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A tempestade Daniel, que atingiu a Líbia no fim de semana, matou 5,3 mil pessoas e deixou mais de 10 mil desaparecidos, de acordo com a Cruz Vermelha. Pelo menos 1,3 mil vítimas foram identificadas e enterradas ontem, mas centenas estão empilhadas em cemitérios e poucos sobreviveram para identificar os cadáveres.

O rompimento de duas barragens agravou a tragédia. A cidade portuária de Derna foi a mais atingida. Tariq al-Kharraz, porta-voz da administração que controla o leste da Líbia, disse que bairros inteiros foram arrasados, com muitos corpos arrastados para o mar. O número total de mortos, segundo ele, pode jamais ser conhecido.

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"Há corpos espalhados por toda parte - no mar, nos vales, sob os edifícios", disse Hichem Chkiouat, ministro da Aviação Civil do governo que controla o leste da Líbia. "Não estou exagerando quando digo que 25% da cidade de Derna desapareceu. Muitos edifícios desabaram."

A cidade tem 90 mil habitantes e é cortada pelo Wadi Derna, um rio sazonal que corre das terras altas, no sul, em direção ao Mar Mediterrâneo. O vale era protegido de inundações por barragens. Na noite de domingo, duas represas se romperam, provocando uma violenta enxurrada que foi levando tudo o que encontrava pela frente nas duas margens do rio.

Divisão

O rompimento das duas barragens no Wadi Derna é a demonstração do colapso da infraestrutura da Líbia depois da morte do ditador Muamar Kadafi e mais de uma década de guerra civil. Um dos países mais ricos em petróleo do mundo está dividido entre duas facções rivais: uma no leste e outra no oeste, cada uma apoiada por diferentes milícias e governos estrangeiros.

O Governo de Unidade Nacional (GNU), com sede em Trípoli, controla o oeste da Líbia. Seu líder, Abdul Hamid Dbeibeh, tem o reconhecimento da maior parte da comunidade internacional e recebe apoio da Turquia.

Já o Governo de Estabilidade Nacional (GEN), com base em Tobruk, liderado pelo general Khalifa Haftar, comanda o Exército Nacional Líbio (ELN) no leste do país - onde ocorreram as enchentes. O GEN tem apoio dos mercenários russos do Grupo Wagner.

A falta de um governo central atrapalha os investimentos em estradas e serviços públicos na Líbia. Durante anos, Derna foi ocupada por militantes islâmicos, até ser capturada pelo general Haftar, em 2019.

Tempestade

A enorme quantidade de chuva é resultado de um sistema muito forte de baixa pressão que provocou inundações catastróficas na Grécia, Turquia e Bulgária, na semana passada, deixando 27 mortos. Classificada como um "fenômeno extremo em termos de volume de água", a tempestade Daniel deslocou-se para o Mediterrâneo antes de se transformar em ciclone tropical. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governo brasileiro compareceu ao debate do Comitê de Desaparecimentos Forçados, da Organização das Nações Unidas (ONU), em Genebra, nesta segunda-feira (13). É a primeira vez que a organização examina a situação do desaparecimento forçado no Brasil, colocando pressão sobre o país em temas como a violência policial, presença de milícias e sobre a forma com a qual o Estado lida com as vítimas da ditadura. O exame ocorre uma semana antes da ida do presidente para a abertura da Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque.

Na ocasião, o governo de Jair Bolsonaro usou o debate para garantir que a democracia brasileira vive "sua plenitude" e atacou o que chama de "relativização da vida", numa referência ao aborto, segundo a coluna de Jamil Chade. Para apresentar o que tem sido feito no país, o Brasil destacou uma delegação de 20 pessoas, incluindo o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, Ministério da Justiça e Itamaraty.

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Mas, em sua apresentação diante dos membros do Comitê, a secretária nacional de Proteção Global (SNPG), Mariana Neris, fez questão de insistir em apontar para a situação nacional. Segundo ela, a democracia "vive sua plenitude" e a defesa dos direitos humanos é um dos pilares do estado. A declaração vem num momento em que o país é alvo de desconfiança internacional.

Na semana passada, a ONU fez um apelo para que o estado de direito fosse preservado no país, enquanto o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos alerta para os ataques contra instituições, entre elas o STF. O Comitê irá examinar a situação brasileira nos próximos dias e apontar para problemas que terão de ser lidado no que se refere ao combate ao desaparecimento forçado.

A declaração chama atenção, também, por ser similar à dada pelo tucano Aécio Neves, em 2016, quatro meses antes do impeachment de Dilma Rousseff. Em entrevista a jornais e agências de notícias internacionais, o então presidente nacional do PSDB disse que “na verdade, se há algo sólido hoje no Brasil são as nossas instituições democráticas. O Brasil vive um momento, sim, de inquietação política, mas com as nossas instituições funcionando na sua plenitude”.

A Polícia Federal mexicana prendeu nesta terça-feira Jose Luis Abarca, ex-prefeito da cidade de Iguala, no sul do país, junto com sua esposa, Maria de los Angeles Pineda. Os dois são acusados de terem ordenado os ataques realizados em 26 de setembro que deixaram seis estudantes mortos e 43 desaparecidos.

Abarca e a esposa foram presos na Cidade do México. O casal está sob a custódia do Gabinete do procurador-geral, onde eles estão dando declarações. Pelo menos 56 outras pessoas foram detidas até agora por envolvimento com o caso. O chefe de polícia de Iguala ainda está foragido.

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"A captura do Sr. Abarca pode nos dar pistas mais substanciais", afirmou Rogelio Ortega, governador do estado de Guerrero, onde fica Iguala. Ele assumiu o cargo na semana passada depois que seu antecessor, Anjo Aguirre, renunciou em meio ao escândalo.

Autoridades afirmam que Abarca ordenou uma ataque contra alunos de uma faculdade, acreditando que eles tinham como objetivo de interromper um discurso de Maria em um evento local. Investigadores dizem que o ataque foi realizado por policiais que trabalham com o cartel de drogas Guerreros Unidos. As autoridades dizem que Maria foi uma agente principal no cartel.

A busca pelos estudantes levou as autoridades para as colinas acima de Iguala, onde 30 corpos foram encontrados em valas comuns, mas não foram identificados até o momento como qualquer um dos alunos. Na semana passada, a procura voltou-se para um barranco perto de um depósito de lixo na cidade vizinha de Cocula, mas restos mortais ainda não foram identificados. Fonte: Associated Press.

A ONG Rio de Paz realiza, na manhã desta quarta-feira, 31, um ato público na Praia de Copacabana, na zona sul do Rio, em protesto contra os casos de desaparecimento não esclarecidos no Estado. Parentes do pedreiro Amarildo Souza, que desapareceu em 14 de julho após ter sido levado por PMs à Unidade de Polícia Pacificadora da Favela da Rocinha, também vão participar do ato.

Dez manequins cobertos com um tecido branco serão espalhados nas areias da praia, simbolizando os casos de desaparecimento registrados e não registrados em delegacia desde 2007. Segundo a ONG, são 35 mil casos de desaparecimento no Estado do Rio neste período.

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