Em reunião na tarde desta segunda-feira (16) o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (CREA-PE) e o Procon-PE divulgaram o resultado da análise de documentação dapresentada pelo Mirabilandia sobre a segurança dos seus brinquedos. A avaliação apontou que o parque, que está interditado desde o grave acidente com a professora Dávine Muniz Cordeiro, não conseguiu cumprir os critérios exigidos pelo órgão de segurança, sendo assim, continuará com as suas atividades suspensas por tempo indeterminado.
Dos 30 brinquedos do parque, o empreendimento apenas enviou os laudos técnicos de 26. Além disso, alguns desses documentos não apresentaram uma assinatura legível do profissional responsável pela análise e manutenção. Essas inconsistências foram reveladas, durante a reunião, pelo secretário Executivo de Justiça e Promoção dos Direitos do Consumidor, Anselmo de Araújo Lima.
##RECOMENDA##“Com essa análise do Crea, nós recebemos uma documentação do parque que tinha laudos de manutenção subscritos por alguém que não conseguimos identificar quem era. Tinha uma rubrica, mas não tinha a função, não tinha um documento de identidade, ou mesmo o nome legível de quem os assinou”, pontuou o secretário. “Isso não oferece uma segurança de saber se quem assinou aquele documento era uma pessoa habilitada ou não [para o serviço]”, completou.
Com a conclusão da análise pelo órgão de segurança, a empresa recebeu novas recomendações. Uma delas pede que os laudos de manutenção sejam apresentados à Prefeitura de Olinda, município onde fica localizado o Mirabilandia, a cada seis meses. Atualmente, a exigência é que esses documentos sejam apresentados a cada um ano.
Com a possibilidade de ser multado, caso seja confirmado que houve negligência por parte do estabelecimento, o Mirabilandia tem novo prazo de 30 dias para apresentar as documentações solicitadas pelo Procon-PE.
Na reunião, o Crea-PE e o Procon-PE informaram que um dos objetivos, após o caso de Dávine, é que as normativas sirvam também para outros estabelecimentos semelhantes ao do Mirabilandia.
Relembre o caso
Dávine Cordeiro foi arremessada de uma altura de 12 metros, na tarde do dia 22 de setembro, enquanto brincava na atração Wave Swinger. O cabo de aço que a segurava no brinquedo se partiu, provocando a queda. A professora sofreu traumatismo cranioencefálico e fraturas nos membros superiores. Levada às pressas para o hospital, ela chegou a passar alguns dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do HR, mas a família passou a pedir a transferência, pois não havia conforto para os acompanhantes da paciente.
O Mirabilandia foi interditado pelo Procon-PE ainda em setembro, logo após o acidente, e segue com as atividades suspensas.