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A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) enviou uma carta para as igrejas católicas de todo o país convidando os católicos a reservarem esta quinta-feira (7), data em que se celebra o Dia da Independência, para oração e jejum pela “realidade econômica, política e ética que vem acompanhada de violência e desesperança”. 

No documento, o colegiado dos líderes religiosos diz que “vivemos um momento difícil e de apreensão no Brasil”. De acordo com o bispo auxiliar de Brasília e secretário-geral da CNBB, dom Leonardo Steiner, o "Dia de Oração e Jejum" é uma oportunidade para que os cristãos "que querem um Brasil melhor, mais fraterno e não dividido" se unam.

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“Nós estamos necessitados de um novo Brasil, mais ético; de uma política mais transparente. Nós não podemos chegar a um impasse de acharmos que a política pode ser dispensada. A política é muito importante, mas do modo do comportamento de muitos políticos, ela está sendo muito rejeitada dentro do Brasil. Nós esperamos que esse dia de jejum e oração ajude a refletir essa questão em maior profundidade”, declarou.

A CNBB também convocou os cristãos a participarem do Grito dos Excluídos. "A sociedade brasileira está cada vez mais perplexa, diante da profunda crise ética que tem levado a decisões políticas e econômicas que, tomadas sem a participação da sociedade, implicam em perda de direitos, agravam situações de exclusão e penalizam o povo brasileiro pobre", afirmou o colegiado em nota.

A 23ª edição do ato traz como lema “Por direitos e democracia. A luta é todo o dia”. No Recife, a concentração será a partir das 9h, na Praça do Derby e a marcha vai percorrer as Avenidas Governador Carlos de Lima Cavalcanti, Conde da Boa Vista, Guararapes e Dantas Barreto, encerrando na Praça da Independência. 

O Grito é organizado pelas representações de Igrejas, a Central Única dos Trabalhadores, movimentos sociais e estudantis.

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) enviou uma carta para as igrejas católicas de todo o país convidando os católicos a reservarem o dia 7 de setembro para oração e jejum pela “realidade econômica, política e ética que vem acompanhada de violência e desesperança”. 

No documento, o colegiado dos líderes religiosos diz que “vivemos um momento difícil e de apreensão no Brasil”. De acordo com o bispo auxiliar de Brasília e secretário-geral da CNBB, dom Leonardo Steiner, o ‘Dia de Oração e Jejum’ é uma oportunidade para que os cristãos ‘que querem um Brasil melhor, mais fraterno e não dividido’ se unam.

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“Nós estamos necessitados de um novo Brasil, mais ético; de uma política mais transparente. Nós não podemos chegar a um impasse de acharmos que a política pode ser dispensada. A política é muito importante, mas do modo do comportamento de muitos políticos, ela está sendo muito rejeitada dentro do Brasil. Nós esperamos que esse dia de jejum e oração ajude a refletir essa questão em maior profundidade”, declarou.

Esta não é a primeira vez que a CNBB se manifesta sobre o cenário político do país. O colegiado já se colocou contrário a reforma trabalhista, já em vigor no país, e a previdenciária, em andamento no Congresso Nacional. 

O cardeal-arcebispo de São Paulo, d. Odilo Shrerer, afirmou nesta quarta-feira, 26, em entrevista coletiva no primeiro dos nove dias da Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), reunida em Aparecida, que o povo tem todo o direito de se manifestar e pedir explicações sobre as propostas de reforma da Previdência e das leis trabalhistas, mas precisa também aceitar do diálogo para saber o que é melhor para o País.

"Seria simplismo dizer apenas 'sou contra' ou 'sou favorável' em vez de examinar cada questão, pois podem haver algumas que beneficiem a população", observou o cardeal.

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Alertado de que alguns bispos têm aconselhado seus diocesanos a sair às ruas na sexta-feira, 28, em apoio à convocação de greve geral, d. Odilo respondeu que cada bispo é autônomo para conclamar ou não o povo em sua jurisdição.

Alguns que tomaram posição a favor da greve foram os arcebispos de São Luís, d. José Belisário da Silva, d. Manoel Delson Pedreira da Cruz, da Paraíba, d. Antônio Fernando Saburido, de Olinda e Recife, e d. Anuar Battisti, de Maringá. Todos condicionam o apoio ao interesse dos brasileiros e do Brasil, sem conotação partidária. "Se houver ligação com partidos políticos, estou fora", garantiu d. Anuar ao enviado especial da Rádio Vaticano.

O documento em que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, defende aborto para casos de mulheres com zika repercutiu entre entidades civis. Para a antropóloga e pesquisadora da Anis - Instituto de Bioética Débora Diniz, a discussão sobre a interrupção da gestação é diferente dos casos de anencefalia, por exemplo, quando o foco estava no feto. "Aqui a questão não é o feto. A mulher pode ter zika, mas não apresentar nenhuma alteração no feto. O problema é a pressão psicológica que ela sofre. Obrigá-la a se manter grávida nesta situação é uma violência. É semelhante a uma situação de estupro."

Para Mauro Aranha, presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), mais estudos são necessários e cada caso deve ser visto isoladamente, antes que a necessidade de uma intervenção seja considerada. "Pensamos que é precoce generalizar que toda gestante que tenha zika possa realizar o aborto, porque não é a maioria dos casos de mulheres com zika que leva a fetos com má-formação."

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Aranha diz que o grau de acometimento da criança precisa ser analisado. "Não dá para dizer que toda pessoa com deficiência é alguém que não se desenvolveu com plenitude. É passo drástico que pode levar à generalização da desesperança."

Bem

Doutor em Teologia Moral e assessor de Bioética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o padre José Rafael Solano Duran enfatizou que, para a Igreja, aceitar o aborto está fora de cogitação. "Não existe uma troca entre um bem menor e um bem maior, ou um mal menor e um mal maior. Moralmente, você não pode colocar um bem abaixo de outro bem. Há um bem a preservar e é o bem da vida", disse. "Você não pode sacrificar um ser humano nem que fosse para salvar a espécie humana."

O grupo liberal Católicas Pelo Direito de Decidir vem pressionando o Supremo Tribunal Federal (STF) para que o aborto seja liberado nesses casos. Em fevereiro, a coordenadora executiva do movimento em São Paulo, Rosângela Talib, disse à reportagem que este posicionamento é "porque vivemos em um Estado laico em que as normas não podem ser ditadas pela Igreja". "É um absurdo a Igreja ainda condenar que os fiéis façam uso de métodos contraceptivos", afirmou ela, na ocasião. "É irreal. Todos sabem que a maioria dos católicos se protege, independentemente do que a Igreja pensa ou deixa de pensar sobre o assunto." Na quarta-feira (7), ela não foi localizada pela reportagem para comentar o assunto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O arcebispo da Arquidiocese de Mariana, Dom Geraldo Lyrio Rocha, pediu respeito à Constituição e preservação das instituições para superar a atual crise política do país, em entrevista concedida à Agência Brasil ontem. Ele pediu também mais serenidade e menos radicalização.

Embora não haja uma posição oficial do conjunto do episcopado brasileiro sobre a crise política, Dom Geraldo Lyrio defendeu que como cidadão, cada bispo tem o direito de expressar seu pensamento livremente. Na entrevista revelou, no entanto, que o assunto deve figurar nas discussões da CNBB. "A conjuntura nacional será um ponto forte das discussões da próxima assembleia-geral da CNBB, no início de abril, e existe a possibilidade de posições serem assumidas de forma oficial", disse.

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Dom Geraldo Lyrio foi presidente da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) de 2007 a 2011. Declarando-se sem posição político-partidária, o bispo ressaltou que o povo brasileiro é o mais sacrificado no atual momento e que muitas soluções propostas são voltadas a interesses pessoais e não da nação. "Esperamos que o direito prevaleça, que não se ultrapasse aquilo que é da Justiça, que as instituições possam ser preservadas e que a Constituição seja respeitada", afirmou.

A Agência Brasil lembra que em dezembro do ano passado, quando o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), autorizou a abertura do processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff, a Comissão Brasileira Justiça e Paz, da CNBB, divulgou nota questionando os motivos do parlamentar.

Nos últimos dias, circulou nas redes sociais um vídeo do bispo dom Ailton Menegussi, da Diocese de Crateús (CE), em que apresentou aos fiéis sua posição contra o impeachment. "Nós não vamos apoiar simplesmente a troca de governos, de pessoas interesseiras, que estão apenas querendo se apossar porque são carreiristas", disse durante cerimônia religiosa.

Na manhã de quinta-feira, o arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer, foi agredido por uma mulher no fim da Missa do Crisma, que abriu as celebrações da Páscoa na Catedral da Sé, em São Paulo. Antes da agressão, ainda durante a missa, a mulher chamou Dom Odílio de comunista e disse que aquela Igreja não podia ser dirigida por pessoas como ele.

Uma iniciativa da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil  (CNBB) Nordeste 2 capacita voluntários para dar apoio às famílias de bebês com microcefalia na capital pernambucana. O projeto tem início nesta segunda-feira (14), às 19h, na Paróquia de  Nosso Senhor do Bom Parto, em Campo Grande, Zona Norte do Recife. Os interessados em participar da capacitação devem procurar a pastoral da Saúde, na Rua da Harmonia, 367, Casa Amarela.

A proposta da Igreja Católica é evitar o abandono das crianças com microcefalia através de conversas com os pais. A iniciativa funcionará no Disque Solidariedade Microcefalia que, a princípio, atuará em 50 paróquias do Recife. Os pais ou parentes dos bebês com malformação craniana podem ligar para o telefone 3204 1373 ou 99693-9018, das 8h às 12h, de segunda a sexta. No telefonema, eles contarão com apoio de agentes e voluntários ligados à Igreja.

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A ideia é que o projeto não fique só no Recife, mas seja realizado em todo o estado de Pernambuco, atingindo até 100 comunidades. Com o Disque Solidariedade, a CNBB espera aproveitar a constante presença da Igreja Católica nas comunidades de baixa renda, ampliando ainda mais o apoio a essas famílias. De acordo com Pastoral da Saúde Nordeste 2, os voluntários tentarão identificar as necessidades de cada família e ajudar em transporte, alimentação, enxoval.

A miséria bateu no rosto do bispo. O cardeal dom Frei Cláudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo, conheceu de perto os casos de abuso e exploração sexual infantil no arquipélago do Marajó, no Pará, e apontou as causas que precisam ser combatidas: a pobreza e a impunidade. “Há duas grandes causas por trás desses abusos e exploração. Uma é a pobreza. A outra, a impunidade. O povo está tão pobre que acaba deixando os filhos serem levados e abusados para ganhar algum dinheiro. E, do outro lado, uma impunidade inaceitável, intolerável”, afirmou o cardeal, em Belém, depois de uma visita à cidade marajoara de Breves, no último final de semana. Dom Cláudio admitiu que ver as crianças nessa situação o deixa de “coração cortado”.

Ao lado de dom José Luís Azcona, bispo da prelazia do Marajó, e da irmã Henriqueta Cavalcante, secretária executiva da Comissão Justiça e Paz da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB - Regional Norte 2, que abrange o Pará e o Amapá), o cardeal disse ter visitado o Marajó em nome dos bispos do Brasil e do papa Francisco. As "meninas balseiras", crianças e adolescentes vítimas de exploração sexual em balsas que navegam pelos rios da região, provocaram a reação de dom Cláudio: “Vou relatar para a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e para o papa sobre o que está ocorrendo. O papa sempre diz: ‘Vai para os locais mais sofridos, distantes e abandonados’”, disse.

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O cardeal disse que a grande maioria da população do Marajó é pobre. “Muita gente na miséria, muita gente não tem nada mesmo. É impressionante. Uma grande parte vive de Bolsa Família (do governo federal) ou de um parente idoso que talvez tenha uma aposentadoria. Quer dizer, sobrevive. Certamente tem gente passando fome”, afirmou. “O poder municipal tem poucos recursos para fazer qualquer coisa. O povo não tem trabalho, não há investimentos ali", disse.

Dom Claudio Hummes ficou cinco dias em Breves, município com cerca de 100 mil habitantes. Chegou em 23 de fevereiro e foi recebido com muita alegria pela população. Visitou a Comunidade de Nossa Senhora de Fátima e as Irmãs de Notre Dame. À noite, celebrou pela primeira vez uma missa no arquipélago marajoara, na paróquia São José e Santa Terezinha.

Amigo pessoal do papa Francisco, dom Cláudio será um importante interlocutor sobre o grave problema amazônico, para que as crianças possam ser ajudadas por meio de organizações e instituições nacionais e internacionais. “Conheço o cardeal Bergoglio das reuniões em Roma. Nunca estive na casa dele em Buenos Aires, e ele nunca esteve na minha, porque não é muito de viajar. Trabalhamos na conferência de Aparecida, em 2007, que durou quase 20 dias. Foi ali que a gente mais se conheceu, mas já éramos amigos”, disse dom Cláudio, em entrevista logo depois da eleição de Francisco.

O arcebispo também visitou a cidade de Portel. Participou de audiência pública e conheceu a Comunidade Ágape da Cruz e uma Brinquedoteca. Outra parada foi em Melgaço, considerado o município com o pior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do Brasil. Pelo rio Tajapuru, esteve na Comunidade Nossa Senhora do Desterro. Também em Melgaço, ouviu relatos sobre os problemas da região. No sábado (27), dom Cláudio Hummes retornou para Belém, de onde tomou avião para São Paulo.

O bispo auxiliar de Brasília e secretário-geral da Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB), Dom Leonardo Steiner, afirmou ao Broadcast Político, serviço em tempo real da Agência Estado, que "o aborto favorece a eugenia, uma prática para selecionar pessoas perfeitas". Ele participou, nesta quarta-feira, 10, do lançamento da Campanha da Fraternidade Ecumênica, que neste ano discute o saneamento básico.

O tema da campanha foi destacado como oportuno pelas autoridades, já que a falta de saneamento está ligada a uma maior incidência de doenças - entre ela o zika, que tem causado um surto de microcefalia em bebês. O vírus é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, que encontra em águas paradas as condições ideais para se proliferar.

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"A microcefalia ocorre no Brasil há anos. Estão aproveitando o momento para introduzir novamente o assunto do aborto", disse Steiner, referindo-se aos grupos pró-legalização que pretendem levar a questão ao Supremo Tribunal Federal (STF). Em 2012, uma decisão histórica do STF tornou possível que gestantes interrompessem a gravidez de fetos anencéfalos.

O presidente do Conselho Nacional das Igrejas Cristãs do Brasil (Conic), dom Flávio Irala, afirmou que "existe uma preocupação com a vida de todos: mãe, bebê e famílias". A discussão sobre o aborto, disse ele, "está entrando de forma meio enviesada em função da microcefalia". Entretanto, as igrejas que compõem o Conic ainda não debateram oficialmente o tema.

Com a crise política em diversos países ao redor do mundo e o constante debate sobre a crescente discriminação e criminalização dos refugiados, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a Cáritas Brasileira, entidade que trabalha na defesa dos direitos humanos, promovem no início deste ano uma campanha de solidariedade em prol dos migrantes e aos mais de 60 milhões de refugiados.

A ideia é que sejam arrecadados recursos financeiros na campanha, que serão destinados a diversas ações de conscientização e sensibilidade da sociedade na causa. Os organizadores buscarm uma maior visibilidade à temática, através das políticas educativas. Além disso, também haverá uma ajuda humanitária, com a criação de novos centros de acolhimento e atendimento. A população de migrantes e de refugiadas passam constantemente por situações de constrangimento, os tornando vulneráveis economicamente e mais sujeitas à violência.

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Para os interessados em ajudar na causa, a coleta de solidariedade será feita por meio das seguintes contas, a cargo da Cáritas Brasileira e em favor dos migrantes e refugiados:

Caixa Econômica Federal

Agência: 1041

Operação: 003

Conta Corrente: 3735-5

Banco do Brasil

Agência: 3475-4

Conta corrente: 32.792-1

O secretário geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), d. Leonardo Steiner, interpretou as manifestações de domingo, 16, como uma exigência de mudança no governo, em especial de uma reforma política urgente e do combate à corrupção, com respeito à Constituição.

"As manifestações fazem parte da democracia, deveriam ajudar no diálogo, na apresentação de soluções para o País", declarou d. Leonardo ao jornal O Estado de S. Paulo nesta segunda-feira.

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O secretário geral da CNBB elogiou o clima de tranquilidade observado nos protestos, "sem agressões físicas, sem depredação". "Foram várias as temáticas apresentadas, com insistência na mudança do governo", observou.

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou nesta quinta-feira, 18, uma nota em que se manifesta contrariamente à aprovação da redução da maioridade penal, que está em discussão no Congresso Nacional. Na mensagem, a entidade pede que fiéis se mobilizem e reivindiquem que autoridades competentes façam uma opção clara em favor da criança e do adolescente. Na avaliação da CNBB, o Estatuto da Criança e do Adolescente já prevê responsabilização penal para maiores de 12 anos. "Se há impunidade, a culpa não é da lei, mas dos responsáveis por sua aplicação", diz o texto.

O documento, preparado durante reunião do Conselho Permanente da entidade, elogia o ECA, afirma que o estatuto é exigente com adolescente em conflito com a lei e não compactua com a impunidade. O documento também avalia que as medidas ali previstas partem do princípio de que todo menor infrator é recuperável, por mais grave que seja o delito cometido.

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O texto alerta ainda que, se aprovada a redução da maioridade penal, abrem-se as portas para o desrespeito a outros direitos da criança. Haveria, de acordo a entidade, um efeito dominó, com reflexos como a mudança na idade mínima para o consumo de bebida alcoólica.

O secretário geral da CNBB, Leonardo Steiner, afirmou que a entidade vem trabalhando ativamente no Congresso Nacional, para tentar convencer parlamentares a votar contrariamente à proposta. "O problema é bem mais amplo, bem mais profundo, não se resolve com o cárcere", disse o vice-presidente da CNBB, dom Murilo Krieger.

O presidente da CNBB, Sergio da Rocha, avalia que o tema não pode ser visto estritamente como segurança pública. "É preciso que se analise toda condição de vida. Estamos preocupados em ir mais a fundo e insistir que é preciso resolver o problema de segurança levando-se em conta os direitos fundamentais", disse. O presidente da entidade avaliou que não houve, por parte das autoridades, a aplicação devida das medidas socioeducativas. "O ECA não foi levado à sério", sentenciou. Para ele o ideal é que o ECA seja revalorizado e as medidas ali previstas sejam de fato colocadas em prática.

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) advertiu nesta sexta-feira, 24, em nota divulgada no encerramento de sua 53ª Assembleia Geral, em Aparecida, que os três poderes da República "têm o dever irrenunciável do diálogo aberto, franco, verdadeiro, na busca de uma solução que devolva aos brasileiros a certeza de superação da crise".

Ao manifestar sua apreensão com a realidade nacional, os bispos afirmam que a crise "profunda e prolongada ameaça as conquistas, a partir da Constituição Cidadã de 1988, e coloca em risco a ordem democrática do País". A CNBB observa que, no combate à crise, "o momento não é de acirrar ânimos nem de assumir posições revanchistas ou de ódio que desconsiderem a política como defesa e promoção do bem comum".

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O episcopado alerta que "a retomada do crescimento, uma das condições para vencer a crise, precisa ser feita sem trazer prejuízo à população, aos trabalhadores e, principalmente, aos mais pobres". Segundo a nota da CNBB, "projetos como os que são implantados na Amazônia afrontam sua população, por não ouvi-la e por favorecer o desmatamento e a degradação do meio ambiente".

Os bispos afirmam também que a lei da terceirização do trabalho não pode, em hipótese alguma, restringir os direitos dos trabalhadores. "É inadmissível que a preservação dos direitos sociais venha a ser sacrificada para justificar a superação da crise", adverte a CNBB.

Ao lembrar que a corrupção está presente tanto em órgãos públicos quanto em instituições da sociedade, a nota de Aparecida cobra do Estado a punição de corrompidos e corruptores. "É imperativo recuperar uma cultura que prima pelos valores da honestidade e da retidão", pois "só assim se restaurará a Justiça e se plantará, novamente, no coração do povo, a esperança de novos tempos, calcados na ética".

A CNBB diz que "a credibilidade política, perdida por causa da corrupção e da prática interesseira com que grande parte dos políticos exerce seu mandato, não pode ser recuperada ao preço da aprovação de leis que retiram direitos dos mais vulneráveis". Os bispos lamentam que "no Congresso se formem bancadas que reforçam o corporativismo para defender interesses de segmentos que se opõem aos direitos e conquistas sociais já adquiridos pelos mais pobres". Um exemplo, de acordo com o episcopado é a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 215/2000, "uma afronta à luta histórica dos povos indígenas que até hoje não receberam reparação das injustiças que sofreram desde a colonização do Brasil".

A CNBB considera um "equívoco que precisa ser desfeito" a PEC 171/1993, que propõe a redução da maioridade penal para 16 anos, já aprovada pela Comissão de Constituição, Cidadania e Justiça da Câmara. O meio mais eficaz para preservar os adolescentes da delinquência e da violência é investir em educação de qualidade e em políticas públicas para a juventude e a família, afirmam o bispos.

Para o episcopado, o Projeto de Lei que altera o Estatuto do Desarmamento é outra matéria "que vai na contramão da segurança e do combate à violência. "A arma dá falsa sensação de segurança e de proteção" e, por isso, "não podemos cair na ilusão de que, facilitando o acesso da população à posse de armas, combateremos a violência".

Os bispos apontam que a reforma política, proposta "apartidária" da Coalização pela Reforma Política Democrática e Eleições Limpas, formada pela CNBB, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e mais de cem outras entidades, pode ser uma solução para esses problemas. "Urge, além disso, resgatar a ética política que diz respeito à responsabilização do cidadão, dos grupos ou instituições pelo bem comum".

A CNBB pretende levar milhares de pessoas à Praça dos Três Poderes, em Brasília, no dia 11 de maio, para acompanhar a entrega ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha, das assinaturas em apoio ao projeto, que entrará em pauta duas semanas depois. A coalizão responsável pela redação do projeto recolheu, até agora, cerca de 800 mil assinaturas. "Poderemos alcançar o total de 1,5 milhão de assinaturas necessárias para a apresentação de projetos de iniciativa popular, com o esforço dos bispos, que prometem intensificar a coleta de adesões em suas dioceses", disse o coordenador do projeto, d. Joaquim Mol.

Assinado dia 21 pelo cardeal d. Raymundo Damasceno Assis (presidente), arcebispo d. José Belisário da Silva (vice-presidente) e d. Leonardo Steiner (secretário geral), que encerraram seus mandatos, a nota da CNBB foi divulgada pelo novo presidente, d. Sérgio da Rocha, que tomou posse, ao lado de d. Leonardo, reeleito secretário geral. O vice-presidente, d. Murilo Krieger, não participou da cerimônia de posse, em Aparecida, porque viajou para a ordenação, em Maringá (PR), do bispo de Três Lagoas (MS).

Os quatro bispos eleitos nesta quinta-feira, 24, pela 53ª Assembleia Geral da CNBB para participar do Sínodo sobre a Família, em outubro, em Roma, vão propor que a Igreja discuta questões desafiadoras para a pastoral, como a situação dos casais divorciados que vivem uma segunda união e a acolhida aos homoafetivos. O bispo de Camaçari (BA), d. João Carlos Petrini, um dos delegados escolhidos, adiantou que esse não é o foco central, mas é um desafio que receberá atenção especial.

"Há uma expectativa de que o Sínodo dê uma resposta a essa questão, embora não se concentre nela", disse d. Petrini, até esta quinta presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família, cargo agora ocupado pelo bispo de Osasco, d. João Bosco Barbosa de Sousa. O Sínodo, acrescentou d. Petrini, deverá buscar uma resposta com equilíbrio. Sob a orientação do papa Francisco, os participantes do encontro refletirão também sobre a educação dos filhos de pais separados e a das crianças adotadas por homossexuais que vivem uma união estável.

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Outro ponto a ser discutido é o acolhimento na comunidade de católicos divorciados que se casaram de novo. D. Petrini acredita que a Igreja venha a permitir que eles participem dos sacramentos, em circunstâncias especiais. "É possível que possam receber a eucaristia, com permissão do bispo, em alguns casos", observou d. Petrini.

O novo presidente da CNBB, d. Sérgio da Rocha, arcebispo de Brasília, também eleito delegado ao Sínodo, afirmou ao Estado que a Igreja quer dar mais atenção aos casais em situação difícil. "Esperamos que, no Sínodo, possamos encontrar luz, para não só iluminar genericamente, mas oferecer orientação de ordem pastoral. É um tema que nos está preocupando e que preocupa a todos, como o papa Francisco admitiu claramente", disse d. Sérgio. A Igreja quer acolher a todos, acrescentou o arcebispo, sem que ninguém fique excluído, mas ao mesmo tempo procura oferecer, à luz do Evangelho, os valores que vêm da palavra de Deus, que devem orientar a conduta de todo mundo.

"Quem vai participar do Sínodo precisa expressar aquilo que é o sentir da Igreja local, do episcopado, da Igreja no Brasil", adverte. Por isso, a assembleia procurou identificar, nos últimos dias, em Aparecida, quais são os grandes temas que devam receber destaque. Os delegados vão compilar as pospostas dos temas que devam ser levantados em Roma, com sugestões de encaminhamentos pastorais. Eles vão analisar as respostas dadas a um questionário do Vaticano que foi enviado a todas as dioceses e paróquias.

Além do cardeal d. Raymundo Damasceno, arcebispo de Aparecida, que será um dos presidentes nomeados por Francisco, participarão do Sínodo como delegados da CNBB o cardeal d. Odilo Scherer, de São Paulo, e o arcebispo de Mariana, d. Geraldo Lyrio Rocha. O papa poderá designar ainda outros brasileiros como seus convidados.

O presidente eleito da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), d. Sérgio da Rocha, arcebispo de Brasília, afirmou nesta terça-feira, 21, que, em sua gestão, a entidade estará à escuta e aberta ao diálogo, buscando a unidade com pluralidade. "Vamos alargar o leque da pastoral para a evangelização, atuando em novos areópagos, como escolas e hospitais, para discutir política, economia e cultura", anunciou d. Sérgio.

O arcebispo disse que a CNBB não tem a pretensão de resolver todos os problemas, mas acredita ser capaz de dar uma contribuição, ao tratar de questões como injustiça, desigualdade e corrupção. A CNBB espera que, em seus contatos, possa fazer e discutir proposições, e não apenas criticar. Isso já tem ocorrido, mas d. Sérgio mostra-se disposto a dar passos adiante. O fato de ele morar em Brasília, admite, pode facilitar o entendimento.

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O vice-presidente eleito, d. Murilo Krieger, arcebispo de Salvador, observou que os momentos de crise não são necessariamente negativos, porque podem ser momentos de criatividade, apontando valores e fazendo gestos de solidariedade. "Nossa missão é fazer com que a Igreja seja mais dinâmica", afirmou. O secretário-geral reeleito, d. Leonardo Steiner, bispo auxiliar de Brasília, acrescentou que a Igreja precisa ter vez e voz no diálogo com o poder, ao lutar pela reconciliação e pela paz.

Os bispos da nova presidência da CNBB defenderam princípios e ideias, sem analisar situações particulares, porque os detalhes constarão de uma declaração a ser divulgada até o encerramento da assembleia-geral, reunida em Aparecida.

A presidente Dilma Rousseff saudou há pouco o arcebispo de Brasília, d. Sérgio da Rocha, pela eleição para presidir a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). "Tenho certeza de que ele terá um grande desempenho à frente da Igreja Católica do nosso País", escreveu Dilma na rede de microblogs Twitter.

D. Sérgio Rocha, de 55 anos, foi eleito neste sábado, em substituição ao cardeal Raymundo Damasceno Assis, que dirigiu a entidade nos últimos quatro anos. Já no primeiro escrutínio, ele recebeu 215 votos, alcançando os dois terços necessários para a eleição, entre 293 bispos eleitores. O quase consenso mostra que o episcopado parece disposto a manter os rumos da CNBB dos últimos anos.

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Arcebispo de Brasília desde junho de 2011, d. Sérgio é, segundo seus colaboradores, um bispo muito simples e aberto ao diálogo. Natural da pequena cidade de Dobrada (SP), foi ordenado em 18 de agosto de 1984 e logo assumiu sua primeira paróquia, na diocese de São Carlos. Depois, cursou Filosofia na Pontifícia Universidade Lateranense, em Roma. (

O arcebispo de Brasília, dom Sérgio da Rocha, foi eleito nesta segunda-feira, 20, como o novo presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para um mandato de quatro anos. Ele foi escolhido após receber 215 votos, superando a proporção de dois terços necessários para a eleição. O arcebispo substituirá o cardeal d. Raymundo Damasceno Assis, arcebispo de Aparecida.

Dom Sérgio da Rocha nasceu em 1959 no município de Dobrada, interior de São Paulo. Foi ordenado presbítero na matriz do Senhor Bom Jesus de Matão, em São Paulo, em 1984. Depois da sua nomeação como bispo, em 2001 pelo papa João Paulo II, foi designado como auxiliar em Fortaleza, no Ceará, tendo a sua ordenação episcopal em agosto do mesmo ano na Catedral de São Carlos (SP).

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Em janeiro de 2007, o papa Bento XVI o nomeou como arcebispo coadjutor da arquidiocese de Teresina, Piauí. Quatro anos depois, foi nomeado por Bento XVI como arcebispo metropolitano de Brasília.

O novo presidente estudou filosofia no Seminário de São Carlos e Teologia na Pontifícia Universidade de Campinas, ambos em São Paulo. O arcebispo é mestre em Teologia Moral pela Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção (SP) e doutor pela Academia Alfonsiana da Pontifícia Universidade Lateranense, em Roma.

Com o objetivo de conseguir 1 milhão e 500 mil assinaturas de eleitores de todo o Brasil e conseguir criar um Projeto de Iniciativa Popular, a Comissão de Coalizão pela Reforma Política Democrática e Eleições Limpas, formada por várias entidades e movimentos sociais disponibilizou na internet um formulário para facilitar a adesão da população. Na ficha é preciso colocar dados pessoais e encaminhar em seguida para Brasília. 

Os formulários devem ser preenchidos com nome completo, nome dos pais, dados do título de eleitor, além de data de nascimento e assinatura ou impressão digital. 

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A Coalizão é formada pela Comissão Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), pelo Movimento de Combate a Corrupção Eleitoral (MCCE), Plataforma dos Movimentos Sociais pela Reforma do Sistema Político e mais 98 entidades importantes da sociedade civil. Recentemente o grupo se reuniu no Recife, na sede da OAB-PE, onde obteve apoio de alguns parlamentares como a deputada federal Luciana Santos (PCdoB) e a vereadora do Recife, Isabella de Roldão (PDT). O formulário está disponível AQUI. 

 

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou nota demonstrando preocupação com o que classifica de delicado momento pelo qual passa o País. "O escândalo da corrupção na Petrobras, as recentes medidas de ajuste fiscal adotadas pelo Governo, a crise na relação entre os três Poderes da República e manifestações de insatisfação da população são alguns dos sinais de uma situação crítica que, negada ou mal administrada, poderá enfraquecer o Estado Democrático de Direito, conquistado com muita luta e sofrimento."

Para a CNBB, a situação clama por medidas urgentes, principalmente uma profunda reforma política e o fim do fisiologismo político. "Esta situação clama por medidas urgentes. Qualquer resposta, no entanto, que atenda antes ao mercado e aos interesses políticos que às necessidades do povo, especialmente dos mais pobres, nega a ética e desvia-se do caminho da justiça. Cobrar essa resposta é direito da população, desde que se preserve a ordem democrática e se respeitem as instituições da comunidade política."

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Com relação às notícias de corrupção, a CNBB diz que a justiça e a ética requerem uma cuidadosa apuração dos fatos e a responsabilização, perante a lei, de eventuais corruptos e corruptores. "Enquanto a moralidade pública for olhada com desprezo ou considerada um empecilho à busca do poder e do dinheiro, estaremos longe de uma solução para a crise vivida no Brasil", reitera.

Ás vésperas das manifestações desta sexta-feira, 13, e de domingo, 15, a CNBB diz que elas são um direito democrático, que deve ser assegurado a todos pelo Estado. "O que se espera é que sejam pacíficas", pois nada justifica a violência, a destruição do patrimônio público e privado, o desrespeito e a agressão a pessoas e instituições, o cerceamento à liberdade de ir e vir, de pensar e agir diferente.

Na nota, que é assinada pelo presidente da CNBB e Arcebispo de Aparecida, Dom Raymundo Damasceno Assis, pelo vice-presidente Dom José Belisário da Silva, e pelo Bispo auxiliar de Brasília Dom Leonardo Ulrich Steiner, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil conclama as instituições e a sociedade brasileira ao diálogo: "Na livre manifestação do pensamento, no respeito ao pluralismo e às legítimas diferenças, este momento poderá contribuir para a paz social e o fortalecimento das instituições democráticas." E reiteram: "Deus, que acompanha seu povo e o assiste em suas necessidades, abençoe o Brasil e dê a todos força e sabedoria para contribuir para a justiça e a paz. Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, interceda pelo povo brasileiro."

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) lançaram nesta quarta-feira (25) o Manifesto em Defesa da Democracia. O documento, assinado pelo presidente nacional da OAB, Marcus Vinicius Furtado Coêlho, e pelo presidente da CNBB, cardeal Raymundo Damasceno Assis, tem por objetivo contribuir para o debate da reforma política.

Para as entidades, o Brasil enfrenta graves dificuldades político-sociais e o sistema político passa por uma crise. “A inquestionável crise por que passam, no Brasil, as instituições da democracia representativa, especialmente o processo eleitoral, decorrente de persistentes vícios e distorções, tem produzido efeitos gravemente danosos ao próprio sistema representativo, à legitimidade dos pleitos e à credibilidade dos mandatários eleitos para exercer a soberania popular”, diz o texto.

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No manifesto, CNBB e OAB pedem o fim do financiamento empresarial às campanhas eleitorais, “causa dos principais e reincidentes escândalos que têm abalado a nação". Com o fim desse sistema de financiamento, acreditam que será possível afastar "a censurável influência do poder econômico" no resultado das eleições.

O presidente da OAB defendeu a aprovação, ainda neste ano, da reforma política no Congresso Nacional, a criminalização do caixa 2, além do fim do voto proporcional. “Não é possível imaginar que não ocorra, neste ano, a aprovação da reforma política. Queremos discutir a reforma política para tentar combater as causas deste grave problema que podemos verificar na vida pública de desvio de conduta. Queremos que haja criminalização do caixa 2 de campanha e que o eleitor saiba exatamente quem ele está elegendo na hora de pleito, acabando – como ocorre hoje – com que o eleitor vote em um [candidato] e acabe elegendo outro”, disse Coêlho.

A CNBB e a OAB lideram 106 entidades da sociedade civil que formam a Coalizão pela Reforma Política Democrática e Eleições Limpas. A coalizão está coletando assinaturas para uma proposta de iniciativa popular sobre a reforma política.

Segundo dom Raymundo, já existem 500 mil assinaturas de eleitores para o projeto de iniciativa de popular. “Estamos intensificando a coleta de assinaturas durante o período da Campanha da Fraternidade, para que tenhamos, como um dos resultados da campanha deste ano, um número de assinaturas que chegue a 1,5 milhão e, assim, poder levar ao Congresso, em abril, esse projeto de iniciativa popular”.

Hoje à tarde, as entidades terão um encontro com parlamentares para debater o projeto de reforma política democrática na Câmara dos Deputados. “O manifesto pretende chegar à sociedade por meio das entidades que apoiam essa proposta de reforma política democrática. Hoje à tarde, vamos ao Congresso Nacional lançar esse manifesto também para que [os parlamentares] tome conhecimento. Nós não pretendemos ser donos da verdade. É um projeto que colocamos como proposta para ser discutido", disse do Raymundo.

O presidente da CNBB defendeu ainda que a população acompanhe ativamente a tramitação das propostas que tratam do assunto. "Desejamos que a sociedade acompanhe esse processo no Congresso para que as reformas que deseja não sejam desvirtuadas. Cabe ao Congresso a reforma política, mas cabe à sociedade participar e acompanhar esse processo”, disse dom Raymundo.

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O combate à corrupção deve ser um dos objetivos da Igreja Católica em 2015, afirmou nesta quarta-feira, 18, o arcebispo de São Paulo, d. Odilo Scherer, ao abrir a Campanha da Fraternidade, cujo tema neste ano é Fraternidade: Igreja e Sociedade. Promovida desde 1964 pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), durante o tempo da quaresma, que se inicia na Quarta-Feira de Cinzas, a campanha convida os católicos a refletir sobre um problema do País e a adotar ações concretas para resolvê-lo.

"A corrupção é um grande mal político e social que contraria a fraternidade", disse d. Odilo, acrescentando que, além de ser uma decisão pessoal do corrupto, a corrupção é um mecanismo que facilita a roubalheira e o desvio de recursos destinados a objetivos comunitários. O combate a esse mal deve ser incluído na reforma política, segundo o cardeal. O processo de redemocratização, iniciado na década de 1980, observa o texto-base da Campanha da Fraternidade, "sofre sistematicamente com a corrupção".

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Integrante da Coalizão pela Reforma Política Democrática e Eleições Limpas, a Igreja Católica apoia a proibição de financiamento de candidatos por empresas (pessoas jurídicas) e a implantação do financiamento democrático, público e de pessoas físicas; a adoção do sistema eleitoral chamado 'voto transparente' , proporcional, em dois turnos; a promoção da alternância de homens e mulheres nas listas de candidatos dos partidos (as mulheres somam 51% do eleitorado, mas é de apenas 9% a representação feminina na política) e, finalmente, o fortalecimento da democracia participativa, com plebiscito, referendo e projeto de lei de iniciativa popular.

Indígenas

"A Igreja não está fora do mundo nem é contra o mundo, mas está inserida no mundo", advertiu o cardeal-arcebispo de São Paulo, ao defender o empenho efetivo dos católicos na campanha pela reforma política. Esse empenho, disse d. Odilo, poderá incluir busca de adesão a um abaixo-assinado para pressionar o Congresso Nacional, como ocorreu no caso da Ficha Limpa, quando a Igreja conseguiu mais de 1 milhão de assinaturas.

O texto da Campanha da Fraternidade 2015 lembra outros problemas que a sociedade brasileira enfrenta, a começar pela violência. "A melhoria das condições de vida dos brasileiros ainda não se traduziu em melhorias nas condições estruturais de vida da população, sobretudo dos necessitados", adverte a CNBB no texto, citando os desafios a serem enfrentados a luta pela reforma agrária, pelas condições de trabalho no campo, por um salário justo , por um emprego docente e pelo acesso à moradia.

"No caso dos indígenas, é urgente a demarcação dos territórios, com a mediação nos locais onde existem agricultores que possuem títulos", afirma o texto-base, que defende também a demarcação dos territórios para as comunidades quilombolas e o estabelecimento de políticas públicas de inclusão social de milhares de excluídos. A consequência da falta de uma ação mais incisiva nessas situações é a violência, adverte o texto-base da Campanha da Fraternidade.

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