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Pessoas neurodivergentes, que possuem funcionamento neurocognitivo atípico, como as diagnosticadas com TDAH, TEA e dislexia, comumente, enfrentam muitas barreiras no convívio social. Alguns desses entraves estão no ambiente escolar: faltam profissionais especializados, material pedagógico específico, programa de ensino personalizado.

Enxergando essas deficiências e em cumprimento ao princípio da isonomia, expresso na Constituição Federal, que diz que os desiguais devem ser tratados na medida de suas desigualdades, o deputado estadual Gilmar Júnior (PV) publicou dois projetos de lei. O PL 772/2023, cria a Política de Educação Inclusiva para atendimento de alunos neurodivergentes e estabelece diretrizes para a implementação de práticas de ensino personalizadas.

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Dentre as exigências: capacitação contínua dos profissionais, atendimento por equipe multidisciplinar e garantia de ensino para jovens e adultos que atingiram a idade adulta sem a devida escolarização.

“É preciso investir na formação da equipe pedagógica e na estrutura da escola para dar conforto e possibilidade de o aluno aprender com qualidade. Isso impacta, diretamente, na autoestima dele, na inclusão social e torna a experiência escolar prazerosa e produtiva. É preciso fornecer todas as ferramentas para que a pessoa com neurodivergência tenha mais chances de se tornar independente”, pontuou Gilmar Júnior.

Já o PL 778/2023 cria a Política de Atenção Integral e Diagnóstico às Pessoas Neurodivergentes na rede pública, para acompanhar, integralmente, o paciente. Os atendimentos especializados devem ser oferecidos na unidade de saúde mais próxima da residência do paciente.

“Essa política é bem ampla, porque objetiva acompanhar, com eficiência e agilidade, os casos confirmados ou suspeitos. Os familiares do paciente também são beneficiados pelo projeto, recebendo assistência psicológica, quando necessário. O universo da neurodiversidade precisa de soluções diferentes para as mais diversas e específicas necessidades. É preciso encarar a questão e agir nas lacunas e fragilidades da prestação dos serviços de saúde e educação”, concluiu o deputado.

*Da assessoria 

O Senado Federal sancionou a Lei 14.254, que garante o direito a estudantes com dislexia, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), ou outros transtornos de aprendizagem, a terem acompanhamento por período integral. A norma origina do PL 3.517/2019, aprovada no dia 9 de novembro também pelo Senado.

Na nova política, os alunos serão identificados precocemente, sendo encaminhados para diagnóstico e apoio educacional na rede de ensino, aliados a apoio terapêutico especializado na rede de saúde. Segundo a lei, o trabalho deve ser realizado em conjunto, envolvendo as escolas da educação básica das redes públicas e privadas, as famílias e dos serviços de saúde existente. Todos devem garantir o cuidado e proteção dos educandos de forma que permita o pleno desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social dos estudantes.

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A Lei também garante que as necessidades específicas do desenvolvimento de cada estudante serão atendidas pelos profissionais da rede de ensino em parceria com profissionais da rede de saúde. O serviço de saúde será incumbido de realizar um diagnóstico e elaborar um plano e acompanhamento com equipe multidisciplinar. A lei prevê ainda intervenção terapêutica caso seja necessário. Os professores terão acesso a ampla informação, inclusive, quanto aos encaminhamentos que devem ser tomados e a capacitação continuada desses estudantes.

Victoria Beckham fez um grande desabafo para um jornal britânico chamado Financial Times, onde ela diz ter chegado a uma conclusão sobre acreditar que ela mesmo e os filhos acabaram herdando uma certa dificuldade de aprendizado. Ela chegou a concluir sobre isso porque nenhum deles têm um ótimo e exemplar desempenho escolar.

A ex-Spice Girls e David Beckham são pais de Brooklyn de 20 anos de idade, Romeo de 16 anos de idade, Cruz de 14 anos de idade e de Harper Seven, de apenas 7 anos de idade. Ainda durante a publicação, a artista revelou que os três garotos se sentem extremamente culpados por não seguirem a carreira de jogador de futebol do pai.

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- Os três garotos tinham contratos com o Arsenal [um dos clubes mais importantes da Premier League]. Eles tinham a intenção de ser jogadores, então assinaram contratos muito cedo. E eram muito bons, disse a mãe coruja que lamentou como todos acabaram desistindo do esporte.

Os meninos (que são mais velhos) decidiram então trilhar caminhos diferentes e estão cada vez mais tentando ser alguém na vida. Brooklyn que é o mais velho e que foi o primeiro a desistir dos passos do pai, agora está fazendo cursos de fotografia. Romeo que também desistiu do futebol, mas não do esporte. Agora o filho de Beckham está jogando tênis todos os dias. O último a desistir foi Cruz que pretende futuramente se lançar na carreira musical.

Pesquisadores franceses acreditam ter encontrado uma causa anatômica e aparentemente tratável da dislexia, que estaria localizada em minúsculas células receptoras de luz nos olhos - revela um estudo divulgado nesta quarta-feira (18).

Entre as pessoas que não estão afetadas por essa disfunção que afeta a leitura, esses receptores não têm a mesma forma em ambos os olhos: são assimétricos.

Quando o sujeito vê uma imagem, o cérebro escolhe o sinal enviado pelo olho dominante - o ser humano tem um que prevalece sobre o outro - para recriá-la.

Já nos disléxicos essa zona é simétrica nos dois olhos, segundo o estudo publicado na revista "Proceedings of the Royal Society B".

Isso faz o cérebro ter a incapacidade de escolher entre os dois sinais enviados por ambos os olhos, o que explicaria a confusão que os disléxicos sofrem na hora de ler e escrever, por exemplo, as letras "b" e "d".

"Nossas observações nos permitem pensar que encontramos uma causa potencial da dislexia", disse à AFP um dos autores do estudo, Guy Ropars, da Universidade francesa de Rennes.

Além disso, "tanto para as crianças quanto para os adultos", o "diagnóstico é relativamente simples", já que é determinado observando os olhos, afirmou.

Ropars e seu colega Albert Le Floch chegaram a essas conclusões, comparando dois grupos de 30 estudantes - um disléxico, e outro, não.

Seu tratamento também pode estar ao alcance da mão: "Descobrimos que há um intervalo de tempo entre a imagem primária", vista pelo olho, "e a imagem-espelho", recriada pelo cérebro, "e isso nos permitiu desenvolver um método para borrar a imagem-espelho que tanto confunde os disléxicos", mediante uma lâmpada LED.

Alguns dos participantes afetados por essa disfunção chamaram-na de "lâmpada mágica", embora os pesquisadores tenham advertido que são necessários novos estudos para confirmar que a técnica realmente funciona.

"Existem outras possibilidades de tratamento para compensar essa simetria, utilizando a plasticidade do cérebro. Certamente, (no futuro) poderão ser adaptadas pelos médicos", afirmou.

A dislexia afeta cerca de 700 milhões de pessoas no mundo, ou seja, uma em cada dez.

A dislexia, uma dificuldade para ler e compreender o idioma, seria resultado de uma má conectividade entre duas regiões do cérebro, revelou nesta quinta-feira uma pesquisa que lança nova luz à origem deste transtorno neurológico que afeta 10% da população mundial. Durante várias décadas, neurologistas e psicólogos atribuíram este problema de aprendizagem a uma representação mental defeituosa das palavras, inclusive fonemas, elementos sonoros característicos da língua, disse Bart Boets, autor principal do estudo publicado na revista americana Science.

Para confirmar esta hipótese, os cientistas examinaram com uma ressonância magnética (RM) 45 estudantes de 19 a 32 anos, 23 dos quais eram severamente disléxicos, para obter imagens tridimensionais do seu cérebro quando escutavam diferentes séries de sons. "Assim foi possível obter um bom registro neuronal de representações fonéticas" dos sons escutados, explicou Boets, um psicólogo da Universidade Católia de Lovaine, na Bélgica.

Os participantes, de língua flamenga e todos destros, escutaram uma série de sons diferentes como "ba-ba-ba-ba" e deviam identificar o que era diferente, um exercício que, segundo os cientistas, requer uma boa representação mental dos diferentes fonemas. Os cientistas descobriram que as respostas do grupo de disléxicos e a intensidade de suas reações neuronais foram similares aos do grupo de controle. "Suas representações fonéticas mentais estavam perfeitamente intactas", disse Boets.

Mas os participantes disléxicos foram aproximadamente 50% mais lentos para responder, segundo os cientistas.

Acesso defeituoso à região cerebral dedicada à linguagem

Quando analisaram a atividade geral do cérebro, os autores do estudo descobriram que os disléxicos tinham uma coordenação menor entre treze regiões do cérebro que têm a ver com os sons básicos e a Área de Broca, uma das principais responsáveis ao processamento da linguagem. Outras análises revelaram que quanto mais frágil a coordenação entre estas duas regiões cerebrais, mais lenta a resposta dos participantes.

Isto demonstra que a causa da dislexia não é uma má representação mental dos fonemas, mas um acesso defeituoso destes sons na região do cérebro que processa o som, concluíram os autores. Para Frank Ramus, um cientista especialista neste tema na École Normale Supérieure de Paris, que não participou deste estudo, "esta é a pesquisa mais conclusiva em cinco anos" sobre a dislexia. "Se estes resultados se confirmarem vão mudar completamente nossa compreensão da dislexia", disse em um artigo à parte, publicado na Science.

No entanto, outros especialistas se mostram mais céticos. Michael Merzenich, neurologista da Universidade da Califórnia em San Francisco (oeste dos EUA), disse não estar convencido de que a atividade neuronal medida no estudo seja representativa dos diferentes fonemas ouvidos. Para Iris Berent, linguista da Universidade Northeastern em Illinois (norte dos EUA), também citada em um artigo da revista Science, as diferenças nos sons usados neste estudo foram muito óbvias.

Um método mais preciso seria provar contrastes mais sutis entre os sons ambíguos com os quais os disléxicos têm a maior dificuldade, disse, em desacordo com Boets e Ramus. Mas, segundo Ramus, "a RM teria mostrado se os disléxicos tinham uma representação defeituosa" dos fonemas escutados, inclusive se não tivesse diferenças mais sutis entre eles.

Boets já vislumbra um novo tratamento potencial para restaurar a conectividade normal entre as duas regiões do cérebro, que são aparentemente a causa da dislexia. "Não é inconcebível usar algum tipo de estimulação elétrica não invasiva do cérebro para restaurar a comunicação entre estas duas regiões do cérebro", disse o pesquisador.

A dislexia apresenta vários sintomas, tais como dificuldade de leitura, escrita ou soletração de palavras, que geralmente são identificados nas escolas. Visando debater o tema, a fonoaudióloga e mestre em linguística, Andrea Carla Lima Coelho, realizará, na próxima segunda-feira (5), uma palestra.

O evento será no horário das 17h, no auditório 2 da Faculdade dos Guararapes (FG). A ação será aberta ao público. A instituição de ensino fica na Rua Comendador José Didier, 27, no bairro de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife. Mais informações sobre a palestra podem ser conseguidas pelo telefone (81) 3461-5555.

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