Com a proposta de comparar diferentes tipos de deslocamentos urbanos em horário de pico, nesta terça (20), aconteceu a quinta edição do Desafio Intermodal (DIM). O evento tem o intuito de fazer com que as pessoas repensem a mobilidade da capital pernambucana. Cinco prefeituráveis do Recife e o vice de Simone Fontana (PSTU) participaram do desafio que iniciou do Marco Zero, no Bairro do Recife, às 18h, até a Praça de Casa Forte, na Zona Norte. 

Daniel Coelho (PSDB), que ficou com o modal “a pé” foi o último a chegar. Ele fez o percurso no tempo de 1h17 minutos. Edilson Silva (Psol) percorreu o trajeto com “bicicleta normal” e terminou o percurso em 40 minutos. O candidato José Mariano (PSTU), vice na chapa de Simone Fontanta (PSTU), gastou cerca de 1h08 minutos e Carlos Augusto (PV) finalizou em 42 minutos.

Já os candidatos João Paulo (PT) e Priscila Krause (DEM) despertaram novamente para a polêmica envolvendo o uber e os táxis. João Paulo, que utilizou o táxi fez a trajetória em pouco mais de 46 minutos e gastou o valor de R$ 31 reais. Já a democrata, que fez o deslocamento por meio de Uber num tempo de 52 minutos, pagou o valor de R$ 46 reais. O uber ficou no último colocado na classificação.

A Associação Metropolitana de Ciclistas do Grande Recife (Ameciclo), uma das entidades organizadoras do evento, explicou por meio do membro Daniel Valença que a classificação leva em consideração quatro fatores: o tempo, o custo, as emissões de gases e o gasto energético (este último considerado fator positivo).

“A classificação, que é feita de forma proporcional, também leva em conta o modal que beneficia não só a pessoa que a está usando, mas a cidade como um todo. O uber fico em último lugar porque, além da tarifa dinâmica alta enquanto existem muitos que o custo de deslocamento é zero, eles poluem o dobro da moto e de nove a dez vezes a mais do que o ônibus porque nesse último é um veículo compartilhado. Os que não possuem custo e não poluem saem na frente”, acrescentou Valença.

Na ocasião os candidatos fizeram suas avaliações e lançaram propostas na área da mobilidade urbana. Confira:

João Paulo (PT) - “Ficou comprovado que utilizar a bicicleta é bom para a saúde e para a economia e também para as pessoas que não conseguem pagar ônibus e muito menos táxi, que seriam privilegiadas se houvesse uma política de ciclovias para os trabalhadores. Nós já tivemos como prioridade isso e, a partir do dia dois de outubro, será novamente. Primeiro, o pedestre, as calçadas e as bicicletas para que possamos dar uma situação de maior conforto para a nossa população”, afirmou.

Daniel Coelho (PSDB) – “Nas calçadas, temos que rever a legislação atual, uma lei implementada pelo ex-prefeito João Paulo e que Geraldo Julio manteve onde a prefeitura deixou de ter responsabilidade da calçada e passou, exclusivamente, a responsabilidade para o proprietário do imóvel. Vamos rever e assumir que a prefeitura tem responsabilidade com a calçada e, em parceria com o proprietário do imóvel, resolver o problema, além de vermos a questão da padronização das calçadas”, pometeu.

Priscila Krause (DEM) - “Foi uma experiência valida que reforça a necessidade de buscar soluções para a mobilidade. A opinião do Uber e táxi é a de que eles convivam, que coexistam como uma possibilidade justa de competição. O Uber precisa ser regulamentado e o táxi precisa ter, em certa medida, a sua legislação revista para que se possa trazer equilíbrio e não ter esse clima de guerra que existe hoje colocando pais de família contra pais de família”, avaliou.

Edilson Silva (Psol) - “A bicicleta é importante e já é um modal utilizado por mais de 20% dos recifenses para trabalhar e estudar e deve ser defendido como um meio de transporte a ser massificado e também é preciso oferecer a infraestrutura para guardá-las”, dfendeu.

Carlos Augusto (PV) – “Foi uma experiência boa, que espero que os resultados sirvam para que construamos políticas públicas para melhorar a qualidade do nosso trânsito, pois, entendo que foi um desafio importante para a cidade e para nós como cidadãos já que um de nós será eleito prefeito da cidade e sensibilidade", ponderou.

José Mariano (Vice de Simone Fontana (PSTU) - “Temos propostas na área de mobilidade e implantação de corredores da faixa azul e também queremos garantir o transporte coletivo ampliando as linhas de metrô em todas as áreas da cidade, como também garantir passagem para estudantes e desempregados proporcionando melhor qualidade de vida”, assegurou.

Veja a classifica dos melhores modais da quinta edição do Desafio Intermodal:

1. Pedestre correndo;

2. Bicicleta (passo rápido);

3. Skate;

4. Bicicleta (passo normal);

5. Patins;

6. Bicicleta compartilhada;

7. Bicicleta elétrica;

8. Pedestre andando;

9. Motocicleta;

10. Onibus

11. Carro

12. Táxi

13. Uber

Nesta segunda-feira (21), às 18h, pedestre, bicicletas, ônibus, táxis e motos vão disputar o título de melhor modal do Recife. Interessados ainda podem se voluntariar, acessando o grupo do evento no Facebook.

Na quarta edição do Desafio Intermodal, os participantes vão da Praça do Marco Zero, na área central, até a Praça de Casa Forte, na Zona Norte da capital. Esta é a primeira vez que o desafio segue para a Zona Norte. Nas edições anteriores, o destino era sempre a zona sul, no Shopping Recife.

O coordenador de comunicação da Associação Metropolitana de Ciclistas do Grande Recife (Ameciclo), Roderick Jordão, destaca que quem chega primeiro não é, necessariamente, o vencedor da disputa. “Outros critérios são apurados. A gente analisa muito o aspecto ambiental”, ressalta. Após a disputa também são analisados o quanto de gás carbônico foi lançado na atmosfera e quanto de combustível, dinheiro e energia calórica foram gastos. 

Nas duas primeiras edições, lembra Jordão, o título ficou com a bicicleta. Em 2014, a vitória ficou com o patins, seguido do pedestre e da bicicleta.