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Kemla Baptista é idealizadora da iniciativa 'Caçando Estórias'. Foto: Raphael de Faria

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Ao longo da história, os saberes ancestrais da população negra, que tradicionalmente são passados de forma oral, vem ganhando novas formas de registros por meio da literatura e também nas plataformas de interações sociais na internet. Educadoras e escritoras negras de Pernambuco movimentam esses acessos, promovendo educação antirracista no cotidiano da sociedade, em especial no das crianças, adolescentes e adultos afro-brasileiros. Neste sábado (25), Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha, o LeiaJá compartilha ações de educadoras que fazem a diferença entre alunos e famílias.

A caçadora de estórias 

“Eu não construí um modelo pedagógico! Eu me valho de referências pedagógicas relevantes. Com isso, a gente pensa o construtivismo, na pedagogia de Freinet; a gente pensa em educação popular, considerando aquela referência de movimento de Paulo Freire; pensamos em tantas outras referências importantes, mas nós temos que considerar que todas elas foram criadas, pensadas e experimentadas por pessoas brancas”. É a partir da fala concedida pela educadora e contadora de estórias Kemla Baptista que exploramos outras possibilidades de entender a educação e seus processos diversos que, além de ensinar o básico, tem a pretensão de conduzir “crianças ao patamar de desbravadora do universo das tradições afro-brasileiras e agente criadora de arte”.

Kemla é a idealizadora e realizadora da proposta de educação social 'Caçando Estórias', que há 12 anos compartilha saberes ancestrais por meio de ações multidisciplinares que envolvem contação de estórias, literatura, audiovisual, criação de conteúdo para a internet, teatro de objetos, música e dança sempre atravessada pelas africanidades. Para ela, “ouvir estórias é alimento para a alma e faz bem à pessoa de qualquer idade”.

Em entrevista ao LeiaJá, a psicoterapeuta com abordagem psicanalítica, Maria de Jesus Moura, analisa que é necessário que as crianças possam se ver representadas em diversos espaços e, através desse reconhecimento, fortalecer a autoestima não só de crianças negras, como também de adolescentes e adultos. “Uma atividade de contação de estórias pode ser extremamente importante, pois dá acesso às crianças a determinadas realidades positivas, saudáveis, de força, de elevação de autoestima”, enfatiza a psicoterapeuta, que também é mestra em psicologia social com estudos no campo racial e de gêneros.

Seguindo essa lógica, o Caçando Estórias, que iniciou sua trajetória nas periferias do Rio de Janeiro, dissemina em Recife a mesma dinâmica educacional. Assim como no Rio, Kemla dá seguimento às atividades - antes presenciais e agora virtual - como um processo que interrompe uma movimentação de pessoas não negras fazendo apropriação de símbolos pertencentes à diáspora negra para repassar os conhecimentos, sem a devida propriedade desses saberes.

I Caçando Estórias, que tem a oralidade como principal ferramenta de comunicação, teve início dentro dos terreiros de candomblé. Kemla afirma que há necessidade de ampliar a popularização do conhecimento ancestral, em outros espaços, sendo eles formais ou não. Nesse sentido, ela enfatiza que “prefere usar como referências quem vive e quem pertence” aos lugares de axé - nomenclatura dada às pessoas que fazem parte do candomblé - para traduzir as histórias contadas por ela. Essa atividade está ligada à educação antirracista, que vem criando espaços para promover debates e demandas de ensino acerca das filosofias e artistas que fazem parte da negritude.

Devido à necessidade de transmitir os valores e ensinamentos assimilados no terreiro, somada a algumas técnicas adquirida na academia, Kemla tornou-se voz para mediar rodas de diálogo e de contos tradicionais africanos em uma versão lúdica, pensados para facilitar a compreensão. Em 2017, motivada principalmente pela chegada da sua filha, Kemla passa a promover o seu trabalho no ambiente virtual, além das ações presenciais. Dessa forma, a iniciativa ficou mais próxima de crianças e adultos, negros e não negros, por meio de uma forma de educar que não está ligada ao capitalismo e nem ao neoliberalismo, segundo Kemla.

Foto: Raphael Faria

“São outras possibilidades de pensar um mundo de outra forma. E vai para a internet com essa bagagem de axé, para dar esse nova perspectiva de educação que quebra com a lógica dos pensamentos e ensinamentos eurocêntricos”, destaca Kemla.

Antes da pandemia, esse trabalho era feito em comunidades periféricas da capital de Pernambuco, como no Alto do Páscoal, localizado na Zona Norte de Recife. Além do Caçando Estórias, Kemla coordena outras três ações afirmativas, intituladas 'Nos Terreiros do Brasil' - contação de histórias, espetáculos e oficinas com base em técnicas de arteterapia para crianças -; 'Balaio de Leituras' - ação de mediação de leitura nas escolas públicas, particulares, bibliotecas e museus que trazem personagens negros em papéis socialmente valorizados -; e o 'Aguerézinho - evento anual que festeja os contos, tradições e vivências afro-brasileiras -.

Agora, durante o isolamento social em razão da pandemia do novo coronavírus, as atividades presenciais promovidas pela Kemla foram adaptadas para a produção de novos conteúdos nas redes sociais, com agenda de lives, por exemplo. Nos encontros virtuais, são realizadas contações de estórias e outras ações adaptadas para a plataforma, incluindo o incentivo para que as crianças e seus responsáveis pratiquem as recomendações de prevenção ao contágio do coronavírus, como lavar as mãos e usar máscara.

Com as novas rotinas na web, também surgiram novas reflexões quanto ao papel social que o Caçando Estórias tem desempenhado para com a população mais vulnerável. Diante desse dilema, outras ações foram realizadas por Kemla, como a arrecadação e entrega de cestas básicas e a produção de livro 'O Vovô Treloso Mais Treloso do Mundo', de forma gratuita e on-line para crianças periféricas. O conto infantil fala das vivências de seu avô Gentil.

Feito de forma autônoma, o projeto do livro foi abraçado pela marca de biscoito 'Treloso', da empresa Vitarella, que financia a confecção de mil exemplares. O lançamento será neste domingo (26), pelo perfil Caçando Estórias no Instagram.

Todas as produções de viés educativo e cultural de autoria da pernambucana deixam marcas positivas por onde passa, chegando a impactar mais de 25 mil pessoas, seja no recebimento dos saberes traduzidos em palavras ou pela entrega de cestas básicas, que servem de alento às famílias em situação de vulnerabilidade social.

Cores - Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os negros (pretos e pardos) representam 56% da população brasileira. Em Pernambuco, estima-se uma população de 9.557.071 pessoas, em que dessas, 60,4% são autodeclaradas pardas e 7,2% se dizem pretas. Os dados são de 2019. 

Das escrevivências 

Por meio das poesias, escritoras negras possibilitam que vivências e conhecimentos em comum na população possam ser documentados em linhas que aqui chamarei de ‘escrevivências’. Vinda de uma família humilde, a educadora e escritora Odailta Alves, que nasceu e foi criada na favela de Santo Amaro, no Recife, foi a primeira - entre os nove irmãos - a aprender a ler. Hoje, em razão da projeção a nível nacional do seu trabalho literário, Odailta lança virtualmente um novo livro chamado 'Pretos Prazeres'.

Odailta Alves é autora de cinco livros. Foto: Mayara Barbosa

A publicação conta com 75% das vendas totais pela internet. “Os livros ganharam voo e isso é também um processo de reconhecimento de trabalho que a gente vem fazendo há um tempo. Meu eu lírico é o lírico homem preto e mulher preta, principalmente mulher preta. Então, eu acho que as pessoas negras se veem representadas nessa literatura, porque a literatura sempre foi um espaço muito brancocentrado, um espaço de idealização da mulher branca e hipersexualização da mulher preta ou em lugar de serviços braçais”, enfatiza Odailta Alves, em entrevista ao LeiaJá.

A escritora também atua na Unidade de Educação para as Relações Étnicos-Raciais (Unera), que é gerenciada pela Gerência de Políticas Educacionais, Educação Inclusiva, Direitos Humanos e Cidadania (GEIDH), da Secretaria de Educação e Esportes do Estado de Pernambuco (SEE-PE). Em suas atribuições, estão as elaborações de estratégias que efetivam a aplicabilidade da Lei 10.639/2003, que trata inclusão no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade do ensino da história, da cultura, da luta afro-brasileira, além da contribuição do negro na formação da sociedade nacional; bem como da Lei 11.645/2008, que inclui no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e cultura afro-brasileira e indígena”.

É por meio da literatura que Odailta traz a idealização da mulher negra em espaço de afetividade, retratando-a como uma mulher de força, poder e de luta, mas não a imposta pela sociedade e sim uma força que emana das raízes fincadas de um povo que historicamente é colocado à margem. Mesmo com grande público negro, a escritora explica que há pessoas brancas que consomem as suas produções. “[Pessoas não negras] que tentem ler essa pessoa negra pelo seu lugar de fala e não pela voz do colonizador como tem sido historicamente e, nesse sentido, acaba sendo sim uma literatura que ajuda a promover uma educação antirracista. Porque vai quebrar com o imaginário racista, vai denunciar um processo histórico de escravidão que não encerrou em 1988, e vai denunciar as nuances do racismo que vai se reinventando; precisamos criar estratégias com relação a esse racismo”, enfatiza.

Odailta comemora os livros lançados. Foto: Priscilla Buhr

Até então, a escritora conta com cinco livros publicados, sendo o primeiro de nome 'Clamor Negro', em 2016, seguidos de Escrevivências' e 'Cativeiro de Versos', em 2018; 'Letras Pretas, em 2019; e 'Pretos Prazeres', lançado em 2020. O 'Escrevivências' está na segunda edição pela editora independente chamada Castanha Mecânica. 

“É muito bom ver esse quantitativo de livros saindo, sabe? Sem vínculos à editora nenhuma”, comemora. Enquanto produtora de arte, a escritora pernambucana diz que recebe feedbacks positivos sobre suas produções. Indo de uma geração à outra, Odailta inspira outras mulheres pretos por todo país, sendo escritoras ou não.

Educadoras explicam que, quando há espelhos, é possível construir novas narrativas para educar. Mesmo com esse fato apontado, a psicoterapeuta Maria Jesus Moura fala que em diversos setores ainda é possível identificar o racismo como estruturador de abordagens. Ela avalia que todo esse contexto de escravização e invisibilização histórica, “incidem naturalmente na saúde mental da população negra, mais ou menos, com ou sem resposta patológica, algumas ansiedades e depressões são bem frequentes”.

Na percepção da psicoterapeuta, em primeiro momento, é necessária uma admissão do racismo na esfera educacional. “A instituição educacional é atravessada por um conjunto de invisibilidades das populações negra e indígenas. Isso acontece fortemente quando não se vê representações delas em outros lugares, a não ser em outras crianças que pertencem ao ambiente escolar”, aponta. Contudo, diante de todas as dificuldades, como a falta ou pouca internet, poucos recursos financeiros, e mesmo com os novos obstáculos impostos pela pandemia da Covid-19, educadoras negras buscam caminhos para oferecer educação.

Por fim, basta olhar ao redor, que percebemos que as palavras verbalizadas ou redigidas por mulheres negras, como Kemla Baptista e Odailta Alves, servem de referências para diversos poetas e produtores de arte, dentro e fora do Estado. É importante ressaltar que os esforços para manter a educação antirracista fluida, estendem-se aos espaços educacionais formais, por meio de atividades similares aos trazidos nesta reportagem do LeiaJá. Essas atividades alcançam os pequenos e suas famílias.

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--> Do próprio bolso, professora produz conteúdo afrocentrado

O quadro 'Aprenda com Elas' deste mês, produzido pelo Vai Cair No Enem em parceria com o LeiaJá, está no ar. Nesta edição, a pauta principal traz um questionamento: percebeu que a maioria das obras literárias brasileiras que estudamos foi escrita por homens?

Para abordar o assunto, a apresentadora Kimberly Nery recebe a professora de literatura Lourdes Ribeiro. Entre os nomes destacados durante a entrevista estão os das autoras Clarice Lispector, Cecília Meireles ou Adélia Prado. Confira:

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O Mulherio das Letras, coletivo de escritoras organizado através das redes sociais com grupos segmentados por região do país e do mundo, realizará um evento organizado por participantes nordestinas no Recife, de sexta-feira (31) até domingo (2). 

Esta será a segunda edição do encontro do Mulherio das Letras Nordeste, que em 2017 foi realizado em João Pessoa. O evento de 2018 tem como homenageada oficial a escritora e educadora Nísia Floresta.

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A programação prevê a realização de diversas atividades como rodas de conversa, exposições, exibição de curta-metragens, mostras fotográficas, venda de artigos ligados ao evento, contação de histórias, debates, lançamentos de livros e intervenções artísticas. 

As atividades previstas serão realizadas em diversas áreas da cidade e em diferentes horários. Confira a programação completa: 

Sexta-Feira (31)

Casa Astral (Rua Joaquim Xavier de Andrade nº 104, Poço de Panelas) 

19h – Abertura do Encontro: Conversando com a escritora Maria Valéria Rezende “O Mulherio das Letras - o começo e as novas possibilidades”

19h30 – Homenagem à escritora e educadora Nísia Floresta com o Mulherio das Letras de Nísia Floresta – RN

20h30 –Apresentação do curta “Deusa” – e bate papo com Mayara Millane (poeta e produtora) 

Sábado (1º) 

Edifício Texas (Rua Rosário da Boa Vista, 163 – Boa Vista)

9h – Contação de Histórias - com Adélia Oliveira (PE) 

Exposição Fotográfica – “Um Toque de Poesia” – um alerta de prevenção ao câncer de mama com poetas potiguares

10h20 - Mulheres como Autoras de Quadrinhos independentes – Bate papo com as mulheres ilustradoras e quadrinistas – Coletivo Gatamarela (Jaqueline Lima e Kau Bispo), Mari Ilustra (Mariana Souza), Ilustra Thaís (Thaís Cavalcanti), Leticafe (Letícia Carvalho), Bárbara Machado e Clarissa Cabral.

Intervenção Poética na Praça - Homenagem a Clarice Lispector

14h - Intervenção “Estudos sobre o corpo feminino: aTERRAr” - com a atriz Julienne de Sá

14h30 – Roda de Conversas: 

Ser escritora (processos criativos, publicação, circulação) 

Cadeia Produtiva do Livro (qual tem sido o nosso espaço? Como estão hoje as editoras independentes?) 

Letramento, acesso aos livros e incentivo à leitura – Como a nossa produção está inserida nesses processos? 

As contadoras de histórias, a tradição oral e as mulheres. 

Onde estão as mulheres negras, indígenas e quilombolas nos espaços da leitura, livros e literatura? 

O politicamente correto e a literatura infanto-juvenil 

16h30- Intervenção “TRANSpassar com Sophia William” 

Domingo (2) 

Casa Astral (Rua Joaquim Xavier de Andrade nº 104, Poço de Panelas)

9h - Avaliação do Mulherio das Letras e Encaminhamentos, Feira Literária

10h30 - Ocupação da praça com atividades para crianças, intervenções poéticas e contação de histórias

11h – Lançamento de Livros

12h - Almoço

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--> Aberto crowdfunding para lançamento de "Medos Aleatórios"

A capital paraibana vai sediar o primeiro encontro nacional do movimento “Mulherio das Letras”, que acontece entre 12 e 15 de outubro, no Espaço Cultural José Lins do Rego, em Tambuzinho. O encontro é uma realização do Movimento Mulherio das Letras, em parceria com a Fundação Espaço Cultural (FUNESC), Secretaria de Cultura do Estado da Paraíba (Secult) e Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e a ONG Moenda Arte e Cultura. Confira a programação completa.

A programação contará com rodas de conversa sobre literatura e mercado editorial, além de intervenções artísticas, saraus, performances e também haverá uma livraria, que irá expor e vender ao público os livros das participantes. O intuito é reunir mulheres ligadas à literatura, escritoras, poetas, dramaturgas, tradutoras, pesquisadoras e críticas, editoras, livreiras, ilustradoras, designers, jornalistas de diversas regiões do Brasil num encontro que vai movimentar a cena literária brasileira.

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A abertura da programação do Mulherio das Letras será na Fundação Casa de José Américo, onde acontece o credenciamento, às 16h. No primeiro dia do encontro, serão lançadas as coletâneas de poesia e de prosa organizadas pelas escritoras, Vanessa Ratton e Henriette Effenberger, respectivamente, e a coletânea poética “Outras Carolinas: Mulherio da Bahia”, organizada por Anajara Tavares, Ana Fátima dos Santos e Lia Sena.

Em seguida, as compositoras paraibanas Socorro Lira e Gláucia Lima vão homenagear a escritora Maria Firmina, apresentando canções compostas sobre poemas da escritora. O Mulherio das Letras Pretas também vai realizar uma performance poética em homenagem a Maria Firmina. 

O primeiro encontro nacional do movimento “Mulherio das Letras”, pioneiro na capital paraibana, surgiu a partir de uma ideia da escritora, vencedora do prêmio Jabuti e uma das organizadoras do grupo, Maria Valeria Rezende.

A professora Doutora do Departamento de Letras Estrangeiras e PPGL da UFPB e umas das organizadoras do evento, Liane Schneider, conta que o encontro foi organizado virtualmente por Valeria Rezende, que percebeu a necessidade de organizar um evento que desse a oportunidade a autoras do sexo feminino. "Valeria frequentava as Feiras Literárias e percebia que faltava tempo para além das mesas sobre literatura mais formais, para conversas mais artísticas e paralelas interdisciplinares. Nesse sentido, ela pensou nesse evento e convidou algumas pessoas para montar uma equipe inicial.”

Com relação à expectativa do evento, Liane diz: "Espero que o encontro nos surpreenda para além dos objetivos iniciais, que era integrar autoras, leituras, professora em debates sobre Literatura e mulheres que trabalham nesse meio. E que tenha um bom resultado em termo de até representação regional, nacional e com uma avaliação de como anda este mercado no Brasil afora."

Homenageada 

O encontro Mulherio das Letras irá homenagear a pioneira romancista negra, Maria Firmina dos Reis. Ela publicou, em 1859, um dos primeiros romances de autoria feminina editados no Brasil. Úrsula é ainda o primeiro livro publicado por uma escritora negra no país e primeiro romance antiescravista de autoria feminina de toda a língua portuguesa. Firmina foi autodidata, lia e escrevia fluentemente em francês e foi leitora de Gonçalves Dias, Almeida Garrett e Byron (como indicou em anotações do diário que manteve entre os anos de 1853 e 1903, publicado postumamente).

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