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Junho de 1992, o Brasil era pela primeira vez sede de uma grande conferência internacional. Palco também de uma das maiores turbulências políticas até então já vistas na história republicana. Foi com uma entrevista a Veja que, em Maio daquele ano, Pedro Collor de Mello denunciou o esquema PC Farias, levando, meses depois, ao impeachment do irmão Fernando Collor de Mello.

Ao fim daquele ano assumia a presidência do país o mineiro Itamar Franco, que apresentou, na função de Ministro das Relações Exteriores, o distinto sociólogo e futuro idealizador do Plano Real, Fernando Henrique Cardoso. Um divisor de águas na história econômica do país, um mais do mesmo na narrativa política daquela recém-nata democracia.

Nas ruas, as ombreiras. A moda dos cabelos volumosos dispensavam as chapinhas. Nos esportes, a dupla de atacantes-congressistas, Bebeto e Romário, iniciavam o caminho em busca do tetracampeonato. Algumas coisas pareciam fazer mais sentido.

A luta contra a hiperinflação que ultrapassava 1000% ao ano e dizimava o poder de compra do consumidor, tornou expressões como “overnight” e “remarcação de preços” comuns ao dia-a-dia do brasileiro.

Na Europa, um novo e aprofundado conceito de integração regional era selado com a assinatura do Tratado de Maastricht. De “Comunidade”, a Europa passava a “União”. O Euro, que vinte anos mais tarde enfrentaria uma crise capaz de colocar em cheque a própria existência, teve as suas bases estabelecidas e foi celebrado como uma experiência inédita na história econômica dos povos. 

A ECO92 chegava ao país com a missão de desmistificar o conflito aparente entre desenvolvimento e proteção ambiental. A mensagem parece ter sido captada, ou pelo menos a importância dela. É o que sugere as mais de 30 empresas e entidades que, em 2012, foram patrocinadoras ou apoiadoras oficiais do evento no Rio de Janeiro. Meio-ambiente, sustentabilidade e responsabilidade social ganharam, dentro das corporações, o mesmo espaço e importância que as áreas de marketing, comercial ou financeira.

Na Rio+20, assim como na Rio92, pretendeu-se pensar o futuro. Pelas enormes surpresas que as últimas duas décadas apresentaram, não é difícil sugerir que esta seria uma tarefa um tanto ambiciosa para um encontro de pouco mais de dez dias. Apesar dos desentendimentos quanto a conceitos, o ganho em importância da PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) dentro da comunidade internacional foi incalculável. É possível estarmos diante da criação de um tipo de OMC do Meio Ambiente. Uma agência com autoridade para a governança ambiental global.

Os desafios para uma economia sustentável são cada vez maiores. Nos últimos vinte anos a população na terra pulou de 5,5 bilhões para 7 bilhões de pessoas. Em 2032 deverão ser 8,5 bilhões. A China passou de nona, a segunda economia internacional. Já os Estado Unidos repousa estático sobre a alcunha de principal poluidor per capita a nível mundial.

A Rio+20 esteve sub-representada pelas grandes potências mundiais. Barack Obama e Angela Merkel foram sem dúvida as ausências mais sentidas. Enquanto em 1992, o PIB mundial dos Estados representados ultrapassou os 70%, em 2012, ficou na casa dos 40%. As discussões foram fracas em metas e abundante em intenções. “Pouca ambição”, segundo a definição do próprio secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon

O que esperar para os próximos vinte anos? Pode ser Neymar o novo prefeito da baixada santista ou quem sabe as ombreiras voltem a ser moda. Talvez seja a vez dos países do Mercosul partilharem de uma única moeda. A única certeza é que, em 2032, o tempo será um recurso ainda mais escasso.

Enquanto as importações registram um crescimento de 9% até a terceira semana de junho, em relação à média diária de junho de 2011, as exportações tiveram uma queda de 10,8%, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) divulgados nesta segunda-feira.

Nas importações, a média diária até a terceira semana de junho foi de US$ 999,6 milhões, ante US$ 917,1 milhões no mesmo período do ano passado. Os dados refletem o aumento, principalmente, das compras brasileiras no exterior com combustíveis e lubrificantes (+34,5%), aeronaves e partes (+33,7%), siderúrgicos (+23,9%), adubos e fertilizantes (+22,6%), farmacêuticos (+16,4%) e equipamentos mecânicos (+9,8%).

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Nas exportações, a média diária até a terceira semana foi de US$ 1,006 bilhão, abaixo dos US$ 1,128 bilhão registrados em junho de 2011. Houve queda nas três categorias de produtos. Nos semimanufaturados, a redução foi de 19,7%, em função da diminuição dos embarques de ouro em forma semimanufaturada, açúcar em bruto, óleo de soja em bruto, semimanufaturados de ferro e aço e ferro-ligas. As vendas externas de manufaturados caíram 17,8%, em razão de óleos combustíveis, açúcar refinado, veículos de carga, tratores, motores para veículos, automóveis e suco de laranja. Nos básicos, a queda foi de 3,6%, puxada, principalmente, de petróleo, trigo em grão, café em grão, carne de suína, de frango e bovina, minério de ferro, fumo em folhas e farelo de soja.

A Secretaria de Defesa Agropecuária, do Ministério da Agricultura, publicou no Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira, Instrução Normativa, número 12, na qual estabelece que as importações de maçã, pera e marmelo da Argentina estarão sujeitas à autorização prévia de importação.

De acordo com a norma do governo, o interessado deverá requerer a partir de agora a autorização de importação à área técnica de sanidade vegetal na Superintendência Federal de Agricultura da Unidade da Federação de destino da mercadoria.

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No processo deverá constar: requerimento de autorização de importação; comprovante de inscrição do exportador no Registro de Exportadores do Servicio Nacional de Sanidad y Calidad Agroalimentaria (Senasa, da Argentina); comprovante de registro, junto ao Senasa, como galpão de empacotamento e/ou câmaras frias para o Programa de Exportação sob Sistema Integrado de Mitigação de Risco de maçã, pera e marmelo para o Brasil; e cópia do Licenciamento de Importação (LI) no Sistema de Comércio Exterior (Siscomex), contendo a identificação das Unidades Mínimas de Inscrição (UMI) que comporão a partida, discriminando espécies, variedades e respectivas quantidades de caixas.

Estima-se que no ano passado a Argentina foi responsável por 44% da maçãs e por 71% da peras importadas pelo Brasil. As importações brasileiras de maçãs argentinas no ano passado atingiram um 73,7 toneladas e custaram US$ 63,5 milhões. Já importações de peras somaram 149,6 toneladas e renderam aos exportadores argentinos de R$ 137,3 milhões.

Ex-embaixador do Brasil na Argentina e vice-presidente emérito do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), José Botafogo Gonçalves vê com ceticismo a possibilidade de o País conseguir resolver na reunião da quarta-feira, em Buenos Aires, os problemas que travam o comércio bilateral. "Acho pouco provável que numa reunião de um ou dois dias você consiga resolver esses problemas", disse na segunda-feira, durante o seminário Brasil-Argentina: A Construção de uma Estratégia Conjunta, no Rio de Janeiro.

Ressaltando que não conhece detalhes da pauta do encontro, que deve contar com o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Alessandro Teixeira, à frente da delegação brasileira, Botafogo disse acreditar que uma solução só seria possível com uma mudança radical da política comercial argentina, porém declarou não ver espaço para que isso acontecer no momento atual, em que a economia do país vizinho passa por dificuldades "sérias". "A informação que temos é que o país está à beira de uma crise cambial seriíssima. Está faltando dólar."

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Embora avalie que o cenário na Argentina é negativo para os investidores brasileiros, Botafogo não acredita que as empresas deixem o país vizinho. "Devemos limitar um pouco a nossa preocupação porque uma empresa quebra e fecha, mas um país não quebra e fecha", declarou, ressaltando que a Argentina é um país com grande potencial para investimentos.

Pessimista com a situação do parceiro comercial, Botafogo afirma que, para resolver seus problemas econômicos, a Argentina precisará realizar mudanças profundas em suas políticas, sugerindo até mesmo a mudança do ministro da Economia. "Cristina (Kirchner, presidente da Argentina) terá que mudar de enfoque na hora que acabar de dar errado, porque dar errado, vai", previu sobre os efeitos da atual política econômica da Argentina.

O ex-embaixador, que assumiu o posto de Buenos Aires no auge da crise de 2001, quando o então presidente argentino Fernando de la Rúa deixou a Casa Rosada em um helicóptero, estima que, apesar do protecionismo argentino, a queda das exportações brasileiras para o país vizinho ao fim deste ano deve ficar em patamar semelhante ao registrado em abril, quando recuou 23%. "Não creio que haja mudanças muito bruscas. A pressão diplomática está crescendo e a Argentina tem consciência de que não pode ir muito mais além."

Botafogo criticou ainda a centralização de decisões de Buenos Aires nas mãos do secretário de Comércio Interior, Guillermo Moreno, um dos maiores defensores do protecionismo dentro do governo de Cristina Kirchner. Para ele, a política do secretário argentino é "personalista" e "imprevisível". "A capacidade de fazer coisas erradas é absolutamente extraordinária."

A Declaração de Exportação, que atualmente representa o início do despacho aduaneiro da mercadoria, poderá ser substituída pela nota fiscal eletrônica. A ideia que vem sendo discutida entre a Receita Federal e os Estados é simplificar e agilizar o processo para o exportador brasileiro, reduzindo o volume de declaração emitida ou mesmo acabando de vez com a exigência do documento.

"Nós podemos dar maior robustez à nota fiscal eletrônica, agregando algumas informações que sejam de interesse da Receita para controle do Estado, como a classificação fiscal", explicou o subsecretário de Aduana e Relações internacionais da Receita, Ernani Checcucci. "Com isso, podemos dispensar a declaração ou, se ainda houver necessidade de coletar mais informações, levar para uma declaração mensal ou até mesmo anual. Deixo de ter um controle ponto a ponto para ter um controle mais significativo estrutural", afirmou.

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O subsecretário disse que o monitoramento das mercadorias será complementado com um sistema de controle de carga mais efetivo, que também está sendo desenvolvido. Assim, a Receita acompanhará todo o transporte da mercadoria que será exportada, desde a saída da fábrica ou do produtor até o porto ou a fronteira do País.

"Teríamos um processo de decisão de autorização de exportação em cima do controle de carga e das informações da nota fiscal eletrônica. Com isso, poderia simplificar e, até no limite, eliminar a Declaração de Exportação e garantir que a mercadoria efetivamente saiu do País", declarou.

Checcucci disse que ainda não há prazo para as alterações, mas garantiu que existe um acordo com os Estados. "Estamos em um processo de discussão bem evoluído", garantiu. Apenas Pernambuco ainda não aderiu à nota fiscal eletrônica.

Siscomex

Outra mudança em estudo para agilizar os despachos aduaneiros de mercadorias é a evolução do Sistema de Comércio Exterior (Siscomex) para uma plataforma mais moderna. Checcucci informou que a proposta é criar um portal único de entrada de dados que possa ser usado por todos os órgãos que precisam, de alguma forma, dar anuência em operações de comércio exterior.

"O Siscomex não atende à expectativa de todos os anuentes, que têm desenvolvido sistemas paralelos. A ideia é que a gente comece a olhar os outros anuentes e, num processo de parceira e cooperação, ver como a Receita pode contribuir com estas agências de controle", explicou.

Dezessete órgãos do governo exercem algum tipo de controle sobre o comércio exterior, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Ministério da Agricultura. O número elevado de anuentes no processo é uma barreira burocrática que o governo tenta derrubar há anos.

Checcucci disse que a ideia é transferir para esses órgãos a expertise desenvolvida pela Receita no gerenciamento de risco. "Muitos dos anuentes têm o foco na mercadoria. Os controles não estão apoiados em questões de habitualidade e comportamento histórico da empresa. Se já conheço o histórico, não deveria fazer a inspeção novamente", justificou. Segundo ele, uma das funções do Centro de Gerenciamento de Risco, montado este ano pela Receita, é viabilizar o processo de integração dos controles dos anuentes de comércio exterior.

O comércio exterior da China mostrou sinais de melhora na primeira metade de maio, com exportações e importações avançando ante o ano passado, divulgou o Shanghai Securities News neste sábado, citando o vice-ministro do Comércio do país, Li Jinzao.

O comércio internacional chinês totalizou US$ 109,77 bilhões, aumento de 27,6% ante o período anterior, informou a publicação, sem citar datas específicas de comparação. As exportações subiram 27,3%, enquanto as importações cresceram 28%, relata o jornal.

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"Isto nos deixa mais confiantes de que podemos alcançar nossa meta comercial em 2012", disse Li, acrescentando que os números do comércio nos primeiros quatro meses do ano ficaram abaixo das expectativas, diante do cenário de desaceleração econômica global.

A meta oficial da China prevê elevação de 10% no comércio exterior, segundo o ministro do Comércio, Chen Deming.

O superávit comercial da nação teve expansão para US$ 18,4 bilhões em abril, ante US$ 5,35 bilhões em março, acima da previsão de US$ 10,4 bilhões apurada pela Dow Jones. As exportações subiram 4,9% em abril, ante o mesmo período no ano passado, mostrando desaceleração ante ganho de 8,9% em março. As informações são da Dow Jones.

A balança comercial brasileira registrou um superávit de US$ 761 milhões na terceira semana de maio (14 a 20). Em cinco dias úteis, as exportações somaram US$ 5,098 bilhões e as importações, US$ 4,337 bilhões, segundo dados divulgados nesta segunda-feira pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

Com esse resultado, no mês de maio, a balança comercial acumula superávit de US$ 2,952 bilhões. No período, as exportações totalizam US$ 14,823 bilhões ante US$ 11,871 bilhões das importações.

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O saldo comercial, no acumulado do ano até o dia 20 de maio, é positivo em US$ 6,270 bilhões. Esse superávit é resultado de exportações de US$ 89,469 bilhões menos importações de US$ 83,199 bilhões registradas no período.

A média diária exportada na terceira semana de maio (14 a 20), de US$ 1,019 bilhão, foi 16,1% menor que a média de US$ 1,216 bilhão registrada até a segunda semana do mês. Segundo dados divulgados pelo MDIC, houve retração de 26,2% nas vendas de produtos básicos, especialmente, de soja em grão, minério de ferro, petróleo e farelo de soja.

As vendas de manufaturados, em igual período de comparação, também caíram 7,6%. A maior redução foi para os embarques de automóveis, autopeças, açúcar refinado, veículos de carga, laminados planos e polímeros plásticos. Em contrapartida, as exportações de semimanufaturados cresceram 1,6%, com destaque para açúcar em bruto, celulose, ferro-ligas, óleo de soja em bruto e alumínio em bruto.

Com relação às importações, a média diária importada na terceira semana de maio foi de US$ 867,4 milhões, resultado 7,9% menor que o verificado até a segunda semana do mês (US$ 941,8 milhões). Segundo dados do MDIC, essa queda é explicada, principalmente, pelos menores gastos com equipamentos mecânicos, aparelhos eletroeletrônicos, veículos automóveis e partes, farmacêuticos e instrumentos de ótica e precisão.

Mesmo com a desacelaração do crescimento econômico local e com a adoção de medidas para incentivar o mercado interno em detrimento do externo, a China deve seguir como o principal parceiro comercial do Brasil em 2012, afirmou nesta quinta-feira o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota. "A previsão é de que pode crescer em até US$ 90 bilhões o fluxo comercial nos dois sentidos (entre Brasil e China), com previsão de superávit para o Brasil", disse o ministro em sabatina realizada pelo Grupo Folha na capital paulista.

Patriota voltou a defender que a China amplie o leque de importações de produtos brasileiros e que a pauta comercial entre ambos os países seja "mais qualitativa e menos quantitativa". "A China aceita esse debate e superar essa pauta de exportação concentrada em poucos produtos não é fácil. Tem a ver ainda com a competitividade da indústria brasileira", afirmou o ministro, que considerou "positiva" para o setor exportador a recente valorização do dólar.

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O ministro citou o crescimento da economia norte-americana e o avanço das exportações brasileiras para os Estados Unidos. No entanto, Patriota avaliou que a economia chinesa deve superar a norte-americana, o que "mudará a dinâmica internacional", na avaliação dele. "Alguns americanos veem isso como uma ameaça à hegemonia dos Estados Unidos", observou.

O ministro garantiu que as relações entre Brasil e Estados Unidos não mudarão caso o virtual candidato republicano à presidência Mitt Romney derrote o atual presidente, Barack Obama, nas eleições locais. "A relação Brasil-Estados Unidos adquiriu altura de cruzeiro, que se sustentará qualquer seja o candidato vitorioso. É uma relação madura que não retrocederá", disse.

O dólar deve retornar ao patamar de R$ 1,80, estima o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, sem definir um prazo de retorno a esse nível. "A taxa de equilíbrio seria de R$ 2,20. A gente gostaria muito que chegasse lá e parasse por aí", disse na segunda-feira Castro, que participa do XXIV Fórum Nacional, no Rio de Janeiro.

Segundo ele, ainda não é possível mensurar os impactos da recente alta do dólar, que está na faixa de R$ 2. "As empresas ainda estão avaliando as possibilidades", afirmou.

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Castro destacou que o câmbio é apenas um dos componentes para a competitividade dos produtos brasileiros. "Se tivéssemos infraestrutura, logística e melhores tributos, por exemplo, ninguém estaria tão preocupado com o câmbio", observou.

Ele avalia que os balanços das empresas no segundo trimestre devem sentir mais impacto da queda de preços de commodities do que do câmbio.

A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 1,631 bilhão na segunda semana de maio de 2012, resultado de exportações de US$ 5,976 bilhões e importações de US$ 4,345 bilhões.

Segundo os dados divulgados nesta segunda-feira pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o superávite no mês de maio é de US$ 2,191 bilhões. As vendas externas somam US$ 9,725 bilhões e as importações, US$ 7,534 bilhões.

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No ano, o saldo está positivo em US$ 5,509 bilhões, com queda de 26,2% em relação ao mesmo período de 2011. As exportações somam US$ 84,371 bilhões e as importações, US$ 78,862 bilhões no acumulado do ano até a segunda semana de maio.

Se o estilo duro e pouco convencional de fazer comércio exterior executado pelo secretário do Interior da Argentina, Guillermo Moreno, virou alvo de críticas da comunidade internacional, internamente, tem o apoio dos argentinos. É o que afirmaram alguns dos 540 empresários argentinos que acompanham Moreno na Rodada de Negócios Argentina-Brasil, realizada nesta terça-feira, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na capital paulista.

Muitos dos empresários presentes ao encontro também evitaram falar com jornalistas brasileiros, o que pode ser interpretado como receio das consequências de desobedecer à recomendação expressa do secretário e da embaixada argentina, de que não conversassem com a imprensa. O próprio secretário Guillermo Moreno não quis conceder entrevistas em São Paulo.

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Os poucos que se arriscaram a falar, entretanto, mostraram um discurso afinado, inclusive aqueles que pediram para não serem identificados. Para os empresários, o secretário e a Casa Rosada, sede do governo da Argentina, estão corretos em proteger o mercado argentino do Brasil, que teria uma economia protecionista. "Hoje o saldo comercial entre os dois países é deficitário em US$ 4 bilhões para a Argentina", disse um empresário que pediu para não ter nome, empresa e setor em que atua identificados. "Há que ter mais equilíbrio", completou.

Outro executivo, do ramo de autopeças, considera as barreiras contra produtos brasileiros pertinentes porque, segundo ele, o governo brasileiro faz a triangulação comercial, que permite que importados da China sejam exportados à Argentina com preços inferiores aos custos para fabricação dos mesmos produtos pela indústria argentina. Triangulação é o recurso usado por um país para acessar um determinado mercado consumidor sem pagar as taxas que lhe são impostas, usando um terceiro país para exportar seus produtos.

"O Brasil tributa os produtos argentinos, mas exporta para Argentina produtos que são produzidos na China a um custo baixo", reclama outro empresário. Como seu colega, ele defende que haja entre Brasil e Argentina um acordo para que os negócios sejam ampliados, mas de forma que o saldo comercial entre os dois países atinja um equilíbrio.

"O Brasil sempre protegeu seus mercados, mas agora está mais protecionista", disse Mario Edmundo Gil, da fabricante de autopeças Litton, do grupo Friction Lab, único empresário argentino que permitiu ser identificado. "Ninguém me diz o que posso ou não falar", surpreendeu o argentino. De acordo com ele, a Argentina não protege seus mercados. Importa de qualquer lugar do mundo e permite qualquer empresa estrangeira se instalar em solo argentino.

"É necessário mudar esta mentalidade", cobrou. Ele reconhece que há uma briga política envolvendo todo esta questão comercial entre Brasil e Argentina que atrapalha muito. "Este encontro se propõe a fazer com que o brasileiro importe mais da Argentina. O negócio tem que ser bom para os dois lados", comentou.

Mesmo com a crise mundial e um arrefecimento no crescimento global, as trocas comerciais entre a China e o Brasil "seguem altas" e cresceram 34,5% em 2011 ante 2010, para US$ 84,2 bilhões, declarou o vice-ministro chinês do Comércio, Jiang Yaoping. "Isso demonstra o alto potencial comercial que Brasil e China possuem", disse Yaoping, após o seminário "Sessão de Apresentação sobre Oportunidades de Investimentos e de Cooperação entre a China e Brasil", que acontece na capital paulista nesta terça-feira.

Para Yaoping, os dois países possuem "complementaridades e similaridades comerciais", além de "serem grandes potências econômicas emergentes com mercados domésticos de grande escala de crescimento". Ele acrescentou que "isso só incentiva o aumento do comércio e estimula o interesse de empresários".

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No seminário, promovido pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), foram assinados protocolos de cooperação comercial entre as cidades de São Paulo e a chinesa de Macau, colônia portuguesa até 1999 naquele país, e ainda entre Brasil e China. Os protocolos visam ampliar os investimentos de empresas brasileiras na China e das chinesas aqui.

A coordenadora de área de investimentos da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), Maria Luisa Cravo Wittenberg, citou que a China colaborou com US$ 4,5 bilhões de um total de US$ 66,6 bilhões de Investimento Estrangeiro Direto (IED) no Brasil em 2011. "A maioria do investimento chinês foi no setor automotivo", disse. "A expectativa para este ano é de que sigamos com altos níveis de atração de IED."

No evento, Guo Lei, vice-diretora do Departamento de Finanças Internacionais do Banco de Desenvolvimento da China, citou o aumento de investimentos da instituição financeira, com capital total de US$ 6 trilhões, em países de língua portuguesa. "No Brasil, o banco tem parcerias com a Petrobras, o Banco do Brasil e o Bradesco, entre outros", afirmou.

Jackson Chang, presidente do Instituto de Promoção de Comércio e do Investimento de Macau, lembrou que a região é porto livre de impostos de importação para vários produtos e "empresas locais e investidores estrangeiros têm o mesmo tratamento". Na região, o imposto de renda é de apenas 12%, segundo ele.

Citando dados da Organização Mundial do Comércio (OMC), Chang afirmou que em 2011 houve um crescimento real da economia local de 20,7% sobre 2010. "De 1999 a 2011, o crescimento anual do Produto Interno Bruto de Macau foi de 14%", afirmou. Nos cinco primeiros meses do ano, o comércio entre os dois países, de acordo com ele, foi de US$ 5,8 bilhões, com o envio de suínos, aves e carne bovina pelo Brasil e exportação de têxteis para cá.

Já o secretário de Relações Internacionais de São Paulo, Alfredo Cotait Neto, falou do desequilíbrio no saldo comercial, já que os paulistanos exportaram US$ 1,4 bilhão para a China em 2011 e a importação atingiu US$ 3,2 bilhões. "Precisamos começar a equilibrar esse comércio."

A alta do dólar, superior a 5% nos últimos 30 dias, ainda traz benefícios restritos às empresas exportadoras, além de ameaçar o mercado interno com um potencial reaquecimento do ritmo inflacionário. Na avaliação do vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, apesar de a taxa de câmbio definir a rentabilidade das empresas e dar competitividade aos produtos manufaturados, o dólar em R$ 1,92 ainda é virtual para as companhias exportadoras. "Não é garantia de que esse seja o valor na data da entrega dos produtos", disse Castro, lembrando que exportador vende por uma quantia e corre o risco de receber por outro valor. "A dificuldade hoje é justamente não saber qual esse valor", afirmou.

Segundo o vice-presidente da AEB, os preços "ainda nas alturas" de minério de ferro, petróleo e soja deveriam fazer com que esses produtos da pauta exportadora brasileira se descolassem do cenário pessimista. "No entanto, os mercados externos se contraíram como um todo e o exportador terá de oferecer algo mais do que preço", disse.

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O economista Fábio Silveira, sócio-diretor da RC Consultores, concorda. A alta da moeda dos Estados Unidos chega em um momento de crescimento menor da demanda externa e pode impedir possíveis benefícios para a balança comercial, com aumento nas exportações.

Ele lembra que a alta do dólar já trouxe reflexos para os índices oficiais de inflação. "Os IGPs já começaram a subir e o IPC-Fipe está engordando", avaliou. "Por isso, a avaliação é de que a taxa de câmbio chegou ao teto. Na balança comercial, até haverá um estímulo, mas não vai mudar muito o perfil das exportações porque a pauta está definida e o preço médio dos produtos será, em média, menor que o do ano passado."

De acordo com Silveira, o desempenho de produtos manufaturados, como têxteis, que poderiam ser os mais beneficiados pela desvalorização do real, será limitado. "Esses produtos estavam tão enfraquecidos no começo deste ano que uma recuperação será insuficiente. Na margem, não irão superar a receita do ano passado em dólar porque as perdas já foram grandes", disse.

Segundo Silveira, um impacto positivo na balança comercial pode vir da retração das importações provocada pela alta do dólar. Na avaliação da RC Consultores, o preço médio da moeda norte-americana deve ficar em R$ 1,85 em 2012, ante R$ 1,67 no ano passado. "Mas a alta não pode ir muito além no curto prazo porque traz de volta a questão da inflação, que é muito desconfortável", afirmou.

O superávit da balança comercial do agronegócio brasileiro atingiu US$ 15,09 bilhões no primeiro trimestre deste ano, alta de 8,62% ante os US$ 13,89 bilhões de igual período de 2011, informou o Ministério da Agricultura. No período de janeiro e março, as exportações do setor atingiram US$ 19,41 bilhões, 8,7% superiores ao total de US$ 17,86 bilhões do primeiro trimestre de 2011. Já as importações cresceram 9% entre os períodos, de US$ 3,96 bilhões, para US$ 4,32 bilhões.

O destaque no trimestre foi o complexo soja, cuja receita com as exportações cresceu 52,6% sobre os três meses do ano passado, e variou de US$ 3,16 bilhões para US$ 4,83 bilhões. O faturamento com as vendas externas de carne, segundo maior entre os produtos do agronegócio, atingiu US$ 3,61 bilhões, alta de 2% sobre os US$ 3,54 bilhões do primeiro trimestre de 2011. A carne de frango ocupou o primeiro lugar no segmento, com US$ 1,76 bilhão de receita no trimestre, seguida da carne bovina, com US$ 1,22 bilhão e a carne suína, com US$ 313,63 milhões.

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Na receita total com as exportações no trimestre, o complexo soja respondeu por quase 25% e as carnes por 18,6%. Além dos dois setores outros destaques no faturamento são complexo sucroalcooleiro, com US$ 2,33 bilhões (queda de 7,5%), produtos florestais (US$ 2,24 bilhões, queda de 5%) e café (US$ 1,76 bilhão, queda de 9%).

O principal parceiro comercial do agronegócio brasileiro no acumulado deste ano é a China, com US$ 2,96 bilhões de divisas geradas para o País, alta de 84,5% em relação ao mesmo período do ano passado. Com a receita, a fatia da China nas exportações totais brasileiras do agronegócio disparou de 9% para 15,2% entre 2011 e 2012. Praticamente estáveis entre os períodos, as importações dos Estados Unidos ficaram em US$ 1,33 bilhão nos primeiros trimestres de 2011 e 2012, mas a fatia do país no total brasileiro recuou de 7,5% para 6,8%, segundo o Ministério da Agricultura.

Rússia - O destaque negativo é a Rússia, cujas importações de produtos do agronegócio brasileiro caíram 53,5% entre os períodos avaliados, de R$ 1,22 bilhão para R$ 565 milhões, o que fez com que o país caísse da quarta para a nona posição entre os principais parceiros brasileiros no setor.

Março - O Ministério da Agricultura informou ainda que em março o superávit da balança comercial brasileira do agronegócio foi de US$ 6,18 bilhões, alta de 4,04% sobre os US$ 5,94 bilhões de março de 2011. A receita com as exportações cresceu 4,6%, de US$ 7,37 bilhões para US$ 7,71 bilhões e a das importações subiu 5,8%, para US$ 1,52 bilhão.

O destaque no mês também foi o complexo soja, com alta de 31,2% no faturamento, para US$ 2,69 bilhões. Já os destaques negativos foram o complexo sucroalcooleiro, com queda de 27,8% em faturamento, para R$ 650 milhões, e café, com baixa de 19%, para US$ 571 milhões.

A China voltou a figurar no mês de março como o maior comprador individual de produtos brasileiros. O país importou US$ 3,906 bilhões enquanto os Estados Unidos, que lideraram as compras nos dois primeiros meses do ano, adquiriram US$ 2,320 bilhões, incluindo as aquisições de Porto Rico. Os números da balança comercial foram divulgados nesta segunda-feira pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

A nova posição da China no comércio externo brasileiro fez do país asiático o principal destino das exportações brasileiras no primeiro trimestre, com um total de US$ 7,892 bilhões. No mesmo período, os EUA compraram US$ 6,965 bilhões.

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Em março, a Ásia importou US$ 6,727 bilhões do Brasil, enquanto a União Europeia, US$ 4,340 bilhões. Os países do Mercosul responderam por um volume de US$ 1,826 bilhão e os do Oriente Médio, por US$ 965 milhões. África e Europa Oriental importaram US$ 823 milhões e US$ 323 milhões, respectivamente no período.

A despeito de a China ter voltado a liderar as compras do Brasil em março, o aumento dos embarques brasileiros para a Ásia vem tendo suporte principalmente do incremento das exportações para outros mercados do continente. Especificamente em março, na comparação com o mesmo mês de 2011, enquanto o aumento das exportações para a China foi de 17,8%, para a Índia esse incremento chegou a 132% e para Taiwan, a 73%. Já as Filipinas importaram 454% mais no período. "As Filipinas não têm uma base de comparação alta, mas certamente Índia e Taiwan têm", afirmou Tatiana.

Mesmo perdendo a liderança dos embarques brasileiros no mês passado, o MDIC ressaltou o peso dos Estados Unidos para o comércio brasileiro. O País registrou um aumento de 40,34% das compras em março na comparação com o mesmo mês de 2011. "O maior dinamismo dos EUA tem contribuído para o resultado comercial brasileiro", disse a secretária de Comércio Exterior do MDIC, acrescentando que a pauta para o país é diversificada e com grande participação de produtos manufaturados.

O ministro de Economia da Argentina, Hernan Lorenzino, minimizou neste sábado as recentes tensões comerciais existentes na América do Sul. Ele disse que as disputas comerciais são comuns depois de períodos de rápido crescimento econômico.

A Argentina tem enfrentando críticas de seus parceiros comerciais da região por ser bastante agressiva na utilização de barreiras comerciais formais e informais.

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"Todos os países da região cresceram muito nos últimos anos e nós temos importantes laços comerciais", Lorenzino disse nos intervalos de conferência do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), realizado em Montevidéu, no Uruguai.

O ministro disse também que em todo período de importante crescimento ocorrem tensões. "Eu penso que existe um objetivo comum de dar uma melhor qualidade de vida para nosso povo e isso resolve qualquer tensão", disse.

A América do Sul tem registrado quase uma década de crescimento graças à demanda da Ásia por matéria-prima que elevou os preços dos produtos exportados da região, como petróleo, grãos, metais e outras commodities.

A indústria pesada da América do Sul, especialmente a brasileira e argentina, também se beneficiou do crescimento, que criou dezenas de milhões de novos consumidores de classe média. A Argentina ressuscitou políticas de substituição de importação para proteger a indústria local e criar novos empregos em fábricas ao forçar multinacionais a produzir seus produtos no país.

Mas medidas protecionistas foram intensificadas nos últimos meses ao ponto em que os principais parceiros argentinos na América do Sul começaram a fazer críticas abertas ao governo. As câmaras de comércio do Brasil, Chile e Uruguai criticam abertamente as barreiras argentinas.

Desde fevereiro, os importadores argentinos tem que obter autorização da autoridade fiscal, do secretariado de comércio e de outras agências governamentais antes de trazer mercadorias para o país. As informações são da Dow Jones.

O secretário-executivo adjunto do Ministério da Fazenda, Dyogo Oliveira, informou hoje que a arrecadação de IOF com operações de derivativos está em torno de R$ 50 milhões por mês. Desde 16 de setembro de 2011, as operações de derivativos estão taxadas em 1%.

O governo isentou, a partir de hoje, os exportadores nas operações de hedge até o limite de 1,2 vez do valor exportado. O IOF apurado nas operações realizadas até ontem terá que ser compensado junto à Receita Federal no pagamento de outros tributos.

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Oliveira negou que o governo esteja adotando medidas por meio de 'tentativa e erro' para conter a valorização do real e, ao mesmo tempo, não prejudicar os exportadores. "(O governo) Não é errático e não é conserto. É ajuste e é normal", argumentou.

Oliveira defendeu o anúncio de medidas e depois sua complementação para que não prejudique algumas áreas ou abra brechas para que possam ser burladas. "Quando se implementa uma nova medida e não se tem experiência dessa medida no mundo ou nacional para ver, é preciso ter bastante prudência, cautela", argumentou.

Ele se negou a falar se outras medidas para o câmbio ou exportadores seriam anunciadas nos próximos dias, já que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, prometeu, no dia do balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que medidas poderiam vir "a todo momento", "toda semana", "todos os meses". "Não falo sobre o futuro. Hoje só falo sobre a medida que adotamos", desconversou o secretário.

A maior diferença da medida é a de que antes havia compensação e agora não haverá. O que ultrapassar 1,2 vez o valor exportado no ano anterior, porém, e ainda for uma operação de hedge (proteção), poderá ser compensado pelos exportadores.

"O parâmetro de 1,2 é para abrir espaço para eventualmente abrir um crescimento das exportações", explicou o secretário. "A medida não exclui a compensação. O que superar 1,2 vai continuar obtendo compensação", continuou.

De acordo com Oliveira, alguns exportadores já possuem acúmulo de crédito de outros tributos e estavam com mais dificuldades para fazer a compensação. "Principalmente as empresas que são preponderantemente exportadoras", comentou. Os impostos federais que dão direito a compensação à exportação são o IPI e o PIS/Cofins.

O secretário disse que, no lançamento da medida, em julho do ano passado, quando foi criada a alíquota de 1%, o governo preferiu englobar os exportadores porque a criação de exceções poderia permitir o surgimento de ideias para burlar a tributação. "A medida era grande novidade. Nunca havíamos tributado o mercado de derivativos. Naquele momento era preciso ter muita cautela para evitar que a medida fosse esmaecida por prática elisiva", afirmou.

O Diário Oficial da União publicou hoje decreto que reduz a zero o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre contratos de derivativos de câmbio para cobertura de risco para exportações. A mudança é um esforço do governo para evitar que os exportadores sejam prejudicados pela sua cruzada contra a valorização do real.

Pela nova regra, os exportadores estão isentos do IOF em operações com derivativos cambiais que somem até 1,2 vezes o volume exportado no ano anterior. O objetivo do governo, explicitado no decreto, é isentar as posições que são montadas com objetivo de proteção cambial (hedge).

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A avaliação inicial de operadores do mercado de câmbio é a de que a medida simplifica a vida dos exportadores e será bem recebida. Quanto ao impacto da novidade nos volumes negociados e nas cotações da moeda norte-americana as expectativas são díspares. Para alguns, não haverá influência perceptível nos negócios. Outros acreditam que a mudança exercerá uma pressão inicial de queda do dólar e "será necessário o governo ficar de olho para evitar que surjam novas brechas de arbitragem".

O gerente de mesa de um banco que opera com comércio internacional avalia ainda que a medida exigirá regulamentação e que os controles deverão ser feitos pela Receita Federal. Ele explica que as instituições não têm como saber quais as operações com contratos de derivativos são realizadas para hedge e quais são especulativas.

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) divulgou nesta quinta-feira sua meta para as exportações brasileiras em 2012. Segundo o secretário-executivo da Pasta, Alessandro Teixeira, o objetivo é vender US$ 264 bilhões em produtos brasileiros no mundo.

A expectativa, de acordo com o secretário é 3,1% maior do que as exportações do ano passado. A meta de exportação brasileira para 2011, que foi revisada para cima ao longo do ano, terminou em US$ 257 bilhões e o resultado efetivo foi de um saldo um pouco menor, de US$ 256 bilhões.

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O secretário enfatizou que o governo não possui meta para importações e tampouco para o saldo da balança comercial. Ele disse apenas que a expectativa é de um resultado positivo da balança este ano, mas não tão forte quanto o que foi visto em 2011.

O Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior (Camex), presidido pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), aprovou a aplicação de direito antidumping definitivo sobre importações de filmes, chapas, folhas, películas, tiras e lâminas de poli (tereftalato de etileno), de espessura igual ou superior a 5 micrômetros, e igual ou inferior a 50 micrômetros (filme pet). A decisão é restrita aos produtos importados dos Emirados Árabes, da Turquia e do México e tem prazo de vigência de até cinco anos.

A decisão estabelece o recolhimento de alíquota específica sobre cada produto, com base nos seguintes valores: US$ 436,78 por tonelada para produtos da empresa Flex Middle East Fze, dos Emirados Árabes, e US$ 576,32 por tonelada para as demais empresas daquele país. No caso do produto com origem na Turquia, a alíquota será de US$ 67,44 por tonelada adquirida da Polyplex Polyester Film e US$ 646,12 das demais companhias. Já a tarifa aplicada para o produto mexicano será de US$ 1.013,98 por tonelada.

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O governo brasileiro também já aplicou direito antidumping definitivo sobre produtos originários da Índia e da Tailândia, utilizados na produção de embalagens flexíveis e filmes grossos, entre outras aplicações. O anúncio acontece no mesmo ano em que as atividades da Petroquímica Suape devem atingir a plena capacidade. A companhia, controlada pela Petrobras, deverá iniciar a linha de produção de PET com capacidade anual de 450 mil toneladas no segundo semestre. Com isso, duplicará a oferta interna do produto.

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