[@#galeria#@]
Em evento nesta sexta-feira (4), o Governo de Pernambuco anunciou um acordo para a conclusão da dragagem do Porto de Suape, no Litoral Sul do estado. O mais importante do Nordeste, o porto local apresentava limitações há mais de uma década, por não possuir profundidade suficiente para a participação em rotas de navios maiores. A dragagem é um processo de escavação e desassoreamento que ajuda a expandir estruturas que dependem de canais aquáticos.
##RECOMENDA##No caso de Suape, a obra será realizada em parceria com a Van Oord, empresa holandesa especializada que já havia iniciado o processo há cerca de 10 anos.
Desde 2012, a dragagem estava suspensa, em função de uma ação judicial envolvendo ONGs ambientais, além de questões financeiras e fiscais com o Estado dos Países Baixos. A aprovação se deu através de pacto com a Petrobras e a finalização do processo deve levar cerca de cinco meses.
“É uma grande honra participar desse momento depois de uma longa jornada para resolver essa questão, que envolvia também questões bilaterais do Porto de Suape e dos Países Baixos. A Van Oord sempre acreditou nesse imbróglio e na retomada dessa obra”, disse Erick Aeck, diretor da Van Oord no Brasil, durante o evento.
Participaram da solenidade o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), que teve a dragagem como um dos seus últimos feitos no Governo; o presidente do Complexo Industrial Portuário Governador Eraldo Gueiros – Suape, Humberto Gusmão, que cumpre seu último dia no cargo nesta sexta-feira (4); além de secretários e parlamentares representando Ipojuca e Cabo de Santo Agostinho.
“[Em outubro] Vimos um debate sem Suape e gente que não conhece Suape, falando do porto, que é o principal polo de desenvolvimento do nosso estado. Pernambuco tomou a decisão, em 2007 e em 2019 de ter uma maior participação industrial no país. Precisamos de planejamento estratégico para dimensionar o que Pernambuco será até 2050”, afirmou Gusmão.
E acrescentou: “Assim, antecipando muitos dos compromissos e contratos já assumidos. Quando assumimos os protocolos com o terminal de minério e que a maior navio viesse para cá, trazendo rotas de longo curso que não existiam no Nordeste, assumimos também o compromisso de ter menos 20 metros no Porto”.
Suape é réu numa ação que corre na Holanda, onde o governo cobra uma indenização cujo valor da causa se aproxima de R$ 800 milhões por falta de pagamento das parcelas de operações da dragagem parcialmente concluída, no início da licitação. O acordo entre as partes prevê uma indenização de aproximadamente R$ 400 milhões, onde a Van Oord e o Estado dos Países Baixos retiram a acusação e a empresa conclui a obra usando uma nova tecnologia que não necessita de explosões para a escavação, causando menor impacto ambiental.
'O litígio terminou indo para a justiça e resultou numa obra paralisada. Tivemos a capacidade de negociar, o cenário econômico mudou muito nos últimos 10 anos, mas soubemos priorizar. Já começaremos no mês de novembro e em cinco meses teremos a obra concluída. Ou seja, Suape se torna competitivo em nível mundial", adicionou Paulo Câmara.