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Cerca de 30 mil conselheiros tutelares tomarão posse nesta quarta-feira (10) nos mais de 5,5 mil municípios brasileiros. Responsáveis por atender crianças e adolescentes e tomar medidas para que sejam protegidas, conforme prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), esses conselheiros foram eleitos em outubro do ano passado.

Para o secretário nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), Cláudio Augusto Vieira, essa posse representa “mais do que uma cerimônia formal, um compromisso coletivo com o futuro da nação, que reforça a responsabilidade de todos na construção de uma sociedade mais justa e segura para as gerações que estão por vir”.

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As eleições de outubro utilizaram, pela primeira vez em todo o território nacional, as urnas eletrônicas, por meio de uma parceria com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Além disso, graças a uma intensa campanha de comunicação, a mobilização resultou no comparecimento de mais de 3 milhões de pessoas às urnas, número que representa aumento de 25,8% na participação de eleitores das capitais do país, em relação ao pleito ocorrido em 2019.

Diante desse cenário, a expectativa do secretário nacional é que as autoridades locais e a sociedade estejam “comprometidas em fornecer os recursos necessários para que os conselheiros tutelares desempenhem suas funções de maneira eficaz”.

Nesse sentido, acrescenta, a integração com outros órgãos e a promoção de parcerias serão “fundamentais para superar os desafios e fortalecer a rede de proteção à infância e adolescência”.

No último domingo (1º), cidadãos foram às urnas, em todo o Brasil, para escolher suas preferências para ocupar os cargos de conselheiros tutelares nos mais de 5 mil municípios. Nas principais cidades da Região Metropolitana do Recife (RMR), milhares de pessoas participaram da votação, sendo de responsabilidade de cada Conselho Tutelar municipal a validação, contagem e registro dos votos. Apenas no Recife, segundo o Conselho Municipal de Defesa e Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente (Comdica), mais de 93 mil eleitores votaram e um dos 88 candidatos na capital.  

Outros municípios da RMR, como Olinda, Jaboatão dos Guararapes e Camaragibe, contabilizaram seus votos e divulgaram a relação dos candidatos eleitos. Confira abaixo os conselheiros mais votados em cada município. 

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Recife 

Eleita com mais de 4.279 votos, Nilma Pereira foi a conselheira tutelar mais votada de todas as RPAs do Recife. Para se ter uma ideia, o segundo candidato mais votado, Nildo do Uber, coletou 2.661 votos, mais 1,6 mil votos de diferença. Nilma é irmã de Nilson Pereira, pré-candidato ao cargo de vereador do Recife pelo Partido Liberal (PL). No seu perfil, nas redes sociais, ela compartilhou sua participação em manifestações bolsonaristas no final de outubro de 2022, após o segundo turno das eleições presidenciais.  

Olinda 

Em Olinda, município vizinho ao Recife, Milena Barbosa foi a candidata mais votada, com o total de 1.352 votos. A diferença para o segundo lugar não foi tão discrepante quanto na capital pernambucana, sendo apenas nove votos a menos para Irmã Priscila Agra. Milena é advogada e atua na área do direito criminal, e filha do ex-vereador do município, Marcio Barbosa (Republicanos). 

Jaboatão dos Guararapes 

Já em Jaboatão dos Guararapes, ao sul do Recife, a conselheira tutelar mais votada foi Danielle Basílio, com 1.674 votos. Formada em direito, casada, mãe, e autodeclarada cristã da Assembleia de Deus, Basílio foi eleita para seu terceiro mandato no Conselho Tutelar municipal. 

Camaragibe 

A religião, apesar de não ser um fator determinante, se mostra uma característica em comum, e bastante evidenciada, entre os candidatos eleitos. Em Camaragibe, município que faz fronteira com o Recife na zona oeste da capital, Ricardo Pedrosa foi o conselheiro tutelar mais votado, indo para seu quarto mandato, com um acumulado de 2.193 votos. Em seu vídeo de agradecimento, publicado nas redes sociais, Pedrosa cita que foi eleito “para honra e glória do Senhor”. 

Ministério Público Federal aciona Conanda

O Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) foi acionado, no último domingo (1), pelo Ministério Público Federal (MPF), para que fosse apresentada a relação de medidas a serem adotadas para evitar e prevenir o abuso do poder religioso durante as eleições para conselheiros tutelares. 

O MPF relatou, por meio de nota, que “a representação trouxe informações veiculadas em matérias jornalísticas recentes afirmando que grandes entidades religiosas estão influenciando seus seguidores a participarem das eleições e votarem em determinados candidatos, que supostamente propagariam os seus ideais religiosos em sua atuação como conselheiro tutelar”. 

“Para além do estímulo do ato de cidadania, o objetivo seria o exercício de influência sobre os fiéis para elegerem candidatos religiosos, a fim de direcionar esferas institucionais do próprio Estado, para que adotem um conceito tradicional e excludente de família”, continua o texto. 

O papel do Conselho Tutelar é garantir a preservação e o exercício dos direitos das crianças e dos adolescentes, sem haver relevância com crenças pessoais ou religiosas. 

 

O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), Silvio Almeida, vai acionar a Advocacia-Geral da União (AGU) e o Ministério Público contra a eleição indireta para os Conselhos Tutelares das cidades de Uberlândia (MG), Rio Largo (AL) e Santana do Ipanema (AL).

Segundo a nota do ministério, nestas cidades a população não foi convocada para a votação e escolha dos conselheiros, prática contrária ao que rege as eleições para o cargo.

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“O povo, nessas regiões, não foi convocado a comparecer às urnas para votar e escolher seus conselheiros e conselheiras tutelares. Nestes casos, um colegiado é formado para decidir o pleito. Tal forma de votação contraria totalmente o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e a Resolução nº 231 do Conselho Nacional dos Direitos Humanos (Conanda)”, detalha a nota.

O ministério também refutou a informação que tem circulado de que Silvio Almeida pretendia anular as eleições em parte do país.

“O MDHC não compactua com desinformações e repudia toda e qualquer tentativa de disseminação de notícias falsas que tentem ludibriar a população brasileira, incitando-a a comportamentos antidemocráticos”, diz a pasta.

 

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) incentiva, por meio de campanha virtual, a população ir às urnas no próximo domingo (1º) para escolher os novos membros do Conselho Tutelar em cada município do estado. O processo de escolha acontece em todo o território nacional, sendo utilizadas, pela primeira vez, as urnas eletrônicas, cedidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 

Os conselheiros tutelares são responsáveis por defender e garantir os direitos das crianças e adolescentes, seguindo as diretrizes instituídas no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A votação é facultativa, e podem participar todos os eleitores regulares. O mandato dos candidatos eleitos é de quatro anos de duração, e são escolhidos até cinco membros em cada Conselho Tutelar. 

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Além do MPPE, políticos foram às redes sociais estimular a população a participar do processo de escolha dos conselheiros tutelares, como o deputado estadual João Paulo (PT), que manifestou seu apoio ao voto consciente. Segundo o parlamentar, “as atenções se voltam para a possibilidade de a extrema direita conseguir eleger pessoas que representam um retrocesso nas conquistas do próprio Estatuto da Criança e do Adolescente”. Sem citar nomes, ele ressaltou a importância de votar em pessoas “verdadeiramente comprometidas com a proteção e cuidados com a infância e adolescência em nossas cidades e o respeito às leis”. 

Convocação nacional 

O ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, realizou, nesta quinta-feira (28), uma convocação simbólica nas redes sociais, incentivando a população a participar da votação, como parte fundamental dos processos de cuidados das crianças e adolescentes.  

"Não se trata de uma ocasião trivial. Trata-se de garantir que nós vamos participar democraticamente da eleição das pessoas que vão cuidar da vida de crianças e adolescentes, especialmente aquelas que não contam com o amparo de uma família, não contam com o abraço e o sustento de um pai ou de uma mãe”, afirmou o chefe da pasta. 

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O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) recomendou, nesta terça-feira (26), que as prefeituras em todo o país disponibilizem transporte público gratuito para a eleição dos novos conselheiros tutelares, no domingo (1º), das 8h às 17h. O objetivo é reforçar a participação popular na escolha dos mais de 30 mil conselheiros que vão compor a rede de proteção de crianças e adolescentes.

“A ausência de política pública de concessão de transporte gratuito no dia das eleições pode criar, na prática, uma privação do direito ao voto, que retira dos mais pobres a possibilidade de participar desse importante processo eleitoral”, diz o documento enviado aos municípios.

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A recomendação solicita também que o serviço de transporte, na data de votação, seja mantido nos mesmos padrões dos dias úteis, na quantidade e frequência necessárias ao deslocamento dos eleitores. O transporte deve ser feito de forma impessoal, sem qualquer tipo de favorecimento ou prejuízo aos votantes, independentemente de eventuais manifestações contrárias ou favoráveis a um determinado candidato ao conselho.

O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, destacou no documento que, apesar de facultativo, o voto para escolha dos membros dos conselhos tutelares é importante. “Configura um direito fundamental do cidadão de influir na promoção, defesa e controle social dos direitos das crianças e dos adolescentes, de modo que compete ao Poder Público propiciar condições que assegurem o exercício do direito, sobretudo para os que se encontram em situação de vulnerabilidade, considerando o princípio da isonomia.”

O documento alerta, ainda, que o número de seções eleitorais para a eleição dos novos conselheiros tutelares é menor do que nas eleições gerais, o que pode dificultar o acesso dos eleitores a determinados locais.

Outro pedido feito pelo MDHC aos prefeitos se refere à divulgação da função do Conselho Tutelar, como são realizadas as eleições para membro do conselho, quem pode votar e os locais de votação.

Conselheiro tutelar

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) considera criança, para os efeitos desta lei, a pessoa até 12 anos de idade incompletos, e adolescente, aquela entre 12 e 18 anos de idade.

O Conselho Tutelar é o órgão colegiado encarregado pela sociedade de zelar pelos direitos de crianças e adolescentes, de acordo com o ECA. São atribuições dos conselheiros tutelares atender crianças e adolescentes com direitos violados ou sob ameaça. Além disso, o conselheiro tutelar é responsável por promover o encaminhamento de situações aos pais ou responsáveis, mediante termo de responsabilidade.

A atuação deles vai além da proteção deste público, em casos de violência, omissão e de guarda de filhos. A maior parte dos atendimentos está na plena garantia de direitos fundamentais. Como parte das atribuições do cargo, os eleitos pelo voto democrático devem também orientar, prestar apoio e fazer acompanhamento temporários; realizar a matrícula e acompanhar a frequência obrigatórias em estabelecimento de ensino, se necessário; e, ainda, incluir a criança ou adolescente em serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e promoção da família. Além disso, é trabalho dos conselheiros direcionar as demandas aos órgãos competentes para completar o atendimento, nas ocorrências necessárias.  

Outras funções incluem o pedido de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial e a inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento de pessoas alcoólatras e dependentes químicos. É possível que o conselheiro tutelar atue também em situações de desastres naturais, como fortes chuvas e enchentes, entre outras competências.

Participação social

Além das observações aos governos locais para o dia da votação, o MDHC tem mobilizado, desde abril deste ano, os cidadãos para se engajem no processo de escolha dos conselheiros e, após o resultado das urnas, acompanhem o trabalho deles. O governo federal pretende valorizar a eleição de domingo como um ato da democracia e como um dever de cidadania.

A escolha dos conselheiros tutelares ocorre a cada quatro anos, no primeiro domingo do mês de outubro, do ano seguinte ao da eleição presidencial. Em 2023, será neste domingo (1º). O voto sigiloso e facultativo definirá pelo menos cinco representantes que irão compor a nova equipe do Conselho Tutelar de cada município e região administrativa.

A escolha dos membros do Conselho Tutelar neste domingo será para o quadriênio 2024-2027. Todos os cidadãos maiores de 16 anos que estejam com o título eleitoral em situação regular poderão votar nos candidatos de sua preferência. No dia da eleição, será necessária a apresentação de um documento original com foto ou e-título.

Para ser candidato a uma vaga de conselheiro tutelar, os interessados tiveram que cumprir critérios como: residir no município há pelo menos três anos; residir na região do conselho ao qual se candidatou; ser brasileiro nato ou naturalizado; ter no mínimo 21 anos completos à data da candidatura; experiência comprovada de três anos em atividades de defesa, atendimento ou promoção dos direitos da criança e do adolescente; ter reconhecida idoneidade moral; ter ensino médio completo; estar em dia com os direitos políticos e com as obrigações militares (no caso de candidatos do sexo masculino).

A função de conselheiro tutelar é remunerada. Os valores mensais recebidos mensalmente e a carga horária de trabalho dos eleitos em 2023 variam conforme edital do processo seletivo, publicado em cada cidade.

Justiça Eleitoral

Neste ano, o processo contará com uso de urnas eletrônicas em todo o país, pois a Justiça Eleitoral apoia, pela primeira, vez o processo de escolha de membros dos conselhos tutelares em todo o território nacional. A mobilização do MDHC com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pretende tornar o processo de escolha amplo, qualificado, transparente, seguro e participativo. 

Pela Resolução nº 23.719/2023 do TSE, o apoio prevê o empréstimo e a preparação de urnas eletrônicas, o treinamento das pessoas que comporão as mesas receptoras de votos, a prestação de suporte técnico ao voto informatizado, a definição dos locais de votação e a cessão das listas de eleitores.

Porém, a apuração e a totalização dos votos são de inteira responsabilidade das comissões especiais encarregadas da realização do processo de escolha.

Os locais de votação podem ser consultados nos sites dos tribunais regionais eleitorais de cada estado e das prefeituras. Para conhecer os nomes de candidatos e candidatas ao posto, os eleitores devem procurar a administração municipal também.

A primeira-dama Janja Lula da Silva disse ser “importantíssimo” que a sociedade escolha, para os conselhos tutelares, pessoas que, de fato, tenham compromissos com os direitos das crianças e dos adolescentes. A afirmação foi feita nesta quarta-feira (19), durante a 313ª Assembleia Ordinária do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda). 

“Este ano temos a eleição dos conselhos tutelares, o que é importantíssimo. Não podemos deixar de ter isso no nosso horizonte. O ideal é a gente ter um conselho que realmente represente a questão dos direitos da criança e do adolescente”, disse a primeira-dama.

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Conselhos tutelares são eleitos pela sociedade para zelar pelos direitos de crianças e adolescentes. Seu estatuto prevê a existência de pelo menos um conselho em cada município. No caso do Distrito Federal, prevê um órgão por região administrativa. Entre as atribuições está a de acompanhar crianças e adolescentes em situação de risco, definindo medidas de proteção para cada caso. 

Pouco antes, a primeira-dama reiterou as críticas à forma como o governo anterior havia inserido policiais nas escolas e disse que, entre as pautas a serem debatidas pelo conselho, está a de estimular os brasileiros a retomarem sua essência de “solidariedade e amor”, após o recente estímulo a uma “cultura de ódio”. 

“Ontem tivemos uma reunião muito importante com todos os governadores e todas as instituições do governo federal para tratar da questão da violência nas escolas. Esse é um desafio que faz parte não só do governo federal, mas das instituições e de toda a sociedade. Temos também a obrigação de discutir essa questão aqui nesse conselho. E, conforme já disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, não vai ser com policial armado dentro da sala de aula. Quem tem o mínimo de entendimento sabe isso”, disse. 

Ela lembrou que o tema foi bastante abordado pelo presidente Lula durante a reunião. “Ele é avô e bisavô e sabe a aflição que os pais estão sentindo no Brasil. Isso tudo, por conta de uma cultura do ódio que a gente precisa transformar em cultura da paz”, acrescentou. 

“Tenho dito, desde a campanha, que a gente precisa reacender a chama da solidariedade e do amor, que é tão típica do povo brasileiro. Em algum momento essa chama meio que ficou [de lado], mas não se apagou. Ficou bem fraquinha, e a gente precisa todo dia dar uma sopradinha para que essa chama volte. Esse é o trabalho e a responsabilidade de cada um de nós”, completou.

O prefeito Geraldo Júlio participou, neste domingo (4), da eleição dos conselheiros tutelares da capital. Logo pela manhã, o gestor municipal compareceu à Policlínica Lessa de Andrade, no bairro da Madalena, e votou na eleição que, pela primeira vez, ocorre de forma unificada em todo o país para definir os profissionais que garantem os direitos preconizados no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Coordenado pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (Comdica), o processo eleitoral está sendo realizado em noventa pontos da cidade, com 317 urnas disponíveis. Qualquer residente do Recife tem direito ao voto que determinará a nova composição de quarenta conselheiros atuantes nos oito conselhos tutelares das Regiões Político-Administrativas (RPA) do Recife. 

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Segundo o Comdica, o voto no Recife só pode ser feito em apenas um candidato da RPA onde reside o eleitor. O novo conselho eleito pode ser acionado nas ocasiões nas quais crianças e adolescentes têm seus direitos ameaçados ou violados pelo Estado, sociedade, pais ou responsáveis. Os conselheiros eleitos neste domingo serão empossados em 2016, no dia 10 de janeiro. 

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