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Cassado em 2016, o ex-senador Delcídio Amaral passará a receber aposentadoria de R$ 11,5 mil a partir deste mês. O pagamento foi autorizado pelo Senado em portaria publicada na semana passada. O valor representa 12/35 (doze trinta e cinco avos) do salário atual dos parlamentares, que é de R$ 33,7 mil.

Delcídio, que era filiado ao PT e foi líder do governo no Senado na gestão de Dilma Rousseff, perdeu o mandato após acusações de que teria tentado obstruir as investigações da Operação Lava Jato. Ele negociou um acordo de delação em que acusou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de participar do esquema para comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró. Tanto Delcídio quanto Lula foram absolvidos no caso.

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Em 2017, o Ministério Público Federal pediu que o senador cassado perdesse os benefícios previstos na colaboração sob a justificativa de que ele teria mentido. O acordo, no entanto, continua vigente.

Conforme mostrou o jornal O Estado de S. Paulo, o ex-petista é um dos 31 delatores "inadimplentes" com a Justiça, após não pagar parte da multa estipulada no acordo de colaboração premiada. Delcídio deve R$ 85 mil, referentes a uma parcela do total de R$ 1,5 milhão que acordou pagar.

Crise

O ex-parlamentar informou em maio que contava com a venda de imóveis para quitar a valor - vencido em setembro do ano passado -, mas que enfrentava "grandes dificuldades" no negócio em função de um arrolamento de bens, por causa da crise econômica e por ter seu nome associado à Lava Jato. Procurada, a defesa afirmou que Delcídio tem "sérios problemas financeiros nesse momento, mas está fazendo todos os esforços para pagar a multa".

Atualmente, Delcídio mora em uma fazenda localizada em Corumbá, em Mato Grosso do Sul. O ex-parlamentar ainda tentou voltar à cena política no ano passado, mas teve a candidatura ao Senado barrada por estar inelegível até 2027. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em alegações finais enviadas à Justiça nesta sexta-feira, 1, o Ministério Público Federal, no Distrito Federal, pediu que o ex-senador Delcídio Amaral (ex-PT-MS) perca os benefícios assegurados no acordo de colaboração premiada. A Procuradoria da República afirma que o ex-parlamentar mentiu sobre fatos que levaram à abertura de ação penal contra sete pessoas.

Se o pedido for aceito, em caso de condenação, o ex-senador poderá ter de cumprir integralmente as penas pelos crimes de obstrução à Justiça e patrocínio infiel. Também ficará sujeito a responder por falsa imputação de crime. No mesmo documento, o procurador da República Ivan Cláudio Marx também pede que, após a sentença, a Procuradoria-Geral da República seja informada para que analise a possibilidade de perda geral dos benefícios por parte de Delcídio.

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A manifestação integra o processo decorrente das investigações que apuraram a tentativa de compra do silêncio do ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró. No mesmo documento, o Ministério Público Federal manifestou pelas absolvições do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do banqueiro André Esteves, por concluir que não há provas de que eles participaram do esquema criminoso. Na avaliação do MPF, além de Delcídio, devem ser condenados o advogado Edson de Siqueira Ribeiro Filho e os demais denunciados: Maurício Barros Bumlai, José Costa Barros Bumlai e Diogo Ferreira Rodriguez. No caso de Diogo, benefícios decorrentes da colaboração devem ser mantidos.

Na manifestação, o procurador reconstitui a forma como, segundo as provas dos autos, ocorreu o fato que gerou a denúncia: o pagamento de R$ 250 mil para que Cerveró não firmasse acordo de colaboração premiada com o MPF ou que, em o fazendo, protegesse Delcídio Amaral. A narrativa foi construída a partir das provas reunidas durante a instrução processual, bem como de informações extraídas dos depoimentos de testemunhas e do interrogatório dos próprios denunciados. Para o procurador, ao contrário do que afirmou Delcídio Amaral - tanto na colaboração quanto no depoimento dado à Justiça -, o pretendido silêncio de Cerveró, que à época cumpria prisão preventiva, não foi encomendado ou interessava a Lula, mas sim ao próprio senador.

De acordo com a peça do MPF, as provas coletadas mostraram que o então senador tinha motivos para tentar evitar que Nestor Cerveró firmasse o acordo de colaboração premiada. O principal deles era impedir a revelação de que ele (Delcídio) recebeu R$ 4 milhões da construtora UTC, como propina e que o dinheiro foi usado em caixa dois em sua campanha ao governo do Estado do Mato Grosso. Para tanto, e por orientação de Edson, nos primeiros anexos entregues ao MPF Nestor Cerveró informara falsamente que os valores foram destinados à campanha presidencial de Lula naquele ano de 2006. Conforme o MPF, "Delcídio estava agindo apenas em interesse próprio. E Cerveró estava sonegando informações no que se refere a Delcídio, e não sobre Lula, a quem inclusive imputava fatos falsos, no intuito de proteger Delcídio".

Em sua versão, Delcídio afirmou que todo o dinheiro foi dado por José Carlos Bumlai, por intermédio do filho, Maurício Bumlai, e que ele apenas encaminhou a entrega das cinco parcelas de R$ 50 mil ao ex-diretor da Petrobras a pedido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A afirmação é contestada e desmentida em vários depoimentos colhidos durante a instrução processual. José Carlos e Maurício - ambos denunciados - confessaram ter entregue R$ 100 mil a interlocutores de Delcídio, sustentando que tratava-se de "empréstimo" a este. Além disso, uma testemunha afirmou ter feito empréstimo pessoal ao senador dos recursos utilizados para o pagamento da quarta parcela. Para o MPF, Delcídio também mentiu sobre a quinta entrega de valores, ao afirmar que teria sido feita por Diogo Rodriguez com recursos da família Bumlai. A entrega foi feita pelo próprio Delcídio. Já a origem do dinheiro não foi comprovada.

Na manifestação, o procurador sustenta que a versão de Maurício Bumlai e de Carlos Bumlai não merece credibilidade, considerando que o empréstimo se deu sem perspectiva de devolução - verdadeira doação - e com o conhecimento de que Delcídio pretendia usar os recursos para pagar pelo silêncio de Cerveró. Além disso, durante a instrução processual ficou provado que a família Bumlai foi responsável pelos valores destinados às três primeiras entregas, totalizando R$ 150 mil. Por isso, o MPF defende a condenação de pai e filho.

Na tentativa de convencer a Justiça de que não agiu em interesse próprio, Delcídio sustentou ainda que "não lhe adiantava mais segurar a delação do Cerveró no que se referia e ele", porque as informações dos supostos crimes já eram conhecidas por constar do acordo de colaboração premiada de outro investigado na Lava Jato, Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano. A afirmação é rebatida pelo MPF, que destaca o fato de o referido acordo só ter sido firmado quatro meses após as investidas de Delcídio para que Cerveró permanecesse em silêncio. Para o MPF, ainda que a colaboração de Fernando Baiano já existisse e fosse pública, esse fato não tiraria de Delcídio o interesse em evitar o acordo de Cerveró, uma vez que "a corroboração de Nestor Cerveró elevaria ainda mais, portanto, o valor probatório da colaboração premiada de Fernando Antônio Falcão Soares".

A ação penal está em tramitação desde dezembro de 2015. Na época, como Delcídio era senador, a ação penal foi proposta pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal. Inicialmente, quatro pessoas foram denunciadas. No entanto, em abril de 2016, após acordo de colaboração do então senador, houve uma ratificação, com o acréscimo de mais três envolvidos. Com a cassação do mandato do parlamentar a ação foi enviada à 10ª Vara Federal, em Brasília, onde o caso será julgado.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) analisa a possibilidade de romper o acordo de colaboração premiada do senador cassado Delcídio Amaral (sem partido-MS) homologado em 2016. O revés para o ex-parlamentar é uma consequência das revelações dos ex-executivos Benedicto Júnior e Rogério Santos de Araújo, da Odebrecht, sobre repasses para campanhas eleitorais em contrapartida à atuação dele em casos de interesse da empreiteira.

Além do acordo de Delcídio, outras delações deverão ser reavaliadas pelo Ministério Público por causa das revelações da Odebrecht. O ex-gerente de Engenharia da Petrobrás Pedro Barusco é outro que está na mira por conta das revelações do ex-executivo da Odebrecht Rogério Araújo. Segundo o delator, Barusco teria solicitado que ele guardasse em sua casa 24 garrafas de vinho de primeira categoria logo após o início da Operação Lava Jato. A informação não foi levada ao conhecimento dos investigadores à época da assinatura do seu acordo.

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Entre as empreiteiras, ao menos a Andrade Gutierrez e a Camargo Corrêa já se preparam para rever seus acordos depois das delações da Odebrecht. As duas empresas assinaram seus acordos e deixaram de fora informações sobre algumas áreas agora delatadas pela empreiteira baiana. Também nesses casos a "punição" pela omissão pode ir de uma revisão das penas até o rompimento do acordo. O procedimento tem sido chamado de recall e deve levar ao surgimento de novos delatores e outras frentes de investigação.

Homologação. Ex-parlamentar pelo PT, Delcídio teve seu acordo de delação homologado em 15 de março de 2016 pelo ministro do STF Teori Zavascki, morto em janeiro em acidente aéreo. Delcídio decidiu colaborar com a Justiça após ser preso com base em gravação feita pelo filho do ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró. Bernardo Cerveró gravou uma conversa com Delcídio na qual o senador cassado fala da intenção em ajudar na fuga de seu pai para a Espanha e sugere uma possível articulação entre ministros do STF para tentar soltar o ex-diretor.

Entretanto, nos 29 anexos baseados em depoimentos prestados entre 11 e 14 de fevereiro de 2016, Delcídio não aborda as informações entregues à PGR pela Odebrecht. Com o surgimento de novos fatos, a PGR vai decidir se as omissões podem ser corrigidas com o aditamento em condições mais duras ou se resultará na rescisão do acordo. O advogado Antônio Figueiredo Basto, responsável pela defesa de Delcídio, disse que não comentará a colaboração da Odebrecht.

Divergências

Em seu acordo, Delcídio foi taxativo ao afirmar que não recebeu qualquer valor em propina atrelada à Refinaria de Pasadena (EUA) e que nunca participou de reuniões sobre a obra.

Por sua vez, Rogério Araújo, ex-diretor da Odebrecht, relatou aos investigadores que o ex-diretor de Serviços da Petrobrás Renato Duque falou de uma reunião, em 2006, na qual a UTC Engenharia se comprometeu a pagar R$ 4 milhões a Delcídio, tendo como contrapartida a participação da empresa na obra de ampliação da refinaria nos EUA.

Araújo também abordou em sua delação um pedido de Cerveró, em 2010, para pagamento de contribuição à campanha de Delcídio como contrapartida a "eventual aprovação de projeto de gasoduto" a ser realizado por uma empresa da Petrobrás na Argentina. Delcídio não cita esses fatos de forma direta, apenas aponta ter pedido ajuda a Duque e Cerveró para pagar dívidas de campanha de 2006.

Benedicto Júnior, ex-presidente da construtora Norberto Odebrecht, também citou repasses a ele. Delcídio não citou esses recebimentos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O senador cassado Delcídio Amaral (sem partido-MS) afirmou que as últimas 48 horas foram dramáticas para o País, em razão da crise institucional que se instalou com o embate entre Legislativo e Judiciário. Na sua avaliação, o Congresso vive um momento de muito desgaste e isso é muito ruim para o Brasil, principalmente neste momento em que o País enfrenta uma crise. As afirmações do ex-senador foram feitas em entrevista à Rádio Estadão, na manhã desta quarta-feira (7).

Na noite de segunda-feira, 5, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello determinou o afastamento do presidente do Senado, Renan Calheiros, por meio de liminar. Na terça-feira, 6, no entanto, Renan não assinou a citação e a Mesa Diretora da Casa decidiu não acatar a decisão do ministro da Suprema Corte. Nesta quarta-feira, 7, o recurso do Senado à liminar será discutido no plenário do STF.

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Na entrevista, Delcídio comentou que o clima ruim já vem das últimas semanas e que as manifestações populares contrárias ao Legislativo fazem sentido. Ele disse que o Congresso "atravessou o samba" e atropelou a discussão das 10 medidas contra a corrupção, descaracterizando o pacote.

Segundo ele, esse foi um movimento combinado e fruto da instabilidade que as investigações da Lava Jato trazem para o Legislativo. "O temor de novas revelações da Lava Jato cria um clima ruim e projetos não são debatidos", disse, completando que o momento hoje no Brasil é de "desastre".

O senador cassado disse também que está pessimista e considera muito difícil a Reforma da Previdência ser aprovada com esse clima de instabilidade no governo Temer. Segundo ele, a reforma precisa ser implementada, mas ele lembrou que nem Luiz Inácio Lula da Silva nem Fernando Henrique Cardoso conseguiram aprová-la. Para Delcídio, já será uma vitória a aprovação da PEC do Teto de Gastos ainda este ano.

"O Congresso, com suas lideranças de hoje, não tem condições de aprovar medidas. O Brasil deve 'andar de lado' até 2018, as perspectivas são desanimadoras", disse.

Futuro da política

Como consequência dessa crise na política, provocada principalmente pelas investigações da Operação Lava Jato, Delcídio disse que deve haver um rearranjo nos partidos políticos, com mudança de nomes e políticos trocando de partido. "Os principais quadros políticos estão se deteriorando, acho que vai ter um novo desenho".

O senador cassado acrescentou que essa nova arquitetura favorece um outsider nas eleições de 2018 e que é preciso estar atento a esse movimento de negação da política, que segundo ele, é preocupante. "Há uma criminalização da política, mas o Brasil precisa dos políticos e da política, que é a grande catalisadora das decisões do País".

Delcídio chegou a ser preso no final de 2015 por tramar contra a Operação Lava Jato e foi cassado pelo Senado em maio passado. O ex-petista fechou acordo de delação premiada no qual revelou envolvimento dele e de colegas no esquema de desvios na Petrobras.

O deputado Marco Maia (PT-RS) rebateu nesta segunda-feira, 5, pelo Facebook as acusações contra ele que geraram a nova fase da Operação Lava Jato. Reclamando que nunca foi ouvido oficialmente para contestar as informações dos delatores, o petista se disse vítima de "vingança" e afirmou que o ex-senador Delcídio Amaral mente ao acusá-lo de cobrar "pedágio" de empreiteiros para protegê-los em comissão parlamentar de inquérito mista da Petrobrás de 2014. "Este cidadão mente descaradamente", declarou.

Em uma transmissão ao vivo, Maia negou que tenha sofrido pressão para poupar empreiteiros ou ex-funcionários da estatal, com exceção de Delcídio que, segundo Maia, teria feito apelos para preservar o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. Ele contou que, na época, disse a Delcídio que não seria possível atendê-lo. "Não vou aceitar que um ex-senador que mente fique dando entrevistas e posando como herói", comentou.

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Maia lamentou que o Ministério Público Federal tenha entrado "no jogo, na manipulação de delatores mentirosos, que não têm credibilidade". O deputado acrescentou que seu patrimônio é fruto de seu trabalho.

Em nota, o ministro Vital do Rêgo disse respeitar e compreender "o trabalho das autoridades competentes no exercício de suas funções legais". "Tenho certeza de que a medida, cumprida com eficiência e urbanidade, vai confirmar que jamais tive qualquer participação nos fatos em apuração." Vital alegou que renova seu "compromisso de irrestrita colaboração com as autoridades, naquilo que for necessário, dentro do que determina o devido processo legal e as regras que regem o Estado Democrático de Direito". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-senador Delcídio Amaral disse nesta segunda-feira, 5, em entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, que existem Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) que são criadas para "achacar" empresários e empresas. Ele fez as declarações após a Polícia Federal e a Procuradoria-geral da República deflagrarem nesta manhã uma nova etapa da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), tendo como alvo o ministro do Tribunal de Contas da União, Vital do Rêgo, e o deputado federal Marco Maia (PT-RS). Os dois são suspeitos de blindar empreiteiros na CPI Mista da Petrobras realizada em 2014.

A investigação foi aberta em maio com base na delação de Delcídio, que acusou Maia e Vital de cobrarem "pedágio" de empresários investigados na Lava Jato em troca de proteção na CPI Mista da Petrobras. Vital do Rêgo era presidente da comissão e Marco Maia, relator.

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"Existem CPIs que são feitas para achacar as pessoas. Então fica aquela ameaça de convoca, não convoca (para depor). Um empresário, por exemplo, quando senta numa mesa de uma CPI para prestar depoimento, isso para a empresa é corrosivo, traz uma série de problemas para a imagem (da companhia)", disse Delcídio na entrevista à Rádio Gaúcha.

De acordo com o ex-senador, o ato de criar uma CPI com um propósito alheio à intenção de investigar irregularidades é frequente. "Não estou generalizando, mas muitas CPIs são feitas para achacar empresários, achacar empresas. Esse tipo de coisa não está acontecendo (somente) agora. É histórico", afirmou.

Delcídio reforçou as acusações feitas em sua delação premiada, de que no âmbito da CPI Mista da Petrobras eram feitas negociações para poupar empresários de serem convocados a prestar esclarecimentos. "Não sei se todo mundo sabia, mas todo mundo desconfiava. E como eu sempre tive uma relação muito franca, conversava com todos os setores e todos os segmentos, eu tinha mais informações", mencionou. Ele acrescentou, no entanto, que a base do processo que investiga corrupção na CPI é o relato dos próprios empresários, como o executivo Leo Pinheiro, da OAS, e o lobista Júlio Camargo.

"Eu sou 'pequenininho' entre os colabores com relação a este processo. Quem forneceu boa parte das informações foi exatamente os empresários que passaram por este constrangimento e tiveram que negociar", disse.

Delcídio afirmou ainda que a operação envolvendo Marco Maia e Vital do Rêgo está "alinhada" com o caso do ex-senador Gim Argello (PTB-DF), que foi vice-presidente da CPI Mista da Petrobras. Argello está preso preventivamente desde abril e já foi condenado pelo juiz Sérgio Moro a 19 anos de prisão por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e obstrução à investigação de organização criminosa por ter atuado, junto com Maia e Vital, para cobrar pagamentos das empresas em troca de proteção na CPI. Como não possui foro, ele foi julgado em primeira instância.

Preocupação

Na entrevista à Rádio Gaúcha, Delcídio Amaral também comentou que a forma como o projeto anticorrupção vem sendo tratado no Congresso demonstra "muita preocupação" em Brasília envolvendo a Lava Jato. Segundo ele, as articulações políticas que alteraram medidas do pacote anticorrupção, na última semana, atestam isso.

"Foram movimentos que não foram por acaso, foram muito bem ajustados e combinados, mas em um Brasil que não é mais o mesmo. Então a reação popular e a reação da mídia foi muito forte. Esses fatos todos (no Congresso), até pela ousadia, deixam claro que há uma instabilidade política instalada, uma preocupação grande no Congresso", afirmou Delcídio.

No início da manhã, a PF esteve na casa de Marco Maia em um condomínio na cidade de Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre. Estavam no local a filha e a mulher dele, já que o parlamentar se encontra em Brasília. Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão em outros endereços associados ao deputado no Rio Grande do Sul. Maia ainda não se pronunciou sobre a operação.

Em depoimento gravado na investigação da Operação Lava Jato sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o delator e ex-senador Delcídio Amaral (ex-PT-sem partido-MS) contou como se deu o início da parceria PT-PMDB no governo federal. Segundo Delcídio, durante o mensalão, Lula 'abraçou' o PMDB para evitar o risco de sofrer seu próprio impeachment.

O ex-senador declarou que no início da gestão Lula, o governo era "muito hermético" e ligado aos partidos que tinham levado o petista à Presidência.

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"Quando sobreveio o mensalão, ele (Lula) percebe que ele se arruma ou ele poderia ser impichado, inclusive. Uma tese que era defendida desde o início do governo pelo ex-ministro José Dirceu (era) que o PMDB deveria participar ativamente da base do governo. O próprio José Dirceu trabalhou nisso. Quando o José Dirceu foi levar essa aliança para o Lula já combinado com o PMDB, o Lula não topou. Aí veio o mensalão", contou Delcídio.

À Procuradoria da República, o ex-senador relatou: "Quando veio o mensalão, o Lula fez uma revisão das posições que ele vinha assumindo. Dizendo assim: ou eu abraço o PMDB ou eu vou morrer. Quando aí o PMDB veio fortemente para o governo. Estabeleceu tentáculos em toda a estrutura de governo. Não foi só na Petrobras, não. Assumiu Ministério de Minas e Energia, Eletrobrás, o setor elétrico, que nos governos anteriores era feudo do PFL, passou a ser feudo do PMDB."

O Ministério Público Federal questionou Delcídio Amaral se "houve um acordo para poupar o presidente Lula do impeachment" e se "havia essa possibilidade".

"Havia essa possibilidade", Delcídio responde. "Ali havia um risco muito grande de ele ser impichado."

Delcídio relatou ainda a retirada dos nomes do ex-presidente Lula, e de seu filho Lulinha, do relatório final da CPI dos Correios.

"Na reta final, existia o relatório que estava sendo preparado e propunha, entre outras coisas, o indiciamento do presidente Lula e de um dos filhos dele. Acho que é o filho mais velho, o Lulinha por causa da questão da Gamecorp com a antiga Telemar se eu não estou enganado. Dentro de uma composição que foi feita, na véspera da votação do relatório, esse indiciamento... Esse tira e põe faz parte do dia a dia do Congresso. Não é uma coisa específica só da CPI dos Correios", declarou.

"Isso acontece no dia a dia em outras CPIS. Em sessões das Comissões de Fiscalização e Controle e que acompanha conta de governo. Não é uma coisa excepcional. Independentemente do acordo que foi feito para que a gente concluísse a CPI e com resultado, porque havia um risco muito grande de a gente perder o controle do processo e perder um trabalho de onze meses, um trabalho forte, foi feito um acordo. Os indícios e a documentação que a CPI levantou, um eventual impeachment do presidente Lula não terminaria ali. Ele poderia continuar, porque nós fizemos um trabalho forte, nós rastreamos dinheiro desde que saiu do Banco do Brasil, quando foi para as empresas do Marcos Valério. Depois quando sai das empresas do Marcos Valério e vai irrigar as contas do partido. Tudo isso estava rastreado. Existia uma operação forte comandada pelo próprio Marcos Valério, que era uma espécie de braço armado do próprio Delúbio (Soares) para alimentar as estruturas partidárias. Mesmo tendo havido um acordo que passou por todo mundo, pelo menos pelos principais líderes na CPI, existiam argumentos suficientes para dar continuidade a um processo de afastamento."

O Ministério Público Federal em Brasília requisitou a abertura de inquérito policial para apurar possíveis irregularidades praticadas pelo ex-ministro das Comunicações Edson Antônio da Silva, conhecido como Edinho Silva - ex-tesoureiro da campanha da presidente afastada Dilma Rousseff em 2014 -, o Laboratório Farmacêutico EMS S.A e o ex-senador Delcídio Amaral (ex-PT-sem partido-MS). Segundo a Procuradoria da República, o caso é decorrente de informações reveladas por Delcídio em delação premiada no âmbito da Operação Lava Jato.

O objetivo do inquérito, segundo o Ministério Público Federal, é apurar se houve a prática de crimes como corrupção e lavagem de dinheiro, além do envolvimento de outras empresas ou pessoas físicas.

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O caso chegou à Procuradoria da República depois de uma decisão do relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). Ao determinar que a investigação fosse enviada à primeira instância, o ministro Teori Zavascki considerou dois aspectos: a perda da prerrogativa de foro por parte dos envolvidos e o fato de o tema tratado nesta parte da colaboração de Delcídio não possuir relação com as irregularidades apuradas em Curitiba.

Na delação, o ex-senador afirmou ter recebido do ex-ministro - na época, tesoureiro da campanha pela reeleição de Dilma Rousseff - a promessa de pagamento de propina. Ainda, de acordo com a narrativa de Delcídio, o dinheiro a ser usado para quitar contas da campanha tinha como origem a empresa EMS S.A. Em 2014, época dos fatos, Delcídio Amaral disputou o cargo de governador de Mato Grosso do Sul.

A instauração de inquérito policial foi requisitada pelo Ministério Público Federal após analisar os documentos enviados pelo Supremo. No parecer enviado nesta segunda feira, 8, à Justiça Federal, o órgão ministerial solicita à 10.ª Vara Federal a baixa dos autos à Polícia Federal. Com isso, a investigação passará a ser conduzida de forma conjunta entre Ministério Público Federal e Polícia Federal.

Ainda na requisição, o Ministério Público Federal esclarece que a Procuradoria-Geral da República já havia se manifestado pela abertura do inquérito, quando o caso ainda estava no Supremo, e que, embora Edinho Silva e a empresa tenham negado a participação nas irregularidades, os indícios reunidos até o momento justificam a continuidade da investigação.

Os advogados de Luiz Inácio Lula da Silva divulgaram nota nesta terça-feira, 17, repudiando as declarações do ex-senador Delcídio Amaral (ex-PT/MS) ao programa Roda Viva, da TV Cultura, no qual ele afirmou que o ex-presidente tinha conhecimento do esquema de corrupção na Petrobras.

A defesa do ex-presidente afirma que as acusações são falsas, que Delcídio não tem provas e que a entrevista do ex-parlamentar, ao vivo na noite desta segunda-feira, 16, não é ‘compatível com as obrigações por ele assumidas no acordo de delação premiada’.

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"As afirmações feitas por Delcídio do Amaral em relação ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante o programa são mentirosas, como são mentirosas aquelas contidas no próprio termo de delação premiada. Tais afirmações não possuem qualquer valor probatório, como alertou o próprio ministro Teori Zavascki ao homologar especificamente essa delação premiada", afirma a nota assinada pelos criminalistas Roberto Teixeira e Cristiano Zanin Martins.

Os defensores de Lula afirmam que o acordo de Delcídio prevê ‘recolhimento domiciliar’ e que o ex-parlamentar só pode deixar sua residência com comunicação prévia. Além disso, os advogados afirmam que o ex-senador não apresentou nenhuma prova do envolvimento de Lula em ilícitos e que o ex-presidente nunca teve reuniões secretas com Delcídio.

"Ao ser indagado durante o programa, de forma objetiva, se tinha provas sobre suas acusações, Delcídio do Amaral não apresentou resposta. A mesma situação ocorreu durante os depoimentos prestados ao Ministério Público Federal, em que Delcídio do Amaral, ao fazer referência a Lula, apresentou apenas arquivos com uma suposta agenda fazendo referências a reuniões marcadas com o ex-presidente", diz a nota.

"Lula não teve reuniões secretas com o ex-senador nem tinha motivos para isso. Os encontros com o então líder do governo foram confirmados por Lula em depoimento à Procuradoria-Geral da República. Delcídio ‘prova’ o que não é preciso provar e mente sobre o conteúdo das conversas", segue o texto que afirma ainda que o ex-presidente e seus familiares foram alvos de ‘medidas arbitrárias’ e que Lula atuou intensamente enquanto presidente para intensificar o combate à corrupção no País.

O ex-líder do governo Dilma também declarou durante o programa que o PT "não inventou a corrupção na Petrobras". Delcídio, que atuou durante décadas no setor energético, afirmou contudo que, com o Partido dos Trabalhadores, houve uma ‘sistematização’ da atuação partidária para operar desvios na Petrobras e em outras estatais.

Preso em 25 de novembro de 2015 por tentativa de obstrução da Lava Jato, Delcídio Amaral fechou um acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República e fez uma das mais graves delações contra políticos acusados de envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras e também em outros esquemas que deram origem a novas investigações contra parlamentares no âmbito do Supremo Tribunal Federal.

O senador cassado Delcídio Amaral (sem partido-MS) afirmou, na noite desta segunda-feira (16), torcer para que o governo Michel Temer (PMDB) dê certo, mas que os primeiros passos da gestão preocupam. Segundo Delcídio, Temer indicou "alguns ministros fraquinhos", citando como exemplo o titular de Minas e Energia, Fernando Bezerra Filho. Além disso, o ex-senador apontou como problema o fato de Temer não ter base social.

"Acho que o presidente Temer tem um grande desafio pela frente. Nomeou Meirelles (Fazenda), um nome importante, Serra (Relações Exteriores), que é um nome relevante, faz 'nhem nhem nhem', mas é qualificado, mas fomos de oito para 80. Antes tinha político de menos e agora temos um governo com político demais. Alguns ministros são bem fraquinhos, o de Minas e Energia por exemplo, e estou falando porque sou da área. Tem que colocar gente que conheça", criticou o senador cassado, o participar do programa Roda Viva, da TV Cultura.

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"Os primeiros passos preocupam muito, o governo Temer não tem base social nenhuma, não é fácil governar assim um País complexo como o Brasil. Temer vai precisar ter muita coragem para adotar as medidas duríssimas na economia."

'Aposentadoria'

Com sua experiência no Senado, Delcídio descartou a possibilidade de Dilma Rousseff conseguir sobreviver ao processo de impeachment e retornar à Presidência da República. "A presidente Dilma não volta mais. Só esses 55 votos no Senado (para abertura do processo) já são um indicativo. Conheço aquela Casa, a tendência é esse placar se alargar (contra Dilma)", afirmou - para garantir o afastamento definitivo de Dilma, o processo de impeachment tem de contar com 54 votos pela condenação. "Ela já não tinha mais condição política nenhuma de governar País. A presidente Dilma vai para a aposentadoria."

Entre os erros políticos da presidente afastada, Delcídio destacou que a petista não ouviu os conselhos de seu padrinho político, o ex-presidente Lula, e preferiu se orientar por pessoas como Aloizio Mercadante - que ocupou os ministérios da Casa Civil e da Educação.

"Ela era aconselhada pelo Mercadante no sentido de 'deixe essa coisa (Lava Jato) andar, pode até chegar no Lula, mas você vai sair forte desse processo. Um pensamento tosco que ela ia se fortalecer e os outros entrar pelo cano."

Em relação a Lula, Delcídio avaliou que a situação política do ex-presidente é "crítica" e que vai ser difícil ele voltar a ter força eleitoral. "Ele sai muito desgastado, acho muito difícil sair uma candidatura competitiva disso."

Sobre o PT, classificou como "partido forte, orgânico, mas que perdeu muito do seu brilho". Para ele, a legenda precisa passar por uma revisão dos seus quadros, tirando da presidência Rui Falcão - a quem chamou de "figura bizarra" - e valorizando as lideranças "lúcidas" e "competentes".

O senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), relator do caso de Delcídio Amaral (sem partido-MS), acredita que o processo de cassação do ex-líder do governo na Casa possa ser encerrado ainda nesta terça-feira, 10. A votação está prevista para o fim da tarde. "Não faz sentido sermos rigorosos com a presidente da República e não sermos com o senador", disse o senador em entrevista à Rádio Estadão. "A falta de rigor poderia parecer corporativismo", acrescentou, referindo-se ao provável impeachment de Dilma Rousseff, que será analisado nesta quarta-feira, 11, pelo plenário do Senado.

O prosseguimento do processo de cassação de Delcídio foi avalizado nesta segunda pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. O presidente da Casa, Renan Calheiros, intercedeu com o intuito de derrubar articulação feita pelo PSDB para suspender o processo.

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Conforme Ferraço, a delação de Delcídio envolvendo Dilma "revela o nível de promiscuidade" dentro do governo. "O senador gozava de confiança e intimidade. As revelações agravam os crimes de responsabilidade da presidente Dilma e revelam a promiscuidade generalizada em que se transformou o governo", frisou, destacando que o ex-líder do governo teve "todo direito de defesa".

Ainda de acordo com Ferraço, o afastamento de Dilma é "uma necessidade inadiável", pois o "País não pode ficar exposto a esse nível de incerteza". Ele votará na quarta espera que a sessão do Senado seja encerrada ainda na quarta.

Ferraço também criticou a tentativa de anulação do impeachment de Dilma feita nesta segunda pelo presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA). "Ele não reúne condições de presidir a Câmara. Tomou decisões irresponsáveis e inconsequentes." Em sua avaliação, Maranhão tem de ser "interditado".

A Comissão de Constituição e Justiça analisa, em reunião extraordinária no plenário do Senado, a representação contra o senador Delcídio Amaral (sem partido-MS). O senador José Maranhão (PMDB-PB) preside os trabalhos e o relator do processo, senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), lê o parecer sobre a constitucionalidade da representação.

Isso acontece depois de ser aprovado o requerimento de urgência do processo de cassação do senador Delcídio. Mais cedo, o presidente da CCJ, José Maranhão, anunciou que recebeu a informação de que o processo que seria adicionado ao caso do Delcídio corre em segredo de justiça, o que permite reunião da comissão amanhã.

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Requerimento

Numa rara atitude regimental, o Senado aprovou nesta noite um requerimento de urgência apresentado pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR) para que uma sessão extraordinária da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa vote o parecer do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) para dar prosseguimento ao processo de cassação do senador Delcídio Amaral.

Na prática, esse requerimento abre espaço para que o pedido de perda de mandato do ex-líder do governo Dilma Rousseff no Senado seja apreciado em plenário na terça-feira, 10, um dia antes da votação do afastamento da presidente em plenário. Era isso o que Jucá e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), articulavam desde a semana passada.

Mais cedo, a CCJ havia aprovado um pedido de suspensão do processo contra Delcídio até a quinta-feira, 12, para que a Procuradoria-Geral da República envie ao colegiado o aditamento da denúncia a partir da delação do ex-petista que envolve o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Esse pedido, contudo, foi ignorado.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ameaçou nesta segunda, 9, adiar a votação do afastamento da presidente Dilma Rousseff, prevista para ocorrer na quarta-feira, 11, se a votação da cassação do senador Delcídio Amaral (PT-MS) não for votada em plenário antes. Para Renan, o "problema" Delcídio - que o delatou e uma série de integrantes do PMDB, do PT e do PSDB - tem de ser apreciado anteriormente em plenário do que o caso de Dilma.

Pouco antes, a Comissão de Constituição e Justiça da Casa (CCJ) havia suspendido a votação do aval que daria ao prosseguimento do processo de perda de mandato do ex-líder do governo Dilma. O colegiado concedeu prazo até pelo menos a quinta-feira, 12, para que a Procuradoria-Geral da República envie o aditamento da denúncia a partir da delação de Delcídio que envolve o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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A intenção de Renan era votar a cassação de Delcídio nesta terça, 10, um dia antes da decisão sobre o afastamento de Dilma. O presidente do Senado classificou a posição do tucano Aloysio Nunes Ferreira (SP), que apresentou pedido para que a CCJ receba novos documentos sobre o ex-petista, de "procrastinatória".

"Não é competência da CCJ produzir provas, a sua competente é dizer se foi legal e regular o trâmite do processo", afirmou Renan, ao considerar que a comissão "desbordou do seu papel regimental". Para ele, esse papel cabe ao Conselho de Ética - colegiado que anteriormente tinha se manifestado a favor da perda de mandato de Delcídio.

Aloysio Nunes Ferreira rebateu Renan em plenário. "Vossa Excelência não tem como me censurar aqui não", disse. O peemedebista fez uma tréplica. "Se esta Casa procrastinar, como procrastinou a outra Casa, não vai contar com minha boa vontade de marcar a sessão", considerou.

Em plenário, o presidente da CCJ, o peemedebista José Maranhão (PB), disse não ter visto "nenhuma intenção secundária" de se garantir tempo para Delcídio. Ele disse que a votação sobre a produção de novas provas na CCJ foi praticamente unânime, exceto pela manifestação do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

Em resposta ao presidente da CCJ, que concordava em dar prazo a Delcídio, Renan disse que a biografia dele era "incomparável" à do ex-petista. "O espetáculo de colocar o senador Delcídio Amaral para votar o afastamento de Dilma é tão grande como esse do presidente da Câmara", criticou o presidente do Senado, numa referência à decisão do presidente interino da outra Casa Legislativa, Waldir Maranhão (PP-MA), de ter tentado anular a votação do impeachment de Dilma no mês passado.

O senador Romero Jucá (PMDB-RR) apresentou um requerimento de urgência para tentar votar a cassação de Delcídio diretamente em plenário, ignorando a decisão da CCJ de dar mais prazo para o ex-petista. Ainda não está fechado se o pedido de Jucá será atendido.

O senador Delcídio Amaral (sem partido - MS) voltou nesta segunda-feira, 9, ao Senado Federal, depois de mais de cinco meses de seu afastamento por prisão preventiva, para se defender do processo de cassação de seu mandato por quebra de decoro parlamentar na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Delcídio defendeu que o plano de fuga que traçou na gravação que foi usada pela Polícia Federal para prendê-lo em flagrante nunca se concretizou.

"A questão da fuga é um negócio mirabolante, mas não aconteceu nada. Eu não falei com nenhum ministro, as minhas agendas são públicas e deixaram claro que não houve nenhuma ação minha. Por mais absurda e inconsequente que tenha sido minha fala - a minha fala foi absurda -, mas nada aconteceu", argumentou o senador.

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Delcídio foi preso preventivamente em novembro do ano passado acusado de obstruir as investigações da operação Lava Jato. A principal prova usada pela Justiça foi uma gravação em que Delcídio supostamente traçava um plano de fuga para o ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró, também alvo da investigação. O áudio foi registrado pelo filho Bernardo Cerveró.

"É como se eu recebesse um filho de um amigo meu e, numa conversa em casa, ele fizesse uma gravação e usasse essa gravação contra mim", disse Delcídio. Ele também criticou a legitimidade da gravação, que foi feita por Bernardo, e não pela pessoa com quem ele conversava, no caso, o advogado de Cerveró. O senador, assim como sua defesa, reclamou que o Conselho de Ética não aceitou fazer uma perícia no áudio, para saber se ele foi editado ou cortado.

Segundo o senador, em dado momento da conversa, ele falava ao advogado de Cerveró da importância de "fazer o possível para deixar Nestor Cerveró tranquilo aqui". Para Delcídio, essa frase deixa claro que ele não tramava uma fuga, mas que ele nunca viu ninguém se referir a isso ao longo do processo.

Choro

Ao iniciar sua fala na comissão, Delcídio pediu desculpas "ao povo brasileiro e, principalmente, ao povo de seu Estado", Mato Grosso do Sul. Ele também agradeceu a sua família, esposa e filha, que durante esses meses "enfrentaram situações extremamente difíceis". Neste momento, o senador se emocionou e chorou. Ele disse que "assume o seu erro" e pediu perdão.

Após ouvir Delcídio, a CCJ deve votar o parecer do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), que defendeu que há constitucionalidade na cassação de Delcídio. Caso o parecer seja aprovado, a votação segue para o plenário, onde o senador pode ser afastado definitivamente.

Em depoimento à Procuradoria-Geral da República (PGR), anteontem, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se defendeu das acusações contra ele que constam na delação do senador Delcídio Amaral (sem partido-MS). Lula negou que teria participado do esquema para tentar impedir que o ex-diretor da Petrobrás, Nestor Cerveró, fechasse delação premiada no âmbito da Operação Lava Jato.

De acordo com Delcídio, Lula agiu para evitar a delação de Cerveró por meio da família do pecuarista José Carlos Bumlai. Segundo o senador, o ex-presidente comandou o esquema que culminou em sua prisão preventiva em novembro do ano passado. Delcídio disse que Lula estava por trás de uma oferta de mesada ao ex-diretor da estatal para que ele ficasse calado.

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Ouvido na condição de investigado pela Lava Jato, o ex-presidente teria afirmado aos procuradores da força-tarefa ter uma relação apenas institucional com o senador, e que não havia influenciado na indicação de Delcídio para ser líder do governo no Senado.

Lula teria afirmado aos investigadores que Delcídio mentiu ao afirmar que ele teria selado a indicação de Cerveró. Segundo o petista, as indicações são responsabilidade do Conselho Administrativo da Petrobrás. De acordo com Delcídio, no entanto, Cerveró teve o apoio do ex-presidente para assumir a diretoria da Petrobrás. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou nesta sexta-feira, 01, a análise de um mandado de segurança ajuizado na quinta-feira (31) pelo deputado federal Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) para incluir a delação do senador Delcídio Amaral (PTB-SP) no pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Rosa explicou que, segundo a jurisprudência do Supremo, mandados de segurança só cabem quando o autor da ação é beneficiário direto do ato questionado. "Desse modo, o impetrante não se desincumbiu de modo adequado do ônus que lhe cabia", argumentou. "A controvérsia fundada na admissão ou não de específico documento como parte do acervo relacionado ao trabalho ainda em curso da Comissão Especial (do impeachment) diz respeito à organização interna de suas atividades, ausente elemento jurídico de conexão entre o ponto e a própria disciplina do rito do impeachment", defendeu a ministra.

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De acordo com Faria de Sá, "o documento se mostra imprescindível para esclarecer a denúncia quanto à participação da denunciada (Dilma) no esquema de corrupção da Petrobras". O deputado pedia para que o Supremo suspendesse uma decisão do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do presidente da comissão do impeachment, Rogério Rosso (PSD-DF), para tirar do pedido contra a presidente a delação do senador.

Cunha ratificou a decisão da comissão de retirar o depoimento de Delcídio do pedido e se justificou dizendo que as informações do senador apenas corroboram com os fatos atribuídos a Dilma, cabendo ao colegiado responsável pela análise do pedido do impeachment avaliar se elas são pertinentes ou não. Faria de Sá contesta Cunha, e afirma que o relato do senador não serve apenas para corroborar com as provas dos crimes de responsabilidade cometidos por Dilma, mas para esclarecê-los.

Um dos argumentos do governo contra a inclusão do depoimento de Delcídio é de que a aprovação do pedido de impeachment da presidente com base na delação pode justificar a abertura de pedidos de cassação de mandato de outros políticos citados pelo senador que apoiam a saída de Dilma, como o vice-presidente Michel Temer, o senador Aécio Neves (PSDB-RJ) e o próprio Cunha.

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) protocolou no início da semana na Câmara um novo pedido de impeachment em que inclui as acusações feitas contra a petista por Delcídio. Se o pedido for aceito por Cunha, uma nova comissão de deputados precisará ser eleita para analisá-lo, o que possivelmente só aconteceria após o resultado dos trabalhos da primeira comissão.

Segundo Delcídio, a presidente teria tentado interferir nas investigações da Operação Lava Jato em ao menos três vezes. O pedido da entidade também trará as denúncias sobre as pedaladas fiscais e a renúncia fiscal autorizada para a realização da Copa do Mundo de 2014, que já integram o pedido atual em análise pelos parlamentares.

A senadora do PT, Gleisi Hoffman publicou em sua conta no Facebbok, um longo texto sobre o teor da delação premiada , na Operação Lava Jato, de seu colega Delcídio Amaral. A petista, citada pelo senador, avalia que o documento de 254 páginas, contém muitas avaliações, ilações e mas “pouco de concreto”. A delação, homologada pelo SUpremo Trinbunal Federal (STF), foi divulgada nesta terça-feira (16). 

A respeito do que a delação contém sobre a senadora, ela argumenta que “os comentários feitos são de ‘roda de conversa’, sem nenhuma responsabilidade ou indício de qualquer ilícito. Estão mais para fofocas de ‘ouvi dizer’.”, pontua. 

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Gleisi também contesta o teor do que foi apresentado, uma vez que o depoimento do senador foi gravado e faz alguns questionamentos. O primeiro: “Qual é o indício, prova de que essa tal de Consist "manteve" meu mandato ou atuou como braço financeiro? Era importante que o senador apontasse concretamente o fato que dá base a esse comentário, mostrasse as provas incontestáveis a que se referiu”. 

Em seguida ela interroga: “E sobre a Itaipu, o que tem Delcidio para apontar? Não decidi sobre nenhum "claim" de obra. Todas as decisões sobre contratos eram tomadas pela diretoria da empresa com base em pareceres jurídicos. Desafio qualquer pessoa a apontar irregularidade praticada por mim em obras da Itaipu.”

No texto de explicação aos seus eleitores, a senadora ainda se refere a suposta negociação no Porto de Santos, em São Paulo. “E Porto de Santos? Qual área que indiquei, negociei, intervi? É público e notório que coordenei na Casa Civil a elaboração do novo Marco Regulatório dos Portos, que aliás tem proporcionado muitos investimentos para o país”. 

Confira o texto publicado pela petista na íntegra:

A DELAÇÃO DE DELCÍDIO

Ontem não tive condição de abordar com profundidade este tema, que saiu com o furor de denúncia em toda a imprensa, trazendo inclusive citações ao meu nome. Estávamos votando uma matéria importante, a Lei de Responsabilidade das Estatais, voltada a garantir transparência, governança e prestação de contas desses órgãos com base nas melhores práticas de gestão. Eu estava responsável por nossa bancada para acompanhar a discussão e votação, o que nos manteve no plenário do Senado até quase às 22 horas.

Mas hoje quero falar sobre a delação de Delcídio, que foi recebida pela mídia e opinião pública como verdade absoluta e já divulgada em tom de condenação das pessoas citadas.

São 254 páginas de texto, com muitos comentários, ilações, avaliações, mas pouco de concreto, não se mostrando fatos temporais e situações que embasassem o que ele falou.

A meu respeito, que é sobre o que quero me deter para prestar esclarecimentos ao meu Estado e eleitores, os comentários feitos são de “roda de conversa”, sem nenhuma responsabilidade ou indício de qualquer ilícito. Estão mais para fofocas de “ouvi dizer". Entretanto, viraram notícia com grande alarde nos meios de comunicação do Paraná, como se eu estivesse envolvida em um escândalo de desvios financeiros. São poucas as linhas em que Delcídio se refere a mim.

Antes de tudo, importante informar que o documento divulgado como delação do senador Delcídio foi uma prévia apresentada aos investigadores para a base da delação premiada que ele fez, oralmente, segundo a justiça. Todavia, pelo que sei, essa prévia não foi confirmada em seu depoimento, que foi gravado e onde o Senador apenas explicou que é isso que se ouve falar a meu respeito, e que não teria nada mais a acrescentar.

De qualquer forma, com base no que foi divulgado eu pergunto: Qual é o indício, prova de que essa tal de Consist "manteve" meu mandato ou atuou como braço financeiro? Era importante que o senador apontasse concretamente o fato que dá base a esse comentário, mostrasse as provas incontestáveis a que se referiu. Suas afirmações, como apresentadas, estão baseadas em notícias de jornais que já divulgaram esse tema e sobre os quais já dei explicações e informações. Reafirmo: não conheço, não tive e nem tenho nenhuma relação com a Consist.

E sobre a Itaipu, o que tem Delcidio para apontar? Não decidi sobre nenhum "claim" de obra. Todas as decisões sobre contratos eram tomadas pela diretoria da empresa com base em pareceres jurídicos. Desafio qualquer pessoa a apontar irregularidade praticada por mim em obras da Itaipu.

E Porto de Santos? Qual área que indiquei, negociei, intervi? É público e notório que coordenei na Casa Civil a elaboração do novo Marco Regulatório dos Portos, que aliás tem proporcionado muitos investimentos para o país. Todas as propostas de licitações de áreas em portos organizados foram feitas pela Secretaria de Portos, com acompanhamento da Antaq. Enquanto eu era ministra da Casa Civil nenhuma licitação em porto organizado foi feita. Basta lembrar que o processo ficou dois anos no Tribunal de Contas da União. Foi liberado quase no final no ano passado, quando eu já estava no Senado.

Meu marido, Paulo Bernardo, não é meu operador financeiro. É meu marido, e como tal, colabora em tudo que faço, participando de minha vida no âmbito familiar e público.

Quanto às minhas relações de governo e de partido, tenho muitas, inclusive tinha com o senador Delcidio. Isso não quer dizer que participei ou compactuo de qualquer delito ou mal feito executado por essas pessoas.

Vou esperar a divulgação completa do vídeo que, infelizmente, vazou para a imprensa de forma seletiva.

Sobre isso, inclusive, estou apresentando Projeto de Lei que determina tornar público de imediato qualquer processo vazado seletivamente.

 

Gleisi 

A divulgação dos termos de delação premiada de Delcídio Amaral (PT-MS) nesta terça-feira, 15, só foi possível por um acordo entre o senador e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para levantar o sigilo do depoimento antes dos 180 dias inicialmente previstos.

O prazo mínimo, pactuado "no interesse da defesa e enquanto necessário à efetividade das investigações", estava previsto na 10ª cláusula do acordo de colaboração.

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O objetivo, segundo os investigadores, seria preservar as apurações, principalmente sobre o suposto envolvimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na tentativa de impedir que o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró falasse o que sabe. A participação de Lula no episódio é citada em um dos anexos da delação de Delcídio.

O senador, no entanto, interpretou que, pelo acordo, os nomes citados não seriam investigados no período. De acordo com fontes que acompanham as investigações, ele relatou esse entendimento a um auxiliar do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, responsável pela homologação do acordo. O petista também tinha o interesse em manter as informações ocultas para evitar que seus pares no Senado reagissem às denúncias, acelerando seu processo de cassação.

Para evitar que as divergências causassem problemas à homologação do acordo, a PGR e o senador concordaram em excluir a regra. As duas partes também entenderam que, diante do vazamento dos depoimentos na imprensa, não faria mais sentido manter o sigilo.

"A cláusula 10ª não foi pactuada com o escopo de impedir atividade investigatória, nem de obstar o compartilhamento das provas com outras instâncias responsáveis pelos esclarecimentos dos fatos durante o prazo nela pactuado. O objetivo foi, apenas, evitar, no interesse da investigação e para segurança do colaborador, que os fatos por ele tratados no acordo fossem tomados públicos", diz documento conjunto, assinado por Janot e advogados de defesa de Delcídio.

"Em face da recente modificação do contexto fático, com o vazamento parcial de parte dos anexos dos acordos que serviram de base para os termos prestados pelo colaborador, os signatários, em homenagem ao princípio da transparência, concordam em abrir mão do sigilo antes do prazo pactuado", acrescenta o documento.

A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República divulgou nota nesta terça-feira, 15, rechaçando o envolvimento da presidente Dilma Rousseff no que chamou de ações pessoais do ministro da Educação, Aloizio Mercadante.

"A presidenta da República, Dilma Rousseff, repudia com veemência e indignação a tentativa de envolvimento do seu nome na iniciativa pessoal do ministro Aloizio Mercadante, no episódio relativo à divulgação, feita no dia de hoje, pela revista Veja", diz o texto.

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O acordo de delação premiada do senador Delcídio Amaral, homologado na segunda-feira, 14, pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e divulgado nesta terça-feira, 15, no site da Corte, informou que Mercadante prometeu dinheiro e ajuda para que Delcídio deixasse a prisão e escapasse do processo de cassação de mandato no Senado. Além disso, segundo a delação, Delcídio afirmou acreditar que o ministro agia como emissário da presidente Dilma. De acordo com o ex-líder do governo no Senado, Mercadante era um dos poucos que possuíam a confiança da presidente, e que teria dito que "se ela tiver que descer a rampa do Planalto sozinha, eu descerei ao lado dela".

'Caráter pessoal'

Em coletiva de imprensa nesta terça-feira, Mercadante enfatizou que sua conversa com o assessor do senador Delcídio Amaral, José Eduardo Marzagão, teve caráter estritamente pessoal e não foi feita com o conhecimento da presidente Dilma. "A presidente não tem nenhuma responsabilidade. A responsabilidade é inteiramente minha", disse.

A orientação para que Mercadante desse uma coletiva de imprensa partiu da presidente Dilma, que chamou o ministro para uma reunião mais cedo no Palácio do Planalto na qual cobrou explicações sobre as notícias da delação do senador.

Em conversas reservadas, auxiliares da presidente dizem que a notícia divulgada pelo site da Veja, envolvendo Mercadante, deixou o Planalto sob alerta. A delação de Delcídio foi considerada "explosiva" por dois ministros ouvidos pelo Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

Na avaliação de interlocutores de Dilma, a crise política se agrava dia após dia e o governo está tão fragilizado que todas as denúncias, sejam elas verdadeiras ou não, esquentam ainda mais o processo de impeachment. A presidente também se reuniu nesta terça-feira, no Palácio do Planalto, com os ministros Jaques Wagner (Casa Civil), Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo), José Eduardo Cardozo (Advocacia-Geral da União) e com o assessor especial Giles Azevedo.

O ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, falecido em 2014, é citado na delação premiada do senador Delcídio do Amaral (sem partido). De acordo com o depoimento do senador, Campos fez lobby para a escolha dos fornecedores da Usina de Belo Monte. Ele defendeu a contratação da empresa argentina Impsa que tinha uma subsidiária no Complexo Portuário de Suape, em Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife (RMR). 

Segundo Delcídio, a Impsa “contava com o maior lobby a seu favor, tendo o suporte politico do falecido Eduardo Campos”. “A influencia direta do ex-governador Eduardo Campos a favor, especificamente, da Impsa. De todos os concorrentes, a Impsa era única com cadeira cativa. Ao longo do fornecimento dos equipamentos, ficou demonstrada a inaptidão da Impsa em fazer frente a um desafio dessa envergadura”, detalhou. O contrato com a Usina Belo Monte era de R$ 800 milhões, mas foi cancelado.

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A empresa integrava o grupo de fornecedores nacionais ao lado da SIEMENS, ALSTOM e IESA. Todas escolhidas pelo ex-ministro da Fazenda, Antônio Palocci, e a ex-secretária-executiva da Casa Civil, Erenice Guerra. 

A sede da argentina Impsa foi instalada em Pernambuco em 2008, naquele ano ela foi batizada de Wind Power. Ela fabricava equipamentos eólicos e turbinas, mas declarou falência após conquistar uma dívida de mais de R$ 2,5 bilhões junta aos bancos. 

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