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A edição deste sábado (4) do Diário Oficial de Pernambuco trouxe a publicação de decreto assinado pela governadora Raquel Lyra (PSDB), que transforma 61 das escolas estaduais de Pernambuco em unidades de ensino integral, totalizando 635 espalhadas por todas as regiões do Estado.

“Transformamos 61 novas escolas do nosso Estado em escolas de tempo integral. Assim, a gente vai garantindo mais qualidade no atendimento aos alunos. Esse é o começo de muito trabalho que vem pela frente para melhorar a nossa educação”, disse a governadora, em vídeo divulgado nas redes sociais.

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Raquel Lyra também comentou a questão envolvendo o terreno do Colégio Americano Batista. Publicado nessa sexta (3), o decreto evita mudança de finalidade do espaço, que continuará sendo complexo escolar, agora ligado à rede pública estadual. “Um local privilegiado e um equipamento que ajudará na transformação da educação em Pernambuco. Vamos em frente, sempre cuidando de gente. É assim que a gente vai transformar Pernambuco”, disse, finalizando o vídeo.

As novas escolas em tempo integral estão espalhadas por todas as regiões do estado. São 20 unidades no Recife e duas em Olinda. Os municípios de Garanhuns, Araripina, Salgueiro, Arcoverde, Macaparana e Catende também terão duas unidades cada.

Também serão contemplados os municípios de Afogados da Ingazeira, Amaraji, Belém de São Francisco, Belo Jardim, Bezerros, Camaragibe, Caruaru, Carpina, Cupira, Custódia, Flores, Floresta, Gameleira, Goiana, Granito, Itapissuma, Orobó, Mirandiba, Paulista, São Caitano, São José de Coroa Grande, Santa Cruz da Baixa Verde, Santa Cruz do Capibaribe, Panelas, Pesqueira, Timbaúba e Petrolina.

Passar mais tempo na escola e participar de atividades como teatro, dança e reforço escolar aumenta a chance de estudantes do ensino médio serem aprovados no vestibular. Além disso, eles terão, em média, um salário maior do que os demais ao ingressar no mercado de trabalho.

O resultado faze parte da pesquisa inédita Mais integral, mais oportunidades: um estudo sobre a trajetória dos egressos da rede estadual de Pernambuco, feita pelo Laboratório de Pesquisa e Avaliação em Aprendizagem da Fundação Getúlio Vargas (Learn/FGV) e pelo Instituto Sonho Grande, em parceria com a Secretaria de Educação de Pernambuco.

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De acordo com o levantamento, alunos formados em escolas de tempo integral têm 63% de chance de entrar no ensino superior, enquanto os de escolas de tempo parcial têm 46%. A diferença é de 17 pontos percentuais.

A pesquisa mostra que ter cursado o ensino médio em escolas de tempo integral confere aos estudantes no ensino médio R$ 265 a mais de rendimento, o que corresponde a 18% do salário mensal médio. Enquanto os jovens que cursaram o ensino médio em escolas de tempo parcial ganham, em média, R$ 1.452,22, os egressos de escolas em tempo integral recebem R$ 1.717,66.

Os dados foram coletados em entrevistas com 2.814 estudantes formados no ensino médio entre 2009 e 2014 e que frequentaram tanto escolas integrais quanto escolas parciais da rede estadual de Pernambuco, considerada referência na implantação do ensino em tempo integral.

Redução da desigualdade

Na educação em tempo integral, os estudantes têm aulas não apenas em um turno – quando passam cerca de 5 horas na escola – mas participam também de atividades no contraturno. Nesse caso, a jornada integral é, em geral, de 7 horas diárias.

“Uma educação em tempo integral obedece o currículo regular e traz ainda outros elementos, como assessoria aos alunos, que passam a contar com um professor como tutor. Eles pensam sobre o querem ser e como chegarão lá, entre outros”, disse o diretor de projeto do Instituto Sonho Grande, Rangel Barbosa. “Esses elementos, juntos, fazem com que a escola seja mais completa”, acrescentou.

O estudo mostra que o ensino em tempo integral ajuda a diminuir as diferenças sociais. Enquanto estudantes negros de escolas parciais têm salários 10% menores do que os de estudantes brancos das mesmas escolas, a diferença é extinta entre os egressos do ensino integral.

Há impacto também em questões de gênero. As mulheres egressas de escolas em tempo integral têm mais chance de integrar o mercado de trabalho do que as demais. Entre as alunas egressas de escolas parciais, que participaram da pesquisa, 59% estavam trabalhando. Já entre as que cursaram escolas em tempo integral, esse percentual aumenta para 66%.

Para ter efeitos positivos na formação de estudantes, o aumento da jornada escolar tem que proporcionar o desenvolvimento das habilidades dos alunos, de acordo com o professor da Escola de Economia de São Paulo e coordenador do Learn/FGV, Vladimir Ponczek. “A literatura mostra que aumentar a jornada por aumentar não tem grandes efeitos. Aumentar a jornada com atividades centradas não apenas na parte cognitiva das aulas de reforço, mas em habilidades socioemocionais é mais importante.”

Vínculos mais fortes

Para Liniker Scolfild, ex-aluno da Escola de Referência em Ensino Médio Senador Paulo Pessoa Guerra, em Recife (PE), o ensino médio em tempo integral ajudou a criar vínculos, tanto com professores quanto entre alunos, uma vez que ele passava a maior parte do tempo no local. “Eu ia todo final de semana para o colégio. Tinha aulas de teatro, dança, arte e outras oficinas.”

Scolfild é médico e professor universitário e disse que deve a trajetória que seguiu à sua formação na escola. “Tem uma frase que um professor de física dizia: persistir, insistir e nunca desistir, quem sabe faz agora e não espera acontecer, que eu sempre lembro em tudo que eu faço”, disse.

Hoje em dia, ele ainda volta à escola para ministrar oficinas e aulas ligadas à saúde aos estudantes. Segundo ele, a filha de 8 anos, Maria Clara, também vai estudar em uma escola de tempo de integral. 

Ensino integral

Aumentar o percentual de estudantes e de escolas com oferta de educação em tempo integral no Brasil é uma das metas do Plano Nacional de Educação, Lei 13.005/2014, que estabelece metas e estratégias para a educação até 2024. Pela lei, a educação em tempo integral deve chegar a metade das escolas públicas e atender a um quarto dos estudantes.

De acordo com o último Censo Escolar, de 2018, o percentual de matrículas em tempo integral caiu no ensino fundamental, passando de 16,3% em 2017 para 10,9% em 2018. No ensino médio, a situação foi oposta. O percentual de matrículas em tempo integral passou de 8,4% em 2017 para 10,3% em 2018, nas escolas públicas.

Escolas em tempo integral, maior carga horária de aula e currículo flexível para os estudantes. Essas são algumas das novidades que agora fazem parte ensino médio brasileiro, anunciado na tarde desta quarta-feira (22) em Brasília pelo ministro da Educação, Mendonça Filho. Ao lado do presidente Michel Temer e do governador de Pernambuco Paulo Câmara, o ministro disse que a mudança era necessária e que colocará o Brasil entre os países com educação moderna e atrativa.

De acordo com Mendonça Filho, o aumento da carga horária se dará gradativamente - de 800 horas para 1,4 mil anuais -, mas o modelo de escolas integrais, em que o aluno fica os turnos da manhã e tarde nas unidades de ensino, deverá entrar em vigor já no próximo ano. O grande destaque fica por conta da flexibilidade dos currículos escolas, deixando o aluno com a possibilidade de aprender assuntos por área de conhecimento: linguagens, matemática, ciências da natureza e ciências humanas.

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Durante o novo ensino médio, os alunos também poderão concluir a formação escolar e ter educação profissional ao mesmo tempo. Para isso, de acordo com Mendonça Filho, instituições como Senai e Senac ajudarão na capacitação dos estudantes. Segundo o ministro, a reforma era urgente e necessária.

“O Brasil permanece na contramão do mundo. Com o novo ensino médio, haverá uma forte mudança na educação brasileira. O Ideb está estagnado desde 2011. Os jovens hoje têm menos conhecimento. Mais de 1 milhão de jovens, entre 15 e 24 anos, não estudam e não trabalham, e a população jovem entrará em declínio após 2022. Para mim, isso justifica a urgência que define a necessidade de uma medida provisória”, opinou Mendonça Filho.

O presidente Michel Temer destacou que os jovens poderão escolher quais temas deverão estudar, de acordo com o que tiver mais afinidade. “São opções e não imposições curriculares. Isso combate a evasão escolar que assola o ensino médio”, disse Temer. A previsão de investimento para a implantação do novo ensino médio, a princípio, é de R$ 1,5 bilhão em dois anos.  

Um em cada seis estudantes deixa as escolas de tempo integral do governo estadual, vitrine da gestão Geraldo Alckmin (PSDB), rumo às unidades comuns, de tempo parcial. Dados do Tribunal de Contas do Estado (TCE) apontam que o "abandono" atingiu, em 2015, 17% dos alunos desse modelo de ensino, que tem currículo diferenciado e 8 horas de aulas diárias. Um dos motivos seria a "inadaptação às exigências e dinâmicas". Já o Estado diz que a desistência vem diminuindo ano a ano - era de 20% em 2012 e chegou agora a 11% - e aponta que a amostragem do TCE, aleatória, pode ter resultados diferentes.

O Projeto Educação Integral (PEI) foi adotado pelo Estado em 2012 e é uma nova versão de outro programa semelhante, existente desde 2006. Há, hoje, 532 unidades - das 5,1 mil em todo o Estado - que seguem esse modelo. Nele, alunos têm aulas tradicionais no período da manhã e disciplinas optativas à tarde.

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A ideia é que os alunos estejam inseridos em um modelo pedagógico diferente, com projeto de vida individual e atividades extracurriculares. Além disso, professores têm dedicação integral às unidades. Esses colégios ainda costumam ter melhores desempenhos no Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado (Idesp).

Para chegar à estimativa de transferências, a auditoria do TCE selecionou, aleatoriamente, 50 escolas do PEI que participam do programa desde o início, em 2012. Dos 15,1 mil alunos matriculados, 2,5 mil (17,1%) mudaram de escola no ano passado. O levantamento, de mais de 200 páginas, foi obtido com exclusividade pela reportagem.

Exemplo

Uma das estudantes que ilustram a situação é Júlia Helena, de 17 anos, aluna do 3º ano do ensino médio na Escola Estadual Godofredo Furtado, em Pinheiros, na zona oeste da capital. No ano passado, ela cursou um semestre na Escola Estadual Alves Cruz, de tempo integral, mas não acompanhou as longas jornadas diárias de estudo. "Tinha de ficar muito mais tempo e eu queria começar a procurar emprego, não dava conta", disse.

A escola em que ela estuda hoje é de tempo parcial. Uma das soluções apontadas pelo relatório do TCE para o problema é o oferecimento de bolsas.

A diferença entre as unidades comuns e as de tempo integral também é abordada pelo TCE no relatório. Segundo o estudo, o custo médio anual de um aluno em uma PEI é de R$ 6.091, enquanto em uma escola regular é de R$ 4.540.

Além disso, as escolas especiais recebem duas vezes mais visitas dos supervisores escolares - profissional responsável por auxiliar os professores em seus projetos pedagógicos - e também oferecem mais cursos de formação e aperfeiçoamento aos docentes em relação a outras escolas, segundo o levantamento.

Para o TCE, apesar de as unidades do PEI apresentarem bons resultados e terem adesão da comunidade escolar, há "indícios" de que a instalação delas "reflete negativamente sobre os resultados de aprendizagem logrados pelas unidades localizadas em suas imediações".

A auditoria também chama a atenção para a distribuição espacial das unidades de ensino integral. Em uma amostragem com as 39 escolas pesquisadas na capital paulista, o órgão constatou que 29 delas (75%) ficam em regiões cuja renda média familiar é superior a R$ 1,6 mil, e apenas dez escolas estão em distritos mais pobres, como Capão Redondo e Itaim Paulista.

Ao mudar de escola, Júlia também notou diferenças significativas entre a unidade de tempo integral onde estudava e o colégio regular para o qual foi transferida. "Lá os professores pareciam mais interessados, a merenda era melhor e a infraestrutura da escola também", diz.

Na Godofredo Furtado, mesmo estando próxima da Alves Cruz - cerca de 1 km de distância -, a qualidade da infraestrutura é diferente, segundo os estudantes. "A biblioteca está fechada há muito tempo porque não colocam ninguém no lugar da bibliotecária", reclama a estudante Emily Silva, de 17 anos, aluna do 3.º ano do ensino médio. "A infraestrutura também é ruim. Não tem cadeira para comer no intervalo e falta papel higiênico no banheiro."

Para a gerente executiva de Educação do Instituto Ayrton Senna, Simone André, a escola de tempo integral ideal precisa se adaptar também às necessidades dos alunos. "É preciso dar margem para fazer um percurso diferenciado. Se o aluno, por exemplo, precisar trabalhar, pode começar a fazer um estágio remunerado e isso ser incluído em seu currículo. A escola também deve oferecer opções para o aluno se profissionalizar e ver sentido em ficar lá por tantas horas", diz.

Em todo o País, o Plano Nacional de Educação prevê "oferecer tempo integral em, no mínimo, 50% das escolas públicas, de forma a atender, pelo menos, 25% dos alunos da educação básica", em 2024. Em 2014, segundo dados do Todos pela Educação, 15,7% dos estudantes estudavam em período estendido. Colaborou Fabio Leite

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Quinze municípios de Pernambuco, beneficiados pela primeira edição-piloto Programa Educação Integrada, serão contemplados com escolas públicas integrais de ensino fundamental a partir de 2017. O anúncio das novas medidas educacionais tomadas pelo Estado foram anunciadas nesta terça-feira (28), em coletiva de imprensa, realizada no Palácio do Campo das Princesas, no Recife.

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Os municípios contemplados pelo projeto são: Camaragibe, Itapissuma, Timbaúba, Tamandaré, Santa Cruz do Capibaribe, Bonito, São Bento do Una, Bom Conselho, Arcoverde, Afogados da Ingazeira, Flores, Floresta, Salgueiro, Cabrobó e Trindade. De acordo com o secretário de Educação de Pernambuco, Fred Amâncio, a inciativa é pioneira. "É um momento histórico, um grande divisor de águas na Educação dos municípios participantes", disse.

Ainda segundo Amâncio, as obras de novas escolas serão em torno de oito a R$ 10 milhões. “Mas o maior investimento será técnico, em equipamentos, equipes, profissionais”, afirmou. 

O programa ainda prevê o aperfeiçoamento da educação infantil, da alfabetização, da gestão escolas e da educação integral. De acordo com Fred Amâncio, o Estado percebeu a necessidade de evolução além do ensino médio. “Pernambuco evoluiu muito no ensino médio e agora percebemos a necessidade de um salto no ensino fundamental”, explicou o secretário. Segundo o presidente do Instituto Natura, um dos patrocinadores privados do programa estatal, David Saad, “O melhor investimento da educação é o Estado colaborar com os municípios para que os alunos cheguem um pouco mais preparados no ensino médio”, disse.

O governador do Estado, Paulo Câmara, afirmou que a parceria entre instituições privada e governo será uma ação de “de 'ganha-ganha', de avanço”. O líder de Pernambuco ainda revelou que há a possibilidade de outras cidades entrarem na parceria. “Vamos ter, sem dúvida, a oportunidade de agregar outros municípios”, garantiu.

De acordo com José Patriota, prefeito de Afogados da Ingazeira, que representou todos os outros gestores municipais no evento, o Programa é uma “padronização de qualidade” do ensino público municipal. 

O secretário de Educação informou que, a partir de 2018, novas medidas poderão ser tomadas referentes ao Programa. “Vamos acompanhar durante 2017 e 2018 e então poderá haver a ampliação”, comentou.

Contratação e pagamento dos docentes

O novo programa educacional do Estado também prevê a ampliação da carga horária dos professores, já que todos os municípios terão, pelo menos, uma escola de ensino integral de nível fundamental. 

De acordo José Patriota, provavelmente os alguns municípios poderão fazer uma seleção para contratação de novos docentes, porém a maioria irá trabalhar com o quadro já existente. “Então será implementada uma gratificação, já que a carga é dobrada”, comentou o político.

Ainda de acordo com o gestor do município, a questão de pagamento dos profissionais não é certa. “O pagamento e a remuneração, a gente ainda não viu nada nesse programa”, confessou o gestor.

O programa irá contemplar 93 mil estudantes das 15 cidades. Somados, todos o municípios têm 447 escolas e quase cinco mil professores em atuação.

O município de Ipojuca receberá na tarde desta terça-feira (28), a entrega da primeira escola Integral Municipal. Em homenagem ao antigo Governador de Pernambuco, a Escola Municipal Integral Eduardo Campos tem capacidade para 400 estudantes, do primeiro ao quinto ano.

A estrutura conta com doze salas, quadra poliesportiva coberta, biblioteca, auditório, espaços administrativos e laboratórios de ciência, matemática e informática, lousas interativas que permitem aos educadores a abordagem dos conteúdos com mapas, gráficos ou ilustrações, além de horta irrigada, que viabiliza a implantação do Projeto Escola Orgânica.

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No programa de ensino integral, Os estudantes permanecem 8 horas por dia durante os cinco dias da semana na escola e recebem 03 refeições diárias.

De acordo com prefeito da cidade, a nova obra traz benefícios e qualidade na educação dos ipojucanos. “A implantação da Escola Integral é, antes de tudo, um compromisso de gestão com a integralidade da formação dos estudantes e uma oportunidade para a concretização de uma educação pública de qualidade social.”, afirma.

As dependências da escola receberá um Memorial, em homenagem ao ex-governador do estado, Eduardo Campos. A inauguração ocorrerá amanhã, às 15h, no local, no Bairro de Nossa Senhora do Ó.

A candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, visitou nesta segunda-feira (8) uma creche na região central de São Paulo, considerada uma instituição modelo no atendimento em tempo integral a crianças de 2 a 5 anos. Em entrevista após a visita, Marina criticou a atual gestão da educação no país e a ausência de creches públicas em número suficiente.

“O governo atual prometeu construir 6 mil creches, mas só fez 400, e 700 estão em andamento. É uma diferença muito grande”, comentou a candidata, segundo informações da assessoria.

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Se eleita, Marina disse que pretende “ampliar e antecipar” metas para educação em tempo integral e investir recursos do pré-sal na educação. “Reforço nosso compromisso em investir 10% [da receita bruta da União] e recursos do pré-sal na educação, para que crianças e adolescentes possam ser atendidos da forma certa, com acompanhamento vigoroso do ponto de vista pedagógico e psicológico”, prometeu.

A presidenciável também comentou a divulgação da lista de políticos envolvidos com supostos esquemas de corrupção na Petrobras, delatados pelo ex-diretor da estatal, Paulo Roberto Costa, segundo reportagens publicadas no fim de semana.

Marina defendeu uma investigação rigorosa antes de apontar os responsáveis. “Eu confio no trabalho da Polícia Federal. É preciso investigar com rigor e punir os culpados”.

Ela lava, passa, dá banho e alimenta seus filhos. Ainda oferece atividades didáticas que envolvem coordenação motora, criatividade e autonomia das crianças. Com a aprovação em março da Emenda Constitucional 66, a famosa PEC das Domésticas, mães têm trocado as funcionárias por escolas de tempo integral, que assumiram parte das atividades antes desempenhadas dentro de casa.

Assim que a lei foi aprovada, a psicóloga Fabiana Dias Cardoso, de 37 anos, sentou com o marido e fez as contas: o acréscimo de R$ 1,3 mil no orçamento para deixar Isabela, de 5 anos, o dia todo na escola seria menor que a soma de salário, Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), férias, 13º salário, auxílio-creche e hora extra que seriam pagos a Neide, que trabalha em sua casa.

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Ela diminuiu a quantidade de dias trabalhados por semana de três para dois e a menina, que antes ficava até meio-dia na escola, passou a ser buscada pelo pai na volta do trabalho, às 18h30. "Achamos que, mesmo tendo boa parte do orçamento comprometido, seria melhor gastar com a escola. É uma mudança radical, mas fiquei feliz: o desenvolvimento é muito maior", diz Fabiana.

A economista Bianca Iecker, de 36 anos, não teve muita opção. A empregada que a ajudava a cuidar da filha Luiza, de 1 ano e 8 meses, queria mais que a hora extra proposta por ela e pediu demissão. Em vez de contratar outra pessoa, resolveu deixá-la em tempo integral na escola. "Já tinha vontade de colocá-la o dia todo, mas imaginava fazer isso apenas no próximo ano", explica. "Na escola, ela está mais bem assistida do que em casa."

Para o pesquisador do Centro de Crescimento Econômico do Instituto Brasileiro de Economia (CCE/ Ibre-FGV), Fernando de Holanda Barbosa Filho, essa procura é uma demanda natural, que já era esperada. "As pessoas buscaram alternativas mais baratas." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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