O meio-campista inglês Dele Alli, do Everton, que disputa o Campeonato Inglês, concedeu uma forte entrevista ao programa "The Overlap", do canal Sky Max, no qual abriu o coração e revelou momentos difíceis da sua infância ao ex-jogador Gary Neville. O atleta revelou que foi abusado sexualmente por uma amiga da mãe quando tinha somente seis anos e que começou a traficar drogas aos oito.
"Uma amigo da minha mãe, que ia muito em nossa casa, abusou de mim. Minha mãe era alcoólatra e isso aconteceu quando eu tinha seis anos. Eles me mandaram para a África para aprender disciplina e depois me mandaram de volta (para a Inglaterra)", disse o jogador de 27 anos, que tem pai nigeriano.
##RECOMENDA##"Fui forçado a traficar drogas aos 8 anos. Fui pendurado em uma ponte aos 11 anos de idade por um homem, querendo me matar. Aos 12 anos, fui adotado", contou.
Dele Alli despontou para o futebol com a camisa do Tottenham e acumulou passagens pela seleção inglesa. Tratado como um jogador promissor, a carreira do meia não decolou e passou a não ser mais convocado para defender a Inglaterra nos últimos anos. O jogador revelou que teve problemas de saúde mental durante o período, abusou do consumo de álcool e de remédios.
"Passei seis semanas em uma clínica de reabilitação, para superar meus problemas de saúde mental e meu vício em pílulas para dormir", revelou. "Levantei numa manhã em que tinha que ir treinar, lembro que me olhei no espelho e perguntei a mim mesmo se podia me aposentar já. Isso aos 24 anos, enquanto fazia o que gostava. Foi de partir o coração", disse.
Em outros momentos da entrevista, Dele Alli comentou sobre a relação com treinadores, revelando que foi chamado de preguiçoso por José Mourinho e que o argentino Maurício Pochettino, atualmente no Paris Saint-Germain, foi uma das pessoas mais importantes na sua carreira.
Ao divulgar a entrevista, o próprio Gary Neville afirmou que ficou emocionado com as declarações de Dele Alli e disse que foi "a conversa mais emocionante, difícil e inspiradora" que já teve na vida.
No Everton desde 2022, o meio-campista disputou a última temporada emprestado para o Besiktas e retornou ao clube em abril para tratar um problema no joelho. Ele estava no elenco da Inglaterra que conquistou o quarto lugar na Copa do Mundo da Rússia e balançou as redes diante da Suécia, nas quartas de final. Ele não atua pela seleção inglesa desde 2019.