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Os ministros das Relações Exteriores da União Europeia (UE) se encontraram nesta segunda-feira (2) na capital ucraniana para uma reunião "histórica" fora das fronteiras do bloco, destacou o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell.

A reunião acontece no momento em que a Ucrânia pressiona para entrar no bloco europeu, ao mesmo tempo que luta contra a invasão russa, que começou em fevereiro de 2022.

"Estamos aqui, convocados para uma reunião histórica dos ministros das Relações Exteriores na Ucrânia, país candidato e futuro membro da UE", afirmou Borrell em um comunicado divulgado nas redes sociais.

"Estamos aqui para expressar nossa solidariedade e nosso apoio ao povo ucraniano", acrescentou o chefe da diplomacia do bloco. "O futuro da Ucrânia está na UE".

Como anfitrião, o chanceler ucraniano, Dmytro Kuleba, comemorou o encontro em Kiev.

"É um acontecimento histórico porque, pela primeira vez, nos reunimos fora (...) das fronteiras da União Europeia, mas dentro das futuras fronteiras da UE", declarou Kuleba.

A ministra das Relações Exteriores da França, Catherine Colonna, destacou que a reunião em Kiev é "um gesto diplomático excepcional e uma mensagem para a Rússia" a respeito da determinação do bloco de apoiar a Ucrânia a longo prazo.

Para Colonna, o encontro mostra que a "Ucrânia é parte da família europeia".

"Vamos permanecer aqui por muito tempo", disse à imprensa.

A chefe da diplomacia da Holanda, Hanke Bruins Slot, destacou que é "muito importante" reunir-se em Kiev "para mostrar solidariedade com a Ucrânia, com o povo ucraniano e os corajosos soldados que lutam todos os dias pela liberdade".

A Ucrânia obteve o status de país candidato a integrar a UE em junho de 2022, poucos meses após o início da invasão russa, e espera iniciar as negociações oficiais para entrar no bloco de 27 países, mas ainda não existe um cronograma.

O presidente ucraniano Volodimir Zelensky pressiona para acelerar o processo de adesão devido à invasão russa.

A nova embaixadora da UE na Ucrânia, Katarina Mathernova, declarou em uma entrevista à imprensa ucraniana na sexta-feira que a adesão do país em 2030 é um objetivo "realista".

Os ministros europeus das Relações Exteriores se reúnem, nesta segunda-feira (22), em Bruxelas, para discutir se ativam, pela primeira vez, um regime global de sanções por violações dos Direitos Humanos para punir funcionários russos e adotar eventuais medidas adicionais contra a Venezuela.

A nova rodada de sanções contra a Rússia tem sido objeto de conversas há várias semanas, e a ideia tem-se fortalecido desde a detenção e a condenação do opositor Alexei Navalny, assim como da má recepção ao chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, durante sua visita a Moscou, no início de fevereiro.

A agenda dos chanceleres inclui ainda medidas para evitar o colapso total do acordo com o Irã sobre sua política nuclear, a situação em Hong Kong e o recente golpe em Mianmar, segundo fontes diplomáticas.

O novo secretário de Estado americano, Antony Blinken, participará das discussões por videoconferência.

Fontes diplomáticas consultadas pela AFP concordam em apontar, no entanto, que o ponto central e quase exclusivo da agenda é definir a relação com a Rússia e com o governo de Vladimir Putin.

A pressão por mais sanções contra autoridades russas, além das medidas que a UE já aplica contra a Rússia, pode levar diplomatas europeus a ativarem o regime global aprovado em dezembro pela UE, voltado para sanções por violação dos direitos humanos.

"É uma decisão política: definir qual regime adotar para justificar as sanções. A UE já aplicou um critério geográfico, no caso de sanções pela situação na Ucrânia, e o regime de uso de substâncias químicas, para aplicar sanções à Rússia, observou um diplomata.

Agora, "há um critério referente aos direitos humanos, e haverá uma discussão sobre se ele pode ser aplicado à Rússia", completou a mesma fonte.

Para qualquer caso, os chanceleres deverão adotar a decisão e definir as pessoas, ou entidades, a sofrerem sanções. A decisão será confirmada pelos líderes do bloco, em cúpula nos dias 25 e 26 de março.

Uma vez adotada a decisão política de ativar, pela primeira vez, o regime global de sanções em matéria de direitos humanos, os peritos dos Estados-membros preparariam uma lista de nomes e entidades a ser aprovada pelos dirigentes da UE.

A situação na Venezuela também poderá voltar à mesa de negociações dos principais diplomatas europeus, embora, de acordo com diplomatas, não deva ser objeto de uma discussão detalhada. Nesse tema, a atenção agora está voltada para o cenário político surgido das eleições legislativas realizadas em dezembro passado no país.

A rejeição à indicação do embaixador Fabio Mendes Marzano para ocupar a posição de delegado permanente do Brasil nas Nações Unidas, em Genebra, é um claro "recado político" do Senado à diretriz externa do governo de Jair Bolsonaro, de acordo com ex-chanceleres do País.

"É uma derrota muito expressiva, um sinal político inequívoco", disse Celso Lafer, ex-ministro das Relações Exteriores nos governos Fernando Collor de Mello e Fernando Henrique Cardoso. A declaração foi dada em debate ao vivo promovido ontem pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais.

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Ex-ministro das Relações Exteriores de Michel Temer, Aloysio Nunes afirmou que o "silêncio absoluto" de parlamentares governistas no plenário do Senado reflete o "desprestígio" do Itamaraty. "Ninguém levantou a voz para defender (o embaixador). Silêncio absoluto. Eu acho que isso indica um recado político. É uma indicação do humor político do Senado em relação à política externa brasileira."

EUA

Para os ex-representantes das Relações Exteriores, a vitória de Joe Biden, nos Estados Unidos, deixa o Brasil ainda mais isolado no cenário internacional. Mas o projeto de reeleição do presidente Jair Bolsonaro, em 2022, pode mudar esse cenário. "Falou-se da ideia de convidar o Michel Temer para ministro (das relações exteriores)", disse o embaixador Rubens Ricupero. "Talvez isso indique que o presidente estaria, pelo menos em princípio, disposto a usar o Itamaraty como uma moeda a mais no cálculo da sucessão."

O ex-chanceler Celso Amorim disse que Bolsonaro estará dividido entre buscar uma acomodação com o novo governo americano ou se manter fiel ao apoio da extrema-direita. Se escolher a segunda opção, disse ele, terá atritos com os EUA. "E isso terá reflexo na elite econômica brasileira e, portanto, impacto também na reeleição."

Os ministros das Relações Exteriores da União Europeia (UE) não conseguiam chegar a uma posição comum sobre a guerra civil na Síria às vésperas do fim das sanções do bloco ao governo de Bashar Assad. O comentário sobre o andamento da reunião de chanceleres realizada hoje em Bruxelas foi feito pelo ministro das Relações Exteriores da Áustria, Michael Spindelegger.

A jornalistas, Spindelegger declarou-se preocupado com o fracasso da UE na busca por uma posição comum. Segundo ele, uma vez que as sanções expirem "todo mundo estará livre para entregar armas para o regime de Assad ou da oposição". As sanções da UE a Damasco expiram em 1º de junho.

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Spindelegger, no entanto, disse que mantinha a esperança em que houvesse uma mudança de última hora que permitisse aos chanceleres chegarem a um acordo. A reunião em Bruxelas deve seguir pela noite desta segunda-feira. As informações são da Associated Press.

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