Trilogia de Nova York", sua visão do gênero policial.

Hustvedt não revelou o tipo de câncer que afeta o marido nem o prognóstico.

"Viver com alguém que tem câncer e está sendo bombardeado com quimioterapia e imunoterapia é uma aventura de proximidade e separação", afirmou ela. "Nem sempre é fácil andar nesta corda bamba...".

Morreu, nesta sexta-feira (10), Rebeca Coelho, esposa do secretário estadual de Turismo e Lazer, Daniel Coelho. Em suas redes sociais, o secretário publicou uma nota de pesar se declarando e despedindo da companheira, que lutava contra um câncer de intestino desde 2019. Rebeca tinha 42 anos, deixa esposo e dois filhos.

“Deus levou o amor da minha vida. Minha eterna companheira. Viveu plenamente do meu lado nos últimos 16 anos. Minha amiga, mulher, amante, minha alma gêmea. Devo a ela os melhores momentos da minha vida! Devo a ela o maior presente que já tive, Lucas e Helena. É por eles que vou seguir. Te amo, Rebeca. Muito obrigado por tudo o que você me deu e tudo que você fez por mim! Até já, vamos nos encontrar na eternidade. Sei que você está nos braços de nossa senhora.”

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O velório e enterro serão realizados a partir das 11h no cemitério Memorial dos Guararapes.

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Painel de Oncologia do Ministério da Saúde aponta que o Pará registrou uma queda significativa nos casos de câncer em pessoas de 0 a 19 anos. Em 2021, foram 624 casos e no ano seguinte, 315 pacientes foram diagnosticados.

O Instituto Nacional do Câncer (Inca) informa que o câncer infantojuvenil é a primeira causa de morte por doença em crianças e a segunda causa de óbito em geral. Dados do Inca mostram que 2.280 pessoas de 0 a 19 anos morreram em decorrência da doença em 2020.

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A médica Alayde Vieira, oncologista pediátrica do Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo, diz que entre os tipos mais comuns de câncer infantojuvenil estão a leucemia, linfoma e tumores ósseos, que podem surgir em determinadas idades dependendo da patologia. 

“A leucemia acomete crianças entre 3 e 5 anos. Já o linfoma é mais amplo: se for linfoma não hodgkin, de 2 a 5 anos; se for linfoma de hodgkin, acomete pré-adolescentes e adolescentes”, afirma Alayde.

A especialista ressalta que os tumores em crianças são mais agressivos do que os que acometem os adultos, pois têm crescimento progressivo e costumam evoluir mais rápido. “São de tecido hematopoiético, isto é, do sangue, e de tecidos de sustentação. Por se multiplicarem rapidamente, surgem em semanas ou meses. Já o câncer em adultos é mais silencioso e insidioso, de tecido de revestimento dos órgãos”, explicou.

“Como o câncer da criança é mais agressivo do que o do adulto, o tratamento é mais intenso. Com quimioterapia do tipo citotóxica (agressiva às células). Em compensação, as crianças respondem melhor que os adultos, sendo a quimioterapia de caráter curativo na maioria das vezes, dependendo do grau de acometimento do câncer na criança”, concluiu a oncologista.

Diagnóstico precoce

O índice de cura da doença nos pacientes infantojuvenis é bastante alto. Segundo o Inca, cerca de 80% das crianças e adolescentes acometidos pela doença, se forem precocemente diagnosticados e receberem tratamento adequado, podem ser curados. E a maioria deles terá boa qualidade de vida após o tratamento adequado.

Por isso, é preciso estar atento aos sinais e sintomas iniciais que são sutis, e se assemelham à maioria das doenças da infância, para buscar o acompanhamento e a avaliação médica. “A persistência e a piora dos sinais devem chamar a atenção: febre por mais de duas semanas sem foco de infecção, manchas roxas no corpo, perda de peso inexplicável, aumento do volume abdominal, que aumenta progressivamente, dores de cabeça seguidas de vômitos, estrabismo, fadiga”, pontua a oncologista.

Nos últimos quatro anos, o Estado do Pará registrou taxa de cura em torno de 55%, devido aos estágios avançados dos tumores sólidos, principalmente os cerebrais. Mas a taxa pode chegar a 76%, no caso das leucemias.

Em países de alta renda, entre 80% e 85% das crianças acometidas por câncer podem ser curadas atualmente. No Brasil, o percentual é mais baixo e variável entre as regiões, mas apresenta média de cura de 65%. 

Políticas públicas 

Por meio da Iniciativa Global para o Câncer na Infância, a Organização Mundial da Saúde (OMS) propõe priorizar o combate ao câncer infantil em esfera global, a fim de eliminar a dor e o impacto que a luta contra a doença causa na vida das crianças e alcançar pelo menos 60% de sobrevivência para todas as que são diagnosticadas no mundo até 2030. Isso representa o dobro da taxa de cura atual, e poderá salvar a vida de mais de um milhão de crianças na próxima década.

Visando essa meta, o Brasil instituiu, em 2022, a Política Nacional de Atenção à Oncologia Pediátrica, para aumentar os índices de sobrevida, melhorar a qualidade de vida e reduzir a mortalidade e o abandono ao tratamento das crianças e adolescentes com câncer.

No Pará, o Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo, anexo ao Hospital Ophir Loyola, é o primeiro hospital público da Amazônia especializado no tratamento de câncer para crianças e jovens de até 19 anos. Todos os anos, lá são realizados mais de 1 milhão de atendimentos, entre cirurgias, quimioterapia, radioterapia, exames e consultas.

Por Gabriela Gutierrez (sob a supervisão do editor prof. Antonio Carlos Pimentel).

 

 

 

 

Preta Gil usou as redes sociais para falar com os fãs. Na tarde desta quarta-feira (1º), a cantora compartilhou um clique no hospital durante o tratamento contra o câncer. A artista fez um breve relato sobre o seu estado de saúde. "Sigo aqui recebendo minha dose de cura, sempre arrumadinha, pijama de oncinha, uma makezinha pra dar um up!!!", escreveu ela.

"Nesse momento, a quimioterapia é minha maior aliada, por mais efeitos colaterais que ela causa no meu corpo, eu não reclamo e sou grata!!! Sigamos todos que estão em tratamento oncológico com fé e a certeza da cura!!!", completou.

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Assim que tranquilizou os seguidores, Preta Gil ganhou um monte de mensagens carinhosas. Nomes como Astrid Fontenelle, Giovanna Lancellotti, Giovanna Ewbank, Zélia Duncan, Sandra de Sá e Padre Fábio de Melo depositaram na postagem comentários amorosos. Ivete Sangalo escreveu: "Meu amorzão! Vejo essa mulher fod* que você é! Te amo. A cura é certa".

Confira a publicação:

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O marido da cantora e compositora Rita Lee, Roberto de Carvalho, disse na tarde deste sábado (25) em uma rede social que ela “está bem, se fortalecendo, se recuperando”. A artista, de 75 anos, foi internada nessa sexta-feira (24) no Hospital Albert Einstein, em São Paulo.

No mesmo tom do comunicado divulgado ontem pela família, Carvalho reforçou que se tratam de exames de monitoramento e terapias que precisam ser feitos em razão do tratamento contra um câncer de pulmão. Segundo ele, que também é músico, esses procedimentos eventualmente resultam em internações

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“Agradecemos o tsunami de amor, carinho e positividade que temos recebido. Obrigado mesmo. E vamos em frente, e que as Grandes Luzes do Universo estejam nos guiando por todos os caminhos”, escreveu.

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Em maio de 2021, durante um check-up no Hospital Albert Einstein, a cantora foi diagnosticada com um tumor primário no pulmão esquerdo e teve que se submeter a um tratamento com imunoterapia e radioterapia.

Desde a última segunda-feira (13)  tem circulado nas redes sociais o registro mais atual da cantora Rita Lee, uma foto divulgada no Instagram por seu companheiro, Roberto de Carvalho. Recentemente, a artista de 75 anos passou pelo tratamento de um câncer de pulmão. Ela começou a ter sintomas, como crises respiratórias, no início de 2021, quando recebeu o diagnóstico. Em abril de 2022, o tumor foi considerado eliminado - e desde então não apresentou sinais de retorno.

Com isso, muito tem se falado sobre a remissão do câncer, expressão normalmente atribuída a casos em que a pessoa não apresenta mais sintomas. Contudo, o termo provoca certa confusão: algumas pessoas acreditam que a remissão se trata de uma fase final do tratamento do câncer.

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Na verdade, é difícil dizer quando a pessoa está totalmente curada da doença, tendo em vista que ocorrem muitos casos de tumores que voltam a aparecer, mesmo após a eliminação, como ocorreu com a jornalista Glória Maria, que morreu no dia 2 passado em decorrência de metástase no cérebro após tratar um câncer de pulmão.

O câncer de pulmão é o 5° tipo de tumor mais comum no País, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca).

O termo "remissão" está relacionado à eliminação da doença, mas não é o mesmo que cura. De acordo com o glossário temático Controle de Câncer, publicado em 2013 pelo Ministério da Saúde, a definição correta de câncer em remissão é "diminuição ou desaparecimento de sinais ou sintomas de um câncer, comumente após a realização do tratamento proposto". O material também faz referência à remissão parcial, remissão completa e remissão espontânea da doença.

Segundo o médico William Nassib William Júnior, diretor de Oncologia Clínica e Hematologia da Beneficência Portuguesa, remissão não é um termo técnico adequado, embora seja popularmente usado. "Apesar de estar relacionado à cura, esse termo pode ter muitos significados e provocar confusão. Para entender se a pessoa está curada trabalhamos com a probabilidade", diz o oncologista, que também é especialista em câncer de pulmão.

Em geral, não somente em casos de câncer de pulmão, os médicos indicam a probabilidade de retorno da doença, que varia de acordo com o estágio, de 1 a 4, com o tipo de câncer e com os hábitos da pessoa. É sabido que tabagistas têm maior propensão para desenvolver tumor no pulmão, e pacientes que voltam a fumar após o tratamento têm mais chances de contrair a doença novamente.

"A chance de um tumor retornar vai diminuindo conforme o tempo passa", diz William. Com o câncer de pulmão, não é diferente. Mas isso não quer dizer que a pessoa está necessariamente curada. "Após cinco anos, a probabilidade de retorno do tumor no pulmão é pequena, mas ainda existe", afirma. A pessoa passa a ter uma vida normal, mas é preciso seguir realizando os exames, conforme indicação médica.

Diagnóstico precoce é fundamental

Conforme dados do Inca, o câncer de pulmão foi responsável por 28,6 mil mortes em 2020. A grande maioria dos casos ainda é diagnosticada em estágio tardio. Isso é explicado, em parte, pela falta de acompanhamento médico adequado. De acordo com William, pacientes que apresentam fatores de risco precisam ter um olhar mais cuidadoso.

"Aqueles com histórico de tabagismo, especialmente acima dos 50 anos, devem fazer tomografia de tórax de baixa dosagem a cada um ou dois anos. Isso contribui muito para reduzir a mortalidade por câncer de pulmão", diz. Isso foi observado durante a pandemia, por exemplo, quando muitos pacientes com suspeita de covid-19 foram em busca do exame e acabaram diagnosticando o câncer.

O câncer infantil é a primeira causa de morte por doença em crianças e a segunda causa de óbito em geral. A primeira seria acidente. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que no triênio 2023/2025 ocorrerão, a cada ano, 7.930 novos casos de câncer em crianças e jovens de 0 a 19 anos de idade.

Nesta quarta-feira (15), Dia Internacional da Luta conta o Câncer Infantil, a oncologista pediátrica do Inca Sima Ferman, chefe da Seção de Pediatria, lembrou que atualmente a doença é altamente curável. "Essa é a principal informação que a gente tem”, disse.

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Em entrevista à Agência Brasil, Sima afirmou que como a incidência de câncer vem aumentando lentamente ao longo dos anos, ele começa a aparecer como causa importante de doença em criança. “Como nem todas são curadas, a doença pode ter, na verdade, um percentual de mortalidade infantil também. Os dados mais recentes, de 2020, revelam que foram registrados 2.280 óbitos em crianças e adolescentes de 0 a 19 anos no Brasil.

Entre os tipos mais comuns de câncer infantojuvenil estão leucemia, linfoma e tumores do sistema nervoso central. A médica do Inca ressaltou, contudo, que os tumores em crianças são diferentes dos que acometem pessoas adultas. “Adulto tem muito carcinoma, tumores de células diferenciadas”. Os tumores de crianças são diferentes. Embora esses três tipos sejam mais frequentes, existe uma gama de tumores, como os embrionários, que ocorrem nos primeiros anos de vida. São exemplos os da retina, de rim, de gânglio simpático. “São tumores que acontecem, mais frequentemente, em crianças menores. Mas todos eles são muito diferenciados e respondem bem ao tratamento quimioterápico, normalmente. Essa é a principal informação que a gente tem para dar nesse dia tão importante”, reiterou a especialista.

Para a oncologista, a doença é muito séria, mas trouxe, ao longo dos anos, uma esperança de busca pela vida. Há possibilidade de cura, se o paciente é diagnosticado precocemente e tratado nos centros especializados de atenção à criança.

Alerta

Nos países de alta renda, entre 80% e 85% das crianças acometidas por câncer podem ser curadas atualmente. No Brasil, o percentual é mais baixo e variável entre as regiões, mas apresenta média de cura de 65%. “É menos do que nos países de alta renda porque muitas crianças já chegam aos centros de tratamento com sinais muito avançados”. Sima Ferman reafirmou que o diagnóstico precoce é muito importante. Por outro lado, admitiu que esse diagnóstico é, muitas vezes, difícil, tendo em vista que sinais e sintomas se assemelham a doenças comuns de criança.

O Inca faz treinamento com profissionais de saúde da atenção primária para alertá-los da importância de uma investigação mais profunda, quando há possibilidade de o sintoma não ser comum e constituir doença mais séria. Sima lembrou que criança não inventa sintoma. Afirmou que os pais devem sempre acompanhar a consulta e o tratamento dos filhos e dar atenção a todas as queixas feitas por eles, principalmente quando são muito recorrentes e permanecem por um tempo. “É importante estar alerta porque pode ser uma coisa mais séria do que uma doença comum”.

Podem ser sinais de tumores em crianças uma febre prolongada por mais de sete dias sem causa aparente, dor óssea, anemia, manchas roxas no corpo, dor de cabeça que leva a criança a acordar à noite, seguida de vômito, alterações neurológicas como perda de equilíbrio, massas no corpo. “São situações em que é preciso estar alerta e que podem levar a pensar em doença como câncer”.

Para os profissionais de saúde da atenção primária, especialmente, a médica recomendou que devem levar a sério as queixas dos pais e das crianças e acompanhar o menor durante todo o período até elucidar a situação para a qual a criança foi procurar atendimento. “E, se for o caso, fazer exames mais profundos e ver se há alguma doença que precisa ser tratada”.

Individualização

Para cada tipo de câncer, os oncologistas do Inca procuram estudar a biologia da doença, para dar um tratamento que possa levar à chance de cura, com menos efeitos no longo prazo. “Para conseguir isso, temos que saber especificamente como a doença se apresentou à criança e, muitas vezes, as características biológicas do tumor. Isso vai nos guiar sobre o tratamento que oferece mais ou menos riscos para esse paciente ficar curado e seguir a vida”.

Em geral, o tratamento de um câncer infantil leva de seis meses a dois anos, dependendo do tipo de doença apresentada pelo paciente. Após esse prazo, a criança fica em acompanhamento, ou “no controle”, por cinco anos. Se a doença não voltar a se manifestar durante esses cinco anos, pode-se considerar o paciente curado. “Cada vez, a chance de a doença voltar vai diminuindo mais. A chance é maior no primeiro ano, quando termina o tratamento, e vai diminuindo mais e mais”, disse a oncologista pediátrica.

O percentual de cura das crianças com câncer nos países da América Latina e do Caribe é de 55% e cai para 20% naqueles de menor renda, destacou a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) nesta terça-feira (14).

Uma a cada 360 crianças e adolescentes é diagnosticada com câncer a cada ano, "mas menos da metade dos países da região (46%) conta com uma política nacional de detecção precoce da doença", incluindo os cânceres infantis, aponta a organização em seu comunicado.

"Na América Latina e no Caribe, cerca de 29.000 crianças e adolescentes são diagnosticados com câncer a cada ano", diz o médico Anselm Hennis, diretor do Departamento de Doenças Não Transmissíveis e Saúde Mental da Opas, citado na nota. "Embora a taxa regional geral de sobrevivência do câncer infantil seja de 55%, ela varia significativamente segundo o país."

Nos países de menor renda da região, as taxas podem chegar a 20%, enquanto nos mais ricos chegam a 80%, aponta o escritório para as Américas da Organização Mundial da Saúde (OMS), que atribui essa diferença, "principalmente, a atrasos no diagnóstico, à falta de atendimento especializado, ao acesso e disponibilidade limitados de medicamentos anticancerígenos e à mortalidade evitável devido a infecções".

Com o objetivo de alertar os pais e profissionais de saúde para os primeiros sinais dos cânceres mais comuns em menores, a Opas lançou a campanha "Em Suas Mãos", juntamente com o St. Jude Children's Research Hospital e o Childhood Cancer International.

Alguns dos sintomas comuns, explica, são fadiga, hematomas inexplicáveis, caroços ou inchaço, perda de apetite, dor de cabeça persistente, tontura, vômito e dor nos ossos.

Os cânceres infantis mais comuns apresentam "sintomas precoces detectáveis e são altamente curáveis com terapias comprovadas", afirma Marcela Zubieta, responsável pela rede latino-americana da Childhood Cancer International, citada no comunicado.

Durante todo o seu tratamento contra o câncer, Simony se mostrou uma mulher forte, cheia de alegria e com muita fé! No último sábado, dia 11, ela foi uma das convidadas do Altas Horas e, na atração, falou um pouco sobre o fim da primeira fase do tratamento.

"Agora estou bem melhor, acabei a primeira fase desse tratamento, que eles dizem que é a mais difícil, a mais dolorosa... mas é aquela coisa, eu resolvi passar por esse processo acreditando, tendo muita fé e sendo feliz", disse ela.

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Aproveitando o espaço, a cantora, que está com os cabelos bem curtinhos, mandou um recado para todas as mulheres que estão passando pela mesma coisa:

"A gente é linda de cabelo curtinho também"

Nos últimos dias, Simony agradeceu o carinho dos fãs após aderir o corte de cabelo.

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Pouco diagnosticado e sem tratamento durante séculos, o câncer passou por uma revolução terapêutica nas últimas décadas. As inovações se multiplicam, ainda que isso não signifique substituir as terapias tradicionais.

- Cirurgia

O câncer tem sido diagnosticado desde o Egito antigo. Mais tarde, o médico grego Hipócrates lhe atribuiu um nome: "karkinos", que significa caranguejo em grego.

Os primeiros tratamentos para a doença, no final do século XIX, se concentravam na cirurgia para a retirada do tumor.

Atualmente, estas intervenções seguem como "uma arma terapêutica" importante, segundo o professor Steven Le Gouill, onco-hematólogo responsável pelo ambulatório do Instituto Curie, em Paris.

"Câncer de mama, de cólon, sarcoma... muitos tumores são deixados nas mãos dos cirurgiões", diz.

Mas a cirurgia também é "uma porta de entrada em muitos tipos de câncer, e é graças a ela que temos acesso ao tecido tumoral que permite o diagnóstico", acrescenta.

- Radioterapia

A radioterapia surgiu a partir dos avanços do físico alemão Wilhelm Röntgen, que descobriu os raios X em 1895. Este método continua executando um papel importante atualmente, já que mais de 70% dos tratamentos contra o câncer incluem sessões de radioterapia. Estas consistem em enviar raios (elétrons, fótons, prótons) que destroem as células cancerígenas.

Sua desvantagem é danificar os tecidos pelos quais passam até chegar ao tumor. Muitas inovações tentam remediar este problema, entre elas, a radiação de alta frequência com doses mais fortes.

Trata-se de "ser o mais preciso possível e enviar a dose de radiação mais forte possível ao nível do tumor, sem tocar no tecido saudável", explica Steven le Gouill.

- Quimioterapia

Abrange medicamentos citotóxicos (várias moléculas regularmente utilizadas de forma combinada) que também vão destruir as células cancerígenas. Embora frequentemente associada aos seus efeitos colaterais, como a queda de cabelo, esta terapia continua se mostrando eficaz, como para casos de leucemia aguda.

- Vacinas

Existem vacinas para a prevenção do câncer quando ele está associado a um vírus: as vacinas contra papilomas humanos e a hepatite B (que pode causar câncer de fígado).

Há anos se investiga sobre as "vacinas terapêuticas". Neste caso, trata-se de produzir antígenos tumorais (através do RNA mensageiro ou do próprio vírus), que permitem que o sistema imunológico ative e produza uma resposta apropriada em pacientes com câncer.

- Terapia-alvo

Há algumas décadas, a terapia-alvo tem mudado a vida de muitos pacientes. Trata-se de moléculas químicas concebidas especificamente para bloquear ou interromper um mecanismo molecular essencial para o avanço, proliferação ou sobrevivência das células tumorais.

- Imunoterapia

É a grande revolução dos últimos anos. Consiste em reforçar o sistema imunológico do paciente para ajudá-lo a detectar e matar as células cancerígenas.

A imunoterapia é baseada em anticorpos sintéticos, produzidos em laboratórios, e várias modalidades são possíveis.

Estes anticorpos atacam, por exemplo, uma proteína na superfície das células cancerígenas. Ao fixar-se na célula atacada, os anticorpos provocam uma ação antitumoral de forma indireta ou por estímulo do sistema imunológico.

- As células CAR-T

Trata-se de uma terapia celular cujo objetivo é ensinar o sistema imunológico a reconhecer e atacar células cancerígenas.

As células do sistema imunológico do paciente (muitas vezes linfócitos T) são removidas, geneticamente modificadas em laboratório e depois reinjetadas na pessoa. Sua tarefa será atacar as células cancerígenas.

Empresas de biotecnologia também apostaram nas chamadas células CAR-T alogênicas. Nesse caso, os cientistas vão modificar geneticamente células que não são do paciente, mas de um portador saudável.

As CAR-T mostraram eficácia em tipos de câncer no sangue, como os linfomas, algumas formas de leucemia aguda e o mieloma múltiplo. Porém, ainda é um método caro.

"O interesse é combinar todas essas abordagens e novas terapias para ter um plano personalizado para o paciente", observa o professor Le Gouill, que se mostra otimista.

"Passamos de uma etapa em nosso entendimento sobre a célula tumoral. O câncer continua sendo um desafio, mas os avanços foram feitos de forma exponencial", afirma.

O câncer, esse velho inimigo da espécie humana, vem revelando seus segredos, graças aos espetaculares avanços da medicina, mas o campo de pesquisa ainda é imenso.

O câncer é causado pela transformação das células, que se proliferam de forma anormal e descontrolada. Causa cerca de 10 milhões de mortes por ano em todo o mundo.

Após décadas de intensa pesquisa, suas origens e características são muito mais bem compreendidas. Sabe-se agora, por exemplo, que não existe "um" câncer para um órgão, mas que pode se manifestar de diferentes maneiras. E que um mesmo tipo de câncer pode causar tumores diferentes.

"Falar de um câncer de cólon, ou de um câncer de mama, não quer dizer nada: o desafio hoje é definir com o quê o câncer se parece do ponto de vista biológico", explica o diretor de pesquisa do centro especializado francês Gustave-Roussy, o médico Fabrice André, em conversa com a AFP.

Existem, por exemplo, três grandes classes de câncer de mama que não respondem da mesma forma ao mesmo tratamento.

Nos últimos anos “o desenvolvimento das tecnologias moleculares permitiu identificar melhor quais são as proteínas anormais que devem ser freadas” para cada tipo de tumor, acrescenta o professor André.

Essa melhor compreensão da doença permitiu o surgimento, nos anos 2000, de terapias seletivas, cujo alvo é uma mutação genética em particular.

- Imunoterapia -

A quimioterapia foi durante anos o único tratamento viável, sem se concentrar na área específica afetada. Os efeitos colaterais costumavam ser severos.

Para alguns tipos de câncer, como certas leucemias, "as terapias seletivas foram uma revolução", destaca Bruno Quesnel, diretor de pesquisa e inovação do Instituto Nacional do Câncer (Inca), na França.

Na última década, foi a imunoterapia que trouxe os avanços mais importantes para a oncologia. Seu princípio é que o paciente se torna seu próprio remédio.

Ao contrário das quimioterapias, não se ataca mais as células cancerígenas em si. O que se faz é reforçar as células imunológicas que as cercam, para que destruam as cancerígenas.

Com esta descoberta, James Allison, da Universidade do Texas, e Tasuku Honjo, da Universidade de Kyoto, ganharam o Prêmio Nobel de Medicina em 2018. No caso de alguns tipos de câncer, a descoberta foi crucial.

Antes de 2010, por exemplo, as chances de sobrevivência de melanoma metastático (o câncer de pele mais grave) eram muito baixas. Graças à imunoterapia, a expectativa de vida aumentou para dez anos, em vez de apenas alguns meses.

Nem todos os tumores respondem positivamente a este tratamento, que também pode causar efeitos colaterais.

- Inteligência Artificial -

"Estamos apenas no início da imunoterapia", diz Bruno Quesnel.

Suas aplicações são variadas: anticorpos bioespecíficos, terapias celulares e alogênicas (células CAR-T), entre outros.

"Agora, trata-se de conseguir a combinação correta de tratamentos", afirma Pierre Saintigny, oncologista do centro Léon Bérard, em Lyon.

“Com a imunoterapia subimos um degrau no tratamento do câncer, mas ainda restam muitos outros para aqueles doentes que não têm acesso” a este tratamento, explica.

Os pesquisadores também dispõem de biotecnologias para desenvolver novos medicamentos, cada vez mais seletivos e menos tóxicos.

E a última arma, recém-chegada, é a Inteligência Artificial (IA), que permite uma melhor definição do prognóstico do câncer.

Graças a ela, “poderemos identificar quais pacientes podem se beneficiar de um tratamento curto”, explica Fabrice André.

Sua principal vantagem é a progressiva desescalada do tratamento e, portanto, uma redução de custos.

O primeiro câncer tratado com a ajuda da IA foi o de mama.

Outra esperança reside na capacidade de detectar um tumor no corpo muito precocemente.

“Já se conseguiu nos Estados Unidos, pelo rastreamento do DNA, a partir de uma simples análise de sangue, mas ainda aparecem muitos falsos positivos”, relata Fabrice André.

Com a generalização dessa técnica, a prevenção melhoraria substancialmente, o que ainda é a melhor forma de evitar grande parte dos cânceres.

A mortalidade prematura por câncer no Brasil deverá diminuir no período de 2026/2030. A projeção foi feita por pesquisadores do Instituto Nacional de Câncer (Inca), em comparação à mortalidade prematura observada entre 2011 e 2015, para a faixa etária de 30 a 69 anos de idade, com dados do Sistema Nacional de Informações sobre Mortalidade (SIM). Apesar disso, a redução prevista ficará ainda distante da Meta 3.4 dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), que estabeleceu até 2030 diminuição do risco de morte prematura de um terço para doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs), que incluem os diversos tipos de câncer.

A pesquisadora Marianna Cancela, da Coordenação de Prevenção e Vigilância do Inca (Conprev), informou à Agência Brasil que, para certos tipos de câncer, há previsão de aumento e, para outros, de queda. Para 2026/2030, a previsão é de uma redução nacional de 12% na taxa de mortalidade padronizada por idade por câncer prematuro entre os homens e uma queda menor, de 4,6%, entre as mulheres. Em termos regionais, há uma variação de 2,8% entre as mulheres, na Região Norte, a 14,7% entre os homens, na Região Sul. As previsões foram calculadas usando o software Nordpred, desenvolvido pelo Registro de Câncer da Noruega, e amplamente utilizado para fazer previsões de longo prazo sobre a incidência e mortalidade por câncer.

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Marianna explicou que, quando se fala em número de casos, todos os tipos de câncer terão aumento no período compreendido entre 2026 e 2030 por duas razões. A primeira envolve o aumento da população e mudança na estrutura populacional, com o envelhecimento de boa parcela dos brasileiros, para quem a maioria das DCNTs são mais prevalentes; a segunda razão é o aumento dos fatores de risco.

De acordo com o artigo do Inca Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável para o Câncer Podem Ser Cumpridos no Brasil?, publicado na revista científica Frontiers in Oncology no último dia 10 de janeiro, as DCNTs responderam por 15 milhões de mortes prematuras na faixa de 30 a 69 anos, em todo o mundo, em 2016, sendo que mais de 85% dessas mortes ocorreram em países de baixa e média renda. O câncer foi responsável por 9 milhões de mortes anualmente, perdendo apenas para as doenças cardiovasculares (17,9 milhões de mortes/ano), considerada a principal causa de morte por DCNT no mundo. A perspectiva é que as DCNTs continuem a aumentar em países de baixa e média renda, contribuindo para perdas econômicas associadas a mortes prematuras da ordem de US$ 7 trilhões nesses países, nos próximos 15 anos.

Maior aumento

De acordo com o estudo do Inca, o câncer de intestino, ou colorretal, é o que deverá apresentar maior aumento de risco de óbitos prematuros para homens e mulheres até 2030, no Brasil, de cerca de 10%. Por regiões, o Norte do país deve mostrar o maior aumento (52%) entre os homens, seguido pelo Nordeste (37%), Centro-Oeste (19,3%), Sul (13,2%) e Sudeste (4,5%). Segundo Marianna Cancela, a incidência mais alta “é consequência da chamada ocidentalização, dos hábitos de vida, maior obesidade, sedentarismo, a questão da alimentação, com preferência por consumir produtos industrializados”. Nas regiões onde a incidência está mais baixa atualmente, é previsto um aumento maior. Entre as mulheres, o Nordeste lidera, com projeção de expansão de 38%, seguido por Sudeste (7,3%), Norte (2,8%), Centro-Oeste (2,4%) e Sul (0,8%).

O câncer de intestino é o segundo tipo mais incidente no país, ficando atrás do de próstata entre os homens, e do de mama, entre as mulheres. O Inca estima que, em cada ano do triênio 2023/2025, serão diagnosticados cerca de 46 mil casos novos de câncer colorretal, correspondendo a cerca de 10% do total de tumores diagnosticados no Brasil, à exceção do câncer de pele não melanoma.

Outros tipos de câncer

Marianna Cancela informou que o câncer de pulmão entre os homens foi o que apresentou maior projeção de queda, próximo de 30%, evidenciando a efetividade de todas as políticas contra o tabagismo implementadas desde a década de 1980. Para as mulheres, a projeção é de aumento de probabilidade de morte prematura de 1,1%.

No câncer de colo de útero, observou-se queda na mortalidade prematura em todas as regiões. “Só que, mesmo com essa queda, a taxa de mortalidade prematura na Região Norte continua sendo extremamente elevada, na comparação aos outros lugares e à média nacional”. No Norte do Brasil, a mortalidade prematura era mais alta do país entre 2011/2015: 28 mortes por 100 mil pessoas, contra média nacional de 16 óbitos por 100 mil.

A projeção para 2026/2030 na Região Norte é de 24 mortes por 100 mil, enquanto a média brasileira fica em 11 óbitos por 100 mil. “Mesmo com essa queda, continua sendo muito elevada”, avalia Marianna. A pesquisadora destacou, que além de ser uma região complicada em termos de logística, existe no Norte brasileiro um vazio assistencial. “Para certos tipos de câncer, a gente vê exatamente isso que, mesmo com queda, o número continua extremamente alto.”

Em relação ao câncer de mama, as projeções para até 2030 são de queda no Sudeste, certa estabilidade no Brasil e na Região Sul e aumento nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Marianna esclareceu que, nesse tipo de câncer, há fatores hormonais que tornam complicado evitar a doença. A diminuição do número de filhos por mulher e o fato de uma mulher não ter tido filhos aumentam o risco de câncer de mama. “A amamentação é um fator protetor”. Tal como acontece com o câncer colorretal, aumentam o risco de câncer de mama a questão da alimentação, p sedentarismo e o consumo de álcool. Outro fator que aumenta o risco é o fato de as mulheres ficarem grávidas mais velhas, adiando a maternidade. “Tudo isso acaba resultando em aumento do risco.”

Sobre o câncer de estômago, apesar de ser projetada queda, a mortalidade prematura continua alta na Região Norte. É um câncer de origem infecciosa, que acomete mais homens que mulheres. “A gente tem aí uma mistura de câncer de países em desenvolvimento com câncer de países desenvolvidos que resulta nessa dupla carga de doença”. Entre 2011/2015, a mortalidade prematura de câncer de estômago no Brasil estava em 20 óbitos por 100 mil pessoas. No Norte, eram 21 mortes por 100 mil, no Sudeste, 23; e no Sul, 24. “Só que a queda [projetada] nas outras regiões foi muito mais acentuada”. A Região Norte tem queda prevista até 2030 para 19 óbitos por 100 mil habitantes; Sudeste e Sul, para 13 casos, cada, e Brasil, para 12. Ou seja, a queda é mais acentuada nas regiões mais ricas do país, constatou o estudo.

Políticas públicas

O câncer respondeu, em 2019, por 232.040 óbitos no Brasil, em todas as idades. Na faixa de 30 a 69 anos, foram 121.264 mortes. “No geral, a gente tem visto uma leve queda”, disse a pesquisadora. Entre 2011/2015, eram 145,8 casos por 100 mil entre homens e 118,3 casos por 100 mil entre mulheres. Para 2026/2030, a projeção é de 127,1 óbitos por 100 mil entre homens (queda de 14,8%), e 113 casos entre mulheres, por 100 mil (-4,7%). Isso foi observado em todas as regiões, exceto no Norte, onde se prevê um ligeiro aumento (1,3% nos homens e 3,5% nas mulheres). Marianna reiterou que, mesmo com essa queda, vai ter aumento de casos porque acaba acompanhando o envelhecimento populacional.

O artigo do Inca conclui que há necessidade de políticas públicas, especialmente para prevenção do câncer, de maneira multissetorial. “Tem que ter um acesso mais eficaz a todas as fases de controle do câncer: prevenção, diagnóstico precoce, tratamento, para poder garantir que tenha uma diminuição”, destacou a pesquisadora.

Ela ponderou, que tal como ocorreu em relação ao câncer de pulmão, os esforços têm que ser contínuos e de longo prazo, porque o câncer é uma doença que tem uma latência longa, ou seja, precisa de anos de exposição para se desenvolver. Por isso, precisa de políticas de prevenção junto à população durante anos, para que possa haver queda nos números.

Para prevenir o aparecimento de câncer, os especialistas recomendam não fumar, não beber, praticar atividade física, evitar o sedentarismo, dar preferência a alimentos não processados. As pessoas devem sempre prestar atenção a sinais que o corpo dá e não hesitar em procurar atendimento médico, recomendou a pesquisadora do Inca.

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