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Em janeiro deste ano, a China enviou mais de 1,32 milhão de pares de calçados para o Brasil, 19,6% a mais do que no mesmo mês do ano passado. Todas as importações de calçados do País somaram 2,58 milhões de pares, pelos quais foram pagos US$ 24 milhões, altas de 30% em volume e de 10,2% em receita ante o primeiro mês de 2021. Os dados são da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados).

A China já desbancou o Vietnã como principal origem das importações brasileiras de calçados em 2021, com crescimento mais acentuado nos últimos dois meses do ano. No entanto, o volume vindo de lá em janeiro é mais da metade do total importado no mês. O assunto preocupa a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), que afirma que a indústria brasileira tem dificuldades para competir com esses produtos.

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As preocupações também se relacionam à proximidade de vencimento do prazo para renovar a sobretaxa para importação de calçados chineses. Desde 2010, quando foi adotada a sobretaxa (prática antidumping), a China não assumia o primeiro posto entre as origens das importações.

"Grandes consumidores de produtos chineses estão colocando restrições para produtos chineses. Quando se colocam essas restrições, a produção acaba sendo desovada em outros lugares", diz Haroldo Ferreira, presidente da Abicalçados. Ele lembra que a taxação mais elevada sobre os produtos da China ocorre porque o setor conseguiu comprovar que as práticas de produção desse país utilizam mão de obra precária. O antidumping, porém, precisa ser renovado até março deste ano.

Enquanto isso, continua valendo taxação mais elevada acordada anteriormente. O receio é de que, se mesmo com essa segurança os sapatos chineses passam a chegar a preços muito competitivos, a não renovação do antidumping significaria o fim de muitas indústrias nacionais.

Ferreira, porém, se diz esperançoso quanto à renovação e afirma que o assunto já está encaminhado na Câmara de Comércio Exterior (Camex) do governo federal. Para além disso, o setor demanda reforma tributária para que os produtos brasileiros possam chegar às prateleiras com preços mais baixos.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Argentina voltou a restringir a entrada de produtos importados, em razão de problemas cambiais, e pelo menos 10 mil veículos estão parados em portos do país à espera de autorização para desembarque. A maioria deles é de modelos fabricados no Brasil.

O problema preocupa as montadoras brasileiras de todos os segmentos - automóveis, caminhões e máquinas agrícolas pelo impacto que pode ter nas exportações ao país vizinho, maior comprador de veículos brasileiros. As vendas ao mercado argentino já vinham em forte declínio em razão da crise econômica local e, agora, também por causa da crise provocada pela pandemia do coronavírus.

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Para as fabricantes instaladas na Argentina o receio é a falta de componentes para a produção local, boa parte também adquirida no Brasil. O problema ocorre num momento em que as fábricas de ambos países estão retomando a produção após cerca de dois meses de quarentena por causa da Covid-19.

Segundo fontes do mercado, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) e sua similar na Argentina, a Adefa, estão conversando com o governo argentino e vão levar o tema também ao governo brasileiro.

As empresas alegam que medidas recentes do governo de Alberto Fernández representam quebra de contrato. Procuradas, nenhuma das entidades comentou o assunto ontem.

A complicação nos trâmites aduaneiros também ocorre num momento em que encomendas do país vizinho começavam a reagir porque, diante das medidas de controle cambial, o automóvel voltou a ser uma espécie de investimento para quem não quer deixar o dinheiro imobilizado.

As restrições, similares àquelas adotadas pelo governo de Cristina Kirchner principalmente em 2015, valem para todo tipo de produto importado e a indústria local teme pela falta de insumos que vêm de fora.

Vantagem

No caso dos automóveis, a melhora na demanda ocorre porque a compra está vantajosa no momento. O preço do veículo é cotado pelo dólar oficial (que tem restrição de venda), mas o consumidor consegue trocar a moeda pela cotação paralela (chamada de 'blue'), que desde o fim de abril teve significativa valorização. Assim, ele consegue adquirir o carro a preços competitivos.

Há informações de que alguns automóveis que aguardam nacionalização estão em falta nas revendas e há filas de espera de até quatro meses.

No ano passado, as exportações de veículos das montadoras brasileiras caíram 32%, para 428,2 mil unidades. Só para a Argentina a queda foi de 52%, segundo dados da Anfavea. O país já foi responsável por 70% dos veículos exportados pelo Brasil, mas essa participação hoje está na casa dos 50%.

Neste ano, até abril, foram exportados, ao todo, 96,2 mil veículos, 31% a menos que em igual período do ano passado. Os dados de maio serão divulgados hoje pela Anfavea, que também apresentará números de produção e de empregos no setor.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A China voltou a autorizar a importação de aves e produtos avícolas procedentes dos Estados Unidos, encerrando um embargo decretado em 2015, anunciou nesta segunda-feira (17) um comunicado do ministério chinês da Agricultura.

"As restrições (...) de importação de aves e produtos avícolas procedentes dos Estados Unidos são revogadas, após os resultados de uma avaliação dos riscos", afirma o documento com data de 14 de fevereiro e divulgado nesta segunda-feira.

O fim do embargo já havia sido antecipado em novembro do ano passado, como gesto de boa vontade nas difíceis negociações comerciais China-EUA.

A China havia proibido a importação de aves americanas em janeiro de 2015 devido a uma epidemia de gripe aviária que afetou os Estados Unidos em 2014. Washington anunciou o fim da epidemia em 2017, mas Pequim manteve o embargo das importações.

O governo dos Estados Unidos acredita que a médio prazo conseguirá exportar aves e produtos avícolas à China por um valor superior a um bilhão de dólares, segundo o representante americano do Comércio, Robert Lighthizer.

Os americanos estão em segundo lugar na lista de exportadores mundiais de aves, atrás do Brasil, que soube aproveitar o aumento da demanda chinesa e o embargo que afetava os Estados Unidos.

As importações de petróleo e de minério de ferro da China subiram na comparação anual de setembro, mas as de cobre diminuíram no período, segundo dados preliminares divulgados nesta segunda-feira (14) pela Administração Geral de Alfândega do país.

No mês passado, as compras chinesas de petróleo bruto avançaram 11% no confronto anual, a 41,24 milhões de toneladas, e as de minério de ferro aumentaram 6,3%, a 99,355 milhões de toneladas, mas as de cobre sofreram queda de 15%, a 445 mil toneladas.

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Entre janeiro e setembro, a China importou 369,04 milhões de toneladas de petróleo bruto, 9,7% mais do que em igual período de 2018. Já as importações de minério de ferro tiveram redução de 2,4% nos nove primeiros meses do ano, a 784,14 milhões de toneladas, e as de cobre caíram 11%, a 3,54 milhões de toneladas.

Os dados também mostraram que a China exportou 84 mil toneladas de petróleo bruto em setembro, 71% menos do que no mesmo mês do ano passado. De janeiro a setembro, houve redução anual de 66% nas exportações de petróleo, a 756 mil toneladas. Com informações da Dow Jones Newswires.

O deputado democrata Peter DeFazio apresentou projeto de lei na Câmara dos Estados Unidos, nesta terça-feira, 10, para proibir a importação de produtos brasileiros como carne e soja, em resposta ao aumento das queimadas na Amazônia. O texto também prevê a proibição de uma negociação de livre-comércio entre EUA e Brasil.

O projeto de lei do congressista fala em proibir ainda importações de produtos como couro, açúcar, milho e tabaco do Brasil. Em nota publicada no site do deputado, o democrata critica presidentes do Brasil, Jair Bolsonaro, e dos EUA, Donald Trump.

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"O presidente Jair Bolsonaro acredita que pode agir impunemente e acelerar a destruição da floresta amazônica, e ele precisa saber que há consequências reais por suas ações imprudentes", disse. O parlamentar alega ainda que o desmatamento na Amazônia pode ter efeitos significativos nas chuvas nos EUA e afetar a produção americana.

No mesmo dia, outros deputados americanos discutiram em uma audiência pública a política ambiental do governo Bolsonaro, no Comitê de Relações Exteriores da Câmara. Os parlamentares sinalizaram, no entanto, que negociações de um acordo comercial entre os dois países não devem ser barradas pela crise ambiental.

O governo de Donald Trump tem sido o mais importante aliado de Bolsonaro no debate internacional sobre a situação da Amazônia.

Senadores democratas chegaram a enviar uma carta ao representante de comércio americano pedindo a suspensão de tratativas comerciais com o Brasil até que a situação das queimadas na Amazônia fosse solucionada. A ideia é que um futuro acordo facilite trâmites, aumente a relação comercial e investimentos.

O chanceler brasileiro Ernesto Araújo tem reunião no Departamento de Estado, em Washington, nesta semana, quando deve tratar do tema. A ideia de um acordo de comércio tem sido desenhada pelos dois lados, mas ainda não ganhou caráter oficial. Os EUA costumam comunicar o Congresso quando dão início formal às tratativas para um acordo.

No debate desta terça-feira, no entanto, mesmo entre democratas - oposição ao governo Trump -, não houve sinalização de que a questão ambiental possa ser um impeditivo para um futuro acordo com o Brasil.

O deputado democrata Albio Sires disse não ver a imposição de condições ao acordo como a saída para os americanos exercerem pressão sobre o Brasil. "Vamos trabalhar juntos, vamos encontrar uma solução, o que podemos fazer juntos para isso. Nesse momento, essa não é uma boa abordagem", afirmou.

Outro democrata, Dean Phillips disse a jornalistas que ainda não tem posição formada sobre a necessidade de incluir condições a respeito de política ambiental para aprovação de um possível acordo. "Há desafios no uso desses instrumentos, mas temos que olhar todas as opções", afirmou.

Apesar disso, a colunista do jornal O Estado de S. Paulo e economista Monica de Bolle, uma das especialistas ouvidas pelos deputados, pondera que acordos recentes firmados na gestão do republicano Donald Trump incluíram previsões sobre proteção ao meio ambiente. É o caso do USMCA - o novo Nafta, renegociado entre Estados Unidos, Canadá e México.

"Tanto do lado republicano quanto do lado democrata existe uma preocupação grande com essas questões de meio ambiente e, sendo assim, qualquer acordo que venha a ser firmado com o Brasil, seja um acordo de facilitação de comércio ou algo mais ambicioso, vai conter essas normativas, essas exigências. Isso é comércio no século 21", disse Monica.

Importadores de óleo diesel vão recuar neste momento de congelamento de preços do combustível pela Petrobras. Presidente da Abicom, que representa o segmento, Sérgio Araújo diz que as empresas associadas à entidade cancelaram importações para evitar prejuízo médio de R$ 0,14 em cada litro trazido do exterior. Essa é a diferença do valor do combustível nas principais bolsas de negociação no mercado internacional e o quanto é cobrado pela Petrobras em suas refinarias, segundo a entidade.

Procurada, a Petrobras não informou se está tendo prejuízo com a manutenção do preço nas refinarias. Disse apenas que, na média de 2019, manterá o preço acima do praticado no mercado internacional.

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Na última quinta-feira (11), a empresa anunciou que havia desistido de reajustar o diesel em 5,7%. Em nota, divulgada pela sua assessoria de imprensa, disse que o presidente da República, Jair Bolsonaro, ligou para o presidente da companhia, Roberto Castello Branco, "alertando sobre os riscos do aumento do preço do diesel" anunciado pela Petrobras. Na nota, o executivo afirmou ainda ter considerado "legítima a preocupação do presidente".

Do volume total de combustível consumido no País no mês de fevereiro, de 4,4 bilhões de litros, 15% foram importados - a maior parte pela própria Petrobras. Os dados são os mais recentes divulgados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Os importadores independentes, que são empresas de comercialização de pequeno e médio portes, representam 3% desse mercado, segundo a Abicom.

A expectativa das empresas comercializadoras era ampliar participação no mercado e fazer concorrência à estatal, como aconteceu em 2017, quando a petroleira reajustava sua tabela em intervalos de tempo mais curtos e, por vezes, mantinha o preço acima dos praticados no exterior. Nesse período, os independentes chegaram a responder por 60% das importações.

Esse movimento da estatal motivou as comercializadoras a investir em infraestrutura de armazenamento nos principais portos brasileiros. Parte chegou a sair do papel e outra parcela deveria sair neste ano. Mas foram suspensos diante das últimas sinalizações do governo para o setor. "Esperávamos que o governo, com um discurso liberal, acompanhasse o mercado internacional. Hoje o ambiente é de intervenção e monopólio. Os associados da Abicom têm projetos em infraestrutura que são necessários ao País, mas não vão acontecer", disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As exportações brasileiras somaram US$ 239,523 bilhões no ano passado e alcançaram o maior patamar desde 2013, quando os embarques alcançaram US$ 242,033 bilhões. Entre os grandes grupos de bens e mercadorias, os embarques cresceram 17,2% entre os itens básicos e aumentaram 7,4% nos manufaturados. No grupo de semimanufaturados, ao contrário, houve queda de 3,1% das exportações.

Dados apresentados pela Secretaria de Comércio Exterior do novo Ministério da Economia mostram que o embarque de produtos básicos aumentou 17,2% na comparação com o ano passado, para US$ 118,891 bilhões. Já o embarque de manufaturados aumentou 7,4%, para US$ 86,576 bilhões. As vendas de semimanufaturados, por outro lado, caíram 3,1%, para US$ 30,587 bilhões no acumulado do ano.

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Entre os grandes destaques do ano, a exportação de petróleo em bruto saltou 48%, o farelo de soja aumentou 34,1% e soja em grão cresceu 28,9%. Nos manufaturados, o embarque de partes de motores/turbinas para aeronaves aumentou em 117,3%, óleos combustíveis saltou 116,3% e motores para veículos e partes teve crescimento de 20,6%. Por outro lado, houve queda de 40,6% nos embarques de açúcar em bruto e retração de 24,4% em couros e peles.

Por países, a China continuou líder entre os consumidores de bens e mercadorias brasileiras, com US$ 66,589 bilhões no ano passado. Em seguida, apareceram Estados Unidos (US$ 28,768 bilhões) e Argentina (US$ 14,951 bilhões). No conjunto da União Europeia, o volume embarcado somou US$ 42,078 bilhões.

Importações

A importação de bens de capital saltou 76,5% em 2018 na comparação com o ano anterior e somou US$ 28,589 bilhões. Esse foi o maior aumento porcentual entre os principais grupos de produtos importados adquiridos pelo Brasil no ano passado. Entre os demais segmentos, a entrada de combustíveis e lubrificantes aumentou 24,9% para US$ 22,033 bilhões, a importação de bens intermediários teve alta de 11,6% e alcançou US$ 104,959 bilhões. Já a compra de bens de consumo avançou 9,1%, para US$ 25,475 bilhões.

Dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior do novo Ministério da Economia mostram ainda que a China foi a principal origem das mercadorias importadas pelo Brasil no ano passado. O volume de compras de bens e mercadorias chinesas somou US$ 35,5 bilhões no ano. Em seguida, apareceram Estados Unidos (US$ 29,0 bilhões), Argentina (US$ 11,1 bilhões), Alemanha (US$ 10,6 bilhões) e Coreia do Sul (US$ 5,4 bilhões).

O ouro encerrou em alta o pregão desta segunda-feira, 17, impulsionado pelo enfraquecimento do dólar ante outras moedas fortes, em meio a uma possível escalada das tensões comerciais.

Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro para entrega em dezembro fechou em alta de 0,39%, para US$ 1.205,80 por onça-troy.

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Analistas da Commerzbank avaliam que o comércio, especialmente a relação entre os Estados Unidos e a China, continua em foco para determinar o preço do ouro nesta semana. Investidores esperam por novidades sobre a ameaça americana de impor tarifas sobre US$ 200 bilhões em importações chinesas.

Depois que o diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, Larry Kudlow, afirmou nesta segunda que o anúncio em relação a tarifas adicionais viria "em breve", o dólar acentuou as perdas ante o iene.

Com a queda moeda da divisa americana, que já recuava ante outras moedas fortes, o ouro se torna mais barato para operadores de outras divisas.

O governo montou um sistema de monitoramento especial para acompanhar, em detalhe e em tempo real, como estão as importações dos produtos atingidos pela decisão dos Estados Unidos de sobretaxar suas compras de aço em 25% e as de alumínio em 10%. A ordem é adotar medidas caso haja oscilações importantes no ingresso desses produtos no Brasil.

Há uma preocupação, no governo e no setor privado, quanto ao que pode acontecer com os produtos que "sobrarem" no mercado com a eventual redução das importações pelos Estados Unidos. Empresas brasileiras de aço e alumínio temem uma inundação e cobram mais proteção.

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"É ingenuidade achar que, com uma medida dessas (sobretaxa), as indústrias vão espontaneamente reduzir sua produção", disse o presidente da Associação Brasileira do Alumínio (Abal), Milton Rego. "Elas vão buscar alternativas para desovar sua produção."

O presidente executivo do Instituto Aço Brasil (IABr), Marco Polo Mello Lopes, disse que, potencialmente, a sobretaxa pode desviar para outros mercados perto de 25 milhões de toneladas de aço importados pelos Estados Unidos. A produção brasileira foi de 34 milhões de toneladas no ano passado.

"Nós somos presa fácil", disse o presidente do conselho do IABr, Alexandre Lyra. Ele se referia ao fato que o governo decidiu, em janeiro passado, não aplicar uma sobretaxa sobre as importações de aço laminado a quente importado da China e da Rússia.

Os ministros que integram a Câmara de Comércio Exterior (Camex) entenderam que havia razões para cobrar uma taxa adicional nos casos analisados, mas preferiram adiá-la por dois motivos principais: as importações estão num volume relativamente baixo por causa da crise, e a medida poderia resultar na elevação do preço do aço, com repercussões em outros produtos industriais.

Paliativos

Lyra disse que o setor ganhou, mas não levou o antidumping. E no momento se encontra sem proteção alguma, num mercado que debate há alguns anos o que fazer com o excedente de produção de aço no mundo.

Na semana passada, em audiência com o presidente Michel Temer, ele pediu que a decisão da Camex seja revista. O setor argumentou que a sobretaxa dos EUA é um fato novo que justifica uma nova discussão. Do ponto de vista do governo, a aplicação do antidumping pode ser revista se houver um aumento expressivo da importação daquele produto específico.

O ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Jorge, disse que "a priori" não deve haver essa inundação do mercado brasileiro temida pelas empresas. "Temos um sistema de defesa comercial robusto e reconhecido no mundo inteiro. Temos uma medida antidumping já aprovada no setor de aço, mas suspensa. Caso haja alguma distorção no mercado, atuarmos dentro do devido processo legal", afirmou.

Para o gerente executivo de Assuntos Internacionais da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Diego Bonomo, é cedo para saber se haverá ou não essa inundação. Dependendo da real extensão da sobretaxa dos EUA, pode ser que o país reduza pouco suas compras.

Analistas de mercado também dizem que há risco de uma "inundação" de produto estrangeiro no País. Vitor Suzaki, da Lerosa Investimentos, diz que o movimento pode criar maior competição no ambiente doméstico que já tem apresentado recuperação da demanda, assim como retomada do crescimento do setor automobilístico.

A analista Sabrina Stefane Cassiano, da Coinvalores, no entanto, lembra que a sobretaxa nos Estados Unidos beneficia a Gerdau, pois cerca de 40% de sua receita advém de suas operações no mercado americano. Sabrina ressalta que as demais companhias, entre elas a Usiminas, poderão ser beneficiadas pela alta da demanda doméstica.

Fator China

Com a exclusão temporária de Brasil, Argentina, Austrália, Coreia do Sul e União Europeia da sobretaxa, pelo menos até 1.º de maio, boa parte do fornecimento deverá continuar como está, pelo menos no curto prazo. Ficou claro que o alvo da medida era a China - mas esse não é um problema pequeno.

A China fornece metade do aço e do alumínio importados pelo Brasil. No caso do aço, as compras chegaram a 961 mil toneladas, o que correspondeu a 41,3% do total importado. No caso do alumínio, a China respondeu por 46% das compras brasileiras no ano passado, que totalizaram 155 mil toneladas.

"Tem umas coisas que eu nunca tinha visto", comentou o presidente da Abal. Ele citou como exemplo os cabos de transmissão de energia elétrica. Há alguns anos, eles eram brasileiros. Hoje, predominantemente eles chegam da China. O país respondeu por 92% das importações brasileiras de cabos de alumínio no ano passado. "O Brasil é competitivo no alumínio. Compete com americanas e europeias, mas não com a China S.A.", disse o executivo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As importações de petróleo, de minério de ferro e de cobre da China subiram na comparação anual de fevereiro, segundo dados preliminares divulgados hoje pela Administração Geral de Alfândega do país.

No mês passado, as compras chinesas de petróleo bruto registraram avanço anual de 1,5%, a 32,26 milhões de toneladas, enquanto as importações de minério de ferro aumentaram 0,9%, a 84,27 milhões de toneladas, e as de cobre tiveram acréscimo de 3,5%, a 352 mil toneladas.

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No primeiro bimestre, as importações chinesas de petróleo registraram expansão anual de 11%, a 72,9 milhões de toneladas, as de minério de ferro avançaram 5,4%, a 184,74 milhões de toneladas, e as de cobre aumentaram 9,8%, a 794 mil toneladas.

Os dados também mostraram que a China exportou 37 mil toneladas de petróleo bruto em fevereiro, 26% menos que no mesmo mês de 2017. No acumulado do primeiro bimestre, houve queda de 19% nas compras de petróleo, a 435 mil toneladas. Com informações da Dow Jones Newswires.

Indústrias como aço, químicos, têxteis e alumínio estão preocupadas com esse cenário de aumento nas medidas contrárias às exportações ao mesmo tempo que ocorre queda nas barreiras às importações. No governo, há uma disputa: o Ministério da Fazenda defende menos medidas de defesa comercial, com menor proteção à indústria local e maior abertura do mercado, e o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic)entende que é preciso proteger os produtos brasileiros quando há concorrência desleal.

Em janeiro, mesmo com um parecer do departamento técnico do Mdic atestando que houve dumping na importação de aço chinês - que é quando o produto é vendido no exterior a preços mais baixos do que no mercado interno -, os ministros da Câmara de Comércio Exterior (Camex) decidiram seguir o entendimento da Fazenda e não aplicar uma sobretaxa na compra do produto, exatamente o movimento contrário do que faz agora os Estados Unidos.

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"O mundo está debaixo de uma turbulência enorme. É fundamental que o Brasil tenha uma defesa comercial ágil, técnica, que não seja politizada", diz o presidente do Instituto Aço Brasil, Marco Polo Lopes.

Para o presidente da Associação Brasileira de Alumínio (Abal), Milton Rego, mais preocupante do que o impacto da sobretaxa americana sobre as exportações brasileiras é a provável invasão do alumínio chinês no Brasil, já que a China também será atingida pela decisão do presidente americano Donald Trump de sobretaxar a importação de alumínio.

Dessa forma, o presidente da Abal acredita que é importante atuar nas duas frentes: na Organização Mundial do Comércio (OMC), para resolver possíveis conflitos, mas também protegendo o mercado interno de produtos que chegam de forma desleal. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As exportações de Pernambuco encerraram o ano de 2017 com um salto de 38,4% em relação a 2016, atingindo o segundo melhor resultado dos últimos 10 anos de balança comercial. Já as importações, tiveram um desempenho de elevação semelhante, crescendo 28,2% em relação ao ano anterior, após dois anos de queda acumulada em 39,3%. Ainda assim, o saldo da balança comercial local continua deficitário em função da característica importadora do Estado. Para se ter ideia, as vendas de produtos para o mercado externo totalizaram US$ 1.961.882.370, enquanto que as importações, US$ 5.703.995.162.  Os dados foram divulgados pela Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE).

Apesar de o comportamento da balança comercial local ter seguido o fluxo dos meses – quando se observou mais compra do que venda para o mercado externo -, considera-se que a mesma teve um bom comportamento graças à venda de veículos do polo automotivo de Goiana, para, principalmente, o mercado latino americano. No detalhamento, as exportações de veículos assumiram o topo das vendas pela primeira vez (US$ 736.505.331), representando um aumento de 141,9%.  Ano passado, ocupava o segundo lugar, perdendo para a venda de combustíveis.

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Um fator curioso deste levantamento é que, a partir de agora, a Região Metropolitana do Recife (RMR) será a grande propulsora de exportações do Estado depois que Goiana passou a integrar o Grande Recife. Isso quer dizer que, além de o município ter acesso ao Fundo de Desenvolvimento da Região Metropolitana, a RMR passa, agora, ser responsável por 80% das exportações do Estado. Considerando a situação anterior, sem Goiana, seriam 45,3% das exportações.

Da Fiepe

As importações de petróleo e cobre da China subiram na comparação anual de outubro, mas as de minério de ferro diminuíram, segundo dados preliminares divulgados nesta quarta-feira (8) pela Administração Geral de Alfândega do país.

No mês passado, as compras chinesas de petróleo bruto mostraram avanço anual de 7,8%, a 31,03 milhões de toneladas, enquanto as importações de cobre aumentaram 14%, a 330 mil toneladas. Por outro lado, as de minério de ferro tiveram redução de 1,6%, a 79,49 milhões de toneladas.

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Entre janeiro e outubro, as importações de petróleo bruto da China subiram 12% ante o mesmo período de 2016, a 349,08 milhões de toneladas, e as de minério de ferro cresceram 6,3%, a 896,23 milhões de toneladas, mas as de cobre recuaram 7,8%, a 3,76 milhões de toneladas.

Os dados também mostraram que a China exportou 270 mil toneladas de petróleo bruto em outubro, 6,9% menos que um ano antes. No acumulado de janeiro a outubro, as exportações chinesas de petróleo atingiram 3,85 milhões de toneladas, representando alta de 60%. Com informações da Dow Jones Newswires.

Bastou o dólar baratear, e a velha tendência voltou: as exportações diminuíram de importância na produção da indústria nacional. Ao mesmo tempo, os importados ganharam espaço no mercado brasileiro. É o que aponta pesquisa inédita da Confederação Nacional da Indústria (CNI) obtida pelo ‘Estado’.

Os números mostram que um processo iniciado em 2015, de fortalecimento dos produtos brasileiros na competição com os internacionais, parou. "O movimento de aumento da importância das exportações e queda no uso de importados aparentemente está se revertendo", disse o gerente executivo de Pesquisas e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca.

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No período entre julho de 2016 e junho de 2017, as indústrias brasileiras exportaram 15,6% da produção. Nos 12 meses anteriores, as vendas para outros países responderam por um pouco mais: 15,8%.

O que chama a atenção é que os 15,8% eram resultado de um avanço de 2,6 pontos sobre os 13,2% registrados entre julho de 2014 e junho de 2015. Ou seja, as exportações vinham claramente ganhando importância na produção. Esse movimento agora se inverteu.

Ao mesmo tempo, a penetração de produtos importados no mercado brasileiro se fortaleceu. A medida sobre a participação desses itens no mercado nacional atingiu 16,8% nos 12 meses terminados em junho passado, ante 16,5% no período anterior. O uso de insumos importados pela indústria atingiu 23,1%, ainda abaixo dos 23,4% no período anterior.

Na avaliação de Fonseca, os números deixam evidente a dependência da indústria em relação ao câmbio. Com o dólar na casa dos R$ 4 e o mercado interno retraído pela crise, as empresas partiram para as exportações em 2015 e 2016. Houve também substituição de insumos importados por nacionais. Agora, com o dólar na casa dos R$ 3 e o mercado interno dando sinais de recuperação, todo esse movimento tende a se inverter.

Susto

"A competitividade não deve se dar só pelo câmbio", afirmou o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Fernando Pimentel. As exportações tiveram participação de 9,4% na produção, uma queda de 2,4 ponto. "Mas, com taxas de juros reais absurdas, crédito escasso, infraestrutura deficiente e sem acordos comerciais, estamos no pior dos mundos." Para ele, o resultado da pesquisa da CNI não traz surpresa. Dado o cenário adverso, o câmbio é a variável de ajuste mais rápida.

"O Brasil não tem política de comércio exterior, tem só uma política de susto para o comércio exterior", afirmou Pimentel. Como exemplo, ele citou o fato que o governo decidiu manter em 2% a alíquota do Reintegra, um programa que dá créditos tributários aos exportadores. A promessa era elevá-la para 3% em 2018, mas o plano foi abortado pelas dificuldades de caixa do governo federal.

Avaliação semelhante é feita pelo presidente da Associação Brasileira da Indústria de Calçados (Abicalçados), Heitor Klein. No setor de couro e calçados, 21,1% da produção foi exportada, nos 12 meses encerrados em junho, queda de 1,1 ponto ante dezembro.

"O custo da produção no Brasil é muito alto, por isso temos um problema de competitividade sistêmica", avaliou o ex-secretário de Comércio Exterior Welber Barral, sócio da consultoria Barral MJorge. Ele observou que vários países já começam a aumentar suas exportações, mas não é o que está acontecendo com o conjunto das exportações brasileiras.

Automotivo

Embora no global as vendas ao mercado externo tenham perdido importância na produção das indústrias, houve segmentos que se destacaram na direção oposta. É o caso das madeiras, com 29,8% de sua produção exportada, uma alta de 1,8 ponto em relação a dezembro passado. A segunda maior alta se deu no setor automotivo, que chegou a 15,7%, alta de 1,4 ponto ante 2016.

Na direção contrária, a maior queda foi observada no setor de fumo, que chegou a 43,1%, uma queda de 9,3 pontos em relação a dezembro. Mas esse desempenho se deu por um fator climático. Em 2016, houve queda na produção de tabaco por causa do El Niño, segundo informou a Souza Cruz. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As importações de petróleo e de cobre da China subiram na comparação anual de julho, mas as de minério de ferro diminuíram, segundo dados preliminares divulgados pela Administração Geral de Alfândega do país.

No mês passado, as compras chinesas de petróleo bruto mostraram avanço anual de 12%, a 34,74 milhões de toneladas.

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As importações de cobre aumentaram 8,3% em julho ante igual mês do ano passado, a 390 mil toneladas. Por outro lado, as de minério de ferro tiveram redução de 2,4%, a 86,25 milhões de toneladas.

Entre janeiro e julho, as importações de petróleo bruto da China subiram 14% ante o mesmo período de 2016, a 247,08 milhões de toneladas, e as de minério de ferro cresceram 7,5%, a 625,43 milhões de toneladas, mas as de cobre recuaram 15%, a 2,62 milhões de toneladas.

Os dados também mostraram que a China exportou 190 mil toneladas de petróleo bruto em julho, 24% menos do que em igual mês do ano passado. No acumulado de janeiro a julho, as exportações chinesas de petróleo atingiram 2,88 milhões de toneladas, representando um salto de 96,5%. Com informações da Dow Jones Newswires.

O governo argentino publicou um decreto que, na prática, tem o objetivo de diminuir a importação de carros produzidos no Brasil. A medida, motivada pelo fato de que as importações têm ultrapassado os limites previstos em um acordo assinado entre os dois países, consiste em cobrar garantias das montadoras de que as multas decorrentes do excesso sejam pagas, conforme antecipou o Broadcast.

O custo, no caso, recairá sobre as montadoras instaladas na Argentina que importam veículos produzidos em suas filiais no Brasil. Para evitar esse gasto a mais em seus cofres, as empresas podem optar por reduzir as importações, ajustando-se, então, aos limites permitidos pelo acordo. Caso contrário, terão de assumir essa despesa para continuar atendendo à demanda dos consumidores argentinos pelos carros brasileiros.

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A decisão, que começou a valer logo após a sua publicação, cria um problema para as filiais das montadoras instaladas no Brasil porque, como as vendas para os consumidores brasileiros ainda estão baixas, a exportação se tornou uma válvula de escape para a produção, que enfrenta alta ociosidade. E a Argentina é, historicamente, o principal destino das vendas de veículos para o exterior, correspondendo, em 2017, a cerca de 70% do total.

Pelo acordo, as filiais das montadoras na Argentina que importam acima do limite devem pagar uma tarifa de 24,5% sobre do valor de cada veículo a mais. Essa tarifa, no entanto, só precisa ser paga depois que o acordo expirar, em junho de 2020. O decreto publicado pelo governo argentino, na prática, exige uma antecipação desse pagamento, como se fosse um caução, que será devolvido às empresas caso os níveis de importação se ajustem até o fim do acordo.

O limite que tem sido desrespeitado pelas montadoras diz que, para cada US$ 1 que o Brasil importa da Argentina em veículos e autopeças, pode-se exportar US$ 1,5 para a Argentina, um cálculo que os dois governos chamam de "flex". Nos 12 meses encerrados em junho, no entanto, o flex ficou em 1,96. O excesso preocupa o governo argentino porque, ao importar muitos carros brasileiros, acaba enfraquecendo a produção local.

No decreto, a Argentina estabelece que vai cobrar garantias das empresas que estiverem violando o flex depois de julho de 2015. Para isso, criou três períodos de referência a partir dessa data para se fazer a conta do flex: 24, 36 e 48 meses. No primeiro caso, os 24 meses terminaram em junho de 2017. Quem ultrapassou o limite nesse período já terá que depositar a garantia, que será equivalente ao imposto de importação dos carros em excesso.

Quando se chegar a 36 meses (junho de 2018) e 48 meses (junho de 2019), as contas serão refeitas. Os valores cobrados pelas garantias, a depender do novo resultado do cálculo do flex, poderão ser liberados, mantidos ou elevados. A adoção de medidas como essa, durante o período de vigência do acordo, estava prevista no próprio documento, como uma opção para os países.

Exportação

As exportações de veículos produzidos no Brasil para a Argentina somaram 271,2 mil unidades no primeiro semestre, crescimento de 41,2% em relação a igual período de 2016, segundo o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic). O avanço é impulsionado pelo aquecimento do mercado argentino, que teve expansão de 33,4% na mesma comparação, com a venda de 451 mil unidades.

A maioria das montadoras instaladas no Brasil conta com filiais na Argentina. E todas que estão na Argentina também estão no Brasil. As empresas aproveitam essa estrutura para fazer um comércio complementar: os argentinos compram parte dos veículos produzidos no Brasil e os brasileiros consomem parte da produção argentina.

O governo brasileiro usou nessa sexta-feira (14) uma reunião na Organização Mundial do Comércio (OMC) para tentar tranquilizar seus parceiros comerciais e importadores de carne sobre as investigações relacionadas à corrupção no Brasil no setor pecuário. O temor é de que, com novas revelações, operadores na Europa, Ásia e Américas fechem o mercado às exportações nacionais.

A declaração ocorreu um dia depois que o Ministério da Agricultura admitiu que foi informado de que uma das delações da empresa JBS aponta que a maior processadora de proteína animal do mundo teria pago um "mensalinho" a dezenas de fiscais, na esperança de reduzir os entraves no exame de sua produção. Autoridades dos EUA e da Europa já procuraram o Ministério da Agricultura para obter detalhes sobre a denúncia e o temor do governo é de que aumente a pressão contra os produtos nacionais no exterior.

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Durante o encontro do Comitê de Assuntos Fitossanitários da OMC, o governo atualizou os demais membros sobre o que tem feito para garantir a saúde animal, depois dos recentes escândalos envolvendo o setor. Ao contrário do que é de costume na OMC, a intervenção ocorreu sem que outros países tenham feito uma queixa formal. O tema sequer estava na agenda. Mas o governo entendeu que seria positivo que, de forma espontânea, explicasse aos demais parceiros o que ocorre no País.

O governo explicou as mudanças nas regulações de inspeções, com o objetivo de lutar contra a fraude e melhorar a segurança dos alimentos. De acordo com o Itamaraty, a nova regulação estabelece penas severas.

Em uma declaração, a Comissão Europeia alertou que "vai continuar a adotar medidas necessárias para proteger os cidadãos europeus" e que continua a acompanhar o desenvolvimento das investigações. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Dados apontam que as importações e exportações no Porto de Suape cresceram em março de 2017, quando comparadas com o mesmo período em 2016. As exportações de combustíveis, químicos e derivados do petróleo fora 690% maiores que as do ano anterior, assim como as importações, que aumentaram em 17%. 

Segundo nota divulgada à imprensa, “os contêineres também mostraram desempenho positivo”, com um aumento de 30% na quantidade, com 37,7 mil TEUs - unidade de medida equivalente a 20 pés. 

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Ao todo, no ano, a movimentação subiu 12% em comparação com o primeiro trimestre de 2016. A carga líquida foi responsável por 72% de toda a movimentação, contudo, os granéis sólidos foram responsáveis pelo maior crescimento: foi registrado um aumento de 116% em relação aos três primeiros meses do ano anterior.

De acordo com informações do Porto, o período também se mostrou favorável para a movimentação de veículos, sendo registrado um aumento de 31%. No início do ano anterior, foram movimentados 2.523 veículos a menos. A GM, Toyota e Grupo FCA foram responsáveis pelas exportações.

A média diária de exportações (US$ 737,4 milhões) entre janeiro e setembro deste ano caiu 4,6% em relação à média por dia útil dos primeiros nove meses do ano passado (US$ 772,7 milhões). No total, as vendas ao exterior somaram US$ 139,361 bilhões entre janeiro e setembro deste ano.

De acordo com dados divulgados nesta segunda-feira, 3, pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), houve queda de 9,1% nas exportações de básicos (US$ 62,036 bilhões), principalmente em petróleo em bruto, café em grão, minério de ferro, fumo em folhas, minério de cobre, farelo de soja, carne de frango, soja em grão e carne bovina.

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Também no acumulado do ano, houve queda de 1,4% nas vendas de manufaturados (US$ 53,531 bilhões), sobretudo em autopeças, laminados planos, motores para veículos e partes, motores e geradores elétricos, óxidos e hidróxidos de alumínio e bombas e compressores.

Já as vendas de semimanufaturados cresceram 4% na comparação anual (US$ 20,634 bilhões), com destaque para açúcar em bruto, ouro em forma semimanufaturada, madeira serrada, catodos de cobre e celulose.

Pelo lado das importações, a média diária de US$ 546,0 milhões de janeiro a setembro reflete uma queda de 23,9% ao resultado registrado por dia útil no mesmo período de 2015 (US$ 717,9 milhões). Nos primeiros nove meses de 2016, as compras do exterior totalizaram US$ 103,186 bilhões.

Nesse comparativo, caíram as compras de bens de capital (-22,2%), combustíveis e lubrificantes (-43,7%), bens de consumo (-24,5%) e bens intermediários (-20,1%).

O recente aumento nas importações no País parece esconder uma boa notícia sobre a atividade econômica. Os dados desagregados da balança comercial sugerem que há uma recuperação não apenas nos investimentos, mas também na produção industrial. As informações constam de um novo índice calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O Indicador Mensal da Balança Comercial trará informações sobre a variação dos índices de preços das exportações e importações brasileiras, e também a variação de volume das exportações e importações.

Obtido com exclusividade pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, o levantamento mostra que o volume importado de bens de capital em agosto aumentou 16% em relação ao mesmo período de 2015. Ao mesmo tempo, houve um salto de 41% nas importações de bens intermediários, que estão ligados à retomada da produção industrial.

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"Os resultados indicam uma melhora futura, porque os bens intermediários estão muito ligados à indústria. Se você começa a importar de forma consistente, pode significar uma retomada da produção industrial", lembrou Lia Valls, coordenadora de Estudos do Comércio Exterior do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV).

O bom desempenho também foi influenciado pelo impacto positivo da valorização do real ante o dólar e da queda nos preços de itens importados. Mas a pesquisadora pondera que, no acumulado de janeiro a agosto, o volume de importação de bens intermediários ainda registra queda de 10,2%, embora o de bens de capital avance 11,7%.

As exportações brasileiras de bens de capital também cresceram no período, acumulando um avanço de 29,5% em 2016.

As demais categorias em uso também exportaram mais de janeiro a agosto em relação ao mesmo período do ano passado, um bom sinal sobre a atividade da indústria de transformação: bens de consumo duráveis (35,2%); bens de consumo não duráveis (6,8%); bens de consumo semiduráveis (15,8%); e bens intermediários (10,2%).

Em agosto, o volume de exportações de não commodities saltou 37% em relação ao mesmo período do ano anterior, enquanto o das commodities aumentou 2,4%. Segundo a FGV, as exportações brasileiras foram impulsionadas por acordos comerciais para vendas de automóveis, além de aviões e plataformas de petróleo.

"Está começando a reagir, mas pode arrefecer. Esse aumento de agosto pode ter sido pontual, porque quando você exporta uma plataforma de petróleo isso pesa muito, avião também", disse Lia.

No mês de agosto, o saldo da balança comercial foi de US$ 4,2 bilhões, com crescimento de 10% nas exportações e alta de 0,4% nas importações em relação ao mesmo mês de 2015.

O Indicador Mensal da Balança Comercial integra o conjunto de informações usadas para o cálculo do Monitor do PIB da FGV e agora passará a ser divulgado individualmente. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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