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Um grupo de pequenos fornecedores da obra do Centro Integrado de Ressocialização (CIR) Itaquitinga, Mata Norte de Pernambuco, estão cobrando o pagamento de cerca de R$ 30 milhões pelos serviços prestados. Eles reforçaram a situação durante o seminário realizado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), na última terça-feira (10).

Segundo Antônio Carlos Condado, diretor da Maracatu Transportes e representante da comissão dos fornecedores,  302 empresas realizaram serviços como fornecimento de alimentos, transportes, materiais de construção, máquinas, equipamentos e aluguéis de casa para os engenheiros de fora de Pernambuco.

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A obra começou em 2010 através de uma Parceria-Público Privada (PPP). A empresa responsável era a Advance Construções e Participações LTDA. De acordo com Condado, os pagamentos eram feitos corretamente até aquele momento.

Em 2012, a Advance teve dificuldades financeiras, segundo o Governo do Estado, que transferiu a concessão para a DAG Engenheria. "Nesse processo de transferência, a DAG assumiu todo o passivo da obra, ônus e bônus, dívidas e impostos", alega o representante dos fornecedores. "A DAG chegou mentindo, negando que tinha assumido o passivo referente aos fornecedores", completementa.

Condado comenta que, em seguida, a DAG tentou devolver a concessão para a Advance, culminando em um processo judicial entre as duas e a intervenção do Governo de Pernambuco, responsável por assumir a obra do presídio. "Nessa intervenção do governo, ele foi insensível à demanda dos fornecedores porque não teve o cuidado de nos dar uma satisfação". 

Por fim, o representante dos fornecedores conta que em 2014 o então procurador geral do Estado, Thiago Norões, assumiu o compromisso de arrumar uma solução durante uma reunião na Secretaria de Planejamento. "Depois das eleições, passaram a nos ignorar", lamenta Condado, que pede a intervenção do Estado nas negociações do impasse. 

A obra do CIR de Itaquitinga já consumiu R$ 350 milhões. A empresa vencedora da licitação para a retomada das obras foi a Construtora Carajás, em outubro passado. Os fornecedores aproveitaram o evento do TCE para conversar com o prefeito de Itaquitinga porque a Carajás teria informado que não vai utilizar os fornecedores antigos e vai trazer mão de obra de fora.

O LeiaJá não conseguiu contato com a Advance. A DAG Engenharia também não deu retorno. Segundo o Gabinete de Projetos Estratégicos do Estado, o governo não possui relação jurídica com qualquer fornecedor ou contratado da Advance e por isso não dispõe de instrumento formal para interferir na situação. A nota do gabinete diz que a entrega de bens ou vantagens de natureza indenizatória se dará através da existência de decisão judicial específica. 

A paralisação das obras do Centro Integrado de Ressocialização em Itaquitinga, na Mata Norte de Pernambuco, e a falência da Parceria Público-Privada (PPP) para a construção desse complexo penitenciário vão ser discutidos nesta quarta-feira (19), na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). A discussão foi convocada pela bancada de oposição na Casa e acontece durante uma reunião da Comissão de Administração Pública, às 10h. 

Foram convidados a participar da audiência o Secretário de Justiça e Direitos Humanos do Governo do Estado, Pedro Eurico, o procurador-geral do Estado, César Caúla, o Chefe de Gabinete de Projetos Estratégicos e interventor de Itaquitinga, Renato Thièbaut, além de representantes das empresas responsáveis pela construção do presídio, de fornecedores terceirizados e da área de segurança pública.

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Além deles, também devem participar do debate para explanar as consequência da paralisação do empreendimento para a localidade o prefeito de Itaquitinga, Pablo Vital, vereadores do município, membros do Tribunal de Contas do Estado (TCE), do Tribunal de Justiça (TJPE), da Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres) e de entidades como a Associação dos Agentes Penitenciários, Gajop, CENDHEC e Pastoral Carcerária. 

Oito dias após o início da nova legislatura, a bancada de oposição da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) fará a sua primeira blitz fiscalizadora. Os deputados que compõem o grupo visitam, nesta segunda-feira (9), às 10h, as obras do Centro Integrado de Ressocialização de Itaquitinga, na Mata Norte.

A conclusão do projeto está na lista das ações do Estado de Emergência Penitenciário determinado pelo Governo de Pernambuco. A unidade de regime fechado, com capacidade para mais de 3 mil presos, começou a ser construída em 2010 através de uma Parceria Político Privada (PPP). A empresa concessionária e líder do consórcio Advance Construções e Participações Ltda que comandava os trabalhos faliu e desde 2012 a obra está parada, com 62% da infraestrutura concluída.

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“Este seria o maior complexo prisional de Pernambuco, mas hoje é o grande exemplo de uma PPP que fracassou no país”, afirma o líder da bancada de oposição, deputado estadual Silvio Costa Filho (PTB). O parlamentar lembra que, em 2013, Minas Gerais inaugurou sua PPP prisional, mesmo tendo iniciado o projeto depois de Pernambuco. “A sociedade precisa entender porque o Governo do Estado não acompanhou com rigor a realização de um projeto desta importância, que poderia estar em pleno funcionamento, reduzindo o caos do sistema prisional de Pernambuco”, afirma Silvio.

Na tentativa de concluir a intervenção, o Governo do Estado decidiu encerrar o contrato e assumir sozinho os trabalhos, no prazo de 180 dias. O governador Paulo Câmara nomeou o chefe de gabinete de assuntos estratégicos, Renato Thièbaut, como interventor da obra.

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