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As autoridades chinesas determinaram o confinamento de dezenas de milhares de moradores do norte do país e pediram aos habitantes da capital que limitem os deslocamentos após o aumento de casos de Covid-19, a apenas 100 dias do início dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim.

A China identificou 39 novos casos de Covid-19 nesta segunda-feira (25) e mais de 100 durante a semana passada. Muitos contágios estão relacionados com os deslocamentos de um grupo de turistas.

O governo chinês, que adota uma política de "tolerância zero" a respeito do vírus, reagiu rapidamente com a imposição de restrições, assim como a organização de campanhas de teste nas regiões afetadas.

Pequim, cidade que receberá os Jogos Olímpicos de Inverno a partir de 4 de fevereiro, adiou por tempo indeterminado a maratona que estava prevista para 31 de outubro e contaria com a participação de quase 30.000 corredores.

"A prova foi adiada para evitar o risco de transmissão epidêmica", anunciaram os organizadores.

Um funcionário do governo da capital chinesa pediu aos moradores que evitem viagens "desnecessárias" para fora da cidade e encontros com muitas pessoas.

Qualquer pessoa procedente de uma região onde foram identificados casos de Covid-19 deve apresentar um teste negativo, anunciaram as autoridades.

Os novos casos de Covid-19 foram detectados em 11 províncias, a maioria na região norte do país.

Em Ejin, uma cidade na Mongólia Interior, norte do país, quase 35.000 pessoas foram confinadas a partir desta segunda-feira por um período de duas semanas.

Em algumas cidades do norte do país, incluindo Lanzhou, capital da província de Gansu, os serviços de ônibus e táxi foram suspensos. Além disso, os locais turísticos foram fechados.

No domingo, as autoridades já haviam anunciado a suspensão das viagens turísticas organizadas a cinco áreas onde casos de Covid-19 foram registrados, incluindo Pequim.

As autoridades de Hong Kong confinaram, de maneira inesperada, um setor de um bairro da cidade na madrugada desta quarta-feira e fecharam todos os seus acessos até que realizar testes de diagnósticos em todos os seus habitantes.

A polícia estabeleceu um perímetro de segurança em torno de 20 prédios no bairro de Yau Ma Tei, no sul de Hong Kong.

Agora, a nova estratégia das autoridades é confinar sem avisar. A chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, explicou que essa política de "confinamentos inesperados" é necessária para evitar que as pessoas fujam antes da chegada dos responsáveis pelas operações. "Agradeço aos habitantes do setor por sua cooperação", declarou Lam em sua página no Facebook nesta quarta-feira.

David Hui, especialista em doenças infecciosas que assessora o governo, defendeu esse tipo de confinamento, pedindo às autoridades que ajam mais rapidamente no futuro para evitar que os moradores fujam antes que as medidas entrem em vigor.

"O mais preocupante é saber que o vírus pode se espalhar fora, porque alguns moradores saíram quando souberam que um confinamento em seu bairro seria colocado em prática", afirmou.

No fim de semana, um confinamento similar de dois dias fracassou, depois de vazar para a imprensa horas antes. A polícia foi mobilizada para isolar cerca de 150 prédios no bairro Jordan, uma das áreas mais pobres e densamente povoadas de Hong Kong, onde surtos surgiram recentemente.

As autoridades foram de porta em porta para forçar os residentes a fazerem o teste. Dos cerca de 7.000 exames realizados, apenas 0,17% foram positivos para o novo coronavírus.

Vozes se levantaram entre lideranças políticas e econômicas para denunciar a forma como esse confinamento foi implementado. Mas as autoridades justificaram sua escala e não descartaram outros confinamentos do tipo.

No confinamento de terça-feira, 330 pessoas foram testadas, e uma delas deu positivo. As autoridades advertiram que serão necessários outros confinamentos desse tipo nos próximos dias.

Hong Kong já esteve em alerta quando os primeiros casos do novo coronavírus foram detectados na China, há mais de um ano. Oficialmente, esta cidade de grandes arranha-céus registrou menos de 10.000 casos e cerca de 170 mortes desde o início da pandemia.

Seus 7,5 milhões de habitantes vivem, há um ano, sob diferentes graus de restrições, o que parece ter funcionado para impedir a disseminação dos contágios. Nas últimas semanas, o território foi atingido por uma quarta onda de infecções, e as autoridades introduziram novas restrições.

Em tese, Hong Kong é uma das cidades mais ricas do mundo, mas as desigualdades são flagrantes, em meio à escassez de imóveis e aos altos valores dos aluguéis. Muitas pessoas vivem confinadas em espaços muito pequenos.

Dubai abre suas portas para os turistas que fogem dos confinamentos impostos no mundo contra a pandemia de coronavírus. Apresenta-se como um lugar ensolarado, sem quarentena ou toque de recolher, apesar do aumento dos contágios.

Enquanto outros destinos turísticos aplicam restrições para controlar a crise de saúde, o emirado do Golfo vibra com a agitação dos bares da moda e o Instagram está repleto de fotos de arranha-céus ou do deserto.

"Aqui não tenho medo. Olhe, todo mundo usa máscara", afirma Dimitri Melnikov, um turista russo de 30 anos.

Desde o início da crise, as autoridades de Dubai se gabam por ter controlado a pandemia, graças às novas tecnologias e às multas altas para estimular as pessoas a usarem a máscara. Nos locais públicos também se impõe o distanciamento físico.

Na chegada, os turistas devem apresentar um teste PCR negativo recente e/ou fazer um no aeroporto de Dubai.

Não há estatísticas específicas sobre as infecções em Dubai. Com seus cerca de 2,9 milhões de habitantes, é um dos sete principados que formam os Emirados Árabes Unidos.

Em escala nacional, o número diário de casos - cerca de 3.400 - quase dobrou desde 1o de janeiro.

No total, o país, que lançou uma campanha de vacinação, registra oficialmente mais de 253.000 casos e 745 mortes, para uma população de aproximadamente 10 milhões de habitantes.

- "Mais segura" -

No bairro histórico de Al-Fahidi, muitos turistas, com máscara, caminham pelas ruas e tiram fotos das construções de pedra na beira do canal, que lembram a Dubai de antigamente. Há frascos de álcool em gel por todas as partes e as placas alertam sobre as medidas contra o coronavírus.

A proteção da população é uma prioridade, garante Naser Jomaa ben Suleiman, responsável do distrito. "O número de turistas foi limitado para 20 por guia, em vez de 100, para reduzir a ocupação", explica à AFP.

"Me sinto mais segura aqui do que nos Estados Unidos, porque acredito que as pessoas respeitam mais o uso da máscara e o distanciamento físico", declara Andi Pitman, uma americana que veio passar cinco semanas em Dubai com sua família.

O turismo é um dos pilares da economia de Dubai, que recebeu 16 milhões de visitantes em 2019 e, antes da pandemia, apostava em chegar aos 20 milhões em 2020.

Dubai, pobre em petróleo mas com a economia mais diversificada do Golfo, reabriu suas portas aos turistas em julho passado, depois de um período de confinamento rigoroso.

Estados Unidos, o país mais afetado do mundo pela pandemia, autorizou a vacina da Moderna, a segunda aprovada contra a Covid-19, em um momento em que vários governos tomam medidas drásticas para as festas de Natal e Ano Novo para prevenir um aumento de contágios e mortes.

Neste sábado (19), a capital do México e setores de Sydney - a cidade mais populosa da Austrália - começaram a aplicar restrições, e a Itália anunciou na sexta-feira (18) novas medidas nesta época de festas, incluindo o fechamento de bares e restaurantes e muitas lojas, e a proibição de viagens entre regiões. Será permitida apenas uma saída ao ar livre diária por casa.

Estados Unidos, que registra mais de 2.500 mortes por dia por Covid-19, é a primeira nação a autorizar as duas doses da Moderna, a segunda vacina a ser implementada em um país ocidental depois da desenvolvida pela Pfizer e BioNTech.

Milhões de doses começarão a ser enviadas neste fim de semana a partir de lugares de armazenamento em temperaturas frias localizados nos arredores das cidades de Memphis e Louisville.

Os países depositam suas esperanças nas vacinas para deter uma pandemia que já matou ao menos 1,66 milhão de pessoas e infectou mais de 74 milhões em todo o mundo.

- Vacinações públicas -

Nos Estados Unidos, altos funcionários foram vacinados na sexta-feira, incluindo o vice-presidente Mike Pence, cuja vacinação pública tenta persuadir os céticos das vacinas a se juntar a ele.

O presidente eleito Joe Biden, que assumirá o cargo em 20 de janeiro, anunciou que se vacinará, também em público, na segunda-feira.

O atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por muito tempo cético sobre a gravidade da pandemia e que atualmente pode ser imune ao vírus depois contraí-lo, também afirmou que estaria disposto a receber a vacina.

Trump esteve ausente na vacinação pública de Pence, mas atribuiu o mérito dos avanços das vacinas registrados em tempo recorde a si mesmo várias vezes, apesar das mais de 310.000 mortes que seu país lamenta até agora.

Outros líderes mundiais, do presidente russo Vladimir Putin ao primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu, também se comprometeram a receber injeções públicas para aumentar a confiança nas vacinas.

Na Europa, a preocupação aumentou depois que o primeiro-ministro eslovaco Igor Matovic deu positivo para covid-19 uma semana depois de comparecer a uma cúpula da União Europeia em Bruxelas.

Acredita-se que foi lá que o presidente francês Emmanuel Macron contraiu o vírus. Seu diagnóstico positivo levou uma série de líderes europeus e funcionários franceses a se autoconfinar. Macron reconheceu na sexta-feira que sua infecção o fez "diminuir o ritmo", mas insistiu que ainda participava ativamente nos assuntos do governo, incluindo as negociações comerciais sobre o Brexit.

A União Europeia, que enfrenta uma forte pressão para aprovar as vacinas, tem a intenção de começar suas vacinações com o produto da Pfizer-BioNTech antes do fim do ano, e alguns países anunciaram que em 27 de dezembro iniciarão suas campanhas de vacinação.

No Brasil, o presidente Jair Bolsonaro, que minimizou o coronavírus sistematicamente, zombou dos possíveis efeitos colaterais da vacina da Pfizer. "No documento da Pfizer está muito claro: 'não somos responsáveis por nenhum efeito colateral'. Se você virar um jacaré, é problema seu", disse.

- Uma luz mais brilhante -

As nações mais pobres também receberam um impulso na sexta-feira quando a Organização Mundial da Saúde e seus sócios disseram que as vacinas serão distribuidas no início do próximo ano aos 190 países, no âmbito de sua iniciativa Covax, um esforço conjunto para garantir uma distribuição igualitária.

"A luz no fim do túnel se tornou um pouco mais brilhante", disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Enquanto isso, o vírus não para. A Índia superou os 10 milhões de casos neste sábado, o que a torna o segundo país com mais infectados no mundo, atrás dos Estados Unidos, embora a propagação tenha desacelerado nas últimas semanas.

No México, a prefeita da capital anunciou que sua cidade e o estado vizinho suspenderão quase todas as atividades a partir deste fim de semana, permitindo atividades apenas em setores essenciais como alimentação, energia, transporte, manufatura e os serviços financeiros.

Panamá terá uma quarentena total para Natal e Ano Novo e limitou o acesso a supermercados. Áustria terá um novo confinamento de um mês a partir de 26 de dezembro.

E Suécia deu um giro de 180 graus ao recomendar o uso de máscaras no transporte público, após resistir durante meses a uma medida deste tipo.

Na África do Sul, a ministra da Saúde, Zwelini Mkhize, apontou a detecção de uma variável grave do coronavírus que poderia explicar a rápida propagação de uma segunda onda de casos.

Centenas de pessoas se manifestaram, neste domingo (27), em Madri contra as medidas de confinamento parcial impostas em algumas partes da região, principalmente em bairros de baixa renda e muito povoados, para conter o aumento de casos de covid-19.

Desde 21 de setembro, cerca de 850.000 pessoas ficaram confinadas em seus bairros e não podem sair exceto por razões de trabalho, escolares ou médicas, embora possam circular livremente dentro de suas vizinhanças.

Os parques nas áreas afetadas foram fechados e os restaurantes e outros negócios devem fechar às 22h00 locais (17h00 de Brasília).

A partir de segunda-feira, outras 167.000 pessoas na região, que conta no total com cerca de 6,6 milhões habitantes (Madri capital e Comunidade) ficarão confinadas em seus bairros, superando o milhão de afetados.

"Não é confinamento, é segregação!", gritava a multidão ante o parlamento da Comunidade de Madri, localizado no distrito de Vallecas (sul), um dos bairros mais afetados pelas medidas de confinamento parcial vigentes desde a semana passada.

O vírus causou mais de 31.000 mortes e infectou mais de 700.000 pessoas em todo o país, a taxa de infecção mais alta da União Europeia (UE).

Um vírus mortal estremece o planeta, mas a questão premente agora é "quem foi o primeiro marido de Madonna?". Demonstrar conhecimento inútil, bebendo com os amigos é uma tradição sagrada nos pubs britânicos que, com o confinamento, chega ao ciberespaço.

"É puro escapismo por mais ou menos uma hora", explica Dan March, que costumava organizar esses concursos nos bares tradicionais britânicos e agora faz isso para seus amigos por meio do serviço de videoconferência Zoom. Fala-se de tudo, menos do coronavírus, com questões que vão do conhecimento geral à cultura popular. Na semana passada, 80 pessoas já estavam registradas.

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"Não há nada mais divertido do que encontrar esse tesouro de conhecimento inútil em seu cérebro", diz March. "E também brigar com os amigos sobre a resposta", completou. Também fora dos pubs, os concursos de perguntas e respostas são um assunto sério no Reino Unido.

O programa de televisão "Quem quer ser um milionário?" foi criado no país, e o impossível "Desafio Universitário" foi transmitido na televisão britânica no horário nobre durante anos.

Pode até se tornar arte depois que o Teatro Nacional anunciou concursos mensais como parte de seu programa durante o confinamento, com atores carismáticos como Helen Mirren e Ian McKellen.

- Brincar pela glória -

March é ator, mas como atividade secundária escreve há 15 anos concursos para pubs, incluindo para o estabelecimento de McKellen no leste de Londres. Ao contrário dos pubs, não cobra por seus concursos on-line, nem existe um prêmio.

Mas incentiva as pessoas a tomarem uma bebida e a jogarem em equipes, seja em casa, seja se conectando com amigos confinados em outros lugares. Os jogadores devem silenciar seus microfones enquanto as perguntas são lidas, mas March permite "um pouco de brincadeira" entre uma e outra.

As equipes pontuam seus próprios resultados, ao contrário de quando estão em um pub, onde é comum passar as respostas para verificação da mesa vizinha. March está tranquilo: "você brinca pela glória e, se trapacear, não há glória".

Rachel Walker também recebeu uma avalanche de propostas para organizar concursos desde o início do confinamento e, hoje, faz três ou quatro por semana. Escreveu o primeiro a pedido de amigos há algumas semanas, mas agora os usa para arrecadar dinheiro para a instituição de caridade em que trabalha: Marie Curie.

Esta organização é especializada em cuidar de pacientes terminais e tem mais de 2.000 enfermeiros trabalhando no Reino Unido. Como muitas outras instituições de caridade no país, foi duramente atingida pelo confinamento contra a pandemia.

"Todos os nossos eventos de captação de recursos foram cancelados. Perdemos milhões", explica Walker. A participação nos concursos é paga com doações voluntárias. "Eu gosto de pensar que isso vai ajudar de alguma forma", diz.

Walker começou a usar perguntas de uma edição antiga do jogo Trivial Pursuit. "Mas todo mundo disse que era muito difícil!", lembra. Então começou a escrever suas próprias. "Não precisam ser muito difíceis porque desencorajam as pessoas, embora se queixem mais se forem fáceis demais", afirma.

Seus concursos são temáticos: sobre os anos 1980, sobre Londres, sobre música rave ... E incentiva as pessoas a se vestirem de acordo com o tema. O coronavírus também não é mencionado aqui.

E, como o Teatro Nacional, Walker está trazendo celebridades para atrair um público maior: o ex-jogador de futebol Chris Kamara organiza um concurso para a família na próxima semana. E a pergunta sobre Madonna? A resposta é Sean Penn.

A pandemia do novo coronavírus está avançando na África, onde Senegal, Costa do Marfim, Serra Leoa e República Democrática do Congo decretaram estado de emergência, enquanto a África do Sul se prepara para o confinamento.

O continente africano somava 1.800 casos e cerca de 60 mortos, contra os mais de 400.000 infectados e 18.000 mortos no mundo, segundo um balanço da AFP elaborado com fontes oficiais nesta terça-feira (24).

Mas a precariedade dos sistemas de saúde africanos faz temer o pior. O primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, chamou o G20 a apoiar as economias africanas, reduzindo sua dívida e preparando um plano de ajuda financeira de emergência de 1,5 bilhão de dólares.

O Banco Árabe para o Desenvolvimento Econômico na África (BADEA), uma instituição da Liga Árabe com sede em Cartum, anunciou que destinará 100 milhões de dólares para ajudaar a África subsaariana para enfrentar a crise do coronavírus.

Nesta terça, todo o continente acordou de luto pela morte de Manu Dibango, saxofonista camaronês e lenda do afro-jazz, falecido na França de complicações da Covid-19 aos 86 anos.

"Digo-lhes solenemente que o momento é grave", advertiu o presidente senegalês Macky Sall, ao anunciar o decreto de estado de emergência em seu país, onde foram detectados 86 casos.

Para atenuar o impacto econômico e social, o presidente anunciou um fundo equivalente a 1,5 bilhão de dólares, dos quais 5% serão destinados a ajuda alimentar. "É muito difícil", repetem no mercado de Sandaga, em Dacar, os humildes vendedores de tecidos, suvenires e sapatos.

Na Costa do Marfim, onde foram registrados 48 novos contágios em dois dias (73 no total), o presidente Alassane Ouattara também decretou na segunda estado de emergência e toque de recolher, assim como o confinamento progressivo da população por zonas geográficas.

- Primeiro-ministro em quarentena -

Seu primeiro-ministro, Amadou Gon Coulibaly, está em confinamento voluntário após ter estado em contato com uma pessoa contagiada, anunciou o próprio pelo Twitter. O presidente de Serra Leoa, Julius Maada Bio, decretou nesta terça estado de emergência por "12 meses".

No arquipélago turístico de Cabo Verde, em frente à costa senegalesa, e o Níger registraram as primeiras mortes. E na Nigéria, o país mais populoso da África, houve um morto, assim como no Zimbábue.

Foram decretados toques de recolher em Egito, Mauritânia e Gabão. O confinamento está em vigor também na Tunísia e na Argélia. A Líbia registrou o primeiro caso de coronavírus no país.

O Sudão do Sul anunciou, por sua vez, o fechamento de suas fronteiras aéreas e terrestres com exceção do caso de abastecimento de provisões e combustível. Em Burkina Faso, o país mais afetado do oeste da África, o número de casos confirmados passou para 114, quatro deles, fatais.

O confinamento também afeta Ruanda, Ilhas Maurício, as duas primeiras cidades de Madagascar e Lumbumbashi, capital econômica da República Democrática do Congo, que na noite de terça-feira decretou estado de emergência e isolamento na capital, Kinshasa.

- África do Sul, o país mais afetado -

A epidemia continua se espalhando rapidamente na África do Sul, o país mais afetado de todo o continente, onde o número de contágios chegou a 554, um aumento de 150 casos em 24 horas, segundo o ministro da Saúde, Zweli Mkhize, que espera que estas cifras se multipliquem por três ou quatro nas próximas semanas.

Na noite de segunda-feira, o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, determinou o confinamento nacional por três semanas para "evitar uma catástrofe humana de proporções enormes". Também anunciou a mobilização do exército para que se respeite o confinamento.

Nombulelo Tyokolo, de 41 anos, uma empregada doméstica que vive em Khayelitsha, bairro da periferia da Cidade do Cabo, está angustiada. "A ideia de passar 21 dias trancada me dá medo. Estou apavorada".

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